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sábado, 20 de outubro de 2018

SÉRGIO DANTAS E O ESPETACULAR “LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA”


O livro ‘LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária. O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama – e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã.
Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:
“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo(PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.
A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.
A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.

Lançamento em Natal do livro de Sérgio Dantas “Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006)”.

LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.
Sobre o autor: Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal. Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005), Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006), Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).
PARA ADQUIRIR LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA,  VENDAS A PARTIR DE OUTUBRO DE 2018, SENDO REALIZADAS EXCLUSIVAMENTE PELO PROFESSOR FRANCISCO PEREIRA, DE CAJAZEIRAS, PARAÍBA, QUE ENTREGA PARA TODO O BRASIL PELO CORREIO.
CONTATOS ATRAVÉS DO E-MAIL fplima1956@gmail.com, franpelima@bo.com.br OU Whatsapp 55 83 9911-8286
https://tokdehistoria.com.br/2018/10/01/novo-livro-sobre-o-cangaco-na-paraiba-sergio-dantas-lanca-seu-quinto-livro-sobre-o-tema/
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OS FILHOS NUNCA ENVELHECEM PARA OS PAIS

*Rangel Alves da Costa

Certa feita, após descer do alto de uma montanha, um sábio se viu perante uma pergunta intrigante de seu discípulo. “Senhor, por que os filhos nunca envelhecem para os pais?”.
Reflexivo por alguns instantes, mas logo o sábio respondeu: “Qualquer entendimento sobre isso, deverá sempre partir da certeza de que o filho nunca desaparta do seu ventre paterno e nem se afasta completamente do cordão umbilical. O ventre é a junção materna. O cordão umbilical é a junção paterna. Por isso mesmo, por mais que os filhos cresçam, tornem-se adultos ou mesmo envelheçam, sempre continuarão como raízes fincadas no solo de seus pais. Se minha mãe ainda estivesse entre nós, mesmo na minha velhice eu ainda seria o seu menino. Do mesmo modo seria com meu pai. E com você é igual. Jamais deixará de ser o menino, senão a criança, dos seus”.
De pleno sentido as palavras do sábio. Os filhos, por mais idade que alcancem, jamais estarão completamente emancipados perante os pais. É como tivessem de viver sempre sob a proteção dos seus. É como se os pais não confiassem ao mundo ser dono daquilo que procriaram e gestaram como filho eterno, e não como pessoa que possa mudar com a idade.
De vez em quando eu ouço pais já envelhecidos tratando seus filhos como se fossem meninos. Não no cuidado em si, mas na forma de expressar um sentimento de apossamento daquele ser como eternamente seu. Perguntados onde os filhos estão, dizem que seus meninos estão viajando, trabalhando ou coisa parecida.
As mães possuem uma abnegação ainda mais forte. Mesmo que os filhos já tenham casado ou saído do lar familiar desde muito, mas basta uma visita de reencontro para que a mãe comece a trata-los como verdadeiras crianças. E pergunta se está bem, se está se alimento direito, se está sentindo alguma enfermidade, se está se cuidando.


Passa a fazer sentido a expressão segundo a qual o amor dos pais é eterno. Faz mais sentido ainda pela constatação de que os filhos nunca são vistos como pessoas adultas, emancipadas, já donas de seu próprios destinos, mas apenas como filhos. Aquele mesmo menino cuidado no passado será o mesmo menino em qualquer idade que tiver.
A verdade é que os pais simplesmente não aceitam abdicar de sua cria, muito menos para o mundo. Situações existem onde as esposas ou esposos dos filhos casados se tornam verdadeiros estorvos aos pais. Cria-se uma espécie de ciúme ou de proteção que acaba interferindo na relação entre os casais.
Neste sentido, os pais sempre imaginam que nada do que o mundo lá fora ofereça será melhor do que o encontrado em casa. A mãe prepara uma comidinha especial por que o seu filho vai chegar. O pai caça antigos brinquedos para trazer relembranças. O filho, já na idade adulta, sempre fica meio sem jeito, ou mesmo sem entender. Mas não pode fugir dessa proteção especial que lhe é dedicada.
Do mesmo modo que os pais toda hora saem à porta quando suas crianças estão brincando na rua, logo adiante da casa, assim também quando seus adolescentes ou de mais idade saem para a rua ao anoitecer. Os pais até que deitam, até que tentam dormir, mas não há jeito. Sempre cheios de preocupação, só conseguem dormir com a certeza de que já houve retorno.
Talvez até que os pais sintam vontade de que seus filhos jamais saiam de casa, jamais se afastem de suas presenças, jamais tenham um próprio destino. Parece absurdo, mas não é. Perante as ameaças do mundo e a fragilidade do ser, os pais se acham no dever de ser escudo e proteção. Daí tanto cuidarem de seus meninos, de suas meninas, de suas ternas crias.
Também um gesto de amor, de eterno e infinito amor.

Escritor
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MORRE AFFONSO HELIODORO, FIEL ESCUDEIRO DO EX-PRESIDENTE JK

Por MÁRCIA DELGADO
BRASIL - GABRIEL JABUR/AGÊNCIA BRASÍLIA

O pioneiro estava internado em hospital de Belo Horizonte (MG) e faleceu na manhã deste sábado (20/10)

Morreu na manhã deste sábado (20/10), em Belo Horizonte (MG), aos 102 anos, o coronel Affonso Heliodoro. Um dos fiéis escudeiros direitos de Juscelino Kubitschek, em Brasília, era o último remanescente da equipe do ex-presidente.

Coronel Heliodoro estava hospitalizado desde quinta-feira (18) na capital mineira. Morreu em decorrência de complicações cardíacas, por volta das 11h. Amigo pessoal e integrante da equipe do presidente Juscelino Kubitschek, Affonso Heliodoro dos Santos era parte da história de Brasília.

Ele estava ao lado do presidente quando foi assinado o documento que pedia ao Congresso Nacional a mudança da capital para o Centro-Oeste, em 1956. No mesmo ano, o coronel reservista da Polícia Militar de Minas Gerais visitou o terreno em que a cidade foi construída.

Nascido em Diamantina em 16 de abril de 1916, formou-se em direito. Assumiu o gabinete militar do governo de Minas Gerais em 1951, durante o governo de Juscelino Kubitschek (1951-1955), foi subchefe do gabinete civil do governo federal e secretário-geral do Memorial JK de 1981 a 1995.

O menino Affonso Heliodoro foi aluno da mãe de Juscelino Kubitschek, Dona Júlia. Participou das campanhas eleitorais de Juscelino para a Presidência da República, em 1955, e para o Senado, em 1961, pelo estado de Goiás. Fundou o Movimento JK – 65. Atuou, principalmente, como um legítimo pioneiro na vinda ao Planalto, onde seria erguida a nova capital, participando, então, de todas as etapas da construção.

Autor de vários livros, como “JK – de Diamantina ao Memorial”, “JK – Exemplo e desafio”, “Rua da Glória – histórias de um menino”, Heliodoro escreveu, também, diversos artigos e crônicas publicadas em jornais nacionais e estrangeiros. Foi também presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

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A IMPORTÂNCIA DO SARAU LITERÁRIO QUARTA ÀS QUATRO, DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES – UBE

Por Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho

Em primeiríssimo lugar, gostaria de louvar ao Bom Deus e parabenizar a persistência dos que fazem, com muito amor, o nosso querido programa literário, pela bravura e ousadia em manter tão importante movimento, que, apesar do tempo, já se encontra em seus treze anos de saudável convivência e devidamente consagrado no calendário cultural de Pernambuco.

Em seguida, informar que, de acordo com anotações realizadas no segundo livro das atas de reuniões – o primeiro foi perdido –, Vital Correa de Araújo, então presidente da União Brasileira de Escritores – UBE, registra que o projeto Quarta às Quatro, foi lançado em 19 de março de 2003. Registra, também, que aquele encontro semanal, com início às quatro horas da tarde, era aberto ao público, gratuito, realizado na presença de literatos, no pátio da UBE, sob as mangueiras e o coro de cigarras – as famosas cigarras de Casa Forte –. Registra, finalmente, que entre o primeiro programa e o final de 2004, ocorreram 90 (noventa) reuniões, todas registradas em atas informais.

O poeta Lúcio Ferreira, por sua vez, deu suas bênçãos àquele projeto e uma pequena plêiade de abnegados, amantes da cultura, aí me incluindo, passaram a apoiar aquela fantástica ideia, comparecendo aos encontros realizados na Rua Santanna, 202, Casa Forte, sede da nossa querida Casa Paulo Cavalcanti, carinhosamente chamada Casa Rosada, e, também, em atividades itinerantes, denominadas de Volantes Culturais.

O projeto inicial, denominado Quarta às Quatro, por insistente menção dos frequentadores, nos anos seguintes, foi carinhosamente rebatizado para Quartas às Quatro. Nesta primeira década de incansáveis atividades, vem sendo desenvolvido com temáticas livres, escolhidas pelos próprios participantes e contempla, entre outras coisas: declamações de poemas; ensaios; apresentações de números musicais, de teatro e contos, que encantam uma plateia bastante heterogênea, composta por uma média de cinquenta pessoas – na faixa dos 08 aos 88 anos – embora já tenhamos uma dezenas delas que já passaram dos 88 –. Dentre os participadores, destacamos: acadêmicos, escritores, historiadores, pesquisadores, poetas, cineastas, músicos, cordelistas, pessoal de artes dramáticas, e diversos curiosos. Destaque-se, também, para o fato de que o programa, desde sua primeira reunião, é franqueado para todas as pessoas, não se fazendo necessário ser sócio da UBE e tem se revelado um excelente laboratório cultural da nossa região.

Sabedores de que os bons administradores culturais têm como constante desafio despertar, no seu ávido e fiel público, novas oportunidades de participar de eventos culturais, mantendo ardente a chama da nossa tradição literária, não nos aquietamos nunca! Fomentar esta autêntica farra de uma UBE denominada de todas as artes, é a nossa bandeira.

Para os que frequentam as nossas reuniões, em uma média de 50 (cinquenta) pessoas, fica claro que nosso programa atinge, sem distinção, todas as manifestações artísticas, tão características da rica cultura do nosso Estado.

Desde sua implantação, participo, com o maior carinho, das atividades que são desenvolvidas durante a apresentação do que ficou sendo conhecido como o Sarau Literário da UBE. Segundo depoimentos dos diversos partícipes, tomar parte do programa é a possibilidade de ser curado dos males que afligem, indistintamente, o ser humano, tais como, timidez, medo, preconceito, doenças patológicas, principalmente daqueles que já se encontram na boa idade. O mais recente epíteto para o programa, criado por mim e aceito pela maioria dos participantes, com a maior justeza, é Quartas às Quatro, o aconchego da cultura pernambucana.

Nosso querido Vital, em outubro de 2003, não conseguindo permanecer na condução do programa, me convidou, a coordená-lo, alegando que eu tinha perfil de um comandante militar e, por isto, colocaria ordem naquilo que fosse preciso. Tornei-me assim, com muito orgulho, segundo as palavras do querido amigo Olímpio Bonald Neto, O Pastor dos poetas da UBE.

O reconhecimento inicial do nosso valoroso trabalho deu-se, definitivamente, quando da realização da ducentésima apresentação do programa, no dia 18 de abril de 2007, em solene reunião ocorrida na Academia Pernambucana de Letras. Naquela oportunidade, foi dado o pontapé inicial para as comemorações do Jubileu de Ouro da UBE, que seria comemorado em 17 de janeiro de 2008.

A ideia de materializarmos nossas reuniões, em forma de papel, surgiu em meados de 2007, oportunidade em que externei ao então Presidente da UBE, Vital Corrêa, a ideia de concretizar o nosso Sarau em um livro que demonstrasse ao mundo, tudo aquilo de excelente que realizávamos nos jardins da nossa Casa Rosada. O lançamento da tão esperada Antologia Quartas às Quatro, oportunidade em que 68 escritores ofereceram à sociedade brasileira suas visões específicas sobre o seu significado, tornou-se realidade, enfim, durante as comemorações do programa de número 300, realizado no Gabinete Português de Leitura, no dia primeiro de julho de 2009. O livro foi editado pela incansável empreendedora Salete Rego Barros, através da sua Novoestilo, edições do autor.

Em 09 de novembro de 2011, durante as comemorações dos 53 anos da UBE e dos 08 anos da criação do nosso programa, a Câmara Municipal do Recife, instituição tricentenária, de relevante papel histórico em nossa cidade, nos honrou com a comemoração, em suas dependências, da reunião de número 400. Na oportunidade, foi lançada a Antologia Um grito pelo Capibaribe, fruto da denúncia do jornalista Tavares de Lima, encampada por mim e pelos frequentadores do nosso Sarau literário, outra publicação da Novoestilo, que contou com a participação de 71 escritores.

Durante as comemorações dos 55 anos da criação da UBE, celebramos a reunião de número 458. Além das reuniões ordinárias, lembramos que foram realizados também, diversos encontros itinerantes – FLIPORTO, Bienal Internacional do Livro, Fundação Gilberto Freyre, Festival Recifense de Literatura, A LETRA E A VOZ, Festival Lítero Cultural da cidade de João Alfredo/PE, Primeiro encontro de Poetas do Sertão do Pajeú, em Afogados da Ingazeira/PE, Encontro Literário na Cidade de Surubim/PE, entre outros... –, denominados de Volantes Culturais, ocorridas em diversos lugares do nosso Estado.


No dia 22 de maio de 2014, durante a edição do programa de número 500, nos 56 anos da UBE, fomos homenageados pela Casa de Joaquim Nabuco, a operante Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco – A Casa de Todos os Pernambucanos –.  Naquela oportunidade foi lançada a Antologia Quartas às Quatro nº 02, mais uma excelente publicação da Novoestilo, edições do autor, onde 45 escritores, em temática livre, deram o melhor de si em prol da unidade cultural. Esta obra, reveladora de anseios e talentos, possibilitou mostrar, num pequeno espaço, as mais expressivas manifestações literárias contemporâneas.

É com esta alegre filosofia de vida e sabedores da impossibilidade da criatura humana ser feliz sozinha, que ultrapassamos, pioneiramente, uma década de atuação, preservando e promovendo a cultura em Pernambuco. Um momento em que se pede uma comemoração grandiosa e colaborativa dos amantes da nossa tão rica tradição.

No dia 15 de junho de 2016, ao comemorarmos, na Escola de Magistratura Federal da 5ª Região – ESMAFE5, a incrível marca dos 600 programas, durante as comemorações dos 58 anos da UBE, apresentamos para o ávido público alguns dos mais incríveis talentos do nosso querido encontro cultural.

Hoje, na busca de alcançarmos a reunião de número 700, que deverá ocorrer no início do mês de novembro, do corrente ano, não mediremos esforços para conseguir tão desafiante intento.

Assim, com a devida vênia, esperamos que todos os que frequentam o Jardim mágico da União Brasileira de Escritores, continuem a manter acessa a chama da nossa tão rica cultura e a mergulhar, por muitos e muitos anos, no mundo da poesia, do conto, da história, da trova, do romance, do cordel, do cinema, do teatro, enfim, do fantástico universo da nossa tradição cultural, sendo acolhidos pelos zelosos braços dos que fazem O Aconchego da Cultura Pernambucana.

Viva a UBE! Viva o Programa Quartas às Quatro!
Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho
Coordenador do Programa Quartas às Quatro

http://www.minhodigital.com/news/literatura-31?fbclid=IwAR2eT8t3JW0ZJNZO4VVRb7EHrAszA2nG42ZsKQO5A9XP7kwwKboLAlgkem0

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ERROS QUE NÃO SE DEVE ACEITAR - HOSPITAL TROCA MULHER DE QUARTO POR CONTA DE EX-BBB E É PROCESSADO

Por Saullo Brenner

Aline Gotschalg, participante do Big Brother Brasil 15, tumultuou um hospital em Belo Horizonte após provocar a troca de quartos de uma paciente. De acordo com o jornalista Leo Dias, do Fofocalizando, tudo começou quando uma mulher, acompanhada de seu marido, deu à luz na instituição.

Conforme Dias, a mulher estava se recuperando em seu quarto, quando recebeu a notícia de que seria mudada de instalação. Responsáveis pela troca informaram-na que o local passaria por uma reforma, portanto a recém-mamãe precisou ficar em um aposento em más condições.

Hospital troca mulher de quarto por conta de ex-BBB e é processado

MAIS SOBRE O ASSUNTO



A história, no entanto, não era verdadeira. Isso porque o leito seria cedido à ex-BBB, que é casada com o também ex-BBB Fernando Medeiros. Ao tomar conhecimento do ocorrido, a paciente decidiu processar o hospital, e a Justiça decretou que a corporativa de saúde Unimed a indenizasse em R$ 10 mil. 

https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/celebridades/hospital-troca-mulher-de-quarto-por-conta-de-ex-bbb-e-e-processado

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PESQUISADORES VÃO TRABALHAR NA RECONSTITUIÇÃO DO CRÂNIO DE LUZIA

Agência Estadão

O fóssil é uma das mais importantes peças do acervo do Museu Nacional e foi encontrado na sexta em meio aos escombros do incêndio.

Desaparecido desde o incêndio que consumiu o Museu Nacional, o crânio de Luzia – o mais antigo fóssil das Américas, com 12 mil anos –foi localizado em meio aos escombros. “O crânio foi encontrado fragmentado e vamos trabalhar na reconstituição. Pelo menos 80% dos fragmentos foram identificados e podemos aumentar esse número”, disse o diretor do museu, Alexander Kellner. “Luzia está viva”, comemorou.

De acordo com os especialistas, foram achados partes da testa e do nariz, uma parte lateral e o fragmento de um fêmur que também pertencia ao fóssil e estava guardado. O fóssil é uma das mais importantes peças do acervo do museu.

“Hoje é um dia feliz, conseguimos recuperar o crânio da Luzia e o dano foi menor do que esperávamos. Os pedaços sofreram alterações, danos, mas estamos otimistas com o achado e tudo o que ele representa. O crânio estava em um local preservado, estratégico. Ficava dentro de uma caixa de metal, dentro de um armário”, disse a arqueóloga Claudia Rodrigues, responsável pela equipe de escavação.

O crânio será reconstruído, mas esse trabalho ainda não começou porque depende de repasse de verbas. “Precisamos fazer uma restauração e de uma casa para ela”, explicou Kellner. “Estamos lutando no Congresso pelo orçamento. É um trabalho de tempo e de recursos.”

O trabalho de arqueologia nos escombros não começou oficialmente Segundo Kellner, a fase ainda é de escoramento das paredes internas do Palácio São Cristóvão justamente para que não haja desabamento.

Raro

Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, o fóssil é de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face, que revelou traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos, estavam em exibição no museu.

A descoberta mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. Com o estudo do fóssil, o arqueólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), postulou o modelo dos dois componentes biológicos, segundo o qual o continente americano foi colonizado por duas levas distintas de Homo sapiens, vindas da Ásia.

A primeira onda migratória teria ocorrido há pelo menos 14 mil anos e foi composta de indivíduos parecidos com Luzia, com traços semelhantes aos dos atuais negros africanos e aborígines australianos. Esse grupo, no entanto, não teria deixado descendentes. Uma segunda leva teria chegado há 13 mil anos e seus integrantes apresentavam um tipo físico característico dos asiáticos, dos quais descendem os índios atuais.

O Ministério do Planejamento anunciou nesta semana que vai ceder um terreno de 49,3 mil metros quadrados para abrigar laboratórios e centros de pesquisa do museu. O custo total de recuperação de todo o prédio atingido pelo fogo no dia 2 de setembro é de R$ 300 milhões.

MAIS SOBRE O ASSUNTO


https://www.metropoles.com/brasil/pesquisadores-vao-trabalhar-na-reconstituicao-do-cranio-de-luzia?utm_source=push&utm_medium=push&utm_campaign=push

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O FOGO DE 24 E FERIMENTO NO PÉ DE LAMPIÃO PELA VOLANTE DE THEOFANES FERRAZ



Estamos aqui para tentar responder a três questionamentos sobre o tiro que Lampião levou aqui nas imediações da Serra do Catolé, as questões básicas são: Onde, quando e quem? Vamos tentar responder.

A maior verdade que consegui identificar, até aqui, foi escrita por Frederico Bezerra Maciel em Lampião, Seu tempo e Seu Reinado (pag. 148): 

“Deslumbrante e maravilhoso o panorama descortinado de lá de cima. De um lado, a serra da Pedra do Reino, com dois gigantescos monólitos no cimo, esguios e irmãos, coroados de malacacheta faiscante aos raios do sol. Envoltos, esses grandiosos blocos, nos mistérios da lenda sebastianista do desencanto, ao bárbaro custo de sangue e vidas, de um rei outrora desaparecido...

Ou envolvidos das névoas que, descendo, se esgarçavam, se estendendo e se espalhando, pelas imensuráveis ondulações mansas dos vales e vargedos, até o desalcance da vista... Tudo agora verde com o inverno copioso, espelhando também em filetes de riachos e córregos e em conchas de lagoas, o prateado de suas águas abendiçoadas. O sertão virando mar...”

Ao final de março de 1924, Lampião e seu bando desloca-se de Santa Maria (na ocasião distrito de Belmonte) as margens do Rio Pajeú, passando próximo ao Bom Nome, distrito de Belmonte, com destino à divisa com a Paraíba, mais precisamente a Serra do Catolé passando próximo a Bernardo Vieira (distrito de Vila Bela). Da Serra do Catolé envia seu irmão Levino para fazer compras na Paraíba. Daí Lampião desloca-se com Moitinha e Juriti em direção à Paraíba, passando junto à Lagoa Vieira, na divisa entre Pernambuco e Paraíba, para buscar alguns mantimentos que havia encomendado a um coiteiro. No retorno, por volta das 10:00 encontram-se com tropas de Teófanes Ferraz, descrição de apenas 4 soldados volantes (nesse momento não há feridos entre as forças). Nesta localidade, em 23 de março, trava-se intenso tiroteio onde Lampião é atingido no pé direito e sua montaria (um cavalo) cai sobre sua perna ferida. Moitinha segura forte tiroteio enquanto Juriti retira Lampião debaixo da montaria. Fogem para localidade próxima, juntam-se a outros cangaceiros e montam emboscada para a força volante que reagrupa-se, com grande contingente, há aí forte tiroteio, com baixas em ambos os lados, mas nenhuma morte.

23 de março de 1924

Primeiro Tiroteio, lugar Lagoa Vieira, presentes Lampião, Moitinha e Juriti. Força volante apenas 4 soldados, que identificados nominalmente como sendo os baleados no conflito do Barro, não nos permite crer que foram eles mesmos.

Segundo Tiroteio, lugar denominado Barros

Boletim Geral nº 72, dia 25 de março de 1924 – serviço par 26 telegrama: 

- Vila Bella, 24. – Comunico-vos hontem 10 horas logar lagoa Vieira deste município tive encontro bandido Lampião e seu grupo havendo forte tiroteio. Bandidos recuaram conduzindo feridos inclusive Lampião ficando morto cavalo este cavalgava aquella ocasião. Pela grande quantidade de sangue segui trilha grupo que internou-se caatingas até logar Barros onde fui atacado emboscada. Travando Novo Tiroteio tombaram gravemente feridos Aspeçada 3º Manoel Amaro de Souza com ferimento na região palpebral vasando o olho direito, soldados mesma unidade Manoel Gomes de Sá um ferimento entero (antero) inferior braço esquerdo e outro terço inferior coxa direita e João Demétrio Soares um ferimento região occiptal tudo produzido por projectil rifle.

Sem dispor medicamento algum e recursos suficientes garantir feridos e prosseguir pista scelerados tive que tratar remoção daqueles nas costas próprios companheiros até logar Montevideu onde consegui arranjar conducções. Peço-vos autorização tratamento. Saudações Major Theophanes Ferraz Torres.

Nesse intervalo são intimados a comparecer a erra do catolé os oficiais pernambucanos Ibrahim e Alencar. Certamente as forças paraibanas foram também convidadas.

Boletim Geral n.º75, dia 28 de março – Serviço 29. Telegrama:

- “Villa Bella, 27. – Feridos já experimentando algumas melhoras caso porem estado de saúde possa se complicar chamarei médico Floresta impossibilitado vir actualmente até aqui contrário evitarei despesa. Sciente conteúdo vosso telegrama hoje. Fiz seguirem 15 praças serviço emboscada zona preferida scelerados. Tranzito bandidos: Abóboras, Pereiras, Jardim Santa Rita, lagoa Vieira, Serra Catolé, Campo Alegre, Natureza, São Paulo, Serrotinho, Feijão e maior reducto Faz Cristovão fazenda Yoyo Maroto. Logo cheguem Tenentes Ibrahim e Alencar seguirei diligências distribuindo forças. Saudações Major Theóphanes Torres. Comandante volante.”.

Tiroteio dia 2 de abril, mortos Lavadeira e no dia seguinte Cícero Costa
Boletim Geral nº 83, dia 7 de abril- Serviço para 08. Telegrama:

Villa Bella, 6. – Communicuvos que as 17 horas e meia, do dia 2 Serra Barro centro caatingas encontrei rancho onde bandido Lampião estava tratando ferimento cercando numeroso grupo distante uma légua local tiroteio dia 23 de março. Depois cerrado tiroteio ficou gravemente ferido bandido Lavadeira que logo faleceu tendo grupo se evadido condusindo feridos. Impossibilitado prosseguir perseguição devido escuridão da noite ali acampei até manhã seguinte quando tomei pista de scelerados. As 8 horas bandidos entrincheirados com meia légua distancia aquelle local surprhenderam força com forte descarga. Esta revestida coragem investiu contra famigerados ficando morto conhecido e temível scelerado Cícero Costa tendo grupo se esfacelado e facínoras tomado diferentes direções. Chove quotidianamente o que tem facilitado a fuga bandidos e dificultado ser descoberto destino de Lampião que não dá um passo sendo conduzido braços companheiros conforme confessou Lavadeira antes morrer e civil Manoel Cornélio encarregado compras medicamentos, viveres referido grupo. Officiaes revestidos melhor bôa vontade serviço. Espero descobrir novos refúgios feridos inclusive do chefe do grupo. Santa Rita. 5-4-924. Major Theophanes Torres.

Antes do ataque ao esconderijo de Lampião as forças de Theóphanes, juntamente coma as forças Paraibanas, conseguem encontrar Casemiro de Tal, que com aperto algum, entrega que quem sabe onde Lampião encontra-se é Manoel Cornélio, este sim após adequado interrogatório, entregou até Jesus no jardim de Getsêmani. Toda a região estava tomada pelas volantes Pernambucanas e Paraibanas uma força capaz de oferecer combate ao grande grupo de cangaceiros que encontrava-se no coito, tratando e protegendo o seu chefe.

Queremos salientar aqui, nenhuma menção feita às forças de Tenente Chico Oliveira e Sargento Quelé das forças Paraibanas que estavam presentes no combate do dia 2 e 3 de abril e que continuaram na região tentando encontrar Lampião

No dia 5 de abril o Tenente Higino regressa a Triunfo, estando até aí também presente no embate e nas buscas. (conforme telegrama).

O cangaceiro Antônio Rosa é responsável por despistar a volante do local onde Lampião ficou escondido durante as buscas do dia 3 de abril. Grande contingente vasculha a região em busca dos feridos, inclusive Lampião, não obtém sucesso pelas escaramuças feitas pelos cangaceiros para despistar a força e poupar Lampião da morte certa.

Boletim Geral n.º 87, dia 11 de abril- Serviço para 12.

- Villa Bella, 10. Communico-vos que Soldado João Demétrio Soares completamente restabelecido. Aspeçada Manoel Amaro e Soldado Manoel Gomes muito melhorados ferimentos. Saudações. Major Theophanes Torres. 

-Villa Bella, 10- Comunico-vos cheguei hoje cidade depois ter circulado emboscada logar Barro e percorrido repetidamente São Lourenço, Santa Rita, Desterro, Triangulo, Cachoeira, Sanguessuga, Três lagoas, Barriguda, Lagoa Vieira, Cacimba Nova, Campo Alegre, Montevideo, Poços Cajazeiras e Bulandeira. Em Santa Rita passou bandido Severino Ferreira com três companheiros direção Patos e Princesa. Depois passou no mesmo local o também famigerado Moitinha mesma direção igualmente acompanhado 3 seus comparsas e na sanguessuga passaram os celerados Antonio Rosa e Vicente Marina e dois outros desconhecidos para Pinhancó. Referidos bandidos todos pertencentes grupo Lampião e destroçados pelas nossas forças. Fiz investigação rigorosa sentido descobrir paradeiro até hoje completamente ignorado facínora Lampião e seu irmão Antônio Ferreira depois tiroteio de que vos dei sciencia.

Depois desse fogo, Lampião fica escondido no mato, em uma moita de folha de carne, por um tempo entre dois ou três dias, sendo encontrado por um menino de nome Antônio Terto, filho de Zeca Terto. Lampião é levado para lugar seguro. Chegaram ao local irmãos e cangaceiros de Lampião, este foi levado para iniciar os tratamentos, sendo o Sr. João Menezes, morador de localidade próxima, encarregado do tratamento, em local denominado hoje de casa de pedra de Lampião na encosta da Serra do Catolé, permanecendo ai por aproximadamente 40 dias.

Após esse período o ferido é levado para a cidade de Princesa Izabel na Paraíba para a Propriedade Pau Ferro do Major Floro Diniz, Casado com Maria Dulce de Oliveira Barros, sob a proteção de Marçal, Marcolino Diniz e José Pereira. A fazenda Pau Ferro ficava entre a Fazenda Abóboras, em Vila Bela, Pernambuco esta era propriedade de Manoel Menino e a fazenda Patos do Irerê, esta, também de Major Floro. Lampião foi operado por Doutor Severino Diniz, o mesmo que o tratou do primeiro ferimento sofrido em tiroteio na fazenda Melancia na cidade de Manaíra (na época Princesa) quando este ainda era do grupo de Senhor Pereira. Lampião ficou aos cuidados do cangaceiro José Ducarmo, este posteriormente foi morto por Luiz do Triangulo. Posteriormente foram os doutores Mota e José Cordeiro de Lima que ficaram tratando o ferido.

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MINHA SOGRA SILA-FINAL


Por Susi Ribeiro Campos
Wilson Ribeiro e Susi Ribeiro filho e nora dos ex-cangaceiros Sila e Zé Sereno

Boa Noite amigo José Mendes Pereira lá de Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte, como lhe prometi, venho finalizar meu relato sobre minha convivência com minha sogra Sila. Em 13 de novembro de 1995 meu pai que já morava em Rio Claro sofreu um derrame Cerebral, e minha mãe em desespero nos telefonou avisando.

Wilson meu esposo e eu, corremos para casa de meu pai que já se encontrava internado, e após 12 dias de internação veio a falecer no dia 25 do mesmo. Meu casamento com Wilson já estava marcado e resolvemos nos casar mesmo eu ainda estando de luto por meu pai, pois era um grande desejo dele que nós casássemos e nosso também. O casamento foi então uma cerimônia simples, apenas os noivos, minha mãe que já  demonstrava sinais de Mal de Alzheimer, nossos padrinhos e alguns amigos. Sila estava no Nordeste e a família de Gilaene não compareceu.

Prosseguimos nossa vida, Sila estava trabalhando em suas reportagens, minha mãe ficou completamente sozinha e doente em uma casa enorme..., tive que deixar Wilson em São Paulo trabalhando para cuidar de minha mãe em Rio Claro.

Logo no início de 1996 Wilson sofreu seu primeiro derrame cerebral, estava sozinho em casa, pois eu estava cuidando de minha mãe em Rio Claro. Foi socorrido às pressas pelos vizinhos que o viram cair e rastejar até a escada da frente da casa, pedindo ajuda.

Foi por eles encaminhado imediatamente ao Hospital da USP e logo me ligaram avisando. Não tive tempo para pensar, peguei minha mãe doente e fui com ela para São Paulo. Graças a Deus Wilson não apresentava maiores sequelas, apenas um problema na mão direita.

Avisei uma amiga em Rio Claro para cuidar dos meus animais e fiquei na casa de Sila cuidando dos dois, de minha mãe, que já se encontrava bem desorientada, e de Wilson acamado. Algum tempo depois, Sila foi avisada e retornou do Nordeste.

Voltei para Rio Claro com minha mãe, e Sila ficou cuidando do Wilson que já estava quase bom e Graças  Deus, como um dia eu havia previsto, havia parado completamente de beber qualquer tipo de bebida alcoólica e cigarro.

Minha mãe queria permanecer em sua casa, então Wilson começou a pedir transferência para Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ em Piracicaba-SP, cidade próxima a Rio Claro para que pudéssemos cuidar de minha mãe. Afinal, Sila tinha Gilaene e três netos adultos!

Nós mudamos e cuidei de minha mãe por cinco anos, até seu falecimento por falência dos órgãos. Permanecemos em Rio Claro, pois agora Wilson trabalhava em Piracicaba e sonhava com a aposentadoria.

Sila foi muitas vezes nos visitar, levava suas novas histórias, seus trabalhos. Wilson sofria muito com reumatismo (gota) herança do álcool e por várias vezes cuidei dele em casa. Lembro-me de uma vez em que ele piorou muito, o reumatismo agravou-se para febre reumatoide, e ele não conseguia andar. Através da ESALQ ele foi internado em Piracicaba, e Sila veio de São Paulo, mas ele não tinha alta nunca, sua internação já contava 17 dias.

Wilson pedia que a enfermagem nos telefonasse, estava desesperado para sair, o médico não lhe dava alta, acredito que devido a persistência da febre. Nós duas, desesperadas em casa, comecei a ficar indignada com aquela situação, liguei para o Hospital, mandei chamar o médico, que negou a alta.

Eu sabia que correria riscos pela saúde dele, mas ele implorava para ficar em repouso em casa e uma febre, Deus me ajudaria a controlar. Então respondi ao médico, do qual, não me recordo o nome: "- O Senhor pode dar alta a meu esposo, pois daqui há no máximo quarenta minutos estarei aí para buscá-lo"(tempo de viagem entre Rio Claro/Piracicaba).

O médico se ofendeu e em tom áspero do outro lado da linha gritou: "- A Senhora sabe com quem está falando?" rsrsrsrsrs.

Ao que lhe respondi enfaticamente: "Não me interessa, você pode ser o Papa, vou aí buscar meu marido e não saio daí sem ele de jeito nenhum".

Sila me olhou assustada:" Parece Lampião" rsrsrsrs com certeza de onde ele estivesse deveria estar nos protegendo e orientando sim. Chovia muito, entramos no carro e eu disse a ela: “Confie Madrinha, vamos buscar nosso Wilson". Ela sorriu, e assim como eu, confiante no Bom Deus e seus anjos.

E o trouxemos de volta para casa, Graças a Deus!

Logo que Wilson se recuperou Sila aproveitando sua estadia em Rio Claro realizou um Lançamento e Exposição de seu Livro: Sila, memórias de Guerra e Paz, era o ano de 2001 e foi a última vez que a vi com saúde.

Logo Sila voltou a seus trabalhos no Nordeste e Wilson e eu passamos por uma fase muito difícil de nossas vidas (quando nos afastamos por completo de Gilaene), as tentativas de engravidar através de fertilização in vitro em Sorocaba-SP, a tristeza devido aos resultados dos exames de infertilidade dos dois, os três abortos e o falecimento de nosso único filho ao nascer, natimorto.

Após esse período, doei todo meu enxoval para as crianças carentes e começamos a fazer planos e entrevistas para adotar uma menina. Mas infelizmente não houve tempo, porque em 12/02/2003 Wilson faleceu de ataque cardíaco e derrame cerebral. Gila foi chamada pelos estranhos que roubaram minha casa, veio ao enterro, recolheu tudo que pertencia ao Cangaço e estava com Wilson e foi embora, sem ao menos uma palavra... Sila apareceu no enterro em cadeira de rodas...essa imagem me marcou muito, ela era tão forte.

Dois anos mais tarde, em Janeiro de 2005, lutando sozinha para reconstruir minha vida, fiquei sabendo através dos antigos vizinhos de São Paulo, que Gila havia vendido a casa de Sila, que na verdade lhe pertencia e Sila estava internada em um Asilo em Guarulhos!

Consegui o telefone e liguei.

Do outro lado a enfermeira atendeu:

- Você que é a Susi?

Respondi:

- Sim, sou eu, porque?

- Olha, dona Sila já  está muito debilitada, mas é consciente e chama muito por você. Diz que você é a pessoa que virá tirá-la daqui.

Quem me dera! Pensei comigo, mesmo que eu quisesse... eu ainda não estava restabelecida e sofria muito, morava no meio de ruínas nessa época. Uma chácara em construção no meio do mato. Pedi para falar com ela, ela chorou ao telefone, e eu também. Prometi:

- Madrinha, quando minha situação melhorar você vem morar comigo, tá?

Sila, mais conhecida como Ilda Ribeiro de Souza faleceu no dia 15 de fevereiro de 2005 em São Paulo e foi enterrada ao lado de seu esposo e também ex-cangaceiro Zé Sereno, José Ribeiro Filho.

Encontrou sua tão querida Paz.

Descanse em paz Sila, um dia iremos todos nos reencontrarmos. Muito Obrigada porque Tudo, mas tudo mesmo, valeu a pena, a seu lado e de "Nosso Wilson".

Com carinho da nora.
Susi Ribeiro Campos.

Enviado pela a autora.

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