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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Moção Aderbal Nogueira

Por: Wescley Rodrigues
A. Osmiro, Nasciso, João de Sousa Lima, Wescley, Ivanildo e Vilela

Caros(as),

Abaixo segue a moção de apoio do pesquisador Aderbal Nogueira em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Cordialmente
Prof. Wescley Rodrigues


Fortaleza – CE, 09 de julho de 2013. 
Senhor prefeito de Nazarezinho.
Senhor Salvan Mendes

Dizem que o Brasil não tem memória, o que em parte é verdade. Gasta-se muito e na maioria das vezes em dólar e euro para se conhecer a história de outros povos, de outras nações e isso é uma triste verdade.

Levando-se em conta que o Brasil e, em especial, o Nordeste brasileiro conta com uma historia riquíssima e de interesse mundial pelo que aqui ocorreu, isso chega a ser um absurdo.

Participei de um encontro na Universidade Federal do Ceará quando dos 100 anos de Canudos e o número de estrangeiros nesse evento superava o de brasileiros. Canadenses, americanos, franceses, alemães, etc., tinham um conhecimento perfeito sobre Canudos.

Nazarezinho tem em suas mãos um monumento que merece ser guardado para a posteridade, monumento esse que faz parte de uma história digna de estrelar grandes produções cinematográficas e obras literárias no mundo todo. Não deixemos que esse casarão caia no esquecimento. "Se não cuidarmos de nossa história, quem vai cuidar ?"

O senhor Salvan Mendes, independente de ser prefeito ou não, tem uma responsabilidade ímpar nessa nossa luta. Faça Nazarezinho e a casa da família Pereira entrar para o circuito histórico/cultural brasileiro. Seu nome ficará para sempre gravado na parede da memória como um dos principais responsáveis  por esse grande feito e nós, pesquisadores e brasileiros como um todo, lhes seremos eternamente gratos por essa realização.

Aderbal Nogueira
Documentarista, pesquisador sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC e do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceara - GECC.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wescley Rodrigues

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LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2013. - Crônica Nº 1047
 

Na tarde da última quarta-feira, eu e o professor Marcello Fausto, chegamos a Palmeira dos Índios para auspiciosa missão. Fomos recebidos cordialmente pelo professor de História, Wellington Lopes de Albuquerque, que logo nos proporcionou ligeira incursão pelos pontos turísticos da cidade, inclusive o Cristo do Goiti. Tivemos o privilégio de contemplarmos os arredores dos 700 metros de altitude na belíssima paisagem que o relevo serrano nos oferece. 


Após significativo descanso e preparativos, estávamos nós “enfrentando” a seleta plateia acadêmica da UNEAL, Campus III, sob a batuta do festejado professor Wellington. Lançamos o livro “Lampião em Alagoas” e partimos para uma palestra e mesa redonda com o tema: “O cangaço lampiônico nas plagas alagoanas”. Auditório lotado com acadêmicos da região, alguns professores e balaios de perguntas inteligentes, nos levaram à ocasião agradabilíssima. Mitos do Nordeste como Lampião, Padre Cícero, Frei Damião, Luiz Gonzaga, Sinhô Pereira e outros, foram amplamente citados. Passamos pelo geral sobre Virgolino, suas estripulias, organização de volantes, até desembocarmos no riacho da grota dos Angicos.


O livro “Lampião em Alagoas” – que também será lançado em outras cidades – é esclarecedor, interrogativo, equilibrado e polêmico como todos os livros sobre o cangaço. Várias passagens inéditas foram apresentadas, estimulando a pesquisa em História, Geografia e Sociologia, notadamente. Com a gentileza e desdobramentos do anfitrião, professor Wellington Lopes, quanto pela qualidade do evento, educação e maturidade dos presentes, surgiu impressão de retorno dos autores para outros temas relíquias do Nordeste. O Cristo do Goiti (derivado de oiti, oitizeiro), com certeza abençoou a nossa jornada até os seus pés, iluminando o evento que se aproximava com o pano molhado da noite.

Pela manhã retornamos da Terra dos Xucurus, de Graciliano, Luiz B. Torres, Adalberon Cavalcante Lins, Valdemar de Sousa Lima, para Santana do Ipanema, agradecendo a todos os que fazem a UNEAL, Campus III. Acho que bem deixamos LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS.


CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.  Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

 

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).

Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/01/tipos-populares-do-mendes.html

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Moção Dr. Francisquinha

Por: Wescley Rodrigues

Caros(as),

Abaixo segue a moção de apoio da pesquisadora Dr. Francisquinha em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Cordialmente
Prof. Wescley Rodrigues

Rostand Medeiros e Drª. Francisquinha - neta do cangaceiro Sabino

Cajazeiras – PB, em 11 de julho de 2013

Ilmº. Sr.
Prefeito Municipal de Nazarezinho  - Estado da Paraíba
Salvan Mendes

Prezado Senhor,

Falar de cangaço é falar da nossa cultura de um movimento histórico-social, realizado por homens que em sua maioria eram do campo, valentes, corajosos e ousados, que se rebelaram contra a ordem dominante que esmagava os menos favorecidos, vidas sofridas, principalmente, pela ausência de justiça e educação.
         
Não queremos enaltecer os personagens da época, isto é, os cangaceiros, mas eles deixaram um legado imensurável para a história, pela coragem com que enfrentavam as adversidades do sertão, e na forma ousada de fazer justiça; de modo que o tema cangaço, é motivo de incessantes pesquisas por acadêmicos, historiadores e pesquisadores.
       
A propósito da pesquisa, a Casa do cangaceiro Chico Pereira, localizada no Sitio Jacú, município de Nazarezinho – PB,  carece urgentemente de Recuperação a qual contribuirá para a saga do cangaço.
      
Como pesquisadora e estudiosa do cangaço, venho respeitosamente solicitar das autoridades do município a Restauração e Tombamento da Casa supracitada que é de grande relevância para a história.

Atenciosamente,
Francisca Pereira Martins
Professora, Advogada, Pesquisadora e Sócia da Sociedade Brasileira de Estudos do  Cangaço (SBEC)

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wescley Rodrigues

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Homenagem - Há 100 anos nascia João Gomes de Lira


Ten. João Gomes de Lira, um valoroso soldado das forças volantes que combateram Lampião. Um autêntico Nazareno, fez parte de um dos momentos mais sangrentos no nordeste brasileiro.

Se fosse vivo iria fazer 100 anos. Durante quinze anos fui amigo e estive com esse valente sertanejo inúmeras vezes.

Sábado, 13 de julho uma grande homenagem a sua pessoa será realizada em Nazaré do Pico - Floresta Pernambuco, sua terra natal.

Fica aqui registrada essa singela homenagem a esse bom amigo que tantas vezes me recebeu em sua casa na companhia de seu fiel escudeiro Paulo.

Conheça aqui um pouco do que foi a vida de João Gomes de Lira, enquanto volante.


Att Aderbal Nogueira.
Documentarista - Fortaleza/CE

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Moção Professor Pereira

Por: Wescley Rodrigues
Wescley, Paulo e Aninha

Caros(as),

Abaixo segue a moção de apoio do pesquisador Prof. Pereira em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Cordialmente
Prof. Wescley Rodrigues

Professor Pereira e esposa

Cajazeiras – PB, 10 de julho de 2013.
    
O Cangaço, inserido no contexto histórico nordestino, nos legou verdadeiros tesouros históricos, como o casarão da Fazenda  Abóboras, em Serra Talhada; o casarão do Major Floro, no povoado de Patos do Irerê, São José de Princesa e a casa da Fazenda Jacu, do Coronel  João Pereira e seus filhos Aproniano, Abdias e, especialmente, o cangaceiro Chico Pereira, em Nazarezinho, que infelizmente, estão padecendo nas garras do tempo  e vítimas da nossa inércia.

O evento Parahyba Cangaço,  nos proporcionou a oportunidade de visitar aquele casarão e nos encorajar a lutar pela restauração desse patrimônio histórico, que não pertence somente a Nazarezinho, mas ao Nordeste e ao Brasil. Somente quem ler o, extraordinário livro, “Vingança, Não”,  do filho do cangaceiro Chico  Pereira, Francisco Pereira Nóbrega,  sabe da importância que essa casa representa para a História do Cangaço.

Senhor Prefeito Salvam Mendes e senhores Vereadores restaurem e preservem  esse casarão da Fazenda Jacu, a história e a cultura nordestina agradecerá.

Saúde, Paz e Prosperidade a todos,

Francisco Pereira Lima
Professor, membro da Sociedade Brasileira do Cangaço, Conselheiro do Cariri Cangaço e membro do Grupo Paraibano de Estudo do Cangaço.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wescley Rodrigues


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Moção Archimedes Marques

Por: Wescley Rodrigues

Caros(as),

Abaixo segue a moção de apoio do pesquisador Archimedes Marques em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Cordialmente

Prof. Wescley Rodrigues


Aracaju - SE, 11 de julho de 2013.
Senhor Prefeito de Nazarezinho - PB
Senhores Vereadores

O reconhecimento com a valorização das nossas raízes, da nossa cultura, da nossa história nordestina é sem dúvida um legado de suma importância que deixamos para os nossos filhos, para seus filhos, para os filhos dos seus filhos e assim sucessivamente. Tais medidas visam além do resgate da história, que importantes fatos do passado passem a não ser esquecidos ou virem meras conjecturas na poeira do tempo.

E é justamente em nome dessa assertiva, também em nome daqueles que prezam pela nossa história sertaneja, mais de perto pela enigmática história do cangaço e afins, seus atos, fatos e consequências, que venho me manifestar para solicitar em somação às outras diversas moções de solidariedade em prol da restauração da casa pertencente à família Pereira, imóvel esse também palco de episódios marcantes protagonizados, porque não dizer, por um dos seus filhos mais ilustres e corajosos, Francisco Pereira Dantas, o lendário Chico Pereira.

A participação de todos nós amantes, pesquisadores e historiadores da cultura e da história dos nossos ancestrais nordestinos, aqueles verdadeiros cabras-machos que também escreveram o seu tempo com letras de tintas de sangue, assume particular importância num momento em que buscamos o fortalecimento das nossas raízes, vez que não há árvores frondosas sustentadas por frágeis raízes. A restauração da casa do justiceiro Chico Pereira, sem dúvida alguma, fortalece essas raízes culturais.

Infelizmente a instabilidade social que agrava a sã consciência cultural do nosso povo é preocupante, principalmente no Nordeste, daí também o nosso grito de alerta para o bom resgate da nossa história assim quando temos a oportunidade de intervir, como é o presente momento.

Muitos casarios espalhados pelo nosso Nordeste que fizeram parte da época do cangaço, palcos de inúmeras batalhas e passagens diversas, hoje não passam de ruínas e com eles também se arruínam parte da nossa história, entretanto, há de se observar que no momento, privilegiadamente, o município de Nazarezinho no lindo e aprazível Estado da Paraíba, tem a oportunidade de resgatar essa dívida histórica, restaurando para o bem e felicidade geral de todos, a casa de Chico Pereira.

A história de Chico Pereira é uma história de luta, uma história de injustiça, uma história de revolta contra o sistema que então imperava o coronelismo, o mesmo coronelismo que tinha no povo o seu gado e no seu gado o povo, os dois como num só.

Chico Pereira, até então um homem de bem, um homem cumpridor dos seus deveres, um homem que acreditava nas leis dos homens viu seu pai, João Pereira, ser assassinado. Em seu leito de morte, o pai pede ao seu querido filho que não procure vingança com as suas mãos, ou seja, que não suje as suas mãos de sangue tal qual sujaram consigo. Com tal atitude a vítima também relembra os ensinamentos do filho de Deus a dar o outro lado da face ao seu agressor, diferentemente do pensar e agir desse sofrido povo, vez que no nosso sertão nordestino na década de 20, era sem dúvida, DENTE POR DENTE, OLHO POR OLHO. Ao encontrar o atroz assassino do seu amado pai, Chico Pereira controla a sua emoção e mesmo agindo contra a razão da época, o entrega à polícia. Entretanto, por influência polí tica, por interferência do coronelismo, o criminoso é posto em liberdade. Diante disso, Chico Pereira, tomado pela revolta, por uma justa causa, alia-se a cangaceiros e vira lenda no sertão nordestino, vivendo a partir de então como um fora da lei, a mesma lei que erroneamente colocou em liberdade o assassino do seu pai.

A exemplo da maioria dos revoltosos que fizeram história nessa época há os prós e os contras relacionados às suas atitudes e consequências. Para alguns, Chico Pereira era um herói porque buscava justiça para a morte do pai, entretanto, para tantos outros ele não passou de um cangaceiro sanguinário que aterrorizava o sertão nordestino com roubos, estupros e assassinatos.  De uma maneira ou de outra o fato gerador de tudo nasceu de uma imensurável injustiça, ademais a sua história, hoje faz parte da nossa história, da história do cangaço, da história do Brasil, faz parte da labuta sertaneja marcada nesse tempo de poeira e sangue nas escaldantes e áridas terras, faz parte de uma história que não pode ser esquecida jamais.

Assim sendo, entendo que todos os esforços no intuito de restaurar e transformar em museu a casa da Fazenda Jacu, a casa do suposto “herói fora da lei”, Chico Pereira, devem ser envidados e exauridos, pois além de tudo, o dito imóvel fora cenário de importância nesse intrigante movimento social que assolou o nosso sertão. Sem esquecer que com tal medida, a municipalidade de Nazarezinho estará também alavancando o turismo local, gerando renda a diversas famílias que a partir de então passarão a melhor fabricar e vender os seus diversos produtos artesanais, alimentícios, culturais e afins.
         
Atenciosamente,
Archimedes Marques
Delegado de Polícia no Estado de Sergipe, Pesquisador e Escritor do Cangaço. (79) 8822-3832. archimedes-marques@bol.com.br

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Wescley Rodrigues

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Cariri Cangaço

Por: Paulo Medeiros Gastão

Caro Mendes, boa tarde!!!

Você como sempre gentil e eficiente, segurando a peteca do cangaço de forma brilhante.

Paulo Gastão, Manoel Severo, Lemuel Rodrigues e Aderbal Nogueira

Fique em ordem para irmos ao Cariri Cangaço abraçar Manoel Severo e um bocadão de gente boa.

Abs.
Paulo Gastão
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O SERTANEJO ANTES DE SE TORNAR CANGACEIRO - I

Por: Rangel Alves da Costa(*)
Rangel Alves da Costa

O SERTANEJO ANTES DE SE TORNAR CANGACEIRO - I 

Nos estudos e publicações sobre o cangaço, tornou-se comum encontrar alguns aspectos gerais acerca dos fatores que possibilitaram o seu surgimento. E tais fatores não mudam muito desde os seus primórdios ao advento do bando cangaceiro mais famoso entre todos, que foi aquele comandado pelo Capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que reinou a partir da década de 20 até o ano de 38.

Tais fatores são muitos e variam segundo a linha de raciocínio dos autores, mas sempre voltados para alguns referenciais: opressão, injustiça e pobreza. Mas eis a diversidade de outros fatores geralmente apontados como motivadores do cangaço: a formação de bandos armados pelos grandes latifundiários para defesa contra os inimigos e garantir suas posses; o surgimento de pequenos grupos insurgentes contra os desmandos cometidos pelos coronéis; as péssimas condições sociais da região nordestina; o latifúndio concentrando a terra e a renda nas mãos de um pequeno número de proprietários, deixando na miserabilidade a maioria da população.


Mas as causas apontadas ainda são muitas: o cangaço surgiu como uma forma de defesa dos sertanejos diante da ineficiência do governo em manter a ordem e aplicar a lei; as suas origens estão nas questões sociais e fundiárias então prevalecentes na região nordestina; seu nascedouro está nas violentas disputas entre famílias poderosas e a falta de perspectivas de ascensão social num sertão assolado pela miséria e pelas injustiças.

E mais: o cangaço surgiu como uma reação à miséria social e ao desemprego que assolavam as populações sertanejas ladeadas por ricos latifundiários e entregues ao mando e poder dos coronéis; o monopólio da terra e o trabalho servil, heranças das capitanias hereditárias, sempre mantiveram os pobres sertanejos submissos ao poder dos poderosos da região nordestina, fazendo surgir alguns grupos de revolta contra a insuportabilidade da situação; o cangaço surgiu como uma reação à fragilidade das instituições responsáveis pela ordem, lei e justiça, e da ocorrência de contínuas injustiças; uma forma de defesa contra as tiranias praticadas, tendo o sertanejo que fazer justiça com as próprias mãos e causando ainda mais violência.

Quer dizer, de uma forma ou de outra sempre batem na mesma tecla, caminham no mesmo sentido, que é o de apontar as causas do surgimento do cangaço com base na opressão, na injustiça e na pobreza. E numa alarmante continuidade. Com efeito, lá pelos idos do século XIX, período de gestação do cangaço, a situação do sertanejo era de insuportabilidade diante daquilo que contextualizava seu cotidiano. Desde a vivência à sua expressão social enquanto ser humano. E sempre desamparado de tudo.

O analfabetismo reinando na maioria da população, as imensas e desconcertantes desigualdades sociais, o perpétuo estado de submissão àqueles senhores donos dos meios de produção e de sobrevivência, um festim dilacerado de violências e a total falta de expectativas de sair dessa desumana situação. Eis a feição sertaneja naqueles idos onde o cangaço ainda estava apenas semeado. Contudo, era a pobreza ossuda, a miséria mais abjeta, que mais marcava aquela sociedade matuta. E onde a pobreza alarmante impera logo chega quem procure escravizar o homem, colocando-o sob o seu jugo e mando.

A pobreza em si já era uma forma de submissão social, de menosprezo ao homem forte e trabalhador, como pontua o reconhecimento euclidiano. Contudo, a miserabilidade nunca foi motivo desesperador àquele indivíduo tão acostumado às durezas da vida, às estiagens prolongadas, ao padecimento por falta do fruto da terra. Tal situação, ainda que perversa e inumana, não seria motivo demasiadamente desesperador, pois já reconhecida como fazendo parte daquele modo de vida.


Entretanto, se a pobreza não afligia de morte nem retirava do desvalido sertanejo as suas últimas forças, o mesmo não acontecia perante a realidade humana que enfrentava. Ora, de fervorosa religiosidade, o sertanejo suportava as inclemências naturais e as tantas necessidades sempre apegado na fé por dias melhores. Daí suportar o sofrimento. Mas tudo mudava quando as situações cada vez mais difíceis eram causadas por outros seres humanos, por uma classe poderosa e atroz.

E tal classe portentosa e cruel só podia ser avistada no grande latifundiário, no senhor dono do mundo, no velho coronel ainda encastelado no feudalismo, na feição mais nefasta do oligarca. Este si sim, este se constituía numa verdadeira afronta ao sertanejo. Não pela riqueza em si, não pelo poder e mando chamados a si a todo custo, mas pela ação autoritária, arbitrária, arrogante, injusta, escravocrata, criminosa e bárbara com que tratava o homem simples, pobre, vitimado pelo próprio meio.
Continua...

(*) Meu nome é Rangel Alves da Costa, nascido no sertão sergipano do São Francisco, no município de Poço Redondo. Sou formado em Direito pela UFS e advogado inscrito na OAB/SE, da qual fui membro da Comissão de Direitos Humanos. Estudei também História na UFS e Jornalismo pela UNIT, cursos que não cheguei a concluir. Sou autor dos seguintes livros: romances em "Ilha das Flores" e "Evangelho Segundo a Solidão"; crônicas em "Crônicas Sertanejas" e "O Livro das Palavras Tristes"; contos em "Três Contos de Avoar" e "A Solidão e a Árvore e outros contos"; poesias em "Todo Inverso", "Poesia Artesã" e "Já Outono"; e ainda de "Estudos Para Cordel - prosa rimada sobre a vida do cordel", "Da Arte da Sobrevivência no Sertão - Palavras do Velho" e "Poço Redondo - Relatos Sobre o Refúgio do Sol". Outros livros já estão prontos para publicação. Escritório do autor: Av. Carlos Burlamaqui, nº 328, Centro, CEP 49010-660, Aracaju/SE.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Moção Ângelo Osmiro

Por: Wescley Rodrigues
Wescley Rodrigues, Paulo Gastão e Ana Lúcia

Caros(as),

Abaixo segue a moção de apoio do pesquisador Ângelo Osmiro em prol do restauro da casa grande do sítio Jacu.

Cordialmente

Prof. Wescley Rodrigues

Ângelo Osmiro e Honório de Medeiros

Fortaleza – CE, 10 de julho de 2013.

Exmo. Sr.
Prefeito Municipal de Nazarezinho
Senhor Salvam Mendes.

O GECC (Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará) vem se solidarizar com os pesquisadores e entidades voltadas para a temática “Cultura Nordestina” no sentido de solicitar as autoridades competentes todos os esforços no intuito da restauração da casa da Fazenda Jacu (Casa de Chico Pereira).

Referido imóvel hoje é componente importante da história do Nordeste, por consequência do Brasil, vez que foi cenário de importância no movimento social que assolou o sertão.

A pronta recuperação da casa da Fazenda Jacu seria um grande passo da administração publica municipal no sentido de resgatar parte de nossa história, além de alavancar o potencial do município no aspecto do turismo cultural.

Nesses termos solicita especial atenção ao referido pleito em prol de nossa cultura.
  
Ângelo Osmiro Barreto
Historiador
Presidente do GECC (Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará)

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Wescley Rodrigues Dutra

http://blogdomendesemendes.blogspot.com