Por Manoel Severo
A noite da
última quarta-feira, 23 de setembro de 2015 marcou a abertura do Cariri Cangaço
- Edição de Luxo - Ano V tendo como palco principal o Auditório do Largo da
RFFSA em Crato, no cariri cearense.
Para uma plateia
de pesquisadores de todo o Brasil foi apresentado em primeira mão no cariri
cearense o festejado e premiado filme de Wolney Oliveira, cineasta cearense
de reconhecimento internacional; Os Últimos Cangaceiros. A solenidade teve seu
inicio com as boas vindas por Pedro Barbosa, presidente do Instituto Cariri do
Brasil, entidade realizadora do evento, fazendo um balanço das atividades do
Cariri Cangaço nos seus seis anos de existência para logo em seguida convidar a
todos para a apresentação da película.
Abertura
da Noite com Pedro Barbosa
Boas Vindas
com Manoel Severo
O filme
documentário conta a saga dos ex-cangaceiros do bando de Lampião, Moreno e
Durvinha; a entrada no cangaço, o encontro com Lampião, as primeiras mortes, os
medos, os desafios, a fuga para Minas Gerais, os filhos, a vida secreta de
ex-cangaceiros, o reencontro com a vida passada, a descoberta do segredo, a
fama, o mito; mostradas na tela com a sensibilidade de poucos, confirmando
"Os Últimos Cangaceiros" como um dos melhores documentários sobre a
temática já realizados.
Logo após a
apresentação do filme aconteceu um debate coordenado pelo Curador do Cariri
Cangaço, Manoel Severo que reuniu o diretor, Wolney Oliveira, o pesquisador
João de Sousa Lima e a filha dos principais protagonistas do filme, cangaceiros
Moreno e Durvinha; Neli Conceição. Wolney Oliveira revela: "Sempre fui
apaixonado pela temática, meu primeiro filme foi Milagre de Juazeiro e meu mais
recente foi Os Últimos Cangaceiros em junho de 2016 estarei envolvido nas
filmagens de Lampião o Governador do Sertão." Para João de Sousa Lima, pesquisador
e escritor de Paulo Afonso, responsável pela "descoberta" do casal de
ex-cangaceiros e consultor do filme "foi uma grande emoção ter conhecido
Moreno e Durvinha e especialmente Durvinha marcaria minha vida para sempre, ela
era um anjo".
Mesa de
Debates da Noite de Abertura; Manoel Severo, Neli Conceição, João de Sousa Lima
e Wolney Oliveira.
Wolney
Oliveira
Aderbal
Nogueira
Ulisses
Germano
José Bezerra
Lima Irmão
Neli
Conceição, em trajes típicos cangaceiros, de mescla azul, bordados coloridos e
bornal e cartucheiras, falou de todo o tempo que viveu ao lado dos pais sem
saber de suas vidas no passado e do orgulho de sua criação: "Meu pai era
muito rigoroso, exigente, reto, educou com mão de ferro todos os filhos, minha
mãe era uma santa, trabalhou muito e sofreu muito para nos criar. Quando
descobri que meu pai foi ex-cangaceiro de Lampião, que havia matado muitas
pessoas e que tinha deixado um filho pequeno; meu irmão Inacinho; para trás,
tive medo, mas depois foi muita emoção com o reencontro deles com sua própria
história".
A noite de
abertura contou com a presença dos principais grupos de estudos do cangaço do
Brasil. O documentarista Aderbal Nogueira representou a SBEC - Sociedades
Brasileiras de Estudos do Cangaço também estiveram presentes os presidentes do
GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, Ângelo Osmiro e Narciso Dias, do
GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, além de pesquisadores e
escritores do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, numa autêntica
integração da alma nordestina.
Neli
Conceição e Aderbal Nogueira
Rosane e
Geraldo Ferraz
Para o Curador
do Cariri Cangaço, Manoel Severo, "estar realizando em nossa casa, onde
tudo começou, em Crato, a abertura do Edição de Luxo, nos enche de alegria e
entusiasmo e vendo o auditório completamente lotado de companheiros de todo o
Brasil, só aumenta nossa satisfação, mas também nossa responsabilidade.
Gostaríamos de agradecer aos amigos da secretaria da cultura de Crato,
parceiros nesta apresentação; Dane de Jade, Dada Petrole, Alan, Luciana Melo e
principalmente Gisele Teixeira, a toda a equipe de Crato, nosso muito
obrigado". Para o pesquisador potiguar, Ivanildo Silveira,
"testemunhamos mais uma vez o grande trabalho do Cariri Cangaço na direção
da promoção da discussão séria e responsável sobre esse tema que é tão rico e
tão cheio de polêmica como o cangaço, essa noite de abertura e todo o evento
estão de parabéns".
Para o
pesquisador sergipano José Bezerra Lima Irmão, "talvez o Cariri Cangaço
não saiba de sua extraordinária importância para o estudo e aprofundamento do
tema cangaço no Brasil, suas edições responsáveis e ricas se traduzem em um bem
precioso para a história da temática".
Francimary
Oliveira, Neli Conceição e Fátima Cruz
Manoel Severo
e Felipe Mimoy
A noite contou
ainda com os lançamentos da nova edição da Revista de Artigos do GECC - Grupo
de Estudos do Cangaço do Ceará e também da mais nova obra do escritor
pernambucano, radicado em Paulo Afonso, João de Sousa Lima - Lampião e os
Coronéis das Bahia.
Neli
Conceição, Luiz Antônio, Manoel Severo, Padre Agostinho
Mabell
Sales, João Paulo, Pedro Barbosa e Marcus Vinícius
Manoel Severo,
Ulisses Germano e Neli Conceição
Elane Marques,
Neli Conceição, Ingrid Rebouças e Ana Lucia
Elane Marques,
Manoel Severo e Neli Gonçalves
João de Sousa
Lima, Manoel Severo e Ivanildo Silveira no lançamento de Lampião e os Coroneis
da Bahia
A noite contou
ainda com presença de inúmeros artistas e personalidades das áreas da cultura,
da comunicação e das artes do Cariri, com destaque para o jornalista e
radialista Antônio Vicelmo, os pesquisadores Emerson Monteiro, Heitor Feitosa
Macedo e Lailson Feitosa, as escritoras Célia Magalhães e Vilma Maciel, o
músico Ulisses Germano e os poetas Miguel e Josenir Lacerda e ainda o
memorialista Huberto Cabral. Ao final da noite os convidados foram
recepcionados pela municipalidade de Crato, com um jantar no Largo da RFFSA. A
programação seguiu na quinta-feira, dia 24, com visitas a Juazeiro do Norte e
Lavras da Mangabeira,
Cariri Cangaço
- Edição de Luxo - Ano V
23 de Setembro
de 2015
Largo da RFFSA
Crato, Ceará
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