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quarta-feira, 20 de julho de 2022

LIVRO

    

Veja se o professor Pereira ainda o tem. 

franpelima@bol.com.br

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LIVRO

     Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...

Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

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LIVRO

    

Com texto e fotos do autor, o livro entrelaça as histórias de 43 personagens que vivenciaram o cangaço ao imaginário do movimento que dominou o interior do nordeste brasileiro entre os anos 1920 e 40, aspectos da vida sertaneja e a própria experiência em busca dessas histórias por mais de uma década. Também estão presentes algumas fotos históricas, apresentando cenas relatadas e reverenciando o trabalho dos fotógrafos que registraram o cangaço. O livro foi selecionado e contou com apoio do programa Rumos Itaú Cultural.

Foram nove longas viagens à região, entre 2007 e 2019, em uma investigação incessante para montar o quebra-cabeças dessa história. Com sua vasta experiência em grandes reportagens, Ricardo Beliel buscava os resquícios das memórias do cangaço. Enquanto era tempo – em uma história que está para completar um século –, queria ouvi-los direto da fonte de quem conviveu com o movimento. No texto, os depoimentos diversos e a experiência pessoal do autor em busca de seus personagens são apresentados através de uma narrativa em que se misturam elementos das linguagens da reportagem, da crônica histórica e, em parte, como um diário de viagem.

Em cada personagem, testemunha-se um fluxo da memória e do esquecimento, e se revela uma potente e épica narrativa das memórias pessoais que envolvem tradições e lugares. Os entrevistados, em sua grande maioria pessoas quase centenários, são descendentes da época do cangaço, personagens de um ciclo da história do Brasil, com suas falas resgatadas no livro para que não fiquem no esquecimento, como pedras silenciosas no meio do caminho.

Com a riqueza semântica da tradição oral que os caracteriza, os relatos reunidos no livro ajudam a recuperar para a historiografia de nosso país um caminho para redesenhar a memória e mística da gente sertaneja, suas histórias entrelaçadas à época do cangaço, seus espaços sociais, religiosos e costume.

Ricardo Beliel

ISBN: 9786588280225

Número de páginas: 320

Formato: 18x25cm

Ano: 2021

Capa: capa dura

Peso: 1,1 kg

https://editoraolhares.com.br/produto/memorias-sangradas-ricardo-beliel/

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QUATRO DEPOIMENTOS IMPORTANTES DE EX-CANGACEIROS SOBRE ANGICO E A MORTE DE LAMPIÃO.

Por Cangaçologia 

https://www.youtube.com/watch?v=OyQEXEpsJ0c&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Um compilado de depoimentos de ex-cangaceiros do bando de Lampião, sobreviventes de Angico, que foram prestados no princípio da década de 1970 ao diretor e produtor Maurice Capovilla que deu origem ao formidável documentário "O ÚLTIMO DIA DE LAMPIÃO". CONHEÇAM A NOSSA LOJA: https://www.lojaodonordeste.com/ Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Colaborem com o crescimento e com as melhorias do canal. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço! Atenciosamente: Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia, Cangaceirismo e cultura nordestina e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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LILI, FILHA DOS CANGACEIROS MORENO E DURVINHA

Por Odisseia Cangaço 

https://www.youtube.com/watch?v=cj_Ib2fhJVw&ab_channel=ODISSEIACANGA%C3%87O

O Odisseia Cangaço, orgulhosamente, recebeu a Lili, filha dos cangaceiros Moreno e Durvinha, para uma conversa sobre toda sua história, sobre o cangaço e sobre seus pais. Ela falou como descobriu, somente nos anos 2000, a origem dos pais. Vamos mergulhar nessa história incrível da Lili. Agradecemos demais toda gentileza e disponibilidade de Lili para com o Odisseia. Se inscreva no Canal Odisseia Cangaço e deixe seu Like.

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USANDO O APRENDIDO

 Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2022 

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.737

Quando estudávamos no Ginásio Santana, as provas eram ditadas pelo professor ou escritas por ele no quadro. Nós escrevíamos numa folha dupla pautada. Conforme o professor e a prova, podíamos usar totalmente a folha dupla ou não. O professor de Geografia, Alberto Nepomuceno Agra – ex-pracinha, fazendeiro, e dono de farmácia – costumava escrever no quadro apenas uma prova curta de cinco questões.  Ao entregarmos os testes, raramente usávamos a folha dupla. O professor cortava a folha ao meio e nos devolvia a outra banda não usada, dizendo mais ou menos assim: “Vamos aprender a economizar. Leve para casa essa parte em branco, você poderá precisar mais tarde”. Da mesma maneira procedia quando avistava um grampo de papel no chão. Extrapolava a Geografia, ensinando para a vida.

GINÁSIO SANTANA EM 1963 (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)

Comprávamos o papel de prova no centro comercial ou na bodega do senhor Oseas, bem pertinho do Ginásio e que também vendia “puxa” (doce pegajoso enrolado em forma de trança e macarrão). Era gostoso e ruim de mastigar. Enrolávamos a folha dupla em forma de canudo, passávamos um papel comum e mentalizávamos uma boa prova. Alguns espertos colocavam “filas” no meio das folhas e, vez em quando era surpreendido pelo professor.  O papel em forma de estêncil que facilitava a vida do aluno e do mestre só foi aparecer, se não estamos enganados, no Colégio Sagrada Família, atualmente extinto. Mas vamos voltar aos ensinamentos práticos de Alberto, meu Grande na Geografia e na vida.

Assim vamos ainda hoje, longe da sovinice, economizando grampo, papel, palavras ofensivas, orgulho, egoísmo, iras e invejas, esbanjando, porém, amor, caridade, fé, generosidade e setas indicativas do seguimento da existência. Vamos lembrando outros mestres que nos ajudaram a subir a montanha e falar do cimo para o resto do mundo. Vamos levar para o nosso futuro os tesouros acumulados na mente, no coração, no currículo terreno.

Ginásio Santana, escola de vida.

Professor, guia nas trevas com archote perene.

Gratidão: Sentimento impagável na condição humana.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/07/usandoo-aprendido-clerisvaldob.html

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ABENÇOADO CACHIMBO

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.736

Vez em quando aflora em nós, lembranças que não podemos e outras que podemos contar. Foi o caso de lição de futuro e finalmente aprendida.  Em Santana do Ipanema, havia dois garotos que residiam no outro lado do rio (ainda não muito habitado). O local era de uma pobreza extrema chamado Cachimbo Eterno e que inclusive já foi motivo do porquê desse nome nesta página. Tempos de muita fome nas periferias da cidade. Muitos pedintes nas ruas, atrás de comida e de tudo. As duas crianças irmãs, sempre apareciam em nossa casa pedindo comida. Se havia almoço, eles almoçavam sobre a laje de uma cisterna subterrânea que tínhamos. Se ainda não tinha almoço, eles diziam na porta da rua: “Quarquer coisa serve...” Era comovente!

SENHORA DE 110 ANOS, FUMANTE DESDE OS 10. (CRÉDITO: CANAL DO SISAL).

Os anos se passaram e fomos deixando a infância para trás, entrando na responsabilidade adulta da vida. Num piscar de olhos chegou essa tal de terceira idade a quem agradecemos intensamente ao nosso Soberano.  Uma daquelas crianças morreu, a outra foi se desenvolvendo e caiu no gosto de inúmeras pessoas da sociedade que foram ajeitando, lapidando aqui e ali o garoto.  Alguns chegaram ao ponto de – mais como gozação de que ajuda – lançá-lo candidato a vereador. Lógico que não deu em nada. Aquela figura baixinha e simpática, mas não de cabeça completamente no lugar, continuou na sociedade servindo a um e a outro. Aquela criança ainda vive, anda bem vestida e parece esbanjar saúde.

Feliz quem vai vivendo e aprendendo as lições do cotidiano que a vida oferece. É assim que vamos ficando mais rico em espiritualidade e sabedoria.

Pois, em momentos hesitosos com os supérfluos da vida, chegam rapidamente lições que aprendemos ainda naquela infância. E Quando queremos algo que poderia encher a nossa vaidade pessoal e fica difícil a meta desejada, lembramos da lição das crianças do Cachimbo Eterno. Vamos nos conformando com o naco menor que Jesus nos deu: “Quarqué coisa serve...”

Abençoado Cachimbo.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/07/abencoado-cachimbo-clerisvaldo-b.html

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O FIM DE LAMPIÃO E A LOGÍSTICA DA VOLANTE.

 Por Lampião Governador do Sertão

https://www.youtube.com/watch?v=VPVYSjrMhmg&ab_channel=Lampi%C3%A3o%2Cgovernadordosert%C3%A3o

A logística da morte de Lampião contada por CELSO RODRIGUES ,o homem que era filho de Chiquinho Rodrigues (o matador do cangaceiro Gato). Seu Celso foi uma figura ímpar, na cidade de Piranhas-AL.

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PROJETO: O OLHAR FEMININO SOBRE AS MENINAS E MULHERES DO CANGAÇO... PODCAST CARIRI CANGAÇO

 

Lisiane Forte, Manoel Severo, Luciana Nabuco e Heldemar Garcia

Um dos recortes mais importantes, polêmicos e decisivos para o ciclo do cangaço, foi a nosso ver, a entrada das mulheres no cangaço a partir de 1930 quando Virgulino Ferreira trouxe para as hostes cangaceiras, sua Maria, a Maria de Déa, futura Maria Bonita. Sobre a entrada e a essência e repercussão da presença feminina nos bandos cangaceiros vamos encontrar uma infindável coleção de reflexões das mais variadas matizes e compreensões..."a entrada da mulher humanizou o cangaço, eu não tenho dúvidas; quanta selvageria foi amenizada ? Estabeleceu sim a verdadeira segunda fase do cangaço, isso não podemos desconhecer, foi um divisor de águas, tanto para o cangaço, exclusivamente masculino, quanto para tudo o que diz respeito à mulher nordestina, que embora vista como uma mulher forte, guerreira e trabalhadora, era essencialmente do lar, uma mulher criada para casar e cuidar do marido e dos filhos, bem como dos afazeres domésticos. Acredito que a entrada das mulheres para o cangaço é fruto da necessidade humana de querer viver em família, antes de serem embrutecidos e ferozes, acostumados com as incertezas entre a vida e a morte. Eram homens que sentiam a necessidade de ter uma família, de viverem em um núcleo familiar, mesmo em meio à caatinga e aos perigos comuns de suas rotinas. " assegura Juliana Pereira, advogada, pesquisadora e Conselheira Cariri Cangaço. 

Maria Bonita e Virgulino Lampião

Impossível fazer reflexões sobre a presença das mulheres no cangaço sem trazer à discussão a provocação: Existia amor no cangaço? As mulheres teriam sido a principal causa da derrocada cangaceira? E ai, é o Conselheiro Cariri Cangaço Wescley Rodrigues que reverbera a provocação: "A qual amor os senhores se referem quando discutem se teve ou não teve amor no cangaço?" 


Já Aderbal Nogueira, pesquisador e documentarista, Conselheiro Cariri Cangaço revela: "Eu não acho que as mulheres foram a grande causa da derrocada do cangaço, mas estou convencido que elas atrapalharam e muito aqueles caras...E outra coisa essa historia de amor no cangaço eu também não acredito nisso não, em caso de tiroteio era cada um por si, eles se defendiam e elas que se virassem" E completa Aderbal Nogueira, "é muito bonito a poesia o que tá nos livros, etc, mas duvido que nenhuma mulher aqui desejasse viver uma vida daquelas e discordo da pesquisadora Juliana, não acho que houve humanização nenhuma... O amor no cangaço foi uma grande ilusão."

O médico, pesquisador e escritor Leandro Cardoso, Conselheiro Cariri Cangaço nos traz outra reflexão: "É importante levar em conta que a mulher, para cair no cangaço, deixava para trás a intensa rigidez moral, sexual e de comportamento que lhe era imposta pela sociedade machista, para experimentar uma rara sensação de liberdade, ganhando a caatinga na garupa do companheiro. Nas vezes em que a entrevistei, Durvinha falava da opressão que sofria em casa antes de acompanhar Virgínio: intermináveis caminhadas com latas d’água na cabeça e a muda submissão ao pai e aos irmãos. Era a constante da subserviência velada nas casas e fazendas do sertão" e continua Leandro: "Como falei no início, a participação feminina no cangaço está longe da passividade. A mulher, mesmo sem guerrear (exceção feita a Dadá), impôs sua presença no seio do bando, alterando inclusive a rotina dos grupos."

A arte de Eduardo Lima

Já Alcino Alves Costa, patrono do Conselho do Cariri Cangaço, confirmava: "Na verdade o viver cangaceiro, especialmente da mulher, seria mais correto dizer - da menina-moça – aquelas juvenis sertanejas, que num instante de total infelicidade deixou a sua humilde, porém aconchegante residência, abandonando seu lar, deixando seus pais na mais completa agonia e desespero, para seguir a triste vida bandoleira, todas elas inebriadas pela ilusão do cangaço, é um capítulo extraordinário na história cangaceira." e conclui Alcino, "por que a caboclinha dos cafundós das caatingas, sem nenhum traquejo e nenhuma experiência de vida, se bandeou para o cangaço? Qual foi essa ilusão? Quem conhece a história desses casais que embelezaram e humanizaram o cangaço, tem que reconhecer que existia amor e muito amor na vida cangaceira."

"Como vemos há um universo vasto, lucido e interessante no que diz respeito à presença das mulheres no cangaço. Diante disso o Cariri Cangaço lança em primeira mão, dentro do projeto de seu PodCast, o capítulo "O Olhar Feminino sobre as Meninas e Mulheres do Cangaço" fala Manoel Severo.

Manoel Severo e Lisiane Forte, bastidores do PodCast Cariri Cangaço
Heldemar Garcia e Ricardo Beliel
Luciana Nabuco, Lisiane Forte e Heldemar Garcia 

"Em junho desse ano estive aqui no Ceará para realizar algumas apresentações em parceria com meu marido Ricardo Beliel. Apesar da curta estadia, imensa foi a emoção em rever amigos e finalmente abraçar pessoalmente Manoel Severo, que definitivamente ancorou uma amizade especial e fraterna em nossas vidas. E sempre com doses generosas de alegria que é um dos melhores temperos da vida. Nessa caminhada tive a honra de ser convidada para participar do primeiro programa desta série do Podcast Cariri Cangaço, apresentado por Severo na companhia de Lisiane Forte, e celebrar a voz feminina nas artes, nas ciências, na vida comum, cotidiana e nas pesquisas que envolvem o cangaço. Historicamente essa voz feminina esteve subalternizada ao longo de séculos e tutelada. Porém,  devemos entender que os princípios masculino e feminino são parte da mesma cabaça, e nenhum deve sobrepujar o outro. Em nós seres humanos temos esses dois princípios que coexistem. A cabaça é o nosso corpo, e a matéria sutil que nos permite sentir, pensar, criar extrai é essa multiplicidade dentro de nós.  E sempre precisamos ousar para iniciar novos movimentos. É o que propõe Manoel Severo ao conduzir as vozes de mulheres em mais diversas atuações na sociedade contemporânea para trazer no Cariri Cangaço. Me sinto agraciada por esse encontro  e aplaudo essa iniciativa. Vida longa ao múltiplo e ao feminino que habita em todos nós." LUCIANA NABUCO

Manoel Severo, Luciana Nabuco e Lisiane Forte
PodCast Cariri Cangaço

Trata-se de inciativa ousada em trazer os vários olhares e leituras femininas, uma vez que reunirá mulheres; pesquisadoras, escritoras, multiartistas, atrizes, poetas, jornalistas, sociólogas, psicólogas, antropólogas, enfim; para nos revelar seus múltiplos olhares sobre esse recorte importantíssimo da historia cangaceira, a entrada das mulheres no cangaço. "O mais legal desse projeto do PodCast Cariri Cangaço sobre o olhar feminino é que essas talentosas mulheres reunidas pelo Cariri Cangaço, não são pesquisadoras da temática, isso mesmo, são olhares múltiplos, de outro público, por isso, tenho certeza que teremos programas extraordinários, à exemplo desse primeiro com a Luciana Nabuco e a Lisiane Forte" revela o jornalista Heldemar Garcia, produtor do Programa.

Manoel Severo, Luciana Nabuco e Lisiane Forte no PodCast Cariri Cangaço "O Olhar Feminino sobre as Meninas e Mulheres do Cangaço"
 
"Fugindo do habitual, o Cariri Cangaço inova e traz justamente a percepção e o olhar apurado de mulheres do mundo contemporâneo sobre as mulheres cangaceiras; convidamos mulheres talentosas do universo das artes, das culturas, das ciências, enfim; num programa novo, cheio de coisa interessante e bacana para ver, o resultado ficou muito bom. A presença luxuosa da Lu e da Lisi fizerem a diferença neste primeiro programa e vem muita coisas boa por ai, tem uma seleção de mulheres extraordinárias entrando em campo, espero que vocês possam gostar" fala Manoel Severo.

Vale lembrar que o Projeto do PodCast "O Olhar Feminino sobre as Meninas e Mulheres do Cangaço" pela natureza de sua realização e criação, por tratar-se inicialmente de um programa em estúdio, presencial, o Cariri Cangaço estará reunindo nesse primeiro momento, convidadas do estado do Ceará, da capital cearense. "Iniciaremos por Fortaleza, mas a ideia é aproveitar as agendas do Cariri Cangaço e produzir programas semelhantes em outros estados do nordeste" lembra Heldemar Garcia. 

Maria Bonita... Luciana Nabuco e Lisiane Forte

Nossas convidadas...Neste primeiro programa da série, trazemos aos nossos estúdios em Fortaleza, a jornalista, escritora, ilustradora, poeta e artista plástica, LUCIANA NABUCO e a psicóloga, escritora, poeta e multiartista LISIANE FORTE.

Luciana Nabuco

Jornalista, tradutora, escritora e artista visual, nasceu no Acre e desde 2003 trabalha com a temática afro-indígena brasileira. Em 2012 escreveu e dirigiu o documentário “Mãos Feitas de Fé”, sobre rituais de candomblé. O documentário foi exibido no Benin. Realizou diversas exposições de suas pinturas na França e Brasil sobre o panteão místico afro-brasileiro. Autora e ilustradora de livros infantis, publica em 2018 Okan, a Casa de Todo Nós sobre a memória iorubá. Sua fonte inspiradora é o mosaico geográfico latino-americano com suas cores, força e mulheres e a arte como ponte de conexão entre os povos e memória ancestral. Yawo do terreiro de Matriz Africana Ilê Alá Casa de Oxalá e Oxum, inaugura em Imigram meus Pássaros sua primeira antologia poética. E agora apresenta Nossas almas murmuram na sombra, sua coletânea de contos de cunho biográfico.

Lisiane Forte

Lisiane Forte, Psicóloga Clínica com Formação em Gestalt-terapia, Multiartista, Especialista em Grupos pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora do Selo Editorial Mirada, Diretora de Comunicação da Academia Brasileira de Psicólogos Escritores (ABPE). Psicóloga Clínica da ASDEC, desde 2019. É proprietária do Espaço Lisiane Forte -  Psicologia & Arte e atua há dezoito anos com Psicoterapia Individual e de grupos. Idealizadora do Grupo "COM TATO - Atelier de Mulheres", que aborda junto às participantes as mais variadas temáticas contemporâneas do feminino e já está na 45° edição até aqui, em 2022. Autora dos livros "Contos, Crônicas e Psicologia", "Psicologias em Reflexão I e II", “Liames”, “Zonas Abissais” e "Aqui e Agora Vol. I", publicados pela Editora Premius e pelo Selo Editorial Mirada..

PodCast Cariri Cangaço
20 de julho de 2022

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BENÍCIO "SARACURA" Como foi a vida deste cabra após o cangaço (Atenção: foto inédita)

Por Moisés Reis

"Saracura" preso em Salvador

Benício Alves dos Santos era paripiranguense, entrou para o cangaço após desacertos com a polícia local e foi combater ao lado do notório Labareda. Sua vida durante o cangaço é relativamente bem conhecida. Saracura ficou famoso por aparecer em um famoso documentário onde é descrito por "Zé Rufino" como um homem destemido e inteligente, capaz de comandar um grupo por conta própria.

No mesmo documentário Benício aparece já como funcionário público do Instituto Médico Legal da Bahia. Em uma breve entrevista, entre informações sobre a vida bandoleira, deixa claro que não gostava de falar do cangaço.

Tudo que foi dito até aqui, não é novidade para quem gosta e pesquisa sobre o cangaceirismo, contudo, recentemente, tive a oportunidade ímpar de entrevistas Silvano Andrade Santos, filho de Benício. A descoberta do contato me foi gentilmente passada pelo pesquisador Kiko Monteiro (Blog Lampião Aceso).

Por telefone, Silvano me passou as informações que faltavam para compor o perfil de "Saracura" após o fim do cangaço e finalmente compor a historiografia sobre o tema.

Saracura faleceu ainda jovem, aos 59 anos, contrariando a tradição de longevidade dos cangaceiros sobreviventes ao cangaço. A data exata do seu falecimento é 2 de junho de 1975, morreu de hepatite e foi sepultado em Salvador.

Benício nasceu no dia 1º de novembro de 1916, se entregou em 1940 em Paripiranga e seguiu para cumprir pena em Salvador. Após cumprir sua sentença, continuou morando na capital, mas, de acordo com Silvano, fez diversas visitas à Paripiranga após o cangaço. Foi na fazenda de um amigo, Ramiro Vieira de Andrade, que conheceu a sua segunda mulher com quem viveria pelo resto de seus dias.

A filha do fazendeiro que encantou Saracura foi Josefa Vieira de Andrade Santos, ainda viva, com 83 anos, residente em Itaberaba, a 288 km de Salvador. Foi dela que Silvano retirou a maior parte das informações a mim passadas para a composição deste artigo, uma vez que ele tinha apenas 11 meses de idade quando o pai faleceu.

Sua vida cotidiana era dedicada ao trabalho e à família, tornou-se um cidadão tranquilo, ordeiro, casado, pai de quatro filhos, três biológicos e um adotivo. Como ele mesmo afirmou no documentário já citado, não gostava de falar do cangaço e está aí o motivo de sua vida civil não ter sido devidamente documentada até agora. 

Não temos informações acerca da sua relação com o outrora chefe Ângelo Roque. Sabe-se, contudo, que chegou a contar algumas histórias da respectiva parceria para a esposa em momentos de descontração.

Ângelo Roque, prestes a regeneração

A esposa de Saracura criou os filhos em Salvador apoiada na pensão de um salário mínimo que recebia como viúva, diante das dificuldades da vida, seu pai chegou a ir busca-la para voltar a viver em Paripiranga, mas ela recusou e preferiu criar os filhos onde acreditava ter melhores condições de dar a eles boa educação, oportunidade que não teve durante a vida. A família optou por Itaberaba, onde vive ainda hoje. 

A família permanece unida, Silvano é casado, pai de três filhos, um deles, o caçula, leva o nome do avô, Benício Andrade. É um nome forte para uma criança que vai crescer com um nome carregado de significados e com uma bela história de lutas.
 

Silvano é empresário e pai também de Victória Andrade (26 anos) e Miguel Andrade (21), Valentina Andrade, filha de Simone Andrade, completa o rol de netos do ex-cangaceiro Saracura. 

Foto inédita de Saracura e D Josefa Vieira, no dia do casamento religioso.

Benício e sua 2ª esposa, Josefa Vieira 

Acervo Kiko Monteiro (Lampião Aceso)

*Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço. 

Contatos (75) 99974-289. E- mail.moisessantosra@gmail.com

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