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sábado, 1 de março de 2014

O MASSACRE DA FAMÍLIA GILO


Por Ivanildo Alves Silveira
Rubinho Lima e Ivanildo Alves Silveira

Esse ataque aconteceu em 28 de agosto de 1926, na fazenda Tapera, esse foi um dos atos de violência de Lampião que teve mais repercussão em todo estado de Pernambuco.

Foi também a ocasião em que foi enganado por um amigo chamado Horácio Novaes (Um jagunço ladrão de cavalos e que era considerado muito perigoso).

Durante os meses em que Horácio e Lampião andaram juntos, Horácio procurou envenenar seu companheiro contra os Gilo - Vila de Floresta - PE, em preparação para sua vingança, (em outro tópico eu conto o porque dessa vingança) seu golpe maior foi uma carta, feita como se fosse pelos os Gilo, mas escrita pela mulher de Horácio, endereçada a Lampião, não só o insultava, como ainda colocava em dúvida a sua coragem. Era, na verdade, destinada a provocar um ataque, como desforra, este ataque se concretizou às 04:00hs da manhã, num sábado, quando Lampião e Horácio, acompanhados por nada mais, nada menos de que 90 (noventa) cangaceiros que abriram fogo contra a casa dos Gilo, onde estavam umas doze pessoas, inclusive um chamado Manoel Gilo, um homem que tinha acusado Horácio Novaes de roubo de mulas e burros e por essa acusação, o mesmo foi condenado.

Também estavam dois de seus irmãos, seu pai o Sr. Donato, sua mãe e diversos outros parentes da família.

Os Gilo resistiram bravamente, tinham sido prevenidos de que este ataque estava sendo tramado, e a luta durou muitas horas, neste ínterim, alguns cangaceiros foram colocados ao longo da estrada que passava pela casa dos Gilo, de modo a interceptar todos os que se dirigiam a feira de Floresta, impedindo assim, que qualquer socorro pudesse ser dado a família assediada.

Por volta das 10:00hs, quando cessou o fogo de dentro da casa, o mais velho dos Gilo (o único homem ainda vivo na casa) saiu e enfrentou os cangaceiros.


Lampião puxou do bolso a carta que ele acreditava ser do homem à sua frente, e começou a lê-la, Sr. Donato protestou e negou a autoria, acrescentando que não sabia ler e nem tão pouco escrever. Lampião, conforme dizem, estava propenso a acreditar na sua inocência, foi quando Horácio, que estava perto, levantou a pistola, atirou na testa, matando seu inimigo. Ao todo, morreram treze pessoas na fazenda tapera – Vila de Floresta, naquele dia, e conforme disseram as testemunhas, os corpos estavam espalhados por toda a casa, das 12 pessoas presentes, só não morreu a mulher de Gilo, e o único da família que escapou a exterminação foi o mais moço, ainda quase um menino, que tinha ido ao Ceará comprar açúcar, e portanto, estava ausente quando ocorreu o morticínio.

Duas pessoas que não pertenciam a casa também morreram, uma, tinha detido na estrada e a outra, foi um soldado da polícia de Floresta, que chegou depois do tiroteio.

Lampião, não confiando mais em Horácio, expulsou-o do bando.

 José Saturnino, o primeiro inimigo de Lampião

Depois desse massacre dos Gilo, o Governador dos Sertões, como era chamado Lampião, foi duramente perseguido pela polícia, entre os perseguidores, estavam José Saturnino e Manoel Neto, este tendo a reputação de ser o mais destemido dos Nazarenos.
 
Manoel de Sousa Neto

Os militares quase conseguiram sua meta, pois, em meados de setembro, desse mesmo ano, numa luta na fazenda Tigre, na comarca de Floresta, Lampião saiu gravemente ferido no peito, pouco se ouviu falar nele nas semanas que se seguiram, enquanto estava se recuperando na fazenda de Poço do Ferro, pertencente ao Coronel Ângelo da Gia, um de seus protetores em Pernambuco.

Parece que só em novembro as autoridades descobriram seu paradeiro, mas, a esta altura, Lampião já estava bom, bem longe e voltado às suas atividades.

Esse fato para mim, foi um dos mais violentos de todo o cangaço e de maior covardia por parte desse jagunço chamado Horácio Novaes.

Por: Ivanildo Silveira (Comunidade Orkut - Lampião o grande Rei do Cangaço).

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RECORTES DE JORNAIS - A NOITE ILUSTRADA (1938)


RECORTES DE JORNAIS - A NOITE ILUSTRADA (1938)

Na imagem o então Jornalista Melchiades da Rocha enviado do Jornal A NOITE ILUSTRADA entrevista ANÁLIA FERREIRA, irmã de Virgulino Ferreira (Lampião) pouco tempo após a morte do cangaceiro.

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Sílvio Bulhões filho do casal de cangaceiros Corisco e Dadá


No bairro do Farol, em Maceió, um homem próximo dos 73 anos guarda com cuidado pequenas roupas que têm a sua idade. Elas são a lembrança material do carinho dos seus pais, que não chegou a ver, a não ser em fotografias, já adolescente. Sílvio Bulhões, economista, nascido em agosto de 1935, é filho dos cangaceiros Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) e Dadá (Sérgia Ribeiro da Silva), com quem só permaneceu por nove dias.

Foi entregue para ser criado por um padre em Santana do Ipanema, também em Alagoas, de quem assumiu o sobrenome. "Fui cangaceiro por nove meses e nove dias", conta, enquanto guarda o enxoval que foi enviado por Dadá, junto com uma carta de Corisco, para o religioso.

Padre Bulhões - Pai adotivo de Sílvio Bulhões - filho dos cangaceiros: Dadá e Corisco

Sílvio Bulhões prepara um livro que conta a sua história. Nele, narra como, em 1944, teve um sonho com um homem vestido com roupas estranhas, que se dizia seu pai. Mais tarde, ao ouvir escondido uma conversa do padre com visitantes, em que este revela que o menino era realmente filho de Corisco, entra em um quarto proibido para ele, e descobre, dentro de um baú, uma revista Noite Ilustrada que narrava os últimos dias do cangaceiro. "Lembro que corri para o quintal e subi numa árvore. Fiquei horas lá em cima, vendo aquelas fotografias. O homem se parecia com o do sonho", relata. O primeiro encontro com a mãe se deu quando Sílvio já tinha 18 anos. Dadá, que se locomovia com dificuldade por causa da sua perna amputada, pôde finalmente contar mais detalhes sobre Corisco. "Ela disse que ele tinha muitas saudades. Encontrei mais tarde um homem que, quando soube que eu era filho de Corisco, abraçou-me e disse que eu tinha salvado a vida dele. Aprisionado pelo cangaceiro, contou que havia me visto na casa do padre, em uma cadeira que depois se transformava em um carrinho. Como Corisco queria mais detalhes, começou a inventar histórias sobre mim. Acabou libertado". Da outra margem do Rio São Francisco, Corisco, alagoano de Matinha de Água Branca, nascido em 1907, chegou a ouvir os tiros em Angicos, para onde se dirigiria no dia 28 de julho de 1938 com o objetivo de se encontrar com Lampião, o homem que, além de chefe, era inspiração para ele também se autodenominar "capitão". Depois de confirmadas as mortes de 11 cangaceiros, entre eles Lampião e Maria Bonita, mandou degolar seis pessoas de uma mesma família.


Corisco tentou assumir o posto de Lampião, mas não tinha a mesma habilidade para reunir os grupos restantes de cangaceiros. No dia 25 de maio de 1940, em Brotas de Macaúbas (Bahia), já abandonado pelos companheiros, com um braço gravemente ferido e sendo amparado pela mulher, ele é morto pela volante de José Rufino.


Já não podia nem segurar uma espingarda. Dadá, baleada, tem que amputar uma perna. Ela é libertada apenas em 1942. Com o homem que lhe levou ao cangaço com apenas 12 anos de idade, teve sete filhos. Além de ter sido a única mulher que verdadeiramente pegou em armas, contribuiu com sua arte para embelezar os apetrechos usados pelos bandos. Dadá morreu em fevereiro de 1994.Sílvio Bulhões ainda guarda com cuidado o enxoval que Dadá mandou entregar ao padre que o criou. As peças foram temas de uma reportagem de O Cruzeiro em 1956 (abaixo). Acima, o menino em sua cadeira que se transformava em carrinho. A peça acabou salvando a vida de um prisioneiro do pai.

Comunidade cangaço
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Observação:

As pessoas que postam matérias culturais no facebook não colocam os nomes dos autores dos artigos, que é uma obrigação. É um dever nosso colocar o nome do autor de qualquer artigo. 

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