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sábado, 19 de março de 2022

PROGRAMA NAÇÃO NORDESTINA

 Por Conrado Matos

O PROGRAMA NAÇÃO NORDESTINA, deste domingo, 20.03.2022, às 08 horas, fará uma grande homenagem aos 167 anos de Aracaju. Terá também a participação especial da arquiteta Ana Libório e do publicitário Geraldo Guimarães, que fizeram uma entrevista com Luiz Gonzaga, no ano de 1983.

Progrma NAÇÃO NORDESTINA. 15 anos no ar. Sucesso no Nordeste, Brasil e o Mundo. Assista a live deste domingo, 21.03.2022, pelo facebook do Jornalista e radialista Paulo Corrêa. Para quem prefere o rádio, sintonize pelo aplicativo Radiosnet, Rádio Aperipê FM 106.1, do Estado de Sergipe.

NÃO PERCAM. Conhecimento eleva o homem de sabedoria. Aqui no NAÇÃO NORDESTINA é pura cultura. VAMOS APROVEITAR O QUE TEMOS DE MELHOR.

Conrado Matos - Sócio Honorário do Programa NAÇÃO NORDESTINA, Rádio Aperipê FM 106.1, do Estado de Sergipe.

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COMO ACABAR COM O CANGAÇO

 Por José Mendes Pereira


Há quem diga (não tenho a fonte, mas foi registrado este fato), que perguntado ao ex-cangaceiro Antonio Silvino, quando ele estava na cadeia o seguinte:

- Senhor  Antonio Silvino, se o senhor fosse uma autoridade do nordeste brasileiro, o que faria para acabar com o cangaço de uma ver por toda?
E o ex-cangaceiro simplesmente respondeu:
- Eu acabaria com a rede de coiteiros. O cangaço ainda vive, porque os coiteiros dão apoios aos cangaceiros. Sem eles, não haverá meios para eles sobreviverem nos sertões, roubando, matando e perseguindo os sertanejos. 

Foi bem pensada a resposta do bandoleiro Antonio Silvino, porque, cangaceiros nas caatingas, precisavam de alimentos, roupas, armas, munições..., e tinha que ter alguém encarregado para fazer compras de tudo que eles necessitavam. 

Mas acabar com a rede de coiteiros não seria tão fácil, porque, quem mandava naquele sertão sofrido, eram os cangaceiros. A necessidade daquela gente catingueira, era obrigada se render aos malfeitores. Mas mesmo assim, ou obedecia as suas exigências, ou eles matavam sem dó e sem piedade. Então, o melhor para proteger a sua vida, era se ajoelhar diante dos cangaceiros.

Eu posso não ter usado as palavras ditas pelo ex-cangaceiro Antonio Silvino, mas foi mais ou menos assim. Não estou criando fatos.

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FOTOS HISTÓRICAS DE CANGACEIROS DO BANDO DE LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira 

Da esquerda para a direita: Vila Nova, lá nos fundos, um cangaceiro desconhecido, Luiz Pedro, Amoroso, Lampião, Cacheado, Maria Bonita, Juriti, outro cangaceiro desconhecido e Quinta Feira. Foto do repórter Benjamim Abraão em 1936. Acervo Abafilm - Fortaleza-Ceará.

Corisco e sua companheira Dadá.

O cangaceiro Corisco foi assassinado em combate no dia 25 de maio de 1940, pelo tenente Zé Rufino. Dadá faleceu no ano de 1994 aos 78 anos.

O cangaceiro Gato e Inacinha

O cangaceiro Gato foi morto em combate no dia 28 de setembro de 1936. Inacinha faleceu vítima de câncer no ano de 1957.

Lampião e seu irmão Antonio Ferreira

No início do ano de 1927, na fazenda do coronel Ângelo da Gia, uns cangaceiros jogavam baralho, quando Luiz Pedro, sem intenções manobrou seu rifle, disparou e matou Antônio Ferreira, o irmão mais velho de Lampião. 

Uns foram avisar a Lampião que se encontrava num local distante, enquanto outros colegas o aconselharam:

- Luiz Pedro, corra que Lampião vai te matar.

Consciente de que o tiro não fora intencional, Luiz Pedro decidiu, corajosamente enfrentar  Lampião.

Quando Lampião chegou, ouviu aqueles que o aconselhavam que matasse Luiz Pedro. Mas outros, o defendiam alegando que fora um acidente.

O Capitão  voltando-se para Luiz Pedro disse-lhe:

- Se você tivesse fugido eu iria lhe procurá-lo para matá-lo. Mas, como você ficou e eu já conheço você de muito tempo, vou deixar você viver.  

Agradecido pelo voto de confiança do líder, alguns dizem que Luiz Pedro teria lhe dito:

- Seu Capitão, o senhor poupou minha vida. Eu juro acompanhá-lo até o fim. No dia em que o senhor morrer, eu morrerei também.

E foi verdade. No dia em que Lampião morreu, Luiz Pedro viajou com ele.

Vale lembrar aos amigos que neste período, a Maria Bonita nem sonhava ser um dia cangaceira.

 Canário com três cangaceiros - Ele é o primeiro da direita

Canário era o esposo da cangaceira Adília de Jesus. Segundo Rangel  Alves - 

AINDA SOBRE A MORTE DO CANGACEIRO CANÁRIO

*Rangel Alves da Costa

Bernardino Rocha era o nome daquele que foi alcunhado como Canário no bando de Lampião. Filho de Poço Redondo, no sertão sergipano, da prole de Seu Cante e Dona Virgem, na vida cangaceira teve como companheira a também poço-redondense Adília. No cangaço, atuou muito mais no subgrupo de Zé Sereno que mesmo ao lado do Capitão Lampião. Curiosamente, Canário, por sua compleição dura, rija, mal-encarada, era tido como um dos cangaceiros mais feios.

Segundo testemunhos da já falecida Adília, ainda nos tempos em que vivia na simplicidade de uma casa no Alto de João Paulo, distando cerca de um quilômetro da sede da cidade de Poço Redondo, o seu companheiro havia lhe negado muito do prometido. Mocinha nova, ainda assim seguiu com Canário à vida difícil por paixão. No entanto, não demorou muito para que a rudeza do companheiro fosse transformando o amor em negação. Afirmou Adília que chegou um tempo de não querer olhar nem pra cara do companheiro.

Suportou, contudo, até o ano de 38, após a Chacina de Angico, onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, foram emboscados e mortos por soldados da volante alagoana, comandados pelo tenente João Bezerra. Após isso, mesmo com a insistência de Canário em não se entregar às forças policiais, Adília seguiu até Propriá onde abdicou de vez de sua vida cangaceira. Depois viria saber que o seu companheiro havia sido traído e morto nos arredores de Poço Redondo, e pelas mãos de um primo seu: Teodomiro, o cangaceiro Penedinho.

O adiante segue faz parte de um relato produzido após uma recente visita que fiz ao local da traição e morte de Canário, dentro de uma propriedade que se distancia apenas cerca de três quilômetros de Poço Redondo, meu berço de nascimento. Eis:

“Fazenda Coruripe nas proximidades da cidade de Poço Redondo. Paisagem impressionante. Os lajedos embranquecidos agora ladeados por uma mataria verdejante. As chuvas caídas transmudaram o acinzentado das catingueiras e tufos de matos em imagens difíceis de ser encontradas pelos sertões. Em setembro de 38, já passado o período chuvoso, certamente que a moldura matuta já estava diferente, mas também de caatinga muito mais fechada e de verdadeiros labirintos espinhentos por todo lugar. Canário, ao lado do também cangaceiro Penedinho, não se abrigaria em local muito aberto, ainda que aí, dado ao leito arenoso propício à junção de águas, jamais pudesse ficar totalmente encoberto pela densa vegetação. A proteção maior estava mesmo nas laterais acidentadas, marcadas pela presença de pedras e lajedos. Um ambiente propício tanto à defesa como ao ataque. O cangaço já havia terminado com a morte de Lampião e parte do bando do bando pouco mais de um mês antes. Canário fugia agora era da volante que continuava nas pegadas dos cangaceiros que ainda não haviam se entregado. Ele sabia que Zé Rufino a qualquer momento poderia riscar por ali. E ele não queria se entregar de jeito nenhum. Mas foi surpreendido pela traição. Foi traído e morto por seu acompanhante Penedinho. Após balear e confirmar a morte de canário, então o traidor logo se dirigiu até a povoação baiana de Serra negra, quartel-general do comandante e caçador de cangaceiros Zé Rufino. A intenção de Penedinho era se livrar da prisão e outros horrores, fazendo sua entrega de forma honrosa. Segundo alguns autores, o crime perpetrado havia sido de mando, vingança encomendada por um coronel afamado e que havia tido uma vindita com Canário. De uma forma ou outra, a verdade é que após tomar conhecimento da morte, imediatamente Zé Rufino para os sertões sergipanos se dirigiu. Desta feita, objetivando catar alguma riqueza porventura deixada pelo cangaceiro morto, vez que Penedinho lhe havia confessado sobre a existência de muito dinheiro e ouro. Provavelmente não encontrou o esperado e, por isso mesmo, degolou o morto, arrancando fora a cabeça do famoso Canário, e como troféu com ela retornou para mostrar sua força. Contudo, teve um laivo de humanismo ao mandar providenciar o sepultamento dos restos putrefatos. Assim, os restos do ex-companheiro de Adília foram enterrados um pouco mais adiante, debaixo de um umbuzeiro ainda existente. E não faz muito tempo que a saliência da cova podia ser avistada pelos que por ali andejassem. Histórias do sertão. O livro vivo de Poço Redondo”.

Escritor

blograngel-sertao.blogspot.com - https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6731637

Maria Bonita

Foi a rainha do rei do cangaço, o Lampião. Durante oito anos o acompanhou pelas caatingas do nordeste brasileiro. Foi fiel a ele até o seu último dia de vida. Por mais que alguém queira levá-la a julgamentos, por desrespeito a Lampião, jamais isso foi confirmado pelos remanescentes do rei.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html

O cangaceiro Balão afirmou a alguns repórteres que todos os asseclas a respeitavam muito.

O cangaceiro Volta Seca deu seu testemunho, disse que o cangaceiro que por ventura tentasse  desrespeitar a rainha do cangaço, a Maria Bonita, já sabia qual seria o seu destino, pois Lampião não perdoava e o mataria sem prévio aviso. 

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FILHO DO CANGACEIRO GATO

José Maria filho do cangaceiro Gato - Noite Ilustrada - 1940 - Julho de 1981.

https://m.facebook.com/OCangacoNaLiteratura/photos/jos%C3%A9-maria-filho-do-cangaceiro-gato-noite-illustrada-1940-manchete-julho-de-1981/1706950742789402/

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BALÃO, PANCADA E MARIA JOVINA: O POLÊMICO TRIÂNGULO AMOROSO DO CANGAÇO

 Geovana de Matteo

Pancada e Maria Jovina, do bando de Lampião - Wikimedia Commons

Uma traição no cangaço poderia ser paga com pena de morte, mas Maria Jovina arriscou-se ao seduzir o amigo de seu marido.

Cangaço foi um dos movimentos de bandidismo mais famosos da história do Brasil. A sua atuação nos sertões causou desespero e violência entre a população — e caos entre as autoridades.

A jornalista Adriana Negreiros foi responsável por levantar um relevante debate sobre as relações amorosas dentro do bando de Lampião, e conta através da biografia 'Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço' as histórias dos casais do cangaço.

Umas das narrativas relatadas em seu livro expõe um triângulo amoroso entre três cangaceiros: BalãoPancada e Maria Jovina.

O cangaceiro Pancada era casado com Maria Jovina, que mais tarde seria reconhecida como Maria de Pancada. A moça entrara no bando ainda na adolescência, tendo uma aparência formosa: era baixinha, apesar de muito forte; pele clara, um rosto arredondado e um volumoso cabelo enrolado. 

Seu marido tinha a fama de todo cangaceiro, sendo muito grosseiro e violento. Segundo as histórias contadas por Negreiros, certa vez, irritado com a postura de sua mulher, obrigou-a a andar a pé em uma das viagens, enquanto ele ia o caminho todo sentado em seu cavalo. Além dos quilômetros de andanças, quando o cavalo abarrotava a correr, o homem puxava Maria pelos cabelos para acompanhar o galope.

Talvez seja por esses mal-tratos que Maria decidira trair seu esposo. De acordo com uma confissão do próprio Balão, que era um pouco conservador em relação à inclusão de mulheres no cangaço, a jovem moça teria o seduzido por conta própria.

Naquele dia Pancada teria pedido para o amigo que ele acompanhasse sua esposa em uma caminhada pela caatinga. Eles deveriam chegar à um ponto onde o cangaceiro tinha escondido alguns pertences pessoais.

Sem hesitações, os dois foram para o meio da mata seca, mas logo no início Balão foi surpreendido por Maria Jovina, que sem perder tempo agarrou o homem o provocando. "Dizem que você é muito macho nas brigadas, mas queria ver se você é homem mesmo", teria dito a mulher, que recebeu um "não diga isso, Maria, que depois você se arrepende" como resposta de Balão.

A verdade é que ele defendia arduamente o celibato entre os cangaceiros. Para o homem, o sexo o deixaria fraco como uma melancia, e desse modo, ficaria mais propenso a ter uma bala atravessada em seu corpo — crença conhecida como "corpo fechado".

“Eles acreditavam, por exemplo, que o sexo abria o corpo e deixava o cangaceiro sem proteção contra as balas da polícia. Os cangaceiros eram figuras, como o nordestino e o sertanejo no geral, muito místicas. Eles tinham que tomar banho, se purificar, e ninguém tinha uma garantia de quando o corpo ia fechar de novo. Então tinha esse caldo de cultura que já afastava as mulheres do bando”, explica Wagner G. Barreira, autor do livro Lampião e Maria Bonita: Uma história de amor entre balas (2018), em entrevista exclusiva para o site Aventuras na História.

No entanto Maria não desistiu, acusando-o de ter medo de Pancada, até que já não aguentando mais, Balão pegou a mulher e a imobilizou entre mandacarus e xique-xiques, consumando o fato.

Depois disso, eles foram cumprir a sua tarefa, e antes de voltarem para o abrigo onde estavam todos, fizeram sexo mais uma vez. O segredo foi mantido por anos, já que o código do cangaço determinava que as mulheres deveriam ser fiéis e submissas aos seus maridos. Dessa forma, se a traição fosse descoberta, Pancada poderia penalizar Maria da forma que preferisse, podendo chegar até mesmo a matá-la.

Segundo a autora Adriana Negreiros, "'pertencer' é a expressão que melhor explica a relação matrimonial entre os cangaceiros e suas companheiras. No bando, quer tratassem suas mulheres com mesuras, quer as agredissem fisicamente, os cangaceiros as consideravam suas propriedades."

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Os cangaceiros, de Luiz Bernardo Pericás (2010) - https://amzn.to/30SLA9O

Apagando o Lampião, de Frederico Pernambucano de Mello (2018) - https://amzn.to/2TVp7HO

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https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/balao-pancada-e-maria-jovina-o-polemico-triangulo-amoroso-do-cangaco.phtml

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LIVRO DO GERALDO MAIA

  Autor Geraldo Maia do Nascimento


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CANGACEIRA "MARIA DE PANCADA" - DEPOIMENTO.

 Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=mnmCrvI00pk

Depoimento da cangaceira "Maria Jovina" (Maria Adelaide de Jesus) cedido ao extinto Jornal carioca "A Noite", cuja matéria foi publicada em sua edição de 14 de novembro de 1938.

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Valeu Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior

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