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quarta-feira, 30 de março de 2011

A Mensagem de João de Sousa LIma


              Cumpri mais uma missão na vida. O Centenário de Maria Bonita foi um projeto há muito sonhado e planejado, foi uma idéia que alguns não acreditaram, porém foi colocado como meta e fui a luta, arregacei as mangas, encontrei obstáculos e venci barreiras, foi um árduo e longo caminho trilhado, uma batalha vencida e é preciso dizer que hoje, diante da felicidade da conquista, a luta não foi solitária, arregimentei guerreiros e tenho que pessoas que me foram importantes e essenciais, verdadeiros suportes para a construção e a realização dessa grande empreitada:

Jânio Soares: Sensibilidade.
Antonio Galdino: Parceiro.

Edson Barreto: Anjo-irmão.

Juracy Marques: Essência de tudo.

Cristiane Guimarães: A lacuna.

Gilmar Teixeira: O sorriso eterno.

Eduardo Cruz: o Guiador.

Glória Lira: Braço Forte.

Francisco Júnior: Lutador.

Nadja Monteiro: Parceira Forte.

Padre Celso: Imagem e Forma.

Juliana Ischiara: A Mulher.

Júlio César: Boa Companhia.

Kiko Monteiro: Mensagem Acesa.

Ana Lúcia: Presença.

Nely Conceição: Contagiante.

Aderbal Nogueira: A Arte da Imagem.

Paulo Gastão: A voz que Ecoa.

Jack De Witte: A distância Vencida.

Sabino Basseti: Cabra Bom.

Carlos Megalle: Novo autor.

Ângelo Osmiro: Um grande amigo.

Alcino Alves Costa: o Decano de Poço Redondo.

Dr. Leandro Cardoso: A inteligência Cultivada.

Manoel Severo: Difícil não Amá-lo.

Bosco André: A simplicidade.

Sousa Neto: Moldando o Barro.

Luiz Alberto: A Cultura na Vida.

Pedro Luiz: Promovendo a Educação.

Professor Pereira: Divulgador de Nossas Artes.

José Cícero: Deixou o recado.

Dackson de Souza: Guerreiro.

Thomaz Cisne: Moldando o Sono.

Afrânio Cisne: o Garfo.

Wilson Seraine: Coração Musical.

Antônio Vilela: O Agrestino.

Drª Francisquinha: A Felicidade.

Jairo Luiz: alicerce.

Silvinha Canindé: Luta.

Cacau: Trabalho.

A TODAS E TODOS MEUS MAIS SINCEROS AGRADECIMENTOS E MINHAS ETERNAS CONSIDERAÇÕES.

João de Sousa Lima
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O Combate da Fazenda Ipueiras - Serrita

Por: Ivanildo Silveira

             No dia 03 de fevereiro de 1927, na Fazenda Ipueiras, hoje município de Serrita/PE, naquela época município de Leopoldina, hoje Parnamirim, no alto sertão pernambucano,  ocorreu um grande combate entre a Família do Cel. Pedro Xavier e Lampião e seu bando.

Lampião e seu bando

                Ipueiras, de certo modo, possuía uma situação privilegiada, de solo fértil, água; lá se produzia cana-de-açucar, para fazer moagens, arroz, batata e demais produtos da terra destinados á alimentação da população, a pescaria nos açudes e a atividade agropecuária. O excedente era comercializado na feira semanal localizada na Vila de Ipueiras, encravada na Fazenda de mesmo nome.

Cel. Pedro Xavier das Ipueiras
            
                     O Coronel Pedro Xavier, homem flexível, hospitaleiro e generoso, exerceu também o cargo de juiz  interino de direito na vacância do titular da comarca de Leopoldina. Morava no casarão da Fazenda Ipueiras e teve numerosa prole. Os descendentes, os familiares dos Xavier; uns moravam na Fazenda  e outros na Vila de Ipueiras – uma incipiente urbanização com um pequeno mercado semanal, uma escola, uma agência de correio, farmácia, mercearia, padaria, loja, que na sua maioria, pertenciam aos próprios membros da família, uma espécie de feudo.

 Serrita em detalhe

              Na década de vinte , do século passado, eram comuns as andanças de bandos de cangaceiros, por todo o nordeste. Lampião perambulava pelas caatingas, assaltando, matando, extorquindo, pequenos, médios e grandes proprietários de terra.
Lampião

             De início, Lampião e o seu bando passaram em “paz” pela Ipueira, em 26 de maio de 1925, quando o Cel. Pedro Xavier não fugindo da costumeira hospitalidade,  mandou fornecer-lhe comida, roupas e lenços tirados da loja de um de seus filhos Gumercindo.
             Naquela oportunidade,  as filhas e as noras do Cel. Pedro Xavier foram proibidas de se apresentarem para conhecer Lampião e seu bando, para evitar que os cabras cometessem algum atrevimento.
           O Cel. Pedro Xavier, um tanto constrangido de ter dado guarida a Lampião, pois soube de algumas bobagens que seu bando andou fazendo com outras pessoas dali, firmou o propósito diante da família, de que, na próxima vez que ele passasse, o “ receberia na bala “. Para isso, mandou um recado para Lampião:
              “Não volte mais a Ipueiras, do contrário, será recebido a bala”.Ao tomar conhecimento do fato,  Lampião mandou a seguinte resposta:“ Quando passei por Ipueiras, respeitei você e sua gente, agora com seu recado atrevido a coisa vai mudar, prepare-se que haver choro".
            O momento fatídico estava para acontecer a qualquer instante. Até que no dia 03 de fevereiro de 1927, alguns membros da família do Coronel Pedro Xavier estavam reunidos na casa da fazenda para almoçar, esperando os demais que se encontravam na Vila de Ipueiras. Encontravam-se na casa sede da fazenda apenas: a matriarca Josefa Xavier (esposa do coronel); José Saraiva Xavier (Dezinho), um dos baluartes do combate; Aparício Xavier que na época era seminarista em Petrolina-PE, e estava de férias na Fazenda; Mário Saraiva Xavier, o mais novo dos filhos e ainda menino; Francisca Xavier (nora do Coronel); Pedro; e amigos da família como Napoleão Pereira e Naninha (esposa); e Tosinha ( de Jardim-Ce); Manoel Preto ( afilhado de d. Josefa) e Pedro Dama, este, por sinal, cego de um olho, homens de confiança da família.
   
              Estavam na Vila de Ipueiras na hora do cerco e foram subindo para a casa da fazenda, atirando: o Coronel Pedro Xavier, o patriarca da família, Gumercindo, Antonio, Aristides e Amélia (filhos do coronel), João Sampaio Xavier (genro e sobrinho), Luiz Teixeira (genro), Pedro Saraiva (genro). Dos filhos só faltou Francisco Xavier Sobrinho, filho mais velho do coronel Xavier, que estava em um fazenda distante, e não chegou a tempo.
              De repente, se ouviu um tiro.Dezeinho Xavier teve a impressão de ser tropa do governo, e indagou: “ Quem vem aí, é da polícia?“. A resposta foi um tiro disparado pelo cangaceiro ‘Tempero' que vinha á frente do grupo. Por um triz não alvejou Dezinho, que, sem perda de tempo, respondeu ao tiro, atingindo o aludido bandoleiro á altura de uma das orelhas, que caiu ali, sem vida.
 
              Lampião e seus cabras iniciaram o grande tiroteio, com mais rancor, diante da morte de um dos integrantes do grupo. Verdadeira batalha estava sendo travada, entre os Xavier e os Cabras de Lampião, cujos tiros quebraram jarras d´agua, derrubaram paiol e jirau de queijo. Dezinho Xavier, Manoel reto e Pedro Dama seguraram o fogo de frente evitando que Lampião chegasse ao terreiro da casa, enquanto esperavam pelo pessoal que estava na Vila de Ipueiras, mas que já vinham ás carreiras para  sustentar o fogo.
             Enquanto o combate prosseguia, com tiros de ambos os lados, as mulheres rezavam e os homens, não tinham tempo nem  de urinar. Napoleão Pereira, em alto e bom desafiava Lampião, dizendo: “ Cabra safado, um bandido como tu, eu te dou de peia no umbigo, você está falando com Napoleão Pereira do Jardim do  Ceará “. No meio da aflição, Manoel Preto acalmava Dona Zefinha; “ Madrinha Zefinha, enquanto a senhora ver este negro aqui, só tenha medo dos castigos de Deus “.
           Lampião trazia como refém, um camponês, amigo dos Xavier, Sr. Vicente Venâncio, além de Pedro Vieira Cavalcante da cidade de Jardim-Ce, tendo exigido da família desse último, 5 contos de réis para soltá-lo.
              A hora crucial se aproxima, o quadro torna-se dramático e nunca se sabia como iria terminar tudo aquilo, apesar da resistência dos Xavier se fazer forte, com poucos homens lutando e uma coragem inusitada.
           Com a chegada, na casa da Fazenda, dos  que se encontravam na Vila de Ipueiras, entre eles, destacou-se Gumercindo Xavier, homem de caráter admirável e coragem a toda prova, a reação aumentou.
 Imagens da Fazenda Ipueiras, Serrita-PE
 Imagens da Fazenda Ipueiras, Serrita-PE
 Imagens da Fazenda Ipueiras, Serrita-PE

               Só que os recursos se exauriam, a cada minuto. O Cel. Pedro Xavier temendo a munição se acabar e Lampião ir ganhando terreno em direção á casa da fazenda, e ai seria o fim da epopéia, mandou seus serviçais selar cavalos e avisar aos parentes e amigos, a exemplo do Coronel Chico Romão, de Serrita/PE.
             Segundo depoimento de um dos reféns de Lampião, Sr. Vicente Vitorino, no momento do tiroteio,  “Havia se quebrado o Rosário de Lampião", e, como os cangaceiros eram por demais supersticiosos, o rei do cangaço manifestou-se receoso com o fato: era  mal sinal num combate, quebrar-se um rosário. Por sua vez a bala certeira dos Xavier havia matado o cangaceiro “Tempero”. Lampião ficou cabreiro com o episódio e disse:
          “os homens estão fortes, o rosário quebrou e já perdemos nosso melhor fuzil, referindo-se á perda de “Tempero” ( que era um dos melhores atiradores do grupo),vamos dar o fora“.

A cruz mostra o local onde foi assassinado Pedro Vieira

              Naquele dia Lampião estava endiabrado. Como a esposa do refém Pedro Vieira Cavalcante (de Jardim-Ce) não pagou o resgate exigido pelo facínora, ali mesmo, na Faz. Ipueira, ele foi morto.  O tenebroso bandido, também, matou um popular, um rapaz jovem chamado Lino, que ia cavalgando num jumento, próximo ao local do combate.
              O refém Vicente Vitorino teve melhor sorte. Lampião se dirigiu ao mesmo e disse-lhe:“ Velho, se você nos desviar de um "Piquet" dos Xavier, eu lhe solto, se não você morre “.E, então, o camponês sabiamente, os conduziu por percursos estranho aos percorridos normalmente pelos Xavier, e, lá longe, na Macambira, Lampião soltou o velho que voltou á casa dos Xavier e narrou todo o acontecido.

 Severo, Dr. Napoleão e Ivanildo Silveira

             Logo após o cambate, chegaram á Fazenda Ipueiras, o Coronel  Chico Romão, de Serrita, com 50 homens, armas e munições, Aparício e Alfredo Romão com 30 homens; Luiz Pereira de Jardim-CE (genro do Cel. Pedro Xavier) com 30 homens. Em face do acontecido, as filhas do coronel Pedro Xavier, a idéia foi de Adalgisa ergueram uma Capela na fazenda, cujo patrono é São José.

Um abraço  a todos
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN

                NOTA CARIRI CANGAÇO: Esse episódio, tão bem narrado pelo confrade Ivanildo Silveira, foi exatamente um dia após a chacina de Guaribas, onde tombou morto Chico Chicote, também objeto de postagem neste blog.
Este texto foi extraído do Blog: "Cariri Cangaço"
Contatos:

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Trabalhos Acadêmicos:
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O presente de encontrar Ozeias...

Ozéias Gomes de Oliveira

               Não é comum, na verdade encontrá-lo é fato raro, uma vez que a família tem sido zelosa em mantê-lo mais longe de visitas, entrevistas, enfim. Falamos de Ozéias Gomes de Oliveira, 83 anos, irmão de Maria Bonita e que tivemos o privilégio de encontrar e passar divertidos momento a seu lado e de sua família, ali, bem perto da Casa onde nasceu Maria Déa.

Seu Ozéias é casado com com dona Abelizia, na foto com um dos filhos, Josélio e um sobrinho.

              No início a família se manteve um pouco cautelosa; o estado de saúde de seu Ozéias, apesar de extremamente bem cuidado pela família, merece todo o zelo. Só conseguimos chegar até sua casa com a ajuda de um sobrinho neto, que nos guiou e nos apresentou a dona Abelizia, esposa, e a Josélio, filho de seu Ozeías, depois foi celebrar o grande encontro com o único irmão de Maria Bonita, vivo.

 Gilmar Teixeira
Juliana Ischiara e José Cícero
Pedro Luiz e Manoel Severo
Com Dra. Francisquinha
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Tucanos lamentam morte do ex-vice-presidente José Alencar

Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação
Lula, Marisa Letícia (ex-primeira dama, esq.) e Mariza Gomes (mulher de Alencar, dir.), posam com o ex-vice-presidente em 7 de fevereiro de 2009. Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação
Lula, Marisa Letícia (ex-primeira dama, esq.) e Mariza Gomes (mulher de Alencar, dir.), posam com o ex-vice-presidente em 7 de fevereiro de 2009

Luciana Cobucci
Direto de Brasília

            Logo após tomarem conhecimento do falecimento do ex-vice-presidente da República, José Alencar, parlamentares do PSDB lamentaram o fato durante sessão no Senado em memória dos 10 anos de falecimento de outro político importante, o ex-senador Mário Covas.

Jorge Araújo/Folha Imagem
Mário Covas


Sarney concede entrevista no Senado
                O empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar (PRB) morreu nesta terça-feira, 29 de março, no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Alencar, que lutava contra o câncer desde 1997, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em "condições críticas".

Fotos e História José Alencar ex-Vice-Presidente
 José de Alencar

               "Nesta hora, não importa saber se é oposição ou governo. Ele foi um exemplo de coragem e enfrentamento crítico nas questões do País. Ele olhou os interesses nacionais", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Senador Álvaro Dias

               O senador Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou a luta de 13 anos de Alencar contra um câncer intestinal. "Foi um guerreiro em toda a sua vida. Um empreendedor, um obstinado, sobretudo pela vida. Ele compreendia como poucos a necessidade de ampliarmos as parcerias do governo com o setor privado. Um mineiro em sua essência, ele fazia questão de contar em verso e prosa suas origens. Fica a lembrança de um homem muito cordial, amável, que construiu pontes", disse.

[senador Aécio Neves ]
Senador Aécio Neves
                O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), também lamentou a morta de Alencar. "Foi um grande homem público, um brasileiro dos melhores, honrado, que hoje nos deixa e vai fazer muita falta". Alencar enfrentava câncer desde 1997.

Sérgio Cabral

               O ex-vice foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em "condições críticas". Ele havia recebido alta em 15 de março, após uma internação de mais de um mês na instituição devido a uma peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) por perfuração intestinal.
Alencar nasceu em 17 de outubro de 1931 em um povoado às margens de Muria é, cidade de 100.063 mil habitantes no interior de Minas Gerais. Ele era casado com Mariza Campos Gomes da Silva, com quem teve três filhos.

José Alencar e Mariza Campos Gomes da Silva José Alencar e Mariza Campos Gomes da Silva
Marisa e José de Alencar

Ficheiro:Lula - foto oficial05012007 edit.jpg
Luiz Inácio Lula da Silva
              Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do País. Estabelecido no setor empresarial, candidatou-se para o governo de Minas em 1994 e, em 1998, disputou uma vaga no Senado Federal, elegendo-se por Minas Gerais. Elegeu-se vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, tendo sido reeleito junto com o petista em 2006.

Blog: Terra
              O empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar morreu às 14h41 desta terça-feira, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com nota oficial da instituição, Alencar morreu em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos. Ele lutava contra a doença desde 1997. Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos.

Falar sobre cangaço, ou sobre Lampião




Por: Juliana Pereira Ischiara

                Para alguns, o assunto está esgotado, para outros ainda há muito a ser dito e ou esclarecido. O fato é que, um fato histórico por menor que seja sua magnitude, jamais se esgotará. Cada pesquisador percorre vieses diferentes, mesmo sendo o objeto de pesquisa comum a todos. Daí a diversidade historiográfica, alguns discordam de datas, outros de lugares, outros de nomes e origens dos personagens e assim por diante. Isso tudo é muito salutar para o mundo das pesquisas e principalmente para o universo dos pesquisadores.

Virgulino Ferreira da Silva

             Quantos fatos históricos tidos como reais, contados de formas irrefutáveis pelos mais sérios pesquisadores foram, ao longo do tempo e da história, reescritos? Milhares, quando fenômenos sociais da magnitude do cangaço acontecem, estes fenômenos são contados sobre várias óticas, as dos vencidos, as dos vencedores, as testemunhas oculares, as auditivas que ouviram de seus parentes, amigos ou conhecidos. É comum encontrarmos na história personagens que não participaram nem da metade do que a ele foi atribuída, devendo-se ao fanatismo de uns em valorar as ações do ídolo ou ícone ou no caso contrário daqueles que preferem endiabrar ainda mais a personalidade daquele que se fez aparecer.

            O fato é que em se tratando de cangaço e em especial de Lampião, e por tabela, o episódio Angico, ainda há muito a se saber. Claro, é possível que jamais nos aproximemos da verdade real, como é possível que ela seja tão óbvia que preferimos o inacreditável e isso por vários motivos. Por não querer ir contra o senso comum, por ter medo de ser ridicularizado, por achar que não se sabe ou não se entende o suficiente, por acreditar realmente no que está posto. Porém, em se tratando do universo das pesquisas, se faz necessário entender que alguns pensam diferente e possam defender seus pontos de vistas. Tais pesquisadores são tão sérios e comprometidos com a verdade quanto aqueles que escolhemos como sendo os papas da verdade absoluta. Uma pesquisa investigativa pode levar anos, até séculos, por isso não podemos descartar as teorias diversas das defendidas por nós. Seria uma ignorância tamanha e sem procedência.

              Em se tratando de Lampião, por que os depoimentos são tão controversos? Porque só aceitar como verdadeiro o depoimento de uns em detrimento de outros? Quem garante que um é real e outro não? Bem, o fato é que, pegando o artigo em comento, quem em sã consciência acredita que Lampião acordou cedo, pediu para todos rezarem um terço como de costume e logo depois voltaram a dormir? Penso que o pesquisador que acreditar que parte dos cangaceiros estavam dormindo em plena 5:30 da manhã, não conhece a realidade dos homens e mulheres nordestinos que acordam muito cedo, por dormirem muito cedo. Porque será que em quase vinte anos de cangaço, tais cangaceiros jamais haviam se descuidado de pequenos detalhes e exatamente neste dia até capitão Virgulino se descuidou? Porque será que os primeiros tiros não foram ouvidos? O que sei é que são muitos porquês, sei também que muitos deles jamais serão respondidos.


Kidelmir Dantas e Alcindo Alves
              Sobre o artigo em questão, concordo e ratifico tudo que foi escrito por mestre Alcino Costa, ou uma pesquisadora que prefere analisar o que está posto até o momento, como possibilidades do que realmente pode ter sido, jamais como tendo sido o que de fato aconteceu. Penso que ainda estamos longe de esgotar os mistérios, mentiras e verdades que envolvem ou envolveram o cangaço.

Saudações cangaceiras
Juliana Ischiara

Foi extraído do blog: "Lampião Aceso"

            Este material é um comentário da pesquisadora Juliana Ischiara, sobre um conteúdo do escritor Alcindo Alves da Costa. Como não apresenta título, eu apenas o titulei de: "Falar sobre cangaço, ou sobre Lampião", o início do texto. 
            Nele não houve nenhuma modificação  ou aumento de vocábulo, apenas o ilustrei com fotografias.