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segunda-feira, 31 de março de 2014

CEL. ZÉ LUCENA.... Inimigo Nº 2 de LAMPIÃO ( C R Ô N I CA e FOTOS )

Por: Luiz Nogueira Barros Alves (*)
 

Vou ao cemitério visitar o túmulo de minha mãe. Estou em Maceió e sou adulto. Na saída pergunto para um funcionário: 

– Aquele é o túmulo do coronel Lucena? 

Ele me diz que não sabe, que trabalha ali faz pouco tempo. Fico a me lembrar de que o coronel foi prefeito de Maceió. E de que o seu túmulo foi uma homenagem da Prefeitura, ao tempo do prefeito Sandoval Caju. 
 


E mais: que morrera humilde e sem riquezas. E logo um frio percorre o meu corpo. E os ventos - tais os da infância - me transportam aos anos quarenta. Estou em Santana do Ipanema. A cidade se confunde com as minhas lembranças. O velho Quartel da Polícia Militar enche o meu olhar. Nele funcionava o "Comando de Caça a Lampião", que tinha como comandante o coronel Lucena. Tipo forte, cabelos ondulados, boca pequena, nariz fino, corado e sempre alegre, ele encarnava o mito da coragem. Fora disso, era o homem venerado e de quem jamais se colocou em dúvida a honestidade de princípios.

E de súbito, vejo-me na formatura do curso primário tendo o coronel como nosso padrinho, fato sobre o qual até bem pouco eu ainda tinha uma fotografia. Depois o coronel está abraçado com "Seu" Carola, dono da maior farmácia da cidade, brincando o carnaval acompanhado por uma multidão de foliões, entrando em todas as casas da cidade e recebido como um rei. Um rei para o qual as famílias preparavam comidas e bebidas. Mas os dois foliões não bebiam. Os seus acompanhantes, pessoas simples do povo, é que se fartavam. O que valia era a alegria de receber o coronel e o seu inseparável amigo de carnaval. Percorrendo ruas e ruas o coronel a todos prestigiava tornando os carnavais tranqüilos. Mas, o coronel Lucena não era o único mito da cidade. Ele dividia o privilégio com o padre Bulhões. Um era o poder material e outro o poder espiritual. Coronel Lucena, no Monumento – parte alta da cidade. E padre Bulhões, no Camoxinga – parte baixa da cidade.

Assim, eles estendiam um arco de proteção sobre toda cidade. Um dia, o tenente Porfírio, homem valente, tornara-se suspeito de que se preparava para formar um bando de cangaceiros. Já houvera morto uma esposa, segundo suspeitas. A desculpa fora simples: encontro casual com grupos de cangaceiros, tiroteio e etc. Saíra-se bem com a justiça. Mas haveria de matar outra esposa de nome Durvalina, refugiando-se no Camoxinga. Todos sabiam que cangaceiros não agiam nas terras de Senhora Santana. E o coronel Lucena mandou-lhe ordem para comparecer ao quartel, através de seus dois soldados de confiança, Artur e Zé Pereira. Mas tenente Porfírio debochou:

– Digam ao coronel que a distância é a mesma. Ele que venha aqui. Acabrunhados, os soldados comunicaram o fato ao coronel. E ouviram:

– Muito bem: voltem e tragam Porfírio de qualquer jeito!

Quando os dois se aproximaram da casa de Porfírio ele já saltou de revólver em punho, na varanda. Mas tombou (numa fração de segundos) mortalmente ferido, sem ter tido tempo para algum tiro certeiro. Colocado numa rede foi levado para o quartel e depois sepultado com uma sava de tiros a que tinha direito. Abriu-se inquérito policial para apuração da ocorrência. Motivo:desacato a autoridade.

Desperto-me. Estou outra vez em Maceió. Olho para a presumível sepultura. Não consigo ir vê-la de perto. E deixo o cemitério remoendo lembranças e ainda sentindo os ventos da infância.

Gazeta de Alagoas, 18.4.93

(*) LUIZ NOGUEIRA BARROS:Sócio efetivo do Instituto - Histórico e Geográfico de Alagoas, função de Segundo Secretário, em seguida Secretário Perpétuo em 2001. Segundo vice-presidente, diretoria de transição, após a morte do presidente, prof. Ib Gatto Falcão, da Academia Alagoas de Letras.

Fonte: Facebook - Voltaseca 

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João de Sousa Lima e Antonio Galdino recebem Moção de Aplausos da Câmara de vereadores de Delmiro Gouveia

Antonio Galdino e João de Sousa Lima

O vereador e professor Edvaldo Nascimento apresentou Moção de Aplausos para os escritores João de Sousa Lima e Antonio Galdino. a Moção foi votada por unanimidade.

Os dois escritores foram agraciados pela comenda  por seus trabalhos literários Lampião em Paulo Afonso e Angiquinho: 100 Anos de Histórias.

Moção de Aplausos para João de Sousa Lima e Antonio Galdino
 

 


Antonio Galdino, João de Sousa Lima e Edvaldo Nascimento


Edvaldo Nascimento e João de Sousa Lima 

Enviado pelo o autor - João de Sousa Lima é escritor e pesquisador do cangaço.

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Gruta construída há mais de 160 anos na Serra de São Caetano - Serrinha-BA.



Por Antonio José de Oliveira(*)

ANTONIO JOSÉ DE OLIVEIRA posicionado numa gruta construída há mais de 160 anos (portanto, não é uma obra natural), na Serra de São Caetano, gruta essa, que chamamos de banheiro de José Joaquim, uma vez que, segundo a tradição, foi construída pelo Capitão-do-mato José Joaquim por volta do meado do século 19, ou pelos escravos que provavelmente formaram um quilombo nesta nossa serra, nas proximidades do Povoado Bela Vista, Município de Serrinha-Bahia.

José Joaquim foi um Capitão-do-mato (segundo o escritor Tasso Franco em seu livro SERRINHA: História e Estórias), “que foi enviado pelo Padre Severo de Bonfim, para desalojar os escravos homiziados na Serra de São Caetano, e em  troca receberia como pagamento, a propriedade onde provavelmente estava localizado o quilombo. Relata o autor Tasso Franco, que depois de muita briga matou a maioria dos negros, prendeu outros, e passou a morar nas terras do São Caetano. Depois de um certo período, José Joaquim, para sobreviver sem muito trabalho começou a assaltar viajantes nas estradas que margeiam suas terras. O Governo ao ser informado dos casos por ele praticados mandou uma força policial para prendê-lo”.

A história continua informando que, por algumas vezes a polícia tentou capturá-lo, mas em meio à caatinga, morros e penhascos, o famoso bandido sempre escapava. Após muitas tentativas, foi expulso com seus sequazes, nunca mais retornando para reaver as terras por ele “conquistadas”.

(*)Antonio Oliveira é baiano da cidade de Serrinha, e é pesquisador do cangaço.

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ENTREGA DE CANGACEIROS EM 1940 - PARIPIRANGA FEZ PARTE DESTA HISTÓRIA.




Salvo melhor juízo... Identificando:

À frente, à esquerda, Saracura (Benício Alves dos Santos), tendo atrás sua companheira Flauzina (Flauzina Alves de Lima); A menina à frente de Saracura é Maria Eunice, filha de Flauzina com o cangaceiro “Zezé”, então já falecido.

Centro esquerda Patativa (Antonio Pedro da Silva), tendo atrás Zephinha (Josepha Maria de Jesus).

No centro atrás Deus–te–Guie (Domingos Gregório dos Santos).

Na frente, no centro, Labareda (Ângelo Roque dos Santos), tendo à direita, atrás, ao lado de Deus–te– Guie, sua companheira Ozana (Anna da Conceição).

À direita, Jandaia, (Manoel Raymundo da Silva) com Josepha (Josepha Maria da Conceição) atrás, na extrema direita de pé.

Esta foto foi batida em abril de 1940, na Sede da Secretaria de Segurança, em Salvador, Bahia. Os cangaceiros haviam se entregado antes, em Paripiranga. Deslocaram-se para Salvador, em trem, acompanhados de militares. Então, na Secretaria, em cerimônia para a imprensa, apartaram-se e posaram para esta foto.
   
Fonte: SILVA FILHO, Rubens Antonio da. 

“http://cangaconabahia.blogspot.com.br/2013/07/entrega-de-cangaceiros-1940.html”, in: “Cangaço na Bahia” 
site: cangaconabahia.blogspot.com acessado em 12-10-2013.

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