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domingo, 4 de abril de 2021

MIGUEL BEZERRA - A VIDA CRIMINOSA DE LAMPIÃO O REI DO CANGAÇO (1989)

 https://www.youtube.com/watch?v=QV-PqdnCufU&ab_channel=PauloVictorRibeiro

Paulo Victor Ribeiro

Autoria de Apolônio Alves dos Santos, gravado no Rio de Janeiro, em junho de 1988. Faixa 03 (Lado B) do disco "Cangaço", volume N.º4 da série "A Arte da Cantoria", produzida pelo Instituto Nacional do Folclore e lançada pela Funarte entre 1984 e 1989.
"Além dos pioneiros Francisco das Chagas Batista e Leandro Gomes de Barros, outros poetas continuaram e continuam dando vida ao tema. Apolônio Alves dos Santos, residente no Rio de Janeiro, é um dos poetas vivos que, atualmente, mais produzem folhetos sobre o assunto. A vida criminosa de Lampião o rei do cangaço (Lado B, 3), de sua autoria, foi cantada por Miguel Bezerra em junho de 1988 no Rio de Janeiro. Dada a extensão da poesia, cuja versão impressa tem 16 páginas, fez-se necessária uma redução e para isso tivemos a aquiescência do autor, que escolheu a parte final do folheto e escreveu uma sextilha* introdutória especialmente para a gravação." (Rosa Maria Barbosa Zamith e Elizabeth Travassos)
*Sextilha: "As cantorias são sempre iniciadas e terminadas por sextilhas com versos de sete sílabas na fórmula ABCBDB, isto é, rimando entre si os versos 2º, 4º e 6º, e com rima obrigatória da "deixa", que é uma reminiscência do leixa-preen dos trovadores medievais. Na "deixa", o 2º cantador inicia sua estrofe rimando o 1º verso com o último da estrofe do 1º cantador." (Sebastião Nunes Batista "Regras de Cantoria")
"Em outro trabalho (Borges, 1987), propusemos dois modelos básicos de estruturação da narrativa dos folhetos sobre anti-heróis como João Grilo e Cancão de Fogo. Os referidos modelos, com algumas modificações, poderão servir como pontos de referência para a elaboração dos esquemas narrativos básicos para a estórias do cangaço, na literatura de cordel, aqui sinteticamente colocados:
Nessa gravação há o desfecho da história: primeiramente com a prisão e morte de Jararaca, após o ataque a Mossoró em 1927, e depois a morte de Lampião, "nos braços de sua Maria Bonita", na Grota do Angico, em 1938. Novamente há uma dualidade entre o bandido e o anti-herói, os dois cangaceiros não morrem completamente, suas figuras míticas continuam presentes no imaginário popular, algo explicado no texto: Modelo A* ... Modelo B: Relatos da permanência (não morte, metafórica) do herói mítico/ cangaceiro, geralmente em termos de confronto com seus opositores, sendo alguns desses personagens já consagrados no cordel... A relação narrador/ narratário (com ou sem discurso avaliativo e/ou reflexão metapoética), ocorre, frequentemente, nos folhetos enquadrados nos dois modelos.
*O modelo A, que fala sobre as diferentes formas de representação do cangaceiro está disponível na descrição do vídeo da faixa 01 (Lado B): https://www.youtube.com/watch?v=XGI5f....
A relação amorosa entre um cangaceiro e uma mulher cangaceira, cujo protótipo é o par Lampião/Maria Bonita, tem sido um leitmotiv*, principalmente nos folhetos da era pós-cangaço. Sem fazermos comentários mais detalhados, podemos dizer que esses dois arquimodelos refletem a estruturação básica dos 260 folhetos examinados e encarados no seu conjunto, relacionados de uma certa forma, com as duas fases citadas." (Francisca Neuma Fechine Borges UFPB)

*Leitmotiv: tema melódico ou harmônico destinado a caracterizar um personagem.
"A Arte da Cantoria"
"Através da série A Arte da Cantoria, o Instituto Nacional do Folclore procura documentar e divulgar os gêneros, estilos, temas e artistas da cantoria nordestina. Aos volumes anteriores - Literatura de Cordel, As Regras de Cantoria e Ciclo do Padre Cícero - vem somar-se agora este disco - Cangaço.
O tema do cangaço tem sido destacado como um dos mais frequentemente tratados por cantadores e poetas. Em algumas classificações temáticas constitui um ciclo, dado o volume de poesias impressas em folhetos que tratam da vida e das façanhas de Lampião, Antônio Silvino e, secundariamente, de outros personagens. Também são numerosos os testemunhos do fascínio que os cangaceiros exerceram, durante e após seu principal período de atividade, sobre os cantadores-repentistas.
Este mesmo tema, que tem inspirado uma vasta produção artística nos campos da literatura, música, artes plásticas e cinema, é aqui abordado por poetas e cantadores contemporâneos que estão entre os nomes mais expressivos das tradições da cantoria e da literatura de cordel." (Amália Lucy Geisel, Diretora do INF) Ficha Técnica: Gravações: realizadas em Olinda e Recife em novembro de 1987; no Rio de Janeiro em maio e junho de 1988.
Produção: Instituto Nacional do Folclore.
Pesquisa e edição: Rosa Maria Barbosa Zamith (Escola de Música da UFRJ) e Elizabeth Travassos (Núcleo de Música do INF). Montagem: Antônio Barbosa (Sonoviso). Capa: xilogravura de Erivaldo Ferreira da Silva. Encarte: xilogravuras de Marcelo Soares
Programação visual e arte final: Sonia Maria de Moraes Pitombo.

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O CANGACEIRO

 https://www.youtube.com/watch?v=PXa3eYOh96I&ab_channel=MarcosBuccini

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OS MISTÉRIOS DO PADRE CÍCERO | EDUARDO BUENO

 Por Buenas Ideias

https://www.youtube.com/watch?v=CSk1dkMjmjk&ab_channel=BuenasIdeias

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LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO | EDUARDO BUENO

 Por Buenas Ideias

https://www.youtube.com/watch?v=DuUH4sWYfk4&ab_channel=BuenasIdeias

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CONHEÇA A ESPOSA DE AGNALDO TIMÓTEO, SEUS FILHOS E SAIBA O QUE ACONTECEU COM O CANTOR AOS 84 ANOS

 Por Notícias Hoje

https://www.youtube.com/watch?v=rxIT2aYcrV0&ab_channel=Not%C3%ADciasHoje

O cantor Agnaldo Timóteo foi casado duas vezes. Agnaldo Timóteo tinha quatro filhos adotivos. A esposa do cantor Agnaldo Timóteo foi a vedete Watusi na década de 70. Agnaldo Timóteo faleceu aos 84 anos de idade. 

O cantor Agnaldo Timóteo ficou conhecido por ter uma das vozes mais bonitas do Brasil. Ele começou sua carreira muito jovem em sua cidade natal no interior de Minas Gerais. Na época suas apresentações em circos de sua região eram marcadas pela potência de sua voz. 

Agnaldo Timóteo nasceu na cidade mineira de Caratinga no dia 16 de outubro de 1936. Desde criança ela já gostava de cantar, no entanto sua vida mudou quando ele se encontrou com a cantora Angela Maria. O cantor já era seu fã desde menino e ela virou sua fada madrinha após ouvi-lo cantar pela primeira vez. 

Na época Agnaldo já estava morando em Belo Horizonte para onde havia se mudado com o desejo de se tornar conhecido. Ele fazia várias apresentações e se apresentava em rádio da capital onde passou a ser conhecido como o "Caubi Mineiro", uma referência ao seu estilo de cantar parecido com o de Caubi Peixoto. 

Numa determinada ocasião Agnaldo Timóteo se apresentou na abertura de um show de Angela Maria. Ela se encantou com sua voz e o aconselhou a se mudar para o Rio de Janeiro, onde ele teria mais sucesso na música. 

No outro dia, o cantor já estava no Rio onde virou motorista da cantora até conseguir a oportunidade de gravar seu primeiro disco. 

No entanto, ele teve que esperar cinco anos até conseguir assinar um contrato com a gravadora Odeon em 1965. A partir daí, Agnaldo Timóteo emplacou vários sucessos como "Aline", "Os Verdes Campos da Minha Terra", A Casa da Irene" e muitas outras. 

Ao longo de sua carreira o cantor vendeu milhões de cópias de disco e ganhou muitos prêmios. 

Infelizmente Agnaldo Timóteo faleceu neste sábado, 03 de abril, aos 84 anos de idade em função de complicações da Covid-19. O cantor estava internado desde o dia 17 de março desse ano. Os médicos acreditam que ele se contaminou entre a primeira e a segunda dose da vacina. Já no dia 27, ele precisou ser intubado para o tratamento. 

Agnaldo Timóteo era muito reservado sobre sua vida pessoal e raramente falava sobre o assunto. Numa entrevista para a Record, ele comentou que foi casado duas vezes. Numa delas sua esposa foi Watusi, uma famosa vedete brasileira na década de 70. 

O cantor também disse na entrevista que teve uma única filha biológica que infelizmente faleceu ainda criança. Ele contou que a relação com a filha lhe causava muito arrependimento. A menina se chamava Elizabeth e Agnaldo não a registrou em seu nome. "Com a minha filha, fui um canalha. A mãe criava, eu dava apoio financeiro, mas não deu apoio moral", revelou ele. No entanto, Agnaldo Timóteo tinha quatro filhos adotivos: Márcio, Marcelo, Cícero e a Keith Evelyn que ele adotou ainda bebê. 

Além da carreira musical, ele também foi importante na política como deputado federal e vereador no Rio de Janeiro. Agnaldo Timóteo também foi vereador por dois mandatos em São Paulo. 

Em maio de 2019, o cantor ficou internado por dois meses por causa de um AVC e se curou por milagre. Após isso ele chegou a voltar aos palcos e fazer algumas apresentações. 

Nos últimos tempos ele estava morando na Barra da Tijuca no Rio na companhia dos filhos adotivos.

https://www.youtube.com/watch?v=rxIT2aYcrV0&ab_channel=Not%C3%ADciasHoje

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O COITO PERFEITO (E SANGRENTO)

 Por Rangel Alves da Costa

No mundo cangaceiro, era no coito que a cangaceirama se escondia, repousava ou se entrincheirava até novamente arribar seu destino. Quando o repouso era só de passagem, qualquer sombreado de umbuzeiro servia, mas não quando havia pernoite ou descanso mais demorado. Então, o local de estadia tinha que ser bem escolhido e oferecer meios de proteção contra as surpresas inimigas. Imaginava-se que do local estratégico, não só fosse dificultada a chegada de estranhos como fosse possível avistar qualquer movimentação suspeita ao redor e até mais adiante.


Angico, o mais famoso dos coitos, depois se mostrou como de péssima escolha aos cangaceiros. Ao invés de acoitados e protegidos, ficaram entrincheirados entre serras e montes, e ao largo da beirada de um rio, à mercê do ataque dos soldados e seus comandantes conhecedores da região. Quando a soldadesca chegou já não havia o que fazer. Era como um ninho de passarinhos cercado por gaviões. Não muito distante de Angico, ainda dentro dos sertões sergipanos de Poço Redondo, há um coito que se pode chamar de perfeito: o Coito da Pia das Panelas, na região da Comunidade Areias.

Em meio à caatinga, tufos água é juntada em tempo de chuvarada. São as chamadas pias. Algumas delas cabem até mais de uma pessoa. Assim, um local perfeito para um coito cangaceiro, pois em meio à vegetação fechada e espinhenta, do alto é possível avistar as distâncias, entre as fendas é possível posicionamento para ataques, e as pias servindo como verdadeiras trincheiras para defesa e contra-ataque.

Por isso mesmo que o Coito da Pia das Panelas era um dos preferidos da cangaceirama quando de passagem pela região. E não há notícia de nenhum ataque das volantes na localidade. Mas, por outro lado, há notícias de terríveis acontecimentos no coito, e envolvendo os próprios cangaceiros e outros sertanejos. Nada menos que cinco mortes no coito e ao redor: Lídia de Zé Baiano, morta pelo próprio companheiro; Coqueiro, o delator da traição de Lídia; Zé Vaqueiro e Preta de Virgem. A quinta morte foi a de Rosinha, logo adiante. Do alto do coito se avista o Riacho Quatarvo, alguns passos mais abaixo, onde a companheira de Mariano foi morta, a mando de Lampião, pelas mãos de Zé Sereno, Juriti, Balão e Vila Nova. Quem conhece o passado da região e o que por ali ocorreu nos tempos cangaceiros, é como se os vultos ainda rondassem e os gritos ainda ecoassem por todo lugar. O sangue um dia jorrado ainda está por ali, as ossadas também. Fantasmas da história que ainda assombram. Num coito perfeito, um leito carrasquento de mortes.

Rangel Alves da Costa, pesquisador e escritor

Conselheiro Cariri Cangaço - Poço Redondo-SE

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/04/o-coito-perfeito-e-sangrento-por-rangel.html?fbclid=IwAR2-HCm34IPE7MOe4PELqYyCDFvxe-Ce-17R0qxkS90lltqSDLg1k_VQuC8

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