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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

LANÇAMENTO​S DE LIVROS EM PAULO AFONSO - OS ESCRITORES ANTONIO GALDINO E JOÃO DE SOUSA LIMA EM NOITE DE AUTÓGRAFOS​.


 


Dia 1º de novembro de 2013 acontecerá um evento cultural no CPA - Clube Paulo Afonso, onde os escritores Antônio Galdino e João de Sousa Lima lançarão os livros: 
Dia 1º de novembro de 2013 Antonio Galdino e João de Sousa Lima lançarão no CPA - Clube Paulo Afonso, às 19:30 hs. os livros: Angiquinho, 100 anos de História, o Rio São Francisco, Delmiro Gouveia e a CHESF e Lampião em Paulo Afonso. 
O livro que conta a história de Angiquinho vem dividido em três partes, primeiro narra a história do Rio São Francisco, a geração de energia realizada por Delmiro Gouveia com a construção de Angiquinho e a criação da CHESF, conta também com um vasto arquivo fotográfico.
O livro Lampião em Paulo Afonso narra a trajetória do rei do Cangaço nas terras de Santo Antonio da Glória e que hoje pertence a Paulo Afonso, cita os fatos acontecidos no Raso da Catarina e a amizade dos cangaceiros com os índios Pankararé.


Os livros custarão:


ANGIQUINHO: R$ 25,00 MAIS R$ 5,00 CORREIOS
LAMPIÃO EM PAULO AFONSO: R$ 35,00 MAIS R$ 5,00 CORREIOS 


As duas obras estarão sendo lançadas nesse momento e para quem deseja adquirir pelos correios é só entrar em contato com:

JOÃO DE SOUSA LIMA
75-8807-4138 OU 9101-2501 - joaoarquivo44@bol.com.br
 

Conta:
B. BRASIL
ag- 0621-1
c/c-25293-X

BRADESCO
AG-3052-0
C/C-0200696-0

ANTONIO GALDINO DA SILVA
75-9234-1740
CONTA:
B. BRASIL
ag- 4225-0
c/c- 32700-X

BRADESCO
 AG-3052-0
C/C-55691-2









O livro de Angiquinho fala da importância desse empreendimento realizado por Delmiro Gouveia.

ANGIQUINHO 100 ANOS DE HISTÓRIA

LAMPIÃO EM PAULO AFONSO NARRA A PASSAGEM DO REI DO CANGAÇO EM NOSSA REGIÃO
Delmiro Gouveia, um dos ícones da industrialização do Nordeste Brasileiro
 Dia 1º de Novembro no CPA - Clube Paulo Afonso
 Delmiro Gouveia através da arte de Hilson Costa
Usina Angiquinho: 100 anos de História
A cachoeira de Paulo Afonso onde o rio São Francisco é mais bonito
Usina Angiquinho
Cachoeira de Paulo Afonso, beleza que encanta...
 
Lampião em Paulo Afonso traça os caminhos trilhados pelos cangaceiros nessa região

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com













































ALCEU VALENÇA EM NATAL



ALCEU VALENÇA apresenta seu show acústico no dia 01 de novembro, sexta, às 21h, no TEATRO RIACHUELO, em Natal, acompanhado pelo violão de aço de Paulo Rafael e a sanfona de André Julião.

No palco, Alceu traça um roteiro musical e sentimental a partir de sua trajetória e interpreta canções que escreveu e cantou pelas ruas de cidades e países por onde tem andado em sua carreira. Temas do agreste e do sertão pernambucanos, como Pau de Arara e Sabiá, de Luiz Gonzaga, sopram o vento de puro éter de Cavalo-de-Pau e repisam as ruas do passado de Cabelo no Pente.

Cruzando estradas e caminhos como o carro em contramão de Na Primeira Manhã, o Táxi Lunar de Alceu Valença projeta a viagem de Sete Desejos, avança os sinais de Anunciação e percorre as vias poéticas do Recife, em Pelas Ruas Que Andei.

Talismã, parceria com Geraldo Azevedo, evoca os tempos seminais em que o artista desbravava sombras e réstias em busca de um lugar ao sol no Rio de Janeiro.

Ladeiras celebra Olinda, cidade onde reverbera o Sino de Ouro de incontáveis catedrais. Na delicada Íris, o amor ganha a força das raízes para o delírio de aprendizes e iniciados na vasta obra do compositor.

A bordo de seu papagaio do futuro, Alceu revisita a Paris em que aterrissou por um ano, na década de 70. Sucessos como Coração Bobo e Solidão – além da inédita Apoena, feita para o filho do jornalista Carlos Marques, que o abrigou na capital francesa - fazem parte desta safra, em que o cantor potencializa sua identidade nordestina ao deparar-se geograficamente distante dela.

Belle de Jour faz a ponte entre a musa da Nouvelle Vague e a moça bonita da praia de Boa Viagem.  Do sertão para a metrópole e desta para o litoral, o amor e a sedução ganham contornos explícitos em peles morenas e domingos azuis. Como a Morena Tropicana, a criação valenciana tem saliva doce e carne de caju.

SERVIÇO:

NATAL
Dia 01 de Novembro
Sexta-feira, às 21h
Teatro Riachuelo (Av. Bernardo Vieira, 3775 - 3° Piso) 
www.teatroriachuelo.com.br
Balcão Nobre – R$120 / Plateia – R$ 140
Camarote – R$ 160 / Frisas – R$ 12

ASCOM TROPICANA PRODUÇÕES:
Julio Moura (21) 8294-8362 – (21) 2511-2148
juliomoura@alceuvalença.com.br
Redes Sociais: Beto Feitosa (eu@betofeitosa.com
www.alceuvalenca.com.br
https://www.facebook.com/alceuvalencaoficial 

Enviado por Júlio Moura

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Zé do Telhado - Parte I


Por: Guilherme Pereira - Jornalista

Zé do Telhado, titular da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, permanece no imaginário popular como um assaltante que roubava aos ricos para dar aos pobres. O mito e as lendas têm servido para ocultar um processo judicial feito de mentiras e provas forjadas.

Na campa, onde jaz, consta uma data de nascimento igualmente falsa. As quadrilhas integravam padres, morgados, administradores, empresários e alfaiates. Nunca foram julgados. A História reconduz-nos a julgamentos recentes, alguns dos quais da actualidade...

Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes. Tinha renovado a quadrilha, agora constituída por Zé do Telhado e o irmão Joaquim, António da Cunha, o Silva mestre pedreiro, a senhora Tomásia, Joaquim Pinto e a mulher, donos de uma estalagem , o Morgado António Faria, o padre Torquato José Coelho Magalhães, o alfaiate Miguel Exposto, o Morgado da Magantinha(António Ribeiro de Faria) e o administrador Albino Leite.

Zé do Telhado resolve pernoitar em Amarante, cujo administrador, José Guedes Cardoso da Mota, fora avisado que o fugitivo passaria a noite na casa de Manuel Teixeira, do Sardoal.

Cabos de ordens, tropas de caçadores e regedores das freguesias são mobilizados em peso para a captura, cujo comando fora confiado ao regedor Alves, de São Gonçalo.

Cercaram a casa durante a noite. Mal irrompessem os primeiros raios de sol, porimposição legal, o assalto e as prisões consumar-se-iam. A mulher do dono da casa, quase de madrugada, apercebeu-se do cerco e tentou alertar Zé do Telhado, entretanto ocupado a cuidar do visual.

Nas situações mais dramáticas, o homem cofiava a barba hirsuta, ajeitava o paletó, empertigava a peitaça frente ao espelho.

Dirigiu-se a uma janela e interpelou um dos cabos. ”Quem anda aí? – as palavras de Zé do Telhado rasgaram a noite gelada. A resposta chegou e trazia mau augúrio: ”É o regedor da freguesia. Por ora não queremos nada, o que queremos será mais logo”. O foragido dirige-se para o lado oposto da casa e abre outra janela. ”Tu, que estás detrás do carvalho, sai!.. senão morres!”.

Ao grito da última palavra, colou-se um tiro que aterrorizou a patroa. “Entregue-se, senhor, que eles não lhe fazem mal” – ajoelhou-se a mulher. Zé do Telhado nem ouviu. Ao nascer do dia, para surpresa geral, abre a porta de casa e aparece de peito feito. Desce os degraus e simula que se vai entregar. Em tropel, a tropa lança-se sobre a criatura. O gesto é fulgurante - recua, entra de novo em casa, bate com a porta, foge pelas traseiras, galgando um monte.

Os sitiantes seguiram-lhe no encalço. Sentindo-se perseguido, desfechou um tiro. Depois, outro. Estava morto o regedor Alves, comandante do pelotão destroçado.

A verdade histórica confronta-se, hoje, com as versões oficiais e a lenda de José Teixeira da Silva, nascido em 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel.

Aos 14 anos, o garoto muda de ares e vai residir para casa do tio João Diogo, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada. Castrador e tratador de animais, acolhe o sobrinho, interessado em aprender o ofício. Diogo tinha vida abastada e deu abrigo a José Teixeira da Silva durante cinco anos.

Agosto quente, festa da Senhora da Aparecida, 13 de Agosto, dia de folguedo geral no lugar. José Teixeira descobre o aceno de um lenço branco por detrás de uma janela, na casa onde morava.

Ana Lentina, a prima, faltara ao festim. Afogueado, o moço galga o portão e corre para os braços da prima. Um beijo subtil e cinco palavras de amor selaram uma paixão que acabaria em casamento e tragédia. Tinha 19 anos.

Pouco depois, assenta praça no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha”. Corria o mês de Julho de 1837. Rebenta a “Revolta dos Marechais”, contra o partido dos setembristas e pela restauração da “Carta Constitucional”. Os lanceiros alinham com os revoltosos, desbaratados a 18 de Setembro.

O general Schwalback, líder da insurreição, foge para Espanha e leva José Teixeira, que se distinguira em combate. A caminho do exílio, o intrépido recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana.

Regressado com um perdão a Portugal, troca alianças a 3 de Fevereiro de 1845. A 7 de Novembro, nasce a primeira filha do casal – Maria Josefa.  

Grassava no país uma revolta larvar contra o governo de Costa Cabral. O povo, ajoujado a impostos e arbítrios, aproveita a publicação da “Lei de Saúde Pública”- que proíbe os funerais nas igrejas e impõe aos cadáveres um exame por mandatários do governo, em detrimento dos cirurgiões locais – e amotina-se por todo o Minho contra as “papeletas da ladroeira”. 

Estala a 23 de Março a “Revolução da Maria da Fonte”, liderada por mulheres. As quatro cabecilhas da revolta são presas dois dias depois, mas o rastilho espalha-se a Trás-os-Montes.

Há soldados que desertam para o lado dos insurretos. Chaves adere, depois Póvoa de Lanhoso, Vila Real, Guimarães. Centenas de revoltosas são presas pelos soldados e libertadas por companheiras.

José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, às ordens de quem fica o sargento Silva. Logo se distingue na expedição a Valpaços.

Os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ” Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”.

CONTINUA...

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“CHOVEU NO SERTÃO, CHOVEU NO SERTÃO!”, GRITAVA O SERTANEJO ENLOUQUECIDO

Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

Depois de mais de muito tempo sem chover, e continuando dia e noite sem cair uma gota d’água, com tudo secando e virando pó, de repente o sertanejo começou a pular, a correr de canto a outro e gritar “Choveu no sertão, choveu no sertão!”. Estava doido de pedra, completamente enlouquecido.

Foi preciso a vizinhança acorrer desesperada, tentando socorrer o amigo ensandecido de dar dó. Tendo corrido pra se trepar num velho e magro pé de mandacaru e de lá de cima anunciar a boa nova caída dos céus, de lá se estrebuchou com  tronco espinhento e tudo, mas continuando a dizer “Choveu no sertão, choveu no sertão!”.

Ao ser retirado de cima do encanecido cacto símbolo sertanejo, com parte do corpo tomada de espinhos secos mas ainda perfurantes, por cima dos frangalhos de pano e grudados na pele ossuda, chorava feito criança, porém sem derramar um fio sequer de lágrima. Os olhos estavam secos, esturricados, num brilho que parecia de bicho raivoso.

Coitado do homem. Aquele estado de loucura, de repentino ensandecimento, refletia apenas a cruel situação daquilo que todos estavam vivendo, pois todos à beira da demência, da insanidade, da perda completa do juízo diante de quadro tão devastador e agonizante como aquele apresentado pela sua terra sertaneja. O sertão de lua tão bela, desde muito somente uma terra de sol escaldante.

Era seca feia, braba, feroz, arrepiante. Era estiagem inclemente, desafiadora, que já tendo secado tudo, emagrecido tudo, matado impiedosamente, e agora tentando minar o juízo de quem ainda imaginava possuir cabeça para pensar. E pensar em profundidade sobre aquela situação, lançar o olhar perante a nua realidade, era quase certeza de enlouquecer. Como realmente havia acontecido.




E o homem endoidou por causa disso. A visão da seca desalmada, da desesperança em tudo adiante, tudo fervilhou na cabeça, desfigurou o juízo.  Desde o amanhecer ao anoitecer que não pensava noutra coisa senão matar a sede e a fome dos meninos e do restinho dos animais. Saía ao redor da morada e logo começava a avistar a fumaça encobrindo aqui e ali, num fogaréu que nascia do sol em fagulhas.

Pelos pastos acinzentados, de vegetação já completamente carcomida e tristemente se deixando levar pela ventania, as carcaças dos animais se estendendo junto às pedras e espinhos. No calor insuportável, as cobras sobreviventes se escondendo nas locas, uma ou outra lagartixa pulando de pedra em pedra fugindo da labareda de cada lugar.

Não havia mais preá nem teiú, não restava mais qualquer animal que pudesse ser caçado para matar ou enganar a fome. E a meninada morderia tudo com maior gosto, de lamber os beiços. Mas tudo se, se alguma coisa restasse. Criancinha se danava a encher a mão de barro e levar à boca; um meninote foi encontrado mordendo um calango. Vivo.

Comer o que, dar o que à filharada? A urtiga e a cansanção, aquelas mesmas plantas cuja pele causa ardência e queimação, já havia servido de mesa e sobremesa para muita gente. Depois de ter a pele retirada é possível obter uma carne esbranquiçada, macia e comestível. Contudo, também não suportaram a secura da terra e a falta de pingo naqueles descampados de desolação. Não havia nem mais urtiga nem cansanção.

Se haveria de pensar que ainda era possível encontrar as plantas cactáceas tão próprias do sertão e que suportam as estiagens bem mais que homens e animais. Diante do quadro dantesco, da insuportável situação, seria um erro pensar assim. Por muito tempo o gado se alimentou unicamente de palma, mas agora não existia mais. E muito menos farelo ou qualquer outro tipo de ração.

E foi diante de um quadro assim, e muito mais realista pisando na terra ardente e mirando o sol inclemente, que o valente sertanejo enlouqueceu. Saiu porta afora ouvindo o filho chorar faminto, avistou adiante o cachorro morto estendido na malhada, olhou para cima e o sol esturricou o que lhe restava de juízo.

E então, debaixo do ensolarado sofrimento, danou-se a gritar “Choveu no sertão, choveu no sertão!”. E que tristeza, meu Deus, é a loucura da seca, do aflição, da desvalia.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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