José Grosso,
irmão querido,
Bom semeador,
Teu caminho
tão florido,
Esplende amor!
Entre aplausos
e alegrias,
Vibramos nós,
Ao ouvirmos
neste dia,
A tua voz!
A vibração,que
se eleva no ambiente,
É oração, para
quem está doente!
Ó mensageiro,
da Seara de Jesus,
Querido
obreiro, nós rogamos tua luz!
Mensageiro de
bondade,
Envolto em
luz,
Semeando a
caridade,
Que a Deus
conduz!
Bendizemos tua
presença,
Bondoso irmão,
Alegrando
nesta crença,
O coração...
A vibração,que
se eleva no ambiente,
É oração, para
quem está doente!
Ó mensageiro,
da Seara de Jesus,
Querido
obreiro, nós rogamos tua luz!
No ano de
1932, o Estado do Ceará foi açoitado por uma das piores secas de sua tão
sofrida e heroica história. Não bastassem as convulsões causadas pelas
transformações políticas e sociais vividas por nosso País, o Nordeste
brasileiro se horrorizava com as estripulias de Virgulino Ferreira da Silva, o
Lampião, figura que assombrou os sertões nordestinos durante cerca de vinte
anos com sua guerra de vinditas contra “aqueles que nele estreparam os espinhos
da injustiça”, até 1938, ano de sua morte. Sua ação foi extensiva à grande área
dos sertões de sete Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, R.G.
do Norte e Sergipe. Mesmo palco onde "O Conselheiro" chamado
Antonio Vicente Mendes Maciel em Canudos foi injustiçado. Antonio
Conselheiro, cearense, combatia a República dizia que a terra era de
Deus e ninguém poderia pagar impostos para viver. Por volta de 1897
seus seguidores, crianças, idosos, mulheres foram mortos pelo Exército
Brasileiro para servir de exemplo que não permitiria rebelião.
Nova rebelião agora por Lampião possuidor de veia poética, compôs o seguinte
sinistro soneto enaltecendo suas qualidades de cangaceiro e poeta: “Meu rifle
atira cantando/Em compasso assustador. /Faz gosto de brigar comigo/Porque sou
bom cantador. /Enquanto o rifle trabalha/Minha voz longe se espalha/Zombando do
próprio horror! ” Também de sua lavra é a composição ‘Mulher Rendeira’,
posteriormente imortalizada na voz do cantor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Coadjuvado por homens de caracteres semelhantes ao seu, Lampião e seu bando
cumpriram uma infeliz sina em sua pungente romagem terrena. Ficaram famosos
também os seus companheiros de infortúnio: Antônio e Livino (seus irmãos),
Antônio Matilde, Luís e José Fragoso, Antônio do Gelo, Meia-Noite, Gato, Ioiô,
Luís Pedro, André Sipaúba, Corró, Muriçoca, Sabiá, Chá Preto, Corneteiro, entre
outros.
No ano de 1896, num lugarejo pobre, próximo do Crato, hoje próspera cidade do
Estado do Ceará, nascia José da Silva, que posteriormente viria a ser conhecido
por José Grosso, filho de Jerônimo e Francisca, pais de outros oito filhos.
Começa aqui a teia do destino que vai ligar José Grosso a Virgulino.
Jose Grosso e seu irmão Palminha tinham conhecimento da medicina homeopática,
ou seja curava os cangaceiros doentes e feridos. Minha esposa Marilena Henklain
foi sua secretaria por diversos anos em Paulo Afonso quando ele na espiritualidade
continuava fazendo o receituário para os mais carentes. Nas reuniões mediúnicas
ele além de Mentor, junto com Jesus, ainda doutrinava como nunca vi. Tenho
todas as informações para escrever o livro que aguardo autorização espiritual
para publicá-lo cujo título será "Doutrinação por um espírito".
O médium Francisco de Assis Souza de Feira de Santana era nosso
companheiro e irmão que sempre sofreu as obsessões dos espíritos que não o
queriam na tarefa redentora de pregar o Evangelho e curar os necessitados como
todos nós. Era com Francisco, o Chico que ele entrava em sintonia espiritual e
dava os recados para a terra.
Lampião quando
precisava do atendimento aos componentes do bando mandava dois cangaceiros a
frente para avisá-lo que chegariam em breve. Por não concordar com as atitudes
criminosas do bando, que feriam seus princípios de homem justo e bom, decidiu
adotar uma perigosa atitude que mais tarde lhe traria graves consequências. Em
razão disso ele avisava a população que o bando chegaria. As pessoas escondiam
os bens, saiam da cidade ou enterravam seus metais preciosos.
Como dissemos
acima, o ano de 1932 registrou uma das piores estiagens que assolaram o Estado
do Ceará. Essa ocorrência climática e suas terríveis consequências vieram
juntar-se ao fenômeno do cangaceirismo, fruto das condições sociais vigentes.
Pelo sertão espalhava-se a fama de Lampião com sua figura romanesca associada à
do herói que tira dos ricos para dar aos pobres, um Robin Hood das caatingas
nordestinas.
José Grosso que, em seu íntimo, sonhava, como de resto todos os sertanejos
nordestinos, com uma terra de paz, sem fome e com a Justiça amparando também os
pobres e os fracos. Algumas vezes Jose Grosso acompanhava o grupo de
Lampião por imposição dos seus integrantes como em uma de sua
passagem pela região de Orós, hoje um município do Estado do Ceará.
Sem intenção de delatar aquele bando às autoridades policiais, passou a alertar
com antecedência às populações das cidades que Lampião tencionava invadir,
impedindo, assim, que muitas pessoas viessem a ser violentadas ou assassinadas,
na onda da fúria insana do cangaceiro e seus sequazes.
Denunciado por alcaguetes, foi levado à presença de Virgulino. Julgado e
condenado pelo júri pessoal do bandoleiro, teve seus olhos perfurados à faca,
como represália pela traição cometida.
Eles mandaram Palminha correr e atiraram pelas costa, o corpo caiu inértil mas,
o espirito continuou correndo nos relatou José Grosso. Dizendo-nos que bom era
o seu irmão Palminha quando o agradecíamos por tantos motivos de cura.
Cego, foi abandonado, ficando perdido e sozinho, vagando desorientado naquelas
solitárias e espinhentas brenhas sertanejas.
Não demorou muito e foi acometido de infecção generalizada causada pela
mutilação que lhe fizera Lampião. Para não sofre mais ele foi picado por
uma cobra motivando sua desencarnação, no ano de 1936, aos quarenta anos
de idade.
Dizem que o Espírito José Grosso se comunica em muitos Centros Espíritas
espalhados Brasil afora. Posso citar em BH o grupo da irmã Ló, o Centro
Espirita Joana d!Angelis em Paulo Afonso-Ba, outro em Olinda em Pernambuco e
outro no Ceará cuja pessoas conhecemos e com as mesmas historias e poucas
discordâncias entre si.
Entidade amiga, dotada de bons sentimentos, reencarnou diversas vezes na Terra.
Exerceu poder e autoridade na antiga Germânia (Alemanha), quando então tinha o
nome de Johannes, homem rígido, disciplinado e místico, tendo desencarnado por
volta do ano de 751dC. Renasceu também na Holanda, onde exerceu o alto cargo de
Adido Diplomático, convivendo, dessa forma, com a alta classe daquele país e
também com a corte de Francisco I, rei de França.
Logo que desencarnou no Brasil, em 1936, foi recebido na Espiritualidade pelos
Espíritos Scheilla e Joseph Gleber, os quais mantiveram laços com ele quando de
sua romagem terrena na Germânia.
Em 1949, ano de suas primeiras manifestações, conduzido que foi ao Centro
Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, pelos Espíritos acima citados, dizia
“ser folha caída dos ventos do Norte”.
Entre os médiuns por meio dos quais se comunicava, destaca-se Peixotinho
(Francisco Peixoto Lins), extraordinário médium de efeitos físicos,
notabilizado pelas materializações luminosas, nascido na cidade de Pacatuba,
Ceará, em 1° de fevereiro de 1905 e citado na obra Materializações Luminosas,
de Rafael Ranieri.
Sua caminhada no plano espiritual recebeu também a orientação do Espírito
Glacus. Tem-se a informação de que o Espírito José Grosso ainda hoje coopera
nas reuniões de efeitos físicos em vários centros espíritas e que se dedica
atualmente a trabalhos na Fraternidade Espírita Irmão Glacus.
Ombreando com Peixotinho e Bezerra de Meneses, este cognominado por muitos como
‘O Allan Kardec Brasileiro’, José Grosso integra as hostes espirituais onde
provavelmente transitam outros Espíritos Benfazejos que viveram no sofrido mas
abençoado Estado do Ceará, Terra da Luz!
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