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segunda-feira, 5 de julho de 2021

BATALHA DA SERRA GRANDE

 

Lampião


Batalha da Serra Grande completa 86 anos

Em março de 1926, Lampião recebeu do Batalhão Patriótico de Juazeiro do Norte, a patente de capitão. Mesmo considerando que a patente não era legítima, o cangaceiro se tornou mais fortalecido e mais violento, também. Nesse ano, ocorreu uma série de atentados na região do Pajeú, com diversas mortes e sequestros, episódios que culminaram com a famosa Batalha da Serra Grande, ocorrida em 26 de novembro de 1926, a cinco quilômetros do distrito de Varzinha município de Serra Talhada.

Lampião tinha sequestrado Pedro Paulo Magalhães Dias, um inspetor da Standard Oil Company. O fato aconteceu na estrada de Triunfo para Vila Bela (atual Serra Talhada). Pedro Paulo era natural da cidade de Sabará, em Minas Gerais, e, por isso, ficou conhecido como Mineiro. Lampião pedia vinte contos de réis para libertá-lo, o dinheiro deveria ser entregue na Fazenda Varzinha, local indicado por Lampião.

Casa de Silvino Liberalino

Quando o bando chegou a Fazenda Varzinha, foi direto à residência de Silvino Liberalino, o qual tinha sido subdelegado de Vila Bela, no ano de 1911. Logo que viu a tropa, Silvino não percebeu que estava diante dos comandados de Lampião, pois, naquela época, as roupas dos cangaceiros eram iguais às da polícia. Então, saltou na calçada, com um rifle na mão, e fez a seguinte pergunta:

- É Lampião ou é Força?

O bando respondeu:

- É a Força Volante.

Silvino Liberalino se sentiu mais seguro e disse:

- Então podem entrar. Se fosse Lampião, ia comer bala.

Os cangaceiros entraram e pediram água para beber, quando Silvino colocou a mão no pote para retirar água, os cangaceiros o seguraram e se identificaram:

- Você está falando é com Lampião cabra. E o prenderam, e para comemorar, deram alguns tiros em frente da residência, ainda hoje, existem algumas marcas de balas nas portas da casa.

Furo de bala disparada por cangaceiro em 1926

Os bandoleiros, que já vinham com o refém, Pedro Paulo Magalhães Dias (o Mineiro), levaram também, Silvino Liberalino, os dois presenciaram a Batalha na Serra Grande.

A intenção do bando de Lampião na Fazenda Varzinha, além de receber o resgate, era uma vingança por um antigo assassinato, ocorrido na Serra Negra, no município de Floresta, cometido por José de Esperidião, que se mudara para Varzinha.

O resgate foi levado por intermédio de Manuel Macário, homem da confiança de Cornélio Soares, no entanto, já na Fazenda Varzinha, o portador foi flagrado pela força policial do sargento Manuel Neto, que lhe aplicou severas torturas e recolheu o dinheiro.

Policial Manoel Neto

O bando seguiu em direção à casa de José de Esperidião, cuja esposa, Rosa Cariri de Lima, ao ver de longe a multidão, avisou o marido, alertando-o para que se retirasse.

José de Esperidião perguntou:

- Quantas pessoas você acha que vêm?

Ela respondeu:

- Uns vintes homens.

Ele disse:

- Não corro com medo de vinte homens.

A mulher calculou muito mal, o quantitativo do bando era de aproximadamente, 68 cangaceiros.

José de Esperidião pegou seu rifle e dois bornais de balas e ficou entrincheirado no quarto. O tiroteio foi grande, de toda ribeira se ouvia o barulho das balas, após certo tempo de tiroteio, o bando resolveu colocar fogo na casa. Para tanto, retiraram toda madeira do curral, que ficava em frente da residência. Segundo o livro, o Canto do Acauã de Mariloudes Ferraz, na Varzinha o bando encurralou um rapaz que, sozinho, lutou até esgotar a munição.

Tiburtino Estevão ainda tentou socorrer o amigo. Pegou seu rifle e tentou se aproximar, mas foi visto por alguns cangaceiros, que passaram a atirar em sua direção. Uma bala atingiu uma galha de xique-xique, próximo da cabeça de Tiburtino. Vendo que nada podia fazer, o homem retornou à sua residência.

No dia seguinte, foram retirar o corpo de José de Esperidião para fazer o sepultamento, não encontraram marcas de balas no corpo dele, portanto, chegou-se à conclusão de que a morte fora por asfixia provocada pela fumaça.

José Pereira Lima, conhecido por Cazuza, filho da vítima, com apenas sete dias de nascido, encontrava-se deitado em uma rede na sala, no momento do tiroteio. Foi baleado, ficando com uma marca no pé pelo resto de sua vida. Geralmente, quando ia comprar sapatos, adquiria dois pares, um par 41 e outro par 42, pois o pé defeituoso ficara menor.

O bando seguiu viagem rumo às ribeiras do tamboril, chegando até o Sítio dos Nunes no município de Flores, de onde voltaram.

Ao chegar ao Sítio Morada, hoje município de Calumbi, Lampião estava ciente que a polícia estava no seu encalço, portanto, ali mesmo, abasteceu o bando e pegou o rumo da Serra Grande.

O sequestro de Pedro Paulo Magalhães Dias e os fatos acontecidos na Fazenda Varzinha foram interpretados como sendo um desrespeito às autoridades, por terem ocorridos na comarca de Vila Bela, na época, a sede do comando militar de combate ao cangaço no interior de Pernambuco. Portanto, foi preparado um destacamento com mais de 300 soldados, chefiados por seis comandantes de volantes, todos fortemente armados, inclusive com duas metralhadoras Hotkiss, e muita munição, era um verdadeiro exército. Tudo inspirava confiança e dava a certeza da vitória.

Lampião estrategicamente com seus 68 cangaceiros, subiram a serra, e prepararam uma emboscada, em um local onde existem grandes pedras e fendas profundas, que lhe dava uma visão completa sobre o campo da batalha.

 Serra Grande:  local onde ocorreu a maior batalha de Lampião em solo pernambucano

O combate teve início antes das 9 horas da manhã e terminou ao anoitecer, a polícia mesmo com um quantitativo superior, e os soldados atacando corajosamente, não conseguiram vencer a resistência do capitão Virgulino Ferreira e seus comandados.

A localização dos cangaceiros era ótima, conforme disseram os policias. Segundo o cangaceiro Ventania, no local que Lampião estava, nem canhão tirava ele de lá, no entanto, a posição dos soldados era extremamente precária, entrincheiravam-se como podia, sem comando, sem tática, salve-se como puder. Arlindo Rocha recebeu um balaço no rosto que lhe fraturou o maxilar inferior, ainda no início do tiroteio, Manuel Neto foi baleado nas pernas, Luiz Careta de Triunfo faleceu com uma bala na cabeça, Euclides Flor recolocou ainda em combate as vísceras abdominais de Vicente Ferreira (Vicente Grande), atingido na altura do umbigo, o soldado Luiz José sofreu um ferimento na coxa.

Para provocar os policiais, o cangaceiro Genésio deu um aboio triste e sonoro, os soldados se sentiram encurralados como gado, Antônio Ferreira não se conteve e se expôs totalmente, gritando como vaqueiro: Ei, booooi... Nesse momento, o sargento Filadelfo Correia de Lima, deu-lhe uma rajada de metralhadora, a partir de então, a polícia acreditava que Antônio Ferreira tinha morrido no combate.


Com a chuva de balas vindas de cima da serra, os soldados ficaram desesperados, portanto, aproveitavam a cobertura de fogo das metralhadoras para se debandar na caatinga, deixaram grande quantidade de armas, munições, cartucheiras, cantis, bornais, etc. Levavam apenas alguns companheiros feridos, quando podiam. Após a batalha, os cangaceiros recolheram 27 fuzis e mosquetões.

A Batalha da Serra Grande é considerada a mais violenta da história do cangaço, segundo o historiador Frederico Bezerra Maciel, morreram 26 policias e 38 saíram feridos, no bando dos cangaceiros não houve registrado de morte.

Major Teófanes Torres

Foram a Serra Grande verificar os fatos de perto, o Major Teófanes Torres comandante de Vila Bela, o juiz de direito Dr. Augusto de Santa Cruz e o promotor de Salgueiro.

Antes do regresso para Vila Bela, o Tenente Higino ainda providenciou o sepultamento de sete corpos em uma única cova, no rancho de Pedro Rodrigues (proprietário local).

Tomaram parte na batalha os seguintes cangaceiros: Luiz Pedro, Maquinista, Jurema, Bom Devera, Zabelê, Colchete, Vinte e Dois, Lua Branca, Relâmpago, Pinga Fogo, Sabiá, Bentevi, Chumbinho, Ás de Ouro, Candeeiro, e seu irmão Vareda, Barra Nova, Serra do Mar, Rio Preto, Moreno, Euclides, Pai Velho, Mergulhão, Coqueiro, Quixadá, Cajueiro, Cocada, Beija-Flor e seu irmão Cacheado, Jatobá, Pinhão, Mormaço, Ezequiel e seu irmão Sabino, Jararaca, Gato, Ventania, Romeiro, Tenente, Manuel Velho, Serra Nova, Marreca, Pássaro Preto, Cícero Nogueira, Três Coco, Gaza, Emiliano, Acuana, Frutuoso, Felão, Biu, Cordão de Ouro, Genésio, Ferreirinha, Antônio Ferreira, Lampião e outros.

No dia seguinte à Batalha da Serra Grande, Lampião, já na Fazenda Barreiros, entregou uma carta a Pedro Paulo Magalhães Dias, endereçada ao então governador de Pernambuco, Dr. Júlio de Melo, propondo dividir o estado em dois, com os seguintes limites: Governo o sertão até as pontas dos trilhos em Rio Branco (Arcoverde), e vosmecê daí até a pancada do mar no Recife.

O relato sobre a Batalha da Serra Grande encontra-se no processo criminal contra Virgulino Ferreira et al., de 28 de novembro de 1926, 1° Cartório de Serra Talhada PE.

http://www.varzinha.net/p/batalha-da-serra-grande.html

A HISTÓRIA DE PAULO AFONSO E O CANGAÇO PRESERVADAS...

 Por João de Sousa Lima

https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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" QUINCAS PEREIRA, O MENSAGEIRO DO PADRE CÍCERO ".

Por Luís Bento

Morava no então Distrito Macapá atual Jati - Ce, Joaquim Aureliano Pereira da Silva, Quincas Pereira irmão de Sebastião Pereira da Silva o afamado Cangaceiro do Pajeú, Senhor Pereira.

Quincas Pereira irmão do Sinhô Pereira

No ano de 1919, Quincas foi o mensageiro de uma carta enviada pelo Padre Cícero Romão Batista a seu irmão Senhor Pereira e o primo Luiz Padre.

Tinha a " carta " o seguinte teor, um pedido, uma ordem. Que abandonassem as armas, suspendessem as questões entre famílias, e forsem viver vidas diferentes em terras distante. Assim fez, Senhor Pereira e Luiz Padre, seguiram o concelho do velho Sacerdote.

Por LUÍS BENTO

JATI 05/07/21/.

Foto da casa, hoje modificada onde morou " Joaquim Aureliano Pereira da Silva- Quincas Pereira ". Rua Sabino Pereira JATI-Ce. Fonte, Tabelão - Wilton da Silva Brito.

Obs: na foto o Pesquisador Luís Bento.

Foto de: Joaquim Aureliano Pereira da Silva,Quincas Pereira.

A referida foto, foi cedida pelo " Poeta do Sertão - CÍCERO AGUIAR FERREIRA - foto acervo da família Pereira do Pajeú.

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O QUE É UMA OBRA DE ARTE?

 Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.568


       A Rua Antônio Tavares, em Santana do Ipanema, sendo a primeira rua após o quadro comercial da cidade, já passou por várias fazes e transformações. E quando se falava que a terra de Senhora Santana poderia chegar às dimensões de Garanhuns e de uma Campina Grande, dava até para se duvidar. Mas o então, prefeito, Joel Marques, afirmava isso naquele tempo. Campina progrediu muito, mas chegar a Garanhuns pode ser possível em inúmeros aspectos. Estamos falando da Educação, da Economia, da Saúde e mesmo do estiramento urbano. Mas aqui, acolá, podemos imitar a sua Natureza, nem que seja por um certo período. Estamos rodeando para chegar à obra-de-arte, proporcionada pela sensibilidade de Jeane Chagas, que mais uma vez nos envia uma foto da Rua Antônio Tavares em plena neblina.

Qual é o pintor que você conhece capaz de pintar um quadro em tela com todo o esplendor como este acima? Obra-de-arte é aquela que me seduz. Por mais que os “revolucionários” botem um pedaço de lata na praça e queiram convencer que aquilo é arte, ficamos com pena dele e passamos ao largo. Pois Santana do Ipanema virou Garanhuns, com a neblina que chegou à Rua Antônio Tavares. Claro que chegou também em outras vias, mas o registro partiu dali. E se houvesse um prêmio fotográfico?

As pessoas estão assim tão preocupadas com as coisas mais superficiais da vida e deixam escaparem aa belezas na simplicidade cotidiana. Hoje em dia, todos podem registrar uma cena diária que de repente entra para a história daquela comunidade. Apenas um celular com boa resolução, pode ajudar para uma obra-de-arte, mas também para um elo histórico que aquela pessoa teve o privilégio de registrar e que vai refletir, repercutir, ser lembrado, muitos e muitos anos à frente. Temos como exemplos fotos antigas que publicamos representando Santana. Reproduzimos desde as fotos dos anos 40 em diante, inclusive fotografia de 1787, 1900, 1915 e 1920/30.

Como é bom amar a terra em que a gente nasceu.

É até um grande tributo ao nosso Criador.

Bom mesmo é fazer dos nossos corações verdadeiras obras naturais de artes.

RUA ANTONIO TAVARES EM JULHO DE 2021 (JEANE CHAGAS).


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LUIZ DO RETIRO – MAIS LONGEVO DO BANDO DE LAMPIÃO

Por João Costa

Luiz Rodrigues de Siqueira, pernambucano de Serra da Baixa Verde(Triunfo), protagonizou a carreira mais longeva entre todos os cangaceiros do bando de Virgulino Ferreira; ficou famoso atendendo pela alcunha de Luiz Pedro, ou Luiz do Retiro ou de Salamanta e por protagonizar acontecimentos que até hoje deixam os estudiosos do cangaço estupefatos além de despertar polêmica entre os historiadores.

Sua trajetória no cangaço começa em 1924, após fugir de casa aos 16 anos, e se encerra em 28 de julho de 1938 na Grota do Angico; ao todo, 14 anos de guerra ininterrupta ao lado de Virgulino Ferreira, Lampião, de quem tornou-se lugar-tenente, confidente de muitos segredos; o único entre os demais bandoleiros a ter conhecimento da procedência das armas, fonte de proteção, recursos e negócios privados de Virgulino.

A biografia de Luiz Pedro não cabe num artigo.

Desde o ataque à cidade de Sousa, na Paraíba, em 1924, o mais rendoso realizado pelo bando, passando pela morte acidental de Antônio Ferreira, irmão mais velho de Virgulino e suas relações próximas ao casal Lampião e Maria Bonita até o gran finale do cangaço em Angico, sua personalidade e história estão ligadas à lealdade ao chefe.

Lealdade surgida de uma tragédia.

Reza a lenda que Luiz do Retiro matou acidentalmente Antônio Ferreira numa “brincadeira” de disputa por uma rede; sua arma disparou, acertou o Antônio, o segundo em comando do bando, Lampião compreendeu e relevou o fato, ganhando de Luiz Pedro lealdade eterna.

O capitão e Luiz Pedro estavam amarrados por um pacto de sangue, diziam os cangaceiros que sobreviveram a Angico.

Luiz Pedro esteve presente em todos as grandes razias e combates de Lampião, essencialmente os travados entre 1924 até o início de 1930, em que Lampião e seu bando não tiveram sossego por conta da caçada movida pelas volantes paraibanas e nazarenas.

Luiz do Retiro, sempre na sombra ou no coice de proteção do capitão Virgulino Lampião, se destacou em todos os combates importantes do bando no enfrentamento de volantes famosas comandadas por Higino Belarmino ou Optato Gueiros.

Esteve nos encarniçados e sangrentos enfrentamentos com as volantes nazarenas que eram formadas por inimigos figadais de Lampião como Manoel Flor, Davi Jurubeba, Manoel Jurubeba, Inocêncio Nogueira, Elói Jurubeba, Euclides Flor.

Também esteve presente em combates icônicos contra as volantes paraibanas lideradas por Clementino Quelé, tenente Zé Guedes e Raimundo Quirino, o subdelegado de Princesa Isabel(PB).

Na famosa estadia de Lampião e seu bando em Juazeiro do Norte, em 1926, oportunidade em que Virgulino visitou familiares ali protegidos pelo padre Cícero Romão e onde recebeu a patente de capitão do Exército para combater a Coluna Prestes, Luiz Pedro também recebeu a patente de 1º Sargento do Exército Patriótico.

Quando Lampião deixou para trás Pernambuco e Paraíba, passando a atuar na Bahia, Sergipe e Alagoas, lá estava também Luiz Pedro nos combates contra a volante de Manoel Neto.

Sua cabeça também foi colocada a prêmio e quem a entregasse decapitada receberia a recompensa de 10 contos de réis, segundo matéria do jornal “A Batalha”, editado no Rio de Janeiro, em 1933.

Quando a cortina se fechou para o cangaço em 1938, Luiz Pedro estava no palco de guerra, foi exitoso em deixar o palco sob fogo cerrado e voltar para ele e acabar morto com tiro de fuzil nos peitos.

- Ele tinha um pacto de sangue com o capitão; jurou morrer ao lado de Lampião, e acho que foi por isso que voltou para o coito, mesmo já estando a salvo, foi a avaliação de Ilda Ribeiro, a ex-cangaceira Sila.

- Num momento desse, de vida ou morte, ninguém volta a um lugar para abraçar a morte, ele voltou ao coito porque era ganancioso; sabia de todos os segredos do capitão e acho que voltou para resgatar o que era valioso do capitão Virgulino, opinou Zé Sereno, cangaceiro que também sobreviveu a Angico.

Já fora do cerco e do alcance dos tiros das volantes que atacavam o coito de Angico, Luiz do Retiro resolveu voltar para o exato local onde Virgulino Ferreira tombara, momento este em que recebeu um tiro nos peitos disparado pelo volante Antônio Jacó, mais conhecido por Mané Véio.

Reza a lenda que Luiz Pedro fora o cangaceiro mais abastado em dinheiro e joias e coube a Mané Véio se apoderar dos despojos de guerra.

Insatisfeito, amputou os braços de Luiz do Retiro para depois cortar os dedos do cangaceiro e se apoderar dos anéis de ouro.

Depois do cangaço e com o fim das campanhas das volantes, Mané Véio deixou a polícia, se mudou para Goiania, trocou de nome assumindo a identidade de um irmão já falecido, tornou-se ourives em decorrência de tanto ouro que se apoderara em Angico, casou e constituiu família.

Relatam que esse Mané Véio morreu na prisão, em São Paulo, condenado por ser o mandante do assassinato da própria esposa e filha, pelo fato de não aceitar o fim da relação e pela recusa em pagar pensão alimentícia.

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Foto. Luiz do Retiro, ou Luiz Pedro.

Fonte: Cangaceiros de Lampião – de A à Z, de Bismarck Martins de Oliveira.

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