Por Raul Meneleu Mascarenhas
Archimedes
Marques, que estava escrevendo seu livro 'Lampião e o Cangaço na
Historiografia de Sergipe' primeiro de uma trilogia, pediu-me para que eu
averiguasse determinado documento, que era um relatório da visita ao Angico,
local da morte de Lampião, feito pelo Delegado Especial Joel Macieira
Aguiar endereçado ao Interventor Federal Dr. Eronildes Ferreira de Carvalho, em
1938
Lembrei de uma
gafe que cometi em uma de minhas visitas à Biblioteca da UNIT para pesquisar
uma história contada em um dos livros do acadêmico José Anderson sobre as
peripécias do cangaceiro Lampião.
LAMPIÃO E O
SAMBA DO CRIOULO DOIDO
Lendo agora
essa notícia, "Perfis Acadêmicos de José Anderson Nascimento" que é a
nova publicação do escritor, onde reúne 40 capítulos, com verbetes
bibliográficos dos patronos das cadeiras acadêmicas, dos seus fundadores, dos
sócios e dos atuais acadêmicos - vejam nesse link AQUI lembrei de uma gafe que cometi em uma de minhas
visitas à Biblioteca da UNIT para pesquisar uma história contada em um dos
livros do acadêmico José Anderson sobre as peripécias do cangaceiro
Lampião.
Confesso que
me trouxe um constrangimento muito grande, pois envolveu a digníssima esposa do
patrono do anexo acervo/biblioteca Tobias Barreto, jornalista Luis Antônio
Barreto, a professora Raylane Andreza Dias Navarro Barreto, que é a
supervisora desse acervo.
Pois bem... ao
pesquisar o livro que relata a epopéia do ciclo do cangaceirismo no
Nordeste até o seu dramático desfecho, com as mortes de Virgulino Ferreira da
Silva, o legendário Lampião, e do seu vingador, Cristino Gomes, o temido
Corisco, me dirigi à Biblioteca da UNIT pois o amigo Archimedes Marques, que
estava escrevendo seu livro 'Lampião
e o Cangaço na Historiografia de Sergipe' primeiro de uma trilogia,
pediu-me para que eu averiguasse determinado documento, que era um relatório da
visita ao Angico, local da morte de Lampião, feito pelo Delegado
Especial Joel Macieira Aguiar endereçado ao Interventor Federal Dr. Eronildes
Ferreira de Carvalho, em 1938, após a morte de Lampião, cujos corpos degolados
ainda jaziam no local combate.
Mas primeiro,
percorri os diversos caminhos para tentar encontrar tal documento. Fui às
Bibliotecas Públicas, Arquivos da SSP, Jornais, Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe e por ultimo ao Arquivo Público, pois encontrei uma
dica no livro CANGACEIROS, COITEIROS E VOLANTES do Escritor José Anderson
Nascimento editado pela Editora Ícone em 1998 pg 283 e repassei para o amigo
Escritor Archimedes Marques, que imediatamente se comunicou com o autor aqui em
Aracaju, recebendo informações que este documento estaria no Arquivo Publico do
Estado de Sergipe.
Vasculhamos
tudo e não encontramos esse documento. Foi lembrado não sei se foi pelo José
Anderson ao Archimedes Marques que o Jornalista Luíz Antônio Barreto
(1944-2012) que foi diretor do Instituto Tobias Barreto e membro da Academia
Sergipana de Letras, provavelmente tinha cópia desse documento. Archimedes
entrou em contato com o filho do jornalista e esse lhe informou que o acervo do
pai tinha sido doado à Biblioteca da UNIT. Partimos pra lá!
Fui muito bem
recebido pela Supervisora, Professora Rosângela, que após ouvir o meu
interesse, o assunto que me tinha levado à biblioteca, gentilmente me levou ao
local onde poderia obter os dados procurados. Subimos pela rampa, embora tenha
elevadores, para que eu pudesse conhecer melhor o prédio da Biblioteca e seus
diversos setores, fomos ao Instituto Tobias Barreto, fundado por esse outro
grande Sergipano, Luiz Antonio Barreto.
Quem nos
recebeu foi a Bibliotecária do Instituto, Senhora Alda Teresa Nunes, que após
as apresentações de praxe, nos despedimos da Professora Rosângela e passamos a
conversar sobre os assuntos que me tinha levado ao encontro do acervo de Luiz
Antonio Barreto.
Foi uma manhã
maravilhosa, onde o conhecimento da Professora Alda Nunes aflorou de maneira
poderosa. Marcamos outra visita, onde Ela iria conversar com a Curadora do
Instituto Tobias Barreto e obras de Luiz Antonio Barreto, sua digníssima
esposa, a Senhora Railane Barreto, para que pudéssemos verificar determinados
assuntos que não ficaram claros na pesquisa.
Levei depois o
livro do José Anderson, e lá foi encontrado outro da mesma edição e mostrei a
nota em que dizia sobre o Relatório do Delegado Joel Macieira. Dona Alda
prestimosamente já tinha falado com a Curadora do Intituto e resolveu ligar pra
ela e não conseguindo, pediu-me para eu explicar melhor o fundamento de minha pesquisa.
Foi aí que se deu o vexame!
Não sei se
ainda estava sobre o efeito do Jet Lag pois tinha acabado de chegar da cidade
de Liubliana,capital da Eslovenia que fica por trás do Mar Adriático,
tratando de outra pesquisa que estou ainda fazendo, e talvez ainda
sonolento cometi a gafe de misturar tudo, por achar que o José Anderson
Nascimento tinha morrido (felizmente, não disse, para a esposa do Jornalista
Luiz Antonio Barreto que ele estava vivo). Samba do Crioulo Doido!
A resposta
veio com pontos de exclamação, da digníssima Curadora do Instituto Tobias
Barreto:
- Anderson
ainda está vivo! Ele é o Presidente da Academia Sergipana de Letras! Vivíssimo!
Quanto ao documento pesquisado, não o temos. Bom dia Sr. Raul!
Passei alguns
dias chateado, me desculpei pela "barriga".
Infelizmente
até agora, não encontramos tal documento histórico, que deve estar perdido
entre um monte de documentação, aguardando catalogação, no ARQUIVO PÚBLICO DE
SERGIPE. Soube há poucos dias, por leitura de jornais, que o Governador irá
juntamente com a Centrais Elétricas de Sergipe, reformar o prédio. Espero
que a documentação tenha um cuidado especial, pois sem história do passado, não
podemos planejar o futuro.
Há... outra
notícia! Na Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na quarta-feira,
14 de março de 2018, o vereador Professor Bittencourt (PCdoB) destacou a
importância da construção do Largo da Gente Sergipana para o fortalecimento da
identidade cultural do povo de Sergipe. Na ocasião, o parlamentar sugeriu que o
Governo do Estado e o Instituto Banese nominassem o espaço como Largo da Gente
Sergipana Luiz Antônio Barreto.
Disse: “Aquela
obra é uma homenagem ao povo do nosso estado, às nossas tradições e à nossa
história. Luiz Antônio Barreto foi um grande estudioso da cultura popular de
Sergipe, sendo o herdeiro intelectual de Sílvio Romero, quando fez o resgate do
universo da cultural popular no Brasil. Ele seria uma grande referência para
dar nome àquele Largo que já nasce grandioso e, sem dúvida, será um dos mais
disputados cartões postais do nosso estado”.
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