Fonte: www1.folha.uol.com.br
Cinco dias após o naufrágio do navio Costa Concordia, na Itália, brasileiros que viajavam na embarcação Grand Celebration e souberam do acidente a bordo relatam tensão em alto-mar. O navio chegou ontem ao porto do Rio.
Veterana em cruzeiros esse é o quinto de que participa, a funcionária pública aposentada Edeinee Maffei, 77, diz que o clima no navio era de preocupação. "Fizemos um cursinho antes de embarcar, ensinando a usar o colete, onde descer caso algo acontecesse, mas aquelas imagens [do naufrágio] deixaram todos assustados."
Os efeitos do acidente no mercado de cruzeiros ainda são incertos, mas já começam a ser sentidos no Brasil. O escritório da Costa Cruzeiros em São Paulo admitiu que desde anteontem recebe ligações de clientes por causa do naufrágio na Itália. O volume da procura, porém, não foi revelado pela empresa.
O departamento jurídico da Costa informou que, por ora, para desistência de cruzeiro da Costa no Brasil, as condições de cancelamento não foram modificadas. Serão mantidas as penalidades previstas em contrato.
Quem já havia comprado pacotes para o próprio Costa Concordia em datas futuras receberá reembolso integral do valor pago mais uma carta de crédito para um cruzeiro futuro, correspondente a 30% desse valor. Passageiros devem solicitar informações pelo email sac@br.costa.int.
"No momento existe uma cautela. Algumas pessoas estão nos telefonando preocupadas, mas os navios passam por inspeções", disse à reportagem Edmar Bull, vice-presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).
Segundo a entidade, de outubro de 2011 a maio de 2012 partirão 17 navios com 894 mil turistas pela costa do Brasil. É um crescimento de 12% ante a temporada anterior.
Nos últimos cinco anos, o número de cruzeiros marítimos cresceu 35% ao ano, e o de passageiros, 13% no país.
A agência de viagens Nascimento Turismo declarou que ainda não sofreu impacto em suas vendas de pacotes de cruzeiros. E descarta que isso ocorra porque "o acidente [na Itália] não foi falha de equipamento, foi humana".
Em nota ontem, a Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) também reforçou que "as empresas de cruzeiros obedecem a rígidas normas de segurança de organismos internacionais".