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terça-feira, 7 de maio de 2019

O CANGACEIRO CAJAZEIRA


Publicado a 05/08/2018

O Odisseia Cangaço percorreu as caatingas de Poço Redondo-SE e Pedro Alexandre-BA, a antiga Serra Negra, para contar a história de Zé de Julião, o cangaceiro Cajazeira. Vamos conhecer as aventuras desse cabra que sobreviveu ao ataque em Angico, mas que foi morto por lutar pela justiça. Confira nesse vídeo a entrevista com a Dona Nisse, que foi quem recebeu as urnas roubadas das mãos do próprio Zé de Julião e, sem saber, entrou para a história do cangaço. Se inscreva no Canal Odisseia Cangaço, ative as notificações e fique por dentro de todas as histórias do cangaço.

Categoria
Música neste vídeo
Canção
Artista
Nicolas Krassik
Álbum
Cacua
Licenciado ao YouTube por
[Merlin] Danmark Music Group (em nome de Rob Digital); UMPG Publishing, SOLAR Music Rights Management, LatinAutor - UMPG, EMI Music Publishing, UMPI, LatinAutor - SonyATV, LatinAutor e 1 sociedades de direitos musicais

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PENSANDO NA CAMONGA

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.106

SERRA DA CAMONGA E AÇUDE DO BODE. (FOTO: LIVRO 230/B. CHAGAS).
Deixando o rio Ipanema, vamos pensando seriamente em subir a serra da Camonga, no município de Santana. O citado monte está situado a cerca de três quilômetros da sede, em direção norte. Ultimamente a serra foi descoberta pelos praticantes de escaladas e outros esportes afins. Com cerca de quatrocentos metros de altitude, a montanha tem subida gradativa até chegar à cabeça rochosa com perigoso precipício. É nessa cabeça rochosa, virada em direção à cidade que os praticantes de esportes radicais formalizam suas incursões. A serra da Camonga não é a mais alta de Santana do Ipanema, mas juntamente com a serra do Cabeça Vermelha aguardam aventureiros diversos. Claro que não iremos praticar esporte, mas apenas curtir as paisagens em todos os ângulos.
Tínhamos uma fazenda no pé da serra, chamada Timbaúba, com as condições de duas rotas de chegada. Seguir pelo caminho a que chamamos Colégio Estadual ou seguir pela estrada do Povoado São Félix, entrando a esquerda na subida da ladeira da Camonga. Particularmente desperdicei vários convites ao lombo da Camonga; um deles feito pelo saudoso colega professor Aloísio Ernande Brandão, cuja família possuía fazenda no cimo. Era contada pelo professor a maravilha da paisagem vista do alto, fora a atração das fruteiras que havia. Tão perto, um pulo da Timbaúba a Camonga, mas dizem que tudo tem seu dia. Gosto de chamar a serra de “Baronesa”, pois a parte rochosa parece uma baronesa bem sentada a contemplar a eterna paisagem a seus pés.
A serra da Camonga faz parte do Maciço de Santana do Ipanema, tendo como vizinhança outras serras como Poço, Tigre, Pau Ferro e Macacos. Existe estrada para o topo, mas é preciso solicitar autorização do proprietário. Corre a tradição de que um vaqueiro caiu no precipício, ao campear uma rês. Foi fincada uma cruz sobre as rochas. Também alcançamos histórias de mal assombros que os mais velhos contavam sobre a região da Baronesa.
O açude do bode, na periferia da cidade, faz parte do cenário visto do alto da serra.
Bem, se der certo, enviaremos fotos aos nossos amados leitores.

SOBRE A MORTE E O VELÓRIO DE ZÉ DE JULIÃO

*Rangel Alves da Costa

Aquele dia 19 de fevereiro de 1961 amanheceu estranhamente nublado. Não por nuvens prenunciando chuvas nem por que o sol estivesse encoberto na sua luz, e sim por um clima estranhamente sombrio e pesado recaindo sobre aqueles sertões de Poço Redondo. Infelizmente, aquela atmosfera pesarosa que sempre antecede os augúrios indesejados.
Mais tarde os fatos confirmariam as motivações da feição tão sombria encobrindo os quadrantes da cidade. Com efeito, já passava do meio-dia quando os assombros e os espantos começaram a tomar conta de tudo. “Zé de Julião foi morto e o seu corpo está em cima de umas pedras nos arredores da Bastiana!”. Eis o anuncio dado para comoção e tristeza da povoação.
Imediatamente alguns amigos de José Francisco do Nascimento, o Zé de Julião (ou ainda Cajazeiras no bando de Lampião), apressaram-se para chegar ao local e, assim, poderem confirmar a veracidade da notícia repassada de canto a outro. Seguiram pela Estrada de Curralinho, adentraram na Lagoa das Areias, até chegarem às pedras onde o corpo jazia ao abrasamento do escaldante sol sertanejo.
Não havia sido traído e morto naquele mesmo local. Os assassinos que o acompanhavam na feição de leais amigos, após a traição e os disparos pelas costas nas proximidades da Queimada Grande, logo cuidaram de levar o corpo para aquelas pedras mais afastadas, de modo que o cenário e as circunstâncias do crime ficassem desconhecidos para posterior investigação. Não conseguiram esconder a verdade, contudo.  
A contextualização da morte, as reais motivações e a mando de quem o crime foi praticado, fazem parte de outra história dentro da própria história. Contudo, não há dúvidas que a condução do corpo morto a local diferente daquele da ocorrência, configurou-se em clara tentativa de encobrimento dos fatos. E assim aconteceu. O corpo de Zé de Julião foi levado e deixado em cima das pedras da Bastiana.


Apressados, aflitos perante a notícia surgida, eis que os amigos avançam sobre os carrascais e os catingueiramentos, até avistarem as pedras onde o corpo morto já queimava ao sol. O cadáver, em grande parte já transfigurado pela perda de sangue e pelo arroxeamento da pele, estava quase totalmente abrasado. Onde o corpo entrou em contato com a pedra quente, logo depois a pele começou a desprender como carne assada que é repuxada. Uma cena das mais terríveis.
Atônitos, desesperados, aqueles sertanejos resolveram colocar seu amigo morto em panos e esteiras e conduzi-lo imediatamente até a cidade. O sol já se punha quando a comitiva deixou o local e retomou a estrada de Curralinho, em direção à cidade. E que cortejo mais triste e pesaroso. Os horizontes e a povoação já escureciam quando o corpo conduzido adentrou naquelas ruas de chão batido que Zé de Julião tanto amava e que tanto lutou e sonhou para ser prefeito. Um desejo imenso que acabou lhe custando a vida.
A notícia da chegada do corpo foi acompanhada de gritos silenciados pelo medo. Havia medo de chorar, de lamentar, de gritar, de pedir explicações, de querer saber qualquer coisa sobre o acontecido. Olhos escondidos pelas frestas das portas e janelas, passos lentos seguindo como se temessem despertar o pior. A desconfiança e o receio rondavam por todo lugar. Mas alguns amigos nada temeram.
Assim chegado, o corpo foi estendido na calçada da prefeitura, onde hoje funciona a Câmara de Vereadores. Mas não por acaso ou por negligência daqueles que o transportaram, e sim como uma homenagem última àquele que por duas vezes teve sua eleição para prefeito usurpada pelo poder político local e estadual. Na calçada estendido, já debaixo da escuridão da cidade, ali jazia Zé de Julião, o grande sertanejo, mas tornado apenas em vítima do ódio, da perseguição e da violência.
Não demorou muito e o cadáver foi conduzido até a casa de sua irmã Maria José, mais conhecida como Maria José de Anízio, na praça da igreja (hoje Praça da Matriz de Poço Redondo), já em direção à curva da Rua de Baixo. O corpo continuou estendido em esteira até que seus amigos Cândido Luís de Sá, o Candinho, juntamente com Manoel André e outros, providenciassem a feitura de um caixão.
Iniciado o estranho e inusitado velório, mesmo que a maioria da população local tivesse vontade de ir até a casa de Maria José dar o último adeus ao amigo, apenas alguns, encorajados e destemidos, não arredaram o pé do local. Abdias, Antônio Rosendo, Mané Cante e outros vaqueiros da Rua de Baixo, todos velaram o amigo até a hora da partida e permitiram um digno cortejo até o cemitério local. Em cova simples, comum demais para um sertanejo tão valoroso, foi sepultado Zé de Julião.
Não foi assim, mas na dignidade de seu epitáfio deveria estar escrito: “Aqui jaz a nobreza de um homem em sua incansável luta pelo que mais amou: Poço Redondo!”.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

TEATRO ‘AS CANGACEIRAS, GUERREIRAS DO SERTÃO’ REFLETE SOBRE A POTÊNCIA DO FEMININO

Em São Paulo – Fica em cartaz no Teatro do Sesi-SP de 25 de abril a 4 de agosto, o musical As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão, uma fábula inspirada nas mulheres que seguiam os bandos nordestinos que atuavam contra a desigualdade social da região.

O musical conta a história de um grupo de mulheres que se rebelam contra mecanismos de opressão que encontravam dentro do próprio Cangaço, e encontram, umas nas outras, a força para seguir. Além de reflexões sobre o conceito de justiça social que o Cangaço representava, o espetáculo também reflete sobre as forças do feminino nesse espaço de libertação e sobre a ideia de cidadania e heroísmo.

As canções originais foram compostas por Fernanda Maia (música) e Newton Moreno (letras), inspirados em ritmos da cultura nordestina. “Nas canções usei várias referências da música nordestina e tive uma abordagem afetiva desse material, por ser filha de paraibano e por ter morado no Nordeste enquanto fazia faculdade de música. Nessa época, pude entrar mais em contato com a cultura do Nordeste, que é de uma riqueza ímpar, cheia de personalidade, identidade, poesia e, ao mesmo tempo, muito paradoxal. Esse trabalho foi a união das vozes de todos. Não há como receber um texto de Newton Moreno nas mãos e não se encantar com o universo que existe ali”, conta Fernanda Maia.

Além dos atores cantarem em cena, o espetáculo traz cinco músicos para completar a parte musical (baixo, violão, guitarra, violoncelo e acordeão). Texto e música se misturam, palavra e canto se complementam, como se tudo fosse uma única linha dramatúrgica. “Optamos por uma narrativa que realmente seja uma continuação da cena e não um momento musical que pare para celebrar, ou para criar umas aspas dentro da história. Isso só é possível com canções compostas para o espetáculo. Buscamos um DNA totalmente brasileiro para a peça, tanto na embocadura, na fala, na construção do texto, como na interpretação dos atores. Não tem um modelo importado, não tem uma misancene importada, é uma investigação a partir de códigos que pertencem a uma estética do nosso país e do teatro brasileiro”, comenta o diretor Sérgio Módena.

Tanto a questão do protagonismo feminino como da cultura e da história do Nordeste sempre foram muito presentes na dramaturgia e no teatro feitos por Newton Moreno. “Eu achei que falar sobre as Cangaceiras unia essas duas fontes. Uma escuta sensível a várias vozes femininas, quebrando o silêncio e falando sobre tantas violências, isso me fez pensar sobre os espaços onde não imaginamos que existam lutas silenciosas ou que não são mostradas. Simultaneamente, acessamos documentários, materiais de internet, notícias de jornal e o livro “Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço”, da Adriana Negreiros, que discute a trajetória de Maria Bonita, falando que, apesar de o Cangaço ser um espaço de liberdade para algumas mulheres, era também um lugar violento. O cangaço reproduzia alguns mecanismos de violência do Sertão – abusos, estupros, desmandos. Enfim, ficou relativizado esse lugar de liberdade. Então, o Cangaço acabou virando um trampolim, uma janela, para falarmos sobre a situação de hoje. Por isso, fizemos a opção de não contar – elas são inspiração, mas não contamos a biografia de nenhuma dessas mulheres. Não há registro histórico de um bando dessa natureza. Mas, e se houvesse?”, explica Newton.

Uma das grandes características dessa dramaturgia é seu caráter fabular e não de uma reprodução histórica e factual do que foi o Cangaço e o próprio Nordeste brasileiro da época.

O enredo começa quando Serena (personagem de Amanda Acosta) descobre que seu filho, que ela acreditava ter sido morto a mando do marido, Taturano (personagem de Marco França), está vivo. Ela, então, larga seu grupo do Cangaço, chefiado por Taturano, para partir em busca de seu bebê. Neste momento ela não tem a dimensão de que sua luta para encontrar o filho se tornará uma luta coletiva, maior que seu problema pessoal. Outras mulheres que formavam o bando se engajam nessa batalha, além de futuras companheiras que cruzam seu caminho.

Segundo a atriz Amanda Acosta a peça “é o grito de libertação que estas mulheres não puderam dar, mas que darão agora através desta obra escrita pelo nosso grande dramaturgo Newton Moreno. Grito que fala sobre coragem, amor, empatia, união, insurreição e liberdade”.

“A partir do momento que essa dramaturgia traz um bando de mulheres, que é algo que nunca ocorreu, temos uma liberdade para abrir várias janelas de reflexão, inclusive, fazendo um paralelo com o que estamos vivendo hoje. É uma reflexão sobre o sistema de opressão, no caso a mulher, mas você pode estender para qualquer camada social que está ali sendo historicamente oprimida”, completa o diretor. (Carta Campinas com informações de divulgação)

SERVIÇO: 
As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão
Temporada: de 25 de abril a 4 de agosto
Horários: quinta a sábado às 20h; domingo, às 19h
Local: Teatro do Sesi-SP – av. Paulista, 1313 (em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Duração do espetáculo: 120 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Agendamentos: ccfagendamentos@sesisp.org.br

Grátis. Reservas antecipadas de ingressos pelo site www.centroculturalfiesp.com.br abertas todas as segundas-feiras, às 8h. Ingressos remanescentes serão distribuídos no dia da apresentação, 15 minutos antes na bilheteria do Teatro.


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CURIOSIDADES LAUDO MÉDICO SOBRE A VISÃO DE LAMPIÃO

Transcrição de Ivanildo Silveira 
O documento foi emitido após sua morte: examinada pelo Dr. Joaquim NEVES PINTO.

P.S: FAC-SIMILE - Respeitando a ortografia do documento.

Por: Dr. Neves Pinto

Considerações do oftalmologista Dr. Neves Pinto sobre os OLHOS de LAMPIÃO.

O Dr. Neves Pinto nos enviou-nos hontem a seguinte carta:

Ilmº Sr. Director do Jornal de Alagoas. Saúde..!
 

Tendo saído truncado as informações que prestei em meu consultório a um dos repórteres desse conceituado jornal, sobre a DOENÇA NO OLHOS DE LAMPIÃO, julguei necessárias as linhas que se seguem, para que fiquem bem focalizado do ponto de vista científico, o meu diagnóstico.

Confesso que ao ver a CABEÇA do celebre bandido, como oculista e, pelo facto de ser do domínio público que VIRGULINO FERREIRA era cego de um dos olhos devido a uma “belida", tive a curiosidade de examinar de modo mais detido o aparelho visual.

Ora, entre nós o leigo chama de “belida“ a toda mancha de olho, até mesmo a “catarata“, denominando-o “pterígio" a outras neoformações oculares de "belida de carne“.


Encontrei, effectivamente no OLHO DIREITO do famoso bandido, UMA MANCHA BRANCA tomando quase toda a superfície da córnea na qual pude facilmente reconhecer o que em linguagem ophtalmológica se denomina de LEUCOMA ADHERENTE CENTRAL que é na maioria das vezes a consequência das úlcera perfurantes de córnea...
Em vista da extensão das lesões córneo-irianas poderia assegurar que o caso era INCURÁVEL.

No olho esquerdo encontrei, também, uma MANCHA BRANCA, que na realidade não deveria existir anteriormente, pois se tratava de cristalino luxado na camada anterior. Essa luxação cristaliniano deve ter sido provocada pelo choque das balas que atingiram a cabeça ou violentos traumatismos posteriores.

 

Quanto ao motivo de LAMPEÃO usar ÓCULOS ESCUROS, o que também me perguntou o aludido repórter, poderia ser por vaidade para esconder o defeito de seu olho direito ou mais provavelmente para se defender da “Photophobia" (medo da luz ) que é um dos sintomas mais frequente das moléstias oculares, agudas ou chronicas.

Sem outro assunpto, agradeço-lhe de antemão a publicação dessas linhas e, me subscrevo com estima.

Do patrício e admirador.
Dr. Neves Pinto.
Maceió, 04 de agosto de 1938.


Fonte: Jornal de Alagoas, 05 de ago. 1938.

Transcrição e grifo: Ivanildo Silveira

Pescado no sítio de cumpadi Joel Reis Via Cognitiva


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OPINIÕES O CULTO HISTÓRICO AO BANDITISMO NO BRASIL E O ESQUECIMENTO DOS HERÓIS DE ONTEM E DE HOJE

Por Filipe Bezerra*

Poucos personagens históricos são tão simétricos quanto o Capitão João Bezerra e o Xerife americano Wyatt Earp. Ambos – heróis do mundo real – foram os policiais responsáveis pelo combate ao que seria o primeiro caso de crime organizado em seus países.

Wyatt Earp enfrentou a sanguinária gangue dos chamados “Cowboys” que provocava pânico, destruição e assassinatos nas cidades do velho oeste americano. João Bezerra foi o homem que se embrenhou no sertão nordestino e escolheu como missão de vida acabar com o flagelo do Cangaço. Em ambos os casos o assombro da criminalidade desenfreada, regida pelo desprezo à vida e ao patrimônio alheios como também movida pela ação de bandidos violentos, mostrou a incapacidade do estado da época de proteger seus cidadãos das ações destes bandos armados.

Foi a coragem pessoal destes dois homens, que enfrentaram à época estas quadrilhas à bala – e com enorme risco pessoal -que permitiu que a paz voltasse a reinar aos lares de gente humilde do interior.

Mas enquanto os americanos celebram até hoje Wyatt Earp como uma lenda digna de produções hollywoodianas, João Bezerra foi relegado ao mais absoluto ostracismo histórico no Brasil. Mesmo os integrantes das forças de segurança pública sequer ouviram falar deste homem cuja biografia seria motivo de orgulho e celebração de qualquer mentalidade nacional sadia. Todos ouviram falar do bandido Lampeão, mas quase ninguém conhece a história dos vários anos de caça aos cangaceiros nos secos e espinhosos sertões nordestinos promovidos por aquele legítimo herói brasileiro,  e a épica operação anfíbia capitaneada por ele que deu cabo ao mais perigoso bandido da história do Brasil.

A opção flagrante da classe falante nacional pelo banditismo, sobretudo na mídia e na academia, é um produto direto do marxismo cultural. A polícia, tenha ou não razão, sempre foi vista historicamente como uma instituição burguesa que existe apenas para reprimir os “excluídos da sociedade” e manter o status quo demandado pelas “elites”. Já para os bandidos, do facínora Lampeão ao menor estuprador e assassino cruel Champinha, toda a complacência é pouca!

A promoção desta esquizofrênica mentalidade que inverte os papéis dos mocinhos e dos bandidos, demonizando os primeiros e canonizando os últimos não veio de hoje e o cangaço, celebrado nos filmes de Glauber Rocha, é apenas mais um exemplo disso. Não é de se estranhar que o bandido tenha virado ícone histórico e o grande herói dessa história se mantenha deliberadamente esquecido, ao contrário do seu congênere americano.

Na semana em que o presidente argentino Maurício Macri foi ao hospital visitar um policial baleado( mostrando involuntariamente aos brasileiros que ainda existe bom senso na vizinhança) nos resta trabalhar para que a normalidade da mentalidade nacional seja restaurada, o que pode ser iniciado inclusive ao fazer, neste momento, uma singela manifestação de justiça histórica(ainda que tardia):

Que Deus guarde bem a alma do bravo e valente Capitão João Bezerra, herói brasileiro!

*Filipe Bezerra é Policial Rodoviário Federal, Bacharel em Direito pela UFRN, Pós-Graduado em Ciências Penais pela Universidade Anhanguera-UNIDERP, Bacharelando em Administração Pública pela UFRN e membro da Ordem dos Policiais do Brasil.

Pescado em Ótica Policial



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BONS LIVROS


Por Wasterland Ferreira

Hoje recebi em minha casa estas preciosidades: 8 livros dos mais importantes na bibliografia especializada do Cangaço e história regional nordestina.

São estes:1) De Virgolino a Lampião (1a. e 2a. edições - esta última revista e corrigida), escrito por Vera Ferreira (neta de Lampião e Maria Bonita) e Antônio Amaury Corrêa de Araújo;2) Lampião. Memórias de um soldado de volante (2a. edição do autor, 1o. e 2o. volumes, 2007), de autoria do tenente PM-PE João Gomes de Lira (in memoriam). A primeira edição deste livro histórico e dos mais importantes sobre o cangaceiro Lampião é de 1990, e publicado pela Fundarpe - Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - e Governo de Pernambuco. Foi o segundo livro especializado sobre o Cangaço que li, em 1991, quando nos primórdios dos meus estudos e pesquisas sobre àquele fenômeno histórico;3) Lampião além da versão. 3a.edição, de autoria de um dos maiores mestres no estudo e pesquisa sobre o cangaceirismo que foi Alcino Alves Costa (in memoriam). No que toca a atuação desse banditismo rural no estado de Sergipe, Alcino, sem dúvida alguma, foi a maior autoridade.

4) Gente de Lampião. Dadá e Corisco. Biografia do mais importante e destacado casal líder de subgrupo do bando de Lampião. O autor dispensa maiores apresentações: Antônio Amaury Corrêa de Araújo, uma das maiores autoridades quando o assunto é Cangaço (para muitos, a maior autoridade), cuja palma "divide" com um Frederico Pernambucano de Mello; 5) Lampião em Mossoró. Um livro clássico, de autoria do celebrado escritor Raimundo Nonato, sobre a epopeia histórica do maior dos cangaceiros sobre a cidade potiguar de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 13 de junho de 1927. A referida edição fac-similar é do meado de 2012. 6) Lampião. Capitão Virgulino Ferreira. Escrito pelo escritor alagoano Nertan Macedo (in memoriam), a presente edição é de 1975 e publicado pela Editora Renes. Apesar de certos erros quanto a fatos narrados ou mesmo de supostos acontecimentos trazidos à luz sem nenhuma comprovação histórica, o livro aqui exposto é um clássico. 7) Os cangaceiros. Livro escrito por Maria Isaura Pereira de Queiroz (in memoriam). Também um clássico. Por fim, o livro histórico, clássico e uma das mais importantes e especializadas obras sobre o "Patriarca de Joazeiro", o Padre Cícero: Milagre em Joaseiro, do escritor Ralph Della Cava. A edição aqui apresentada é rara pois é a 1a., de 1976. 

Tudo isso graças a iniciativa do amigo e notável e notório estudioso e pesquisador do Cangaço, Geziel Moura.

Detalhe: algumas dessas obras já às possuía, outrora,
portanto, às readquiri ou adquiri o quê não tinha. E estão chegando mais!

Biblioteca Wasterland Ferreira Leite.


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O CASAMENTO DE MARIA LICOR (PRIMA DE LAMPIÃO) COM ENOQUE DE SÁ MENEZES

Por José Mendes Pereira

Amigo leitor, adquira o quanto antes o seu livro "Lampião a Raposa das Caatingas", e assista o casamento de Maria Licor (com Enoque de Sá Menezes), (sendo ela prima de Virgolino Ferreira da Silva, o famoso e respeitado Lampião, futuro capitão), como se você também faça parte da família Ferreira. 


Em 1923 Virgolino Ferreira era apenas Lampião, mas ainda não era capitão, porque, esta patente de capitão, ele só a adquiriu em 1926, na cidade de Juazeiro do Norte, quando convidado pelo padre Cícero (na minha opinião, forçado pelo deputado Floro Bartolomeu) para combater a coluna Prestes.

Participe do casamento da Maria Licor para você acompanhar os passos e o comportamento do nosso amigo Virgolino Ferreira da Silva. Não precisa você ficar ali coladinho, fica ao longe só observando. Será que ele irá se comportar bem na festa do casório de sua prima Maria Licor?

Só como ilustração - https://www.youtube.com/watch?v=ACP8FN_BWAk


Eu já sei o que aconteceu lá, agora só falta você ler tudo sobre este casamento. Uma verdadeira festa de arromba. 

Maria Licor convida você para participar da sua festa matrimonial em Nazaré. Todas as informações sobre o seu casório está na página 125, do livro "Lampião a Raposa das Caatingas" do escritor José Bezerra Lima Irmão. 

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