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sábado, 27 de setembro de 2014

BOAS INFORMAÇÕES SOBRE BANDIDOS


Os artigos abaixo, publicados que foram nos anos de 1926, 1931 e 1938, de jornais de Aracaju, deixam claro que o banditismo em Sergipe, embora não muito organizado, mas que do tipo cangaceiro, existiu antes e durante a presença de Lampião e seus comparsas por estas terras, a partir de 1929; banditismo este sem nenhum vínculo com o famoso e temível bandoleiro.

Portanto, nem todo crime praticado no sertão sergipano, por bandoleiros, nos dias do cangaço, deve ser imputado a Lampião e/ou seus sicários.

“GAZETA DO POVO” – 01/08/1926
O INTERIOR DE SERGIPE ESTÁ CHEIO DE SALTEADORES!

Com o título acima, publicou a colega “A Luta”, de Anápolis, no seu último número, o seguinte:

“Já não é só nas estradas de Pedra Mole e Campo do Brito que se aboletam salteadores, com o fim de saquearem os viajantes; também nas estradas de Olhos d’Água, Pinhão e Macambira. Neste último lugarejo os saques se estendem até às casas comerciais. É um verdadeiro pavor. No povoado de Mucambo o alarme é tão grande que os comerciantes, sem garantia de vida e prevendo iguais assaltos, estão se retirando para as cidades mais próximas.

O digníssimo delegado desta cidade tem tomado algumas providências, com o intuito de pôr termo ao banditismo neste município.

Certamente o doutor Ascendino Garcez, enérgico chefe de polícia, já está a estas horas tomando as necessárias providências que o caso exige.

Outra coisa não é de esperar do elevado critério da mais alta autoridade policial do Estado.

 “SERGIPE JORNAL” – 30/01/1931
O BANDITISMO É A AMEAÇA QUE PAIRA SOBRE SERGIPE
UM HOMEM BARBARAMENTE MUTILADO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Do interior é que os Estados auferem suas principais rendas, asseguradoras de sua vitalidade e autonomia.

Sergipe tem na cana-de-açúcar, no algodão, na criação de gado, a sua riqueza. Tudo, produto do interior, de suas cidades, vilas, povoados.

No entanto, ameaça-o o fantasma desolador do cangaceirismo, que, salvo um combate sem trégua onde pereçam ou sejam capturados os numerosos componentes dos bandos de abutres humanos, fatalmente dar-se-á o êxodo da gente campesina para as zonas mais habitadas, ficando abandonados, entregues ao matagal bravio e nocivo, campos ubérrimos e verdejantes repletos de plantações.

O cangaço precisa desaparecer de nosso Estado, pois está se tornando uma indústria.

Proliferam os pequenos grupos de desnaturados – os rebentos maus da humanidade que, desconhecedores do sentimento do bem, visando, tão somente, o lucro certo, vultoso, apelam para o que as suas conjecturas melhor lhes apresentam como profissão.

Faz tanto tempo que Lampião arrecada somas por estes Brasis afora. Bem que poderia ser, já, um milionário.

Em princípios do expirante o município de São Paulo foi abalado por inominável ato de selvageria.

Um ancião, vulgarmente conhecido ali por José Encourado, agricultor, teve de súbito sua casa invadida por dois malvados. Enquanto um o ameaçava para entregar-lhe o dinheiro que porventura tivesse, o outro avançava para sua filha moça em atitude franca de bestialidade.

Antevendo a desgraça iminente, o senhor José perdeu a cabeça e, munido de cacete, vibrou forte pancada no indivíduo que lhe estava próximo.

Este, para mais facilmente se defender e reagir, apelou para o companheiro, dando, os dois, tremenda surra no velho e, ao depois de lhe tomarem todo o dinheiro de suas economias, cerca de 400$000, saíram com ele, estrada afora, para que indicasse novas vítimas. Como prêmio (e porque achassem pouco o dinheiro arrecadado), munido de punhal, um deles seccionou-lhe a região envolvente dos testículos, abandonando-o em seguida, se esvaindo em sangue, mais para a morte que para a vida.

Dias decorridos, foi preso um indivíduo de nome Manoel Luiz, ex-cabo do Batalhão Policial, como autor de um roubo, sendo o seu reconhecimento feito por uma mulher.

Ultimamente, diversas pilhagens vinham sendo feitas na região sem que se soubesse o autor ou autores.

Identificado Manoel Luiz posteriormente foi denunciado como principal trucidador do pobre velho de quem linhas acima narramos a desventura, e também descobriu ser ele partícipe chefe dos tais roubos que tão frequentemente vinham sendo ali levados a efeito.

Constatou-se mais que Manoel organizava um pequeno grupo de quatro cangaceiros. Dois destes foram logo presos, sendo um seu irmão. Fugou o quarto do qual não se sabe o destino, acreditando-se, todavia, que está em Coité.

Chamamos a atenção do Exmº. Sr. Chefe de Polícia para os crimes e personagens maus que neste focalizamos, a fim de que S. Ex.ª os faça transportar para esta capital onde responderão pelas culpas que lhes ficarem provadas.

Tão vis criaturas, verdadeiros flagelos do nosso infeliz sertão, não podem deixar de sofrer os rigores da lei inflexível.

“CORREIO DE ARACAJU” – 28/04/1938

FORAM ABATIDOS DENTRO DA MATA

OS BANDIDOS QUE ASSALTAVAM O INTERIOR DOS MUNICÍPIOS DE BOQUIM E RIACHÃO


Noticiamos segunda-feira última, a morte de três bandidos que estavam intranquilizando o interior dos municípios do sul do Estado.

Precisávamos, entretanto, de detalhes, que os telegramas vindos de Riachão não forneciam. Pusemo-nos em campo e hoje damos os pormenores do fato.

NO CIPOZINHO

O lugar primeiramente atacado no município de Boquim foi a fazenda Cipozinho.

Seriam seis e meia da manhã, quando ali chegou o grupo composto dos bandidos “Volta Seca”, “Barata” e “Beija-Flor”, todos armados de mosquetão, cartucheiras e bornal de munição. Vestiam mescla azul, a mesma indumentária das forças volantes, diferenciando-se destas apenas por um lenço vermelho que traziam no pescoço.

Todos os agregados já se achavam nas roças e estava só em sua casa, com sua velha mãe, Sinhozinho Araújo, proprietário da fazenda. Bateram palmas e vindo ele atender, viu diante de si os três bandidos que logo o ameaçaram e prenderam, exigindo dinheiro. Queriam 1.000$000 e como lhe fosse respondido que não tinha dinheiro em casa, as ameaças de morte redobraram, até que a velha mãe trouxe lá de dentro 500$000, que não satisfizeram, e, depois, grande quantidade de pratas, que perfizeram mais de um conto de réis. Pretenderam levar preso Sinhozinho.

“O melhor lhe daremos ali adiante, no caminho”, diziam-lhe.

E só a custo de implorações de sua velha mãe e de outra velha agregada foi que o deixaram.

Exigiram, entretanto, que lhes fossem dados cavalos e um guia que os pusessem adiante.

Que jeito?! Foi-lhe dado um rapazinho que chegava da roça e três animais, saindo eles já montados.

NO MAXIXE

Dirigiram-se, então, para o “Maxixe”, outra propriedade próxima, e aí, encontrando a casa sem ninguém, remexeram e quebraram móveis, em busca de dinheiro.

Eis que chega, porém, o dono da casa.

- “Queremos dinheiro e ouro”, gritaram. 

O proprietário franqueou-lhes a casa para que procurassem, pois nada tinha. Ameaças de toda sorte, móveis remexidos e revirados. Daí saíram e entraram pelo mato.

CHEGA A VOLANTE

Em pedrinhas, por ordem do capitão Chefe de Polícia, achava-se a volante comandada pelo senhor José Luiz, contratado, ex-sargento da Força Pública, composta de doze homens.

Logo que os bandidos deixaram “Cipozinho”, e seu proprietário, Sinhozinho Araújo, mandara comunicar todo o ocorrido à volante em Pedrinhas. Esta imediatamente se deslocou para o lugar apontado, chegando ao Maxixe, onde soube que poucos minutos antes o grupo havia saído dali. Dois rastejadores da volante guiam os demais companheiros, seguindo as pegadas do grupo. Entraram, adiante, numa mata, já no município de Riachão, dormiram e, à tarde do dia seguinte avistaram em plena mata, numa grota, os três bandidos procurados. Fizeram fogo e começou.

O TIROTEIO

Aos tiros da força volante, os cangaceiros respondiam com outros, dando saltos e amparando-se nas árvores. Uma bala certeira prostrou o primeiro e depois outra o segundo, fugindo, então, o terceiro.

Aproximaram-se e encontraram ainda com vida o de nome “Volta Seca”, chefe do bando. Pediu que não o acabassem de matar, mas um facão certeiro decepou lhe a cabeça. Cortaram também a cabeça do segundo e levaram-nas para Boquim, donde as trouxeram para a capital. 
Ficou, desta forma, o sul do Estado livre de dois cangaceiros.

O FORAGIDO

O bandido que conseguiu fugir, cognominado “Beija-Flor”, é um ex-soldado da Força Pública, de nome João Batista de Oliveira, que, segundo se pensa, está baleado.




Nota: Não confundir o cangaceiro de nome (Volta Seca) com o "Volta Seca" que foi preso em 1932, e passou 20 anos na cadeira. 

Fonte: facebook

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Como se forja um cangaceiro - II

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Fac-símile do jornal O Globo de 4 de novembro de 1958. Reportagem com o ex-cangaceiro Volta Seca onde o Jornalista Bruno Gomes inicia uma série de reportagens no referido jornal. 








Extraído do blog: Caiçara dos Rios dos Ventos do pesquisador do cangaço Raul Meneleu Mascarenhas - http://meneleu.blogspot.com.br/2014/09/como-se-forja-um-cangaceiro.html

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AURORA em Arqueologia do Cangaço.

Por José Cícero

AURORA em Arqueologia do Cangaço. - Uma verdadeira relíquia: 


Bala ainda intacta de fuzil é encontrada em local de confronto do Cangaço, por onde passou Lampião em Aurora-CE.(ver fotos abaixo).


A Bala de 1912 (ver registro) é da Marca DWM (Deutsche Waffen und Munitionsfabrik) uma antiga fábrica de munições de Berlim na Alemanha que atualmente não existe mais. 


Segundo informações históricas o Governo Brasileiro, em 1908, realizou uma grande aquisição de armas e munições junto à D.W.M. (Deutsche Waffen und Munitionsfabrik). Acervo JC/14

Fonte: facebook

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O CANGAÇO VOCÊ SABIA?


Que certa vez houve uma briga entre os cães de Luiz Pedro e o de Lampião?

Após a briga dos cães, o chefe cangaceiro ao ver o seu fiel derrotado, puxa a pistola para atirar no cachorro de Luiz Pedro, que fora o vencedor.

Luiz Pedro instintivamente arma seu fuzil para defender o seu animal da ira do Capitão... Na sequência os ânimos esfriaram e ficou o dito pelo não dito.

NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.
Geraldo Antônio de Souza Júnior

Fonte: facebook

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CANGACEIRO "SABINO "INVADIU A CIDADE DE TRIUNFO/PE"


Corria o ano de 1926, precisamente no dia 7 de maio daquele ano, o cangaceiro SABINO GOMES (foto abaixo), e seu grupo composto de 12 cangaceiros, invadiram a cidade pernambucana de TRIUNFO, a qual se encontrava castigada pela peste bubônica e desprevenida de policiais.


Inicialmente, os cangaceiros travaram combate, com os poucos policiais da localidade, os quais se encontravam entre as paredes da Igreja Matriz em construção. A falta de munição, fez com que os soldados saíssem, em disparada, levando morto o cabo Zé Sabiá, com um tiro na testa, e outros feridos.


Ato contínuo, os famigerados cangaceiros, assaltaram a Loja do Sr. Antonio Campos (VIDE foto abaixo ), onde efetuaram saques e tentaram abrir o cofre inglês Milners, sem resultados.

Revoltados, os cangaceiros incendiaram a citada loja, queimando as mercadorias existentes.

Fato inusitado, é que o fogo atingiu o estoque de seiscentas dúzias de foguetões, o que provocou uma grande explosão.

Os cangaceiros fugiram, pensando ser um ataque da polícia, o que foi a salvação da cidade, que dessa maneira, escapou de um saque total em seu comércio e residências.

FOTOS: Google e Zé Otávio

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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Os vários tipos de cangaceiros de Lampião



Extraído do blog: "Caiçara dos Rios dos Ventos" do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas

http://meneleu.blogspot.com.br/2014/09/os-varios-tipos-de-cangaceiros-de.html

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LIVROS SOBRE CANGAÇO É COM O PROFESSOR PEREIRA


Entre em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através do endereço abaixo, ele enviará o seu livro para qualquer parte do Brasil:

franpelima@bol.com.br

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O CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE WALTER WANDERLEY

Por José Edilson Albuquerque Guimarães*

Walter Wanderley: talento literário nas mais diversas formas
              
Berço de intelectuais, a Família Wanderley, surgiu a partir de Gaspar van der Ley. Gaspar van der Ley foi Capitão de Cavalaria das tropas holandesas ligadas ao Conde Maurício de Nassau que participaram da invasão ao estado de Pernambuco.

Com atividade cultural fecunda nas mais diversas áreas, com destaque para a poesia a Família Wanderley teve no açuense Luiz Carlos Lins Wanderley (1831-1890), o primeiro norte-rio-grandense a se formar em Medicina e possivelmente o pioneirismo literário. Poeta, contista, teatrólogo, romancista e político, Luiz Carlos se casou duas vezes: com Francisca Carolina Wanderley em 25 de julho de 1858 teve os filhos poetas Celestino, Ezequiel e Maria Carolina Wanderley (Sinhazinha Wanderley). Do segundo consórcio, com Maria Amélia Wanderley, em 25 de julho de 1877 teve outros filhos poetas, Sandoval e Segundo Wanderley.

Os netos de Luiz Carlos também se destacaram na poesia, como no caso de Palmyra e Jayme Wanderley, filhos de Celestino Wanderley. Outros parentes como Rômulo Wanderley e Berilo Wanderley se destacaram na poesia e em outras áreas culturais. Mais um deles, merece uma atenção especial. Embora não sendo poeta escreveu: obras com rico conteúdo poético, biografias detalhadas de seus parentes e amigos, além de juntar em todos os seus trabalhos publicados, pesquisas genealógicas resumidas e completas sobre a sua família. Refiro-me a Walter Wanderley.

Walter Wanderley, o filho primogênito de Joca e dona Guiomar.

João Wanderley de Albuquerque, o Joca nasceu em Mossoró, a 09 de outubro de 1887, filho de Paulo Leitão Loureiro de Albuquerque e Francisca Adelaide Lins Wanderley. Aos 16 anos deixou sua cidade natal para residir em Macau, onde se fixou em definitivo estabelecendo-se inicialmente como empregado do seu tio materno Velhinho Wanderley. Em seguida, passa a trabalhar como funcionário público estadual e, posteriormente foi tesoureiro–geral da Prefeitura Municipal, em cujo cargo foi aposentado. Depois de aposentado residiu em Natal e dali transferiu-se para o Rio de Janeiro, até o seu falecimento, em 09 de novembro de 1964.

Joca contraiu núpcias com Arminda Guiomar da Fonseca e Silva, nascida em Natal a 15 de janeiro de 1897 e falecida 23 de julho de 1968, no Rio de Janeiro e filha do Major José Augusto da Fonseca e Silva e de Elvira Teixeira de Moura da Fonseca e Silva. Deste enlace matrimonial, nasceram os filhos (todos macauenses): Walter Fonseca Wanderley de Albuquerque, Wilson Fonseca Wanderley de Albuquerque, Wharton Fonseca Wanderley de Albuquerque, William e Wanda Wanderley.

Walter Wanderley nasceu em 26 de setembro de 1914. Seus primeiros estudos foram realizados em sua cidade natal. Em 10 de maio de 1922 chega a Mossoró passando a estudar no Grupo Escolar 30 de Setembro até 1926. Uma recordação marcante para ele foi que no ano de sua chegada a Mossoró teve a grata satisfação de ter sido aluno de Alzira Gonçalves neta do saudoso poeta baiano Castro Alves. No ano seguinte retorna a Macau para estudar no Grupo Escolar Duque de Caxias. De 1928 a 1930 vai morar em Natal para estudar no Colégio Pedro II.

No final de 1930 vai morar em Campina Grande-PB. Um ano depois, passa a residir em João Pessoa-PB, onde fez o curso de contabilidade. Durante esse período, conseguiu integrar o movimento cultural paraibano com Lauro Gomes, na Revista Menina, Doutor Antonio de Menezes, Durval Albuquerque, Leonel Coelho, Lauro Wanderley, seu primo e Carlos Firmo de Sousa (Carlito), casado com sua tia paterna Maria das Dores Wanderley de Sousa (Dorinha).

No final de 1933, regressou a Mossoró e foi comerciário nas empresas de João Ferreira Leite e Manuel Fernandes de Negreiros. Na cidade também se envolveu com o futebol. Foi elemento de vanguarda no Esporte Clube Mossoroense, sendo um dos fundadores em 1934.

Walter Wanderley casou, em 12 de dezembro de 1935, com a prima Zilda dos Santos Wanderley natural de Mossoró filha de Irineu Wanderley dos Santos e de Apolônia Mascarenhas dos Santos. Dessa união, teve os filhos (todos mossoroenses): Maria Rejane Wanderley, Carlos Renan Wanderley e Maria da Conceição.

Ocupou diversos cargos. Em Mossoró foi: secretário geral do Centro Municipal de Mossoró; diretor da Casa de Menores; secretário da Associação Comercial; secretário geral do Esporte Clube Mossoroense; secretário da Associação Mossoroense de Desportos Atléticos; Adjunto de Promotor Público de Mossoró; corretor oficial de algodão; membro da Liga de Defesa Nacional de Mossoró e membro da Defesa Passiva Antiaérea da Segunda Grande Guerra.

Foi ainda diretor da Cooperativa dos Salineiros Norte-Rio-Grandenses, auxiliando o diretor presidente, Vicente da Mota Neto, mossoroense de largo conceito. Nessa função, ingressou na política. Atendeu o convite de Mota Neto, sobrinho do Padre Mota, outro dileto amigo de Walter Wanderley.

Foi deputado estadual pelo PSD, na legislatura de 1947 a 1951 exercendo a segunda secretaria da mesa diretora. Na eleição seguinte, não logra êxito. Por essa razão, decide novamente mudar de ares. Recebe honroso convite de um tio industrial para residir na então capital federal (Rio de Janeiro) e não pensa duas vezes. Aceita e se adapta rapidamente a vida da cidade.

Em 1953, no Rio de Janeiro, fez cursos de Economia, Relações Públicas e Técnica de Chefia, que lhe credenciaram aos exercícios das funções de empresários de várias e importantes firmas daquele meio.

Mesmo residindo fora de Mossoró (Natal, Rio de Janeiro e depois Belo Horizonte), nunca se afastou da cidade adotiva que tanto amou. Visitava Mossoró, com frequência. Fazia-se sempre presente aos festejos do dia 30 de setembro. Data que o sensibilizava profundamente. Afinal de contas, seu avô paterno, Paulo de Albuquerque foi um destacado abolicionista mossoroense. Não por acaso publicou uma biografia detalhada sobre seu ilustre parente justamente, preparada, para o dia, 30 de setembro de 1969. Não bastasse fez questão de nominar todos os seus parentes nascidos na terra inesquecível (Mossoró), em dedicatória de um dos seus livros.

A sua vocação literária não tardaria a se manifestar. Colaborou, na imprensa potiguar, escrevendo nos jornais A Centelha e Correio Festivo de Mossoró e no Diário de Natal. Foi diretor do “Jornal do Oeste” de Mossoró e do “A República” de Natal. Escreveu também para a Revista Bando de Natal e para a Revista Evolução de Campina Grande.

Walter Wanderley foi autor de vários livros:
Nota de Viagem ao Amazonas, 1947;
Boda de Ouro dos Meus Pais, 1963;
Família Wanderley, 1966;
Macau na Poesia de Edinor Avelino, 1967;
As Palavras, A amizade e o Tempo, 1968;
Paulo de Albuquerque, o Poeta da Abolição, 1969;
Mossoró na Poesia de Cosme Lemos, 1969;
Irineu Sóter Caio Wanderley, Cem Anos de sua Morte, 1970;
Eliseu Viana, o Educador (1890-1960), 1971;
Gente da Gente, 1973;
O Jornalista Martins de Vasconcelos: Um Homem de Muitas Lutas, em parceria com Raimundo Nonato da Silva, 1974;
Um Passeio Sentimental a Minha Terra, 1977;
O Culto da Liberdade na Voz de Dois Poetas, 1980.

Walter Wanderley publicou ainda outros trabalhos na forma de livretos ou plaquetes, tais como: o Homem Escritor, sobre Raimundo Nonato, O Escritor Milton Pedrosa, sobre o mossoroense Milton Pedrosa. A maior parte de suas obras literárias foram publicadas, pela Editora Pongetti do Rio de Janeiro. Publicou também pela Coleção Mossoroense.

Pertenceu a diversas entidades culturais. Membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, como segundo ocupante da Cadeira no8 que tem como Patrona a escritora Isabel Gondim (atualmente ocupada por Nelson Patriota), do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e do Instituto Genealógico Brasileiro. É patrono da Cadeira no38 da Academia Mossoroense de Letras-AMOL, cujo primeiro ocupante foi Raimundo Nonato da Silva, um grande amigo seu.

Foi seu amigo Raimundo Nonato que melhor o definiu, afirmando certa vez que “o escritor macauense-mossoroense (esta admirável dicotomia tão expressiva do seu feitio territorial), pois na verdade, Walter Wanderley nem sempre sabe onde começa ou onde finda a influência marcante que as duas cidades exercem sobre sua formação”.

Faleceu em 04 de setembro de 1980, em Belo Horizonte, onde residia. O município de Mossoró prestou homenagem dando nome a uma avenida localizada no bairro Planalto Treze de Maio.

Mossoró, 26 de setembro de 2014.

Centenário de nascimento de Walter Wanderley.
*José Edilson Albuquerque Guimarães nasceu em 24 de dezembro de 1976, em Mossoró-RN. É servidor da Prefeitura Municipal de Mossoró. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Mestre em Geociências pela UFRN.
Referências Bibliográficas:

FELIPE, José Lacerda Alves. Caminhos da Lembrança. Natal-RN. Fundação José Augusto. 2011, 172 p.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=4210. Acesso em 24 de setembro de 2014.
http://www.mprn.mp.br/memorial/pgj27.asp. Acesso em 24 de setembro de 2014.
http://www.pmw.adm.br/biografia.htm. Acesso em 24 de setembro de 2014.
WANDERLEY, Ezequiel. Poetas do Rio Grande do Norte. Edição Fac-Similar com Atualização e Notas de Anchieta Fernandes. Natal: Sebo Vermelho, Editora CLIMA e Sebo Cata Livros, 1993, 357 p.

WANDERLEY, Walter. Mossoró na Poesia de Cosme Lemos. Rio de Janeiro: Editora Pongetti. 1969, 169 p.
WANDERLEY, Walter. Paulo de Albuquerque – O Poeta da Abolição. Rio de Janeiro: Editora Pongetti. 1969, 279 p.

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e autor deste artigo José Albuquerque Guimarães Segundo

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