Eleuda de
Carvalho - da Redação
A
partir de agora, a memória iconográfica de Lampião tem dono: o acervo
fotográfico feito por Benjamim Abrahão e o direito sobre a imagem do cangaceiro
pertencem, legalmente, à Abafilm e à família Ferreira. Celebrando a paz,
estiveram na cidade Vera Ferreira e Ricardo Albuquerque
Filmes, um
bocado. O clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, à
beira dos 40 anos, inscreveu a cena que virou ícone, o cangaceiro rodando com
seu punhal, mesmo movimento utilizado como homenagem por Rosemberg Cariry, no
seu Corisco e Dadá. Porém, a figura símbolo do cangaço não carece de
reinterpretação, porque ele próprio mais sua mulher e seus companheiros fizeram
pose e encenaram combate feroz e brincadeiras de jovens para a lente de
Benjamim Abrahão. E são os fotogramas deste filme de 12 minutos e o conjunto de
retratos que o mascate libanês fez em pleno sertão o registro real de uma época
contraditória da história brasileira. Estas imagens têm dono.
Vera Ferreira,
neta de Lampião e Maria Bonita, e Ricardo Albuquerque, filho do fotógrafo Chico
Albuqerque e neto do pioneiro Adhemar Bezerra Albuquerque, entraram em acordo
sobre o uso da imagem de Lampião e seu bando, após mais de uma década de
litígio judicial. Para marcar a paz e reafirmar seus direitos, ambos estiveram
em Fortaleza na semana que passou. Como novidade, o restauro de 50 fotografias,
sendo 24 delas totalmente inéditas ainda (como as que publicamos nesta edição).
Com o acordo entre as partes, a exclusividade do direito autoral é da Abafilm -
que forneceu o material a Benjamim Abrahão, e a exclusividade do direito de
imagem é da família Ferreira.
Benjamim
conheceu Lampião em 1926, quando ele foi a Juazeiro do Norte receber a patente
de capitão. À época, o viajante libanês secretariava o Padre Cícero Romão
Batista. Por conta destas relações de amizade e confiança, Abrahão pode
conseguir o salvo-conduto, bilhete assinado pelo próprio Rei do Cangaço,
liberdade que nenhum outro conseguiu. Nem a equipe do New York Times,
enviada à caatinga. Abrahão avistou-se com o bando em dois momentos, durante os
anos de 1935 e 36. Da primeira, dinheiro perdido. Na bolsa com o logotipo da
Abafilm, ele misturou o material fotográfico com algumas rapaduras que ganhou
de presente. Na chegada, as formigas tinham lambido a rapadura e as chapas.
Outra: Abrahão
tinha muita boa vontade e coragem de sobra, além do tino comercial, mas não
entendia nada de câmera. ''Meu avô disse, você não vai mais mexer na objetiva,
vou soldar nesse ponto aqui. E ensinou a ele o ponto de luz, tudo. Benjamim
voltou ao sertão e veio com o resultado'', conta Ricardo Albuquerque. O filme
foi apreendido em 37, depois da primeira sessão. O material sumiu durante muito
tempo. ''Meu avô tinha outra cópia, que foi parar nas mãos de um alemão chamado
Alexander Wolf, que repassou o material nos anos 70 para Thomas Farkas,
cineasta e dono da Fotoptica. Ele preservou. Isto temos que agradecer a ele,
está na Cinemateca de São Paulo, não foi comercializado indiscriminadamente
como foram as fotos'', completa Ricardo.
A ação judicial
entre as famílias Albuquerque e Ferreira começou em 86, motivada por
publicidade do Lloyds Bank, publicada na revistaVeja. A ilustração era uma foto
de Lampião e Maria Bonita. Os Ferreira entraram com ação contra o Lloyds Bank,
que afirmou ter comprado os registros da Abafilm. E aí o quiprocó envolveu a
todos. ''E aí rolou, rolou, como é praxe da nossa justiça'', lembra Vera.
Ricardo completa: ''Ninguém usava, suspendeu tudo, mas os outros continuaram a
vender fotos''. Ano passado, os descendentes sentaram juntos, ''sem advogado,
sem nada, que isso complica muito'', diz Vera.
''Qualquer
foto, a partir de hoje, que queiram usar, tem que ter nosso aval. A família
Albuquerque, representada pelo Ricardo, e a família Ferreira, por mim. As
pessoas vão saber, a partir de agora, que estas fotos têm dono, a Abafilm como
dona das fotos e a minha família com todos os direitos pelo uso da imagem.
Minha mãe é a detentora dos direitos autorais'', afirma Vera.
Ricardo
Albuquerque luta agora para montar o Memorial Chico Albuquerque, com o acervo
de seu pai e da Abafilm. E Vera batalha para concretizar o Museu do Cangaço em
Aracaju, sua terra natal. Nesta entrevista, ela fala dos avós famosos, da
conversa com Luiz Gonzaga, do acervo que já conseguiu e pede a quem tiver material
sobre o cangaço para entrar em contato. O e-mail de Vera Ferreira é:
malamp@infonet.com.br. Para acompanhar o processo de restauração das fotos,
consulte a página www.infonet.com.br/lampiao.
O POVO - Você
conheceu João Peitudo, que dizia ser filho de Lampião?
Vera Ferreira - Minha mãe é filha única de Lampião e Maria Bonita. Minha
vó teve quatro gestações. Ela entrou no cangaço em finais de 30, em 31 ficou
grávida, perdeu a criança. Em 32 minha mãe conseguiu sobreviver, nascendo em
pleno sertão, embaixo de um umbuzeiro, graças à intervenção de uma parteira
chamada dona Rosinha, que meu avô conseguiu trazer ao local. Os outros dois
nasceram e morreram. Aquele rapaz começou numa mentira, a gente depois foi
descobrindo. Primeiro, ele disse que as orelhas foram marcadas pelo meu avô.
Dadá foi muito clara quando o rebateu no ar, disse que cangaceiro não marcava a
família. Depois descobrimos, ele passou uma época com os índios no Maranhão.
Lá, ele era conhecido como João Índio. Outra coisa que a gente refutou é que
ele disse que nós éramos muito ricos e ele não queria a riqueza da gente. Se
fosse realmente filho dos meus avós, ele saberia que a única riqueza que
recebemos foi o ensinamento de vida.
OP - E
como foi convive com o peso desta herança?
VF - Quando eu era criança, ninguém brincava com a gente. Os filhos dos
vizinhos eram proibidos de brincar conosco porque era da raça de Lampião. A
gente ouvia muito, ''raça de Lampião não presta''. A gente brincava entre
nossos irmãos, minha mãe foi quem ensinou a gente a brincar de pião. Lembro,
com 13 anos, quando Cristina da Matta Machado escreveu um livro sobre as
táticas de guerra dos cangaceiros e levou minha mãe e a mim de contrapeso pra
São Paulo. Foi quando nos encontramos a primeira vez com os cangaceiros Dadá,
que foi a grande mestra, Criança, Balão, Zé Sereno, Sila, Dulce. Foi um
reencontro entre eles, me emocionou como minha mãe foi recebida por eles, a
admiração que eles sentiam pela minha mãe, era uma reverência e um respeito. No
jornal Folha de São Paulo daquela época está lá escrito, eu disse, a
partir de hoje, vou fazer um grande trabalho sobre meus avós. Ali eu estava
prevendo o que era minha missão. E não parei mais.
OP - Foi
a partir deste encontro que você encontrou sua própria história?
VF - Passei uma semana numa convivência diária com eles, era quase que 24
horas. Aí você percebe pessoas normais. Normais entre aspas, não sei se alguém
é normal, mas, enfim. Pensei assim, gente, eles não são bandidos. Porque lá em
casa minha mãe também não falava muito, ela foi resguardada pelo meu avô João,
que eu chamo de avô, era irmão do meu avô e criou minha mãe. Ele não permitia
que se falasse. Ele protegeu minha mãe com medo de vingança. Minha mãe só foi
aparecer na imprensa em 63, na revista O Cruzeiro, você vê a distância.
OP - Você
é jornalista. Em que está trabalhando, atualmente?
VF - Fui a primeira cinegrafista do nosso país, de botar uma câmera no
ombro e fazer jornalismo externo. Fiz o curso em Sergipe com um grande mestre
da Globo, o Andrade. Três meses depois fui contratada pela Manchete de
Brasília, depois trabalhei na Globo em São Paulo e em produtoras. Mas larguei
tudo, tem cinco anos que estou em Aracaju, a convite do Governo do Estado, pra
montar o Museu do Cangaço. Eu já realizei o sonho de mais de 20 anos que foi o
livro que eu e o pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo escrevemos, agora
é o museu. O outro degrau desta escada será um documentário, sério, sobre a
história do cangaço. Documentário este que fique pra informar e não pra desinformar,
como 99% dos trabalhos que fazem sobre o cangaço. E eu estou sendo muito
boazinha...
OP - Como
são suas relações com o pesquisador Frederico Pernambucano, da Fundação Joaquim
Nabuco?
VF - Ele saiu da Fundação. Infelizmente, não temos muito contato. Tentei
em 88 este contato, quando montamos um pequeno museu em Aracaju, através da
Empresa Sergipana de Turismo, e ele não só não respondeu como criticou nossa
atitude, Não entendi muito mas deixei o tempo passar. Costumo dizer que ele
quer ser sempre o camarão da empada. Nem eu, como neta, me acho dona da
história.
OP - Por
ser jornalista também, você já fez uma análise de como a imprensa foi mudando
ou não a ótica sobre o cangaço? Lampião foi morto há 65 anos...
VF - Esta mudança a gente sente. No início, ele era o bandido. Primeiro,
por causa da imprensa, na época em que ele atuava - e este papel não mudou
muito. A partir deste trabalho que estamos fazendo, homeopático, de
formiguinha, as pessoas começaram a perceber o fenômeno do cangaço. Lampião não
era um fator isolado, ele não surgiu de paraquedas naquele momento, alguma
coisa o impeliu. Aí começa toda uma revisão da história e não só a do cangaço,
mas das nossas revoluções sociais. Antônio Conselheiro e Lampião começam a
entrar nos livros de história, que até então você não encontrava. E a imprensa
começa a abrir espaço, antes eram notas bem escondidinhas pra ninguém ler. Hoje
você consegue páginas inteiras. O cordel foi o fenômeno de divulgação mais
importante do cangaço. Eu sou rato de cordel, em todo lugar que vou, eu procuro
cordel. Porque foram eles e são eles até hoje que informam da nossa história.
OP - Entre
o cordel, os livros e o jornal há muitas diferenças. Mas, em suas andanças,
como você percebe a atitude do sertanejo mesmo, em relação ao tema?
VF - Comecei a perceber que o sertanejo mesmo, a posição dele com relação
ao cangaço, era totalmente diferente. Eles não se deixam enganar por matérias,
por filmes mentirosos, por pessoas que vão lá, não. Eles tem uma posição. Você
sabe que para os sertanejos a palavra vale muito. Comecei a perceber toda uma
história em volta disso. Você deve saber que, na literatura, o maior número de
livros sobre um único assunto é o cangaço. O cangaço é a nossa epopeia, são
mais de cem títulos. Isto não começa com meu avô, o primeiro registro é de
1776, com o Cabeleira. Pode até ter tido antes, até se supõe que tenha havido,
mas o Cabeleira é o marco. Aí vem Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino...
OP - Tem
gente que afirma que o fim do cangaço foi a chegada do caminhão.
VF - Não foi só isso mas é lógico que a mobilidade da volante ficou muito
maior. Mas os cangaceiros usavam muitos caminhos onde eram inviáveis as
estradas, ainda hoje. Acho que foi devido à massificação da campanha contra.
Meu avô sabia. Quando pela primeira vez ele reuniu a família, disse, já perdi
tudo, mãe, pai, terra. A partir de hoje vou matar até morrer. Ali ele tinha
decretado que entrava e não saía. Alguns saíram, estão vivos até hoje. Mas ele
sabia que não, que seria a pessoa mais perseguida.
OP - Que
lembranças sua mãe guarda dos pais? Ela conviveu com eles?
VF - Todas as crianças no cangaço eram dadas, minha mãe foi dada com 21
dias para um casal de vaqueiros da região que tinha tido filha naquele tempo,
era isso que meu avô queria. Foi por livre e espontânea coação, mas aceitaram
minha mãe e a criaram com muito amor até os oito anos. Mãe tem recordações
muito boas deles, até hoje a gente mantém contato com esses irmãos de criação
da minha mãe que sobraram. Ela lembra de ter estado com os pais em três momentos,
pode ter havido outros, mas ela lembra destes. Uma vez, eles foram até ela, e
ela lembra que tinha um papagaio que sempre anunciava a presença de qualquer
pessoa estranha. E ela se escondeu debaixo da cama quando viu aqueles homens
paramentados. Foi ele que foi buscá-la. Em outras duas ocasiões, ela foi pro
mato ao encontro deles. Ela lembra de uma pulseira que Dadá mandou.
OP - Por
que você acha que Lampião nunca atacou o Ceará?
VF - Porque tinha este respeito muito grande à figura de um mito cearense,
até hoje cultuado, o Padre Cícero.
OP - Um
mito tão ambíguo quanto o seu avô. Aliás, existe mito que não traga em si
contradições inconciliáveis?
VF - Realmente, não existe.
OP - O
cangaço perdeu mesmo aquela guerra?
VF - Perdeu não. Aquilo que perde, se perde. Acho que a cada dia aquele
movimento se torna mais forte, é a sensação que tenho como pesquisadora e por
sangue, mesmo. São 65 anos de morte e este assunto é apaixonante, vibrante,
polêmico. E tem que ser, senão não estaria sobrevivendo. O cangaço está muito
vivo em cada sertanejo. Nos momentos de opressão, de miséria, sempre Lampião
está presente na cabeça deles.
OP - Lampião
ultrapassou o sertão, ganhou o mundo...
VF - Ele chega a Sorbonne, né? Uma das coisas que me impressionou foi na
exposição itinerante que temos, Lampião, uma viagem pelo cangaço. Foi uma
empresa americana que patrocinou a gente. Em São Paulo, pra você ter uma idéia,
a exposição ficou três meses. E fomos para o Rio Grande do Sul. Comentei com
Amaury, do jeito que gaúcho é preconceituoso com nordestino... Porque a gente
tem esta visão, dada pela própria imprensa. Meia dúzia de pessoas que vão
ver... Mas foi impressionante, tinha dias que a gente não almoçava. Cheguei pra
uma professora de história, perguntei, por que este interesse? Ela disse,
primeiro, Vera, Lampião não tem fronteira, ele já não é mais apenas nordestino.
Outra coisa, qualquer revolução social nos interessa. Putzgrila!
OP - Luiz
Gonzaga ajudou bastante, ao cantar Lampião e seus feitos em todo o Brasil.
VF - Você sabia que Luiz Gonzaga, por duas vezes, quis entrar no cangaço?
Ele que me contou. A mãe dele pediu a meu avô pra não aceitar, mas a grande
vontade dele era seguir com meu avô. Dizem que meu avô deu uma incumbência a
Gonzaga, matar o padre da cidade dele. E é claro que ele não ia fazer isso
nunca. Esse nosso encontro foi emocionante, ele chorou que se acabou com minha
mãe. Ele me disse, eu quase que fazia parte, eu disse, inda bem que você não
fez, senão não estaria cantando a história. Por isso ele usava a indumentária
do cangaço, era uma maneira de estar presente. Eu digo que o cordel e Luiz
Gonzaga foram os divulgadores do outro lado do cangaço.
OP - Por
falar em Gonzagão, ele vai usar uma roupa inspirada na estética criada por seu
avô.
VF - Fico preocupada com isso, porque meu avô não foi estilista do
cangaço, foi Dadá. Dadá é quem trouxe as cores para o cangaço. Meu avô, que era
exímio artesão de couro, quando viu os embornais de Corisco, ficou alucinado.
Ela disse, eu faço. E fez os dois bornais. O chefe usou, todos passaram a usar.
E cada um começou a utilizar da sua maneira. Quem mudou o visual do cangaço foi
Dadá. Um pesquisador falou que Lampião foi um dândi do cangaço, mas não foi.
OP - E
como você vê a presença da mulher no cangaço?
VF - Dadá já vivia com o Corisco, mas numa localidade, Corisco ia lá. A
partir do momento em que meu avô levou a minha avó, a primeira mulher no
cangaço, os outros também levaram. Minha avó foi o símbolo do movimento
feminista na Itália, em 81, acho. Eram guerreiras. As mulheres não lutavam, não
carregavam armas pesadas, só um 38 pra se defenderem. A única mulher que pegou
em armas mesmo foi Dadá, pra defender o homem dela. Corisco, ferido nos dois
braços, não podia mais atirar. Mas elas estavam ao lado dele. Balão, um cangaceiro
que desencarnou em São Paulo, dizia que quem acabou o cangaço foram as
mulheres, porque eles começaram a ter a preocupação de defender as mulheres e
isso abria o flanco pra eles. Tanto é que Balão nunca casou no cangaço, tinha
medo de o corpo abrir. É o misticismo, que tem que ser respeitado. Mas as
mulheres humanizaram o cangaço, era a força da mulher abrandando aqueles
homens.
OP - Vi
um documentário sobre a roupa do cangaço, apresentado por Frederico
Pernambucano. De quem é aquele acervo?
VF - Este acervo estava com a família do tenente Zé Bezerra. Mané Velho,
que está vivo até hoje, foi o primeiro da volante que assumiu, temos isto dito
por ele: ''nós praticávamos as maiores atrocidades e dizíamos que eram os
cangaceiros'', ele assumiu. O cara é homem, na expressão da palavra. E ele
cortou, ele mesmo fala no relato, ele cortou a mão de Luiz Pedro pra tirar os
anéis e lembra que ele estava com dois relógios. Tem pesquisador que diz que
cangaceiro não usava relógio... Luiz Pedro estava com dois. A ordem do tenente
Bezerra era para o pessoal jogar todo o material apreendido num toldo, mas
muitos não acataram esta ordem e ficaram mesmo. Mas o tenente levou a maioria e
me fez uma proposta pra eu comprar aquilo, mas era um valor imensurável que até
hoje não tenho. Pra resgatar o que é nosso! Por lei, é nosso, é da família. E
aí o Frederico Pernambucano, através da Fundação Joaquim Nabuco, comprou este
material.
OP - O
como estão os projetos do Museu do Cangaço? Como você compõe o acervo?
VF - Não faço sozinha, tem que ter a participação de todos. Tem muita
gente que guarda material e objetos do cangaço. Se hoje elas tem um carinho pra
guardar, amanhã ninguém sabe se esse carinho vai continuar na família. O
governo da Bahia nos convidou, o de Alagoas. Mas nasci em Aracaju, meus avós
morreram em Sergipe e eu tenho uma peça viva da maior importância que é a minha
mãe, que nasceu lá. Queria pedir às pessoas que tivessem alguma coisa
relacionada ao cangaço, não só sobre Lampião e Maria Bonita, que ajudem a gente
a montar este acervo. Hoje tenho 70 punhais que foram comprovadamente usados
pelos bandos. Já temos um acervo até interessante mas uma das peças mais
importantes que tenho é um cacho de cabelo do meu avô. Temos uma colher de
prata que ele deu à irmã de minha avó, uma xícara que era da minha vó, toda
trabalhada, chiquérrima. Tenho uma arma Lugger alemã, que foi do meu avô.(Eleuda
de Carvalho).
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2003/03/19/noticiasjornalvidaearte,234623/a-neta-de-virgulino-e-br-o-filho-de-seu-chico.shtml
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