Por José Mendes Pereira
Da esquerda
para a direita: Vila Nova, lá
nos fundos, um cangaceiro desconhecido, Luiz Pedro, Amoroso, Lampião, Cacheado,
Maria Bonita, Juriti, outro cangaceiro desconhecido e Quinta Feira. Foto do
repórter Benjamim Abraão em 1936. Acervo Abafilm - Fortaleza-Ceará.
Corisco e sua companheira Dadá.
O cangaceiro Corisco foi assassinado em combate no dia 25 de maio de 1940, pelo
tenente Zé Rufino. Dadá faleceu no ano de 1994 aos 78 anos.
O cangaceiro
Gato e Inacinha
O cangaceiro Gato foi morto em combate no dia 28 de setembro de 1936. Inacinha
faleceu vítima de câncer no ano de 1957.
Lampião e seu
irmão Antonio Ferreira
No início do ano de 1927, na fazenda do coronel Ângelo da
Gia, uns cangaceiros jogavam baralho, quando Luiz Pedro, sem intenções
manobrou seu rifle, disparou e matou Antônio Ferreira, o irmão mais velho
de Lampião.
Uns
foram avisar a Lampião que se encontrava num local distante, enquanto
outros colegas o aconselharam:
- Luiz Pedro, corra que Lampião vai te matar.
Consciente de que o tiro não fora intencional, Luiz Pedro decidiu,
corajosamente enfrentar Lampião.
Quando Lampião
chegou, ouviu aqueles que o aconselhavam que matasse Luiz Pedro. Mas
outros, o defendiam alegando que fora um acidente.
O Capitão voltando-se para Luiz Pedro disse-lhe:
- Se você tivesse fugido eu iria lhe procurá-lo para matá-lo. Mas, como você ficou e
eu já conheço você de muito tempo, vou deixar você viver.
Agradecido pelo voto de confiança do líder, alguns dizem que Luiz Pedro teria lhe dito:
- Seu Capitão, o senhor poupou minha vida. Eu juro acompanhá-lo até o fim.
No dia em que o senhor morrer, eu morrerei também.
E foi verdade. No dia em que Lampião morreu, Luiz Pedro viajou com ele.
Vale lembrar aos amigos que neste período, a Maria Bonita nem sonhava ser um dia cangaceira.
Canário com três cangaceiros - Ele é o primeiro da direita
Canário era o esposo da cangaceira Adília de Jesus. Segundo Rangel Alves -
AINDA SOBRE A
MORTE DO CANGACEIRO CANÁRIO
*Rangel Alves
da Costa
Bernardino
Rocha era o nome daquele que foi alcunhado como Canário no bando de Lampião.
Filho de Poço Redondo, no sertão sergipano, da prole de Seu Cante e Dona
Virgem, na vida cangaceira teve como companheira a também poço-redondense
Adília. No cangaço, atuou muito mais no subgrupo de Zé Sereno que mesmo ao lado
do Capitão Lampião. Curiosamente, Canário, por sua compleição dura, rija,
mal-encarada, era tido como um dos cangaceiros mais feios.
Segundo
testemunhos da já falecida Adília, ainda nos tempos em que vivia na
simplicidade de uma casa no Alto de João Paulo, distando cerca de um quilômetro
da sede da cidade de Poço Redondo, o seu companheiro havia lhe negado muito do
prometido. Mocinha nova, ainda assim seguiu com Canário à vida difícil por
paixão. No entanto, não demorou muito para que a rudeza do companheiro fosse
transformando o amor em negação. Afirmou Adília que chegou um tempo de não
querer olhar nem pra cara do companheiro.
Suportou,
contudo, até o ano de 38, após a Chacina de Angico, onde Lampião, Maria Bonita
e mais nove cangaceiros, foram emboscados e mortos por soldados da volante
alagoana, comandados pelo tenente João Bezerra. Após isso, mesmo com a
insistência de Canário em não se entregar às forças policiais, Adília seguiu
até Propriá onde abdicou de vez de sua vida cangaceira. Depois viria saber que
o seu companheiro havia sido traído e morto nos arredores de Poço Redondo, e
pelas mãos de um primo seu: Teodomiro, o cangaceiro Penedinho.
O adiante
segue faz parte de um relato produzido após uma recente visita que fiz ao local
da traição e morte de Canário, dentro de uma propriedade que se distancia
apenas cerca de três quilômetros de Poço Redondo, meu berço de nascimento. Eis:
“Fazenda
Coruripe nas proximidades da cidade de Poço Redondo. Paisagem impressionante.
Os lajedos embranquecidos agora ladeados por uma mataria verdejante. As chuvas
caídas transmudaram o acinzentado das catingueiras e tufos de matos em imagens
difíceis de ser encontradas pelos sertões. Em setembro de 38, já passado o período
chuvoso, certamente que a moldura matuta já estava diferente, mas também de
caatinga muito mais fechada e de verdadeiros labirintos espinhentos por todo
lugar. Canário, ao lado do também cangaceiro Penedinho, não se abrigaria em
local muito aberto, ainda que aí, dado ao leito arenoso propício à junção de
águas, jamais pudesse ficar totalmente encoberto pela densa vegetação. A
proteção maior estava mesmo nas laterais acidentadas, marcadas pela presença de
pedras e lajedos. Um ambiente propício tanto à defesa como ao ataque. O cangaço
já havia terminado com a morte de Lampião e parte do bando do bando pouco mais
de um mês antes. Canário fugia agora era da volante que continuava nas pegadas
dos cangaceiros que ainda não haviam se entregado. Ele sabia que Zé Rufino a
qualquer momento poderia riscar por ali. E ele não queria se entregar de jeito
nenhum. Mas foi surpreendido pela traição. Foi traído e morto por seu
acompanhante Penedinho. Após balear e confirmar a morte de canário, então o
traidor logo se dirigiu até a povoação baiana de Serra negra, quartel-general
do comandante e caçador de cangaceiros Zé Rufino. A intenção de Penedinho era
se livrar da prisão e outros horrores, fazendo sua entrega de forma honrosa.
Segundo alguns autores, o crime perpetrado havia sido de mando, vingança
encomendada por um coronel afamado e que havia tido uma vindita com Canário. De
uma forma ou outra, a verdade é que após tomar conhecimento da morte,
imediatamente Zé Rufino para os sertões sergipanos se dirigiu. Desta feita,
objetivando catar alguma riqueza porventura deixada pelo cangaceiro morto, vez
que Penedinho lhe havia confessado sobre a existência de muito dinheiro e ouro.
Provavelmente não encontrou o esperado e, por isso mesmo, degolou o morto,
arrancando fora a cabeça do famoso Canário, e como troféu com ela retornou para
mostrar sua força. Contudo, teve um laivo de humanismo ao mandar providenciar o
sepultamento dos restos putrefatos. Assim, os restos do ex-companheiro de
Adília foram enterrados um pouco mais adiante, debaixo de um umbuzeiro ainda
existente. E não faz muito tempo que a saliência da cova podia ser avistada
pelos que por ali andejassem. Histórias do sertão. O livro vivo de Poço
Redondo”.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com - https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6731637
Maria Bonita
Foi a rainha do rei do cangaço, o Lampião. Durante oito anos o acompanhou pelas
caatingas do nordeste brasileiro. Foi fiel a ele até o seu último dia de vida.
Por mais que alguém queira levá-la a julgamentos, por desrespeito a Lampião,
jamais isso foi confirmado pelos remanescentes do rei.
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html
O cangaceiro Balão afirmou a alguns repórteres que todos os asseclas a
respeitavam muito.
O cangaceiro Volta Seca deu seu testemunho, disse que o cangaceiro que por
ventura tentasse desrespeitar a rainha do cangaço, a Maria Bonita, já
sabia qual seria o seu destino, pois Lampião não perdoava e o mataria sem
prévio aviso.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com