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terça-feira, 1 de março de 2016

EM PRIMEIRA-MÃO... EXUMAÇÃO DOS RESTOS MORTAIS DE DURVINHA COMPANHEIRA DO CANGACEIRO MORENO.

Por Geraldo Júnior

Sepultada inicialmente em cova comum no Cemitério da Consolação em Belo Horizonte/MG, Durvinha teve seus restos mortais exumados e transferidos para o Cemitério da Saudade, também na capital mineira, onde atualmente está sepultada ao lado de Moreno, seu companheiro de cangaço e de vida.


A construção do novo túmulo que hoje abriga os restos mortais de Moreno e Durvinha só foi possível graças a uma Petição realizada pelo Dr. Ivanildo Silveira (Natal/RN) ao Dr. Márcio Lacerda então Prefeito de Belo Horizonte/MG, este último em reconhecimento a importância histórica dos personagens atendeu à solicitação doando o terreno e dando início à construção da última morada dos antigos integrantes do bando de Lampião.

Após o término da obra os restos mortais de Moreno que estavam enterrados em cova comum no Cemitério da Saudade foram transferidos para o novo jazigo, enquanto Durvinha que havia sido enterrada também em cova comum, porém no Cemitério da Consolação, teve seus restos mortais exumados e transferidos para o Cemitério da Saudade, onde atualmente ambos... finalmente... descansam em paz.

Apenas lembrando aos amigos (as) que a exumação ocorreu há algum tempo atrás. Vou tentar descobrir a data exata e público na próxima matéria sobre o assunto.

Continua...

Fotografia gentilmente cedida pela amiga Lili Neli Conceição, filha do casal cangaceiro Moreno e Durvinha.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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Luiz Ruben F. de A. Bonfim
Economista e Turismólogo
Pesquisador do Cangaço e Ferrovia

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GITIRANA E SUA PRISÃO NA BAHIA

 Por Globo

"Foi preso pela Polícia baiana, nos limites do Ceará, depois de difícil perseguição pelos sertões deste Estado, de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, Antônio José dos Santos, vulgo “Gitirana”, último dos bandoleiros que infestavam o sertão. Gitirana cercado pela polícia prometeu entregar-se, mas aproveitando o relaxamento de perseguição fugiu, afinal, sendo detido no município pernambucano de Salgueiros. Gitirana tem 26 anos de idade sendo já famoso por proezas cometidas no bando de Lampião. Preso indicou à polícia o local das caatingas onde escondera o seu armamento composto de um fuzil tipo 1908, uma pistola automática e abundante munição para ambas."

“O GLOBO” – 07/08/1940

Gitirana, a companheira e a filha

A Prisão de “Gitirana” representa o fim definitivo do cangaço nos sertões da Bahia.

É breve a história do último cangaceiro que a polícia baiana deteve.

“Gitirana”, órfão de pais, vivia no município de Pão de Açúcar, em Alagoas, onde cresceu e se fez homem, sob o fascínio das lendas e contos em torno dos cangaceiros. “Lampião”, “Corisco” eram nomes de legenda cujas façanhas um grupo de jovens ambiciosos imaginava poder reproduzir, pois só se atribuem à sedução dos feitos de valentia e bravura dos sinistros taladores do sertão nordestino.

“Gitirana” cujo pendor era acentuado para a vida aventurosa do banditismo, foi um dia convidado, por um emissário de “Corisco” para participar de seu bando. Aceitou, orgulhosos, e desde então figurou no grupo assassino, igual em crueldade ao chefe e aos companheiros de crime. Mas teve desilusões. A vida de que ele participou com requintada perversidade e temerária audácia ofereceu-lhe reversos de desencanto, principalmente na parte que diz com a perseguição da polícia. No arraial da Carira, viu, certa vez, uma cabocla de que gostou. Levou-a consigo.

Era Maria de Jesus que aparece na fotografia junto do cangaceiro. Talvez tenha sido por ela que veio a abandonar os companheiros, e refugiar-se às margens do São Francisco. Aí soube que a polícia o buscava. Voltou ao sertão para viver numa disparada inquieta, sempre perseguido por forças volantes. Resolveu, afinal, entregar-se e agora está recolhido à Cadeia da Bahia onde espera julgamento pelos crimes que cometeu.

E a caatinga ficou liberta do seu último cangaceiro.

O GLOBO – 09/08/1940
Postagem Facebook - Gentileza de Antonio Correa Sobrinho

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SE EU NÃO VOLTAR...

Por Rangel Alves da Costa*

A vida é mistério, o viver é segredo. Ninguém tem certeza de nada. Ninguém sabe o que acontecerá no instante seguinte. Basta abrir a porta e tudo se transformar numa distância sem fim. Por isso é que sempre mantenho um escrito abaixo do copo com água e ramo de flor. E diz:

Se eu não voltar, peço que não se esqueça de acender uma vela aos pés do oratório assim que o sino da igrejinha tocar ao cair da noite. E, acaso deseje e sua fé permitir, que ore o Pai Nosso, no silêncio da voz e no diálogo com Deus.

Se eu não voltar, peço que dê alpiste e água ao passarinho e aos demais pássaros que chegarem ao redor da janela. Logo ao pé da parede, junto ao jardim ressequido, há um local apropriado para a comida e a bebida. Ele chega sempre depois que a alva da manhã começa a chamar o sol.

Se eu não voltar, peço que abra o meu guarda-roupa e espalhe bolinhas de naftalina pelos cantos. Não importa que mais tarde minhas vestes fiquem com cheiro docemente envelhecido. Também não importa que o cheiro forte faça lembrar roupa velha, pois só se guarda aquilo que se ama e só se preserva para o uso aquilo que se gosta.

Se eu não voltar, peço que abra o meu baú e reúna num só álbum todas as fotografias que restam espalhadas. Encontrará o pequeno baú em cima do guarda-roupa e a chave dentro da gaveta da escrivaninha. Só peço que tenha o cuidado de não misturar retratos mais novos com aqueles já amarelados de tempo. Meus pais e meus avós, com feições já desgastadas de afago, logo no início, e somente depois o restante das vidas que restaram fotografadas. A minha, de meus irmãos, de meus parentes e amigos.

Se eu não voltar, peço que de vez em quando passe um espanador por cima das molduras espelhadas que se alongam pelas paredes. São retratos antigos, também já amarelados, mas representando os bens mais valiosos de toda uma história familiar, desde antigas raízes. Não se importe acaso encontre alguma que pareça sorrindo, outra que pareça chorar ou ainda outra de tristeza pujante. São assim mesmo, pois ainda vivem. Ao menos em mim continuam eternizados.


Se eu não voltar, peço que não deixe às traças os meus livros na estante. Sei que não tem tempo para isso, mas de vez em quando eu puxava um Jorge Amado e ficava dialogando com aquelas moças brejeiras, com os coronéis do cacau, com os meninos de cais e sofrimento. Fazia o mesmo com José Mauro de Vasconcelos. Com este era quase uma briga, pois jamais aceitava tamanho sofrimento como aquele infligido ao menino Zezé e seu pé de laranja lima.

Se eu não voltar, peço que guarde todos os meus cds e discos de músicas clássicas. Pode ouvir se quiser, mas depois tenha o cuidado de não deixar nenhum por cima de qualquer lugar. Sonatas, noturnos, cantatas, missas, valsas, prelúdios, tudo que possa encantar ao entardecer e quando a noite cai. Por mim - e também por Tchaikovsky, Brahms, Bach, Vivaldi, Beethoven, Dvorak e muitos outros -, peço que não permita ao desalento o que há de mais doce à humana alma.

Se eu não voltar, peço que vá recolher as frutas no quintal ao amanhecer. Após a porta dos fundos, após o velho pilão e o tronco de baraúna deitado ao chão, há uma diversidade de árvores que brotam frutos nas estações. Um mamoeiro, uma mangueira, uma goiabeira, um sapotizeiro. Não requer nenhum trabalho, basta olhar para o chão e encontrará uma colcha apetitosa de frutas caídas e prontas ao saborear.
Se eu não voltar, peço que de vez em quando me substitua num ato solene de vida, de existência, de necessidade espiritual. Na beira do cais, já quando o horizonte entristecer de seu fogo, espere a sombra da noite chegar e a luar começar a passear ao redor de tudo. Então caminhe descalço por aquela areia, enquanto escreve palavras desconexas na língua das ondas. E depois ouça o murmúrio das palavras escritas. E assim ouvirá a mais bela poesia.

Se eu não voltar, peço que não se preocupe e não pense em me procurar. Estarei bem onde estiver. Talvez apenas do lado de fora da casa ou numa estrada longínqua. Talvez escondido na copa de alguma árvore ou ajoelhado contrito perante o altar da igreja mais distante. Ou já de retorno depois de haver colhido a flor e o espinho. Ou permanecendo numa cruz de breve epitáfio: Ele a Deus retornou!

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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Geraldo Antônio de Souza Júnior 


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ATÉ A DISNEY JÁ SE RENDEU À FASCINANTE HISTÓRIA CANGACEIRA.


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Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço - Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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CANGACEIRO NOVO TEMPO E O OSCAR

Por Raul Meneleu mascarenhas

A natureza humana é contundente quando se trata de sobrevivência. O homem tem um poder quase divino embora como diz o dito popular "para morrer basta estar vivo".


Com esse filme "O Regresso", que deu o Oscar a Leonardo DiCaprio, e que foi inspirado em eventos reais, é uma experiência cinematográfica imersiva e visceral que capta a épica aventura de um homem por sobrevivência e o extraordinário poder do espírito humano.

A estória é baseada em uma expedição pelo desconhecido deserto americano, com o lendário explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) que foi brutalmente atacado por um urso e deixado como morto pelos membros de sua própria equipe de caça.


Em uma luta para sobreviver, Glass resiste à dor inimaginável, bem como à traição de seu confidente, John Fitzgerald (Tom Hardy). Guiado pela força de vontade e pelo amor de sua família, Glass deve navegar um inverno brutal em uma incessante busca por sobrevivência e redenção.
  

Com esse filme, LEMBREI do ocorrido com o cangaceiro chamado Novo Tempo, cunhado de Zé Sereno, chefe de grupo de Lampião, e irmão mais novo da cangaceira Sila.

Os relatos da odisseia de Novo Tempo, que se chamava Abdias, encontra-se nos escritos dos pesquisadores e historiadores do cangaço, Antônio Amaury e Alcino Alves, que contam em seus respectivos livros "Gente de Lampião" e "Mentiras e Mistérios de Angico" - embora se complementem, existem variações nos relatos, - mas contam o triste acontecimento com esse cangaceiro, atingido nos dois braços, varados pelas balas da Volante de Zé Rufino, no tiroteio chamado de "Fogo da Laginha, na Lagoa do Domingo João" - escapou com vida.

Passou três dias varando a caatinga para ir a uma das fazendas de Antonio Caixeiro e ao chegar quase morto pedindo socorro, foi traido por um dos cabras da fazenda chamado Zé Vaqueiro que ao lhe socorrer viu que ele estava mais pra lá que pra cá e lhe deu um tiro na cabeça.

Imaginem que o cangaceiro depois de levar balaços nos dois braços, inclusive ficou aleijado de um, arrastar-se por vários dias, terem seus ferimentos apodrecidos e comidos pelas larvas da Varejeira, ainda receber um tiro na cabeça, voltar a se arrastar para outro local e levar mais alguns dias nesse sofrimento, sobreviver!

Pois é... só mesmo um milagre né mesmo?

Esse cangaceiro também passou pelo ataque na Grota de Angico, escapando das balas das volantes, conseguiu fugir, e terminar seus dias em velhice, lá pras bandas de Minas Gerais.

Foi um sobrevivente! Merecia um Oscar.

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