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terça-feira, 28 de maio de 2024

ANDRÉ DA MATA LANÇA “NINGUÉM MORRE DE AMOR”, SINGLE QUE TEM A PARTICIPAÇÃO DO GRUPO CASUARINA

 Por Sambando.com

André da Mata tem presença constante nos principais redutos do samba carioca, como Cacique de Ramos, Pedra do Sal, Beco do Rato, Carioca da Gema e Samba do Trabalhador, entre outros.

Nesta terça, 5 de março, o cantor e compositor André da Mata lança “Ninguém morre de Amor”, single que conta com a participação do grupo Casuarina. O samba é uma parceria de André – sambista potiguar radicado no Rio de Janeiro desde 2013 -, com o compositor cearense Chapinha da Vela.

O samba “revela o enorme desejo de superação da dor de um relacionamento a dois, que tem a interferência de uma terceira pessoa”, conta da Mata, presença constante nos principais redutos do samba carioca, como Cacique de Ramos, Pedra do Sal, Beco do Rato, Carioca da Gema e Samba do Trabalhador, entre outros.

Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, André da Mata foi criado em Mossoró, no interior do Estado. Compositor por inspiração e cantor por amor à música, aprendeu a tocar violão e cavaquinho aos 14 anos de idade. Criado no sertão nordestino, onde o forró era o ritmo predominante, encantou-se pelo samba de raiz e fez dele a sua verdade.

O talento de André da Mata tem sido reconhecido por diferentes gerações e já lhe rendeu parcerias com nomes como Jorge Aragão, Xande de Pilares, Zé Katimba, Moacyr Luz, Mart’nália, Moyseis Marques, Mingo Silva, Mosquito, Léo Russo, entre outros compositores brasileiros. Seus sambas já foram gravados por Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Moacyr Luz, Mumuzinho, Casuarina, e entre vários nomes da nova geração do samba.

Ficha Técnica: Ninguém morre de amor (Chapinha da Vela/André da Mata)

Arranjo; André da Mata

Intérpretes; André da Mata e Grupo Casuarina

Cavaquinho: Rafael Freire

Bandolim: João Fernando

Cavaco e bandolim: Alessandro Cardozo

Violão 6 e 7 cordas: Leandro Saramago

Contrabaixo: Ednardo Neves

Teclado: Gideão Lima

Bateria; Fredhy Jorge

Surdo, Tantan e Ganzá; Luizinho Madrugada

Tantan, Pandeiro e Tamborim: Daniel Moreira

Caixas; Luciano King

Coro; Diego Nunes, Leonardo Wagner, Marília Kardenally, Bianca Cardial, Elizabeth Freitas e Symara Fernandes

Gravado no Sonora Pró Music, Mossoró RN

Técnico de gravação: Glacilliano

Gravação de voz :La maison estúdio e produção, Rio de Janeiro

Técnico de gravação; Didier Fernan

Mixagem: LK Studio e produção

Técnico de Mixagem: Luciano King

Filmagem e edição Netinho Albuquerque

  GS

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CABEÇA DE LAMPIÃO MORTO

Por Robério Santos


Cabeça de Lampião. Nunca entendi o fascínio que as pessoas tem em dizer que Lampião não morreu na grota do Angico. Então, cadê ele?

https://www.facebook.com/groups/893614680982844/?multi_permalinks=2208452962832336%2C2207956609548638%2C2207294032948229%2C2207296629614636%2C2207222962955336%2C2207294872948145%2C2206570886353877%2C2205794333098199%2C2205885319755767&notif_id=1716654545539802&notif_t=group_highlights&ref=notif

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SIVUCA


https://www.youtube.com/watch?v=aCPXTiCHWNY&ab_channel=CulturaMusicalBrasileira%28MPB%29

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PROCESSO DE 1922 REVELA TOCAIA DE LAMPIÃO PARA MATAR DELATOR DE SEU PAI…

 Por Carlos Medeiro

Capa do processo que denunciou Lampião por morte que vingou o delator do pai

Eram por volta das 19h do dia 14 de agosto de 1922, quando Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, dois irmãos e mais um grupo de cangaceiros foram até Água Branca, no sertão alagoano, fazer uma tocaia e cumprir uma missão que juraram a si mesmos.

Eles esperavam a passagem de um homem: Manoel Cipriano de Souza, que foi morto com três tiros, um dado por cada um dos irmãos Ferreira.

Revelação importante

Segundo Lampião, foi ele quem delatou o local onde estava seu pai, José Ferreira dos Santos, no dia 18 de maio de 1921. Nessa data, ele foi morto pelo tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão, em Mata Grande, sertão de Alagoas.

A morte do pai de Lampião é um episódio marcante para o cangaço. A história conta que os irmãos Ferreira resolveram entrar na vida do crime para vingar os ataques que o pai sofria de um vizinho — que virou inimigo — chamado Zé Saturnino. A morte do pai foi o estopim para eles entrarem no cangaço.

Justiça acha processo

O processo judicial que denunciou Lampião e mais quatro cangaceiros pelo crime estava guardado no Fórum de Maceió. Ele traz detalhes que eram desconhecidos do crime.

No assassinato do suposto delator Cipriano foram denunciadas cinco pessoas: 

Lampião

Livino Ferreira, irmão de Lampião

Antônio Ferreira, conhecido como Esperança e também irmão de Lampião

Antônio Rozendo, conhecido como Antônio Gelo

Antônio Bagaço… 

O documento foi encontrado recentemente, junto com outros processos, pelo juiz e historiador Claudemiro Avelino. Todas são denúncias que acusam Lampião ou cangaceiros do seu bando por crimes de mortes, ro… - 

Veja mais em 

https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2023/09/23/processo-resgatado-revela-tocaia-de-lampiao-para-matar-delator-do-pai-em-al.htm?cmpid=copiaecola

Carolina Brígido

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LIMÕES X JESUÍNO ACHADOS DO CANGAÇO DA FAMÍLIA LIMÃO

 Por Epitácio de Andrade

“José Rodrigues de Barros ficou considerado como o patriarca dos Limões, porque se casou com Maria Rosalina da Conceição, irmã de Preto Limão”, assim afirmou José Alves Rodrigues, conhecido como “Zé Limão”, neto do “patriarca”, em entrevista a Epitácio de Andrade Filho, autor de “A Saga dos Limões – Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante”, no último dia 15 de dezembro, em sua residência no Bairro Paulo VI, na cidade de Caicó, na região do Seridó do Rio Grande do Norte.
  
No final do Século XIX, o Cearense José Rodrigues de Barros assumiu a liderança do Grupo étnico representado pela família Limão, principal algoz dos “Brilhantes”, ao se casar com uma irmã de Preto Limão, único sobrevivente masculino da família remanescente do conflito cangaceiro e comandante da emboscada fatal contra Jesuíno Brilhante, na Comunidade Santo Antônio, na zona rural de São José de Brejo do Cruz, na fronteira paraibana, em dezembro de 1879.

O Patriarca aos 100 anos 
Reprodução: Epitácio Andrade

A primeira imagem do “Patriarca dos Limões” foi resgatada pelos pesquisadores Emanoel Amaral e Alcides Bezerra de Sales, em 1981, quando levantavam dados para a elaboração da Revista “Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos”, na Comunidade Saco dos Limões, na zona rural do município de Patu/RN, terra natal do Cangaceiro Jesuíno Brilhante (1844). A fotografia é datada do início do século passado e foi apresentada pelo neto José Alves Rodrigues, 60 anos, o mesmo membro da família Limão, que trinta anos depois, apresentou a fotografia do avô aos 100 anos (1963), para ser reproduzida pelo Escritor Epitácio de Andrade Filho.

Festa dos 100 anos do “Patriarca dos Limões” 
Reprodução: Epitácio de Andrade

No ano de 1963, a família Limão comemorou festivamente o centenário do Patriarca José Rodrigues de Barros, que nunca participou de atividades cangaceiras, mas teve a tarefa de proteger a família das possíveis recidivas do conflito, depois da morte de Jesuíno Brilhante, organizando inclusive, um esconderijo inexpugnável e recôndito, o “Saco dos Limões”. Na festa do centenário, o grande líder já não contava com sua companheira Maria Rosalina da Conceição, a Limão genuína, que faleceu com cerca de 50 anos, provavelmente no final da década de 20 para início dos anos 30 do século passado, e se encontra sepultada no cemitério de Catolé do Rocha, no vizinho estado da Paraíba.


Do casamento de Seu José Rodrigues Barros com Rosalina Limão, que moravam no Sítio Coroatá, na zona rural entre Patu e Almino Afonso, saíram vários filhos, entre homens e mulheres. O mais velho Antônio Limão migrou para o norte do país e lá permaneceu até a morte. Em 1888, nasceu Zé Limão, que foi fotografado por Emanoel Amaral aos 93 anos, no ano de 1981.

Zé Limão aos 93 anos 
Foto: Emanoel Amaral - 1981

Em 1898, nasceu Luiz Limão ou Luiz Catonho que se casou com Anelita Alves Rodrigues, afilhada de Valdivino Lobo, o mais abastado dos fazendeiros inimigos de Jesuíno Brilhante e coiteiro dos Limões na região do Catolé do Rocha e Brejo do Cruz, na fronteira paraibana. Em 1981, o pesquisador Emanoel Cândido do Amaral também fotografou Luiz Limão.

Luiz Limão aos 83 anos 
Foto: Amanoel Amaral - 1981

José Alves Rodrigues, Zé Limão, é filho de Luiz Catonho com Anelita Alves Rodrigues, e em 1981, acolheu Emanoel Amaral e Alcides Sales para prestar informações sobre a família Limão e posar para uma fotografia nas adjacências do “Saco dos Limões”, com seus filhos Ângelo Márcio e Marcélio Alves, que na época tinham sete e três anos, respectivamente.

Zé Limão com filhos Marcélio e Ângelo 
Foto: Emanoel Amaral - 1981

Coincidentemente, no dia 15 de dezembro de 2011, data da visita a residência de José Alves Rodrigues, em Caicó, estava completando 28 anos da morte de Seu Luiz Limão, que faleceu em 1983, e se encontra sepultado, juntamente com seu pai, o “Patriarca dos Limões”, no cemitério velho do antigo povoado da Caiera, hoje Almino Afonso, no Rio Grande do Norte.

Luiz Limão aos 75 anos 
Reprodução: Epitácio de Andrade

Seu Zé Limão, aos 60 anos, está na terceira geração posterior ao cangaço da segunda metade do século XIX. O seu pai, Luiz Limão com os irmãos, compõem a segunda geração pós-cangaço jesuínico, e o casamento do “Patriarca” com Rosalina Limão é o representante da primeira geração, imediatamente posterior ao cangaço dos Brilhantes com os Limões. Esta sequência geracional pode ser observada no álbum familiar, exposto na sala principal da casa de Seu José Limão, em Caicó/RN.

A família Limão tem uma consciência pela preservação da memória muito acurada. Mantem sob sua guarda um acervo de fotografias, apetrechos, moedas, cédulas e armas, que segundo José Limão “pertencia aos antigos”. Em 1981, quando foi fotografado por Emanoel Amaral mostrava uma espingarda de caça, que preserva até hoje. Mesmo informando que é um objeto de 40 a 50 anos, a preservação é, por ele, justificada como lembrança do momento da pesquisa e como símbolo de que “os Limões faziam suas próprias armas”.

Espingarda fotografada em 1981 no Saco dos Limões – Patu/RN 
Foto: Epitácio Andrade

Contemporânea do período do Cangaço dos Brilhantes com os Limões (1870-1880), Seu Zé Limão apresentou uma faca, cujo cabo de madeira se desgastou ao longo de mais de uma centena de anos, sendo substituído por uma haste de aço, porém a grande lâmina de ferro fundido foi preservada.

Lâmina de uma faca do cangaço dos Limões 
Foto: Epitácio Andrade

Seu Zé Limão preserva uma cédula antiga, “do tempo do cruzeiro”, com a imagem de Duque de Caxias, para preservar a memória de que “os Limões resistiram ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai”.

 Cédula de Cruzeiro com imagem de Duque de Caxias 
Foto: Epitácio Andrade

O acervo de moedas cunhadas em 1870 preserva a memória da proteção dos comboios do comércio primitivo do sertão, que era promovida pelos membros da família Limão, depois da aliança com os Lobos e os Lobatos, controladores da economia loco - regional. Não seria desnecessário afirmar que os Limões foram agentes pró-ativos de importantes lutas sociais, e como afirma Alicio Barreto em “Solos de Avena”, “é possível que voltaram ricos do quebra-quilos”.

Moedas do período do Cangaço 'Jesuínico'
Foto: Epitácio Andrade

Com muita cordialidade e presteza o Aposentado José Alves Rodrigues (Zé Limão) e sua esposa Maria Emília Cordeiro Alves, que é da descendência de Jesuíno Brilhante, prestaram as informações solicitadas pelo pesquisador Epitácio Andrade e serviram café num bule datado do início do século passado.

Bule do início do séc. XX 
Foto: Epitácio Andrade

Igualmente gentil foi o filho de Seu Zé Limão, Ângelo Márcio, que tem total lembrança da visita feita por Emanoel Amaral e Alcides Sales no início dos anos 80 do século passado, ao “Saco dos Limões”.

Ângelo Márcio, Zé Limão e o Autor de “A Saga dos Limões” 
Foto: Josivaldo Araújo

Os próximos passos serão uma visita ao “Saco dos Limões”, na zona rural do Patu, ao Sítio São Francisco, no Catolé do Rocha, e uma entrevista com Manoel Catonho, para consolidar informações para a segunda edição ampliada de “A Saga dos Limões”.

*Epitácio de Andrade Filho é autor do livro "A Saga dos Limões – Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante”, Médico Psiquiatra e Pesquisador Social.

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ATROCIDADES DE LAMPIÃO E SEUS CABRAS

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Muitas estórias contadas e a se contar sobre os métodos que Lampião usava para aterrorizar a população sertaneja e principalmente para aquelas almas infelizes que de algum modo insurgiram-se contra ele. Ressalto que muitos eram inverídicos e foram usados para acelerar os governos estaduais e federal a tomarem providências e incitar a repulsa da população contra o bandoleiro. Exemplos não faltam.

Quando irrompeu a revolução de 1930, Lampião aproveitou-se para vingar-se de duas cidades de Sergipe, porque as populações dessas cidades que tinham sido invadidas assim que o bandoleiro e seu sequazes saíram delas, pediram providências ao Governador do Estado. Quando soube disso, ameaçou voltar e castigar severamente a todos. 

Mas não o fez. Deixou essa vingança para depois, aguardando uma oportunidade para "descontar" essa "traição" considerada por ele, após tais citadinos incluindo autoridades, os ter recebido bem na primeira visita. O tempo corre à espera de oportunidade, não cansa de esperar pelo momento de ferir os cidadãos dessas duas cidades. Durante quase um ano não esqueceu a ameaça.  O dia finalmente chegara.

Aproveitando-se que o sertão estava desguarnecido por causa da revolução, dirigiu-se para essas cidades, chegando no povoado Cajueiro, cerca de três quilômetros da cidade sergipana de Aquidabã, e às duas horas da manhã, bateu à porta de João Custodio de Oliveira, conhecido por José do Papel.

Aberta a porta, o cangaceiros Zé Baiano o agarrou e ameaçando-o de morte e intima-o a dar o dinheiro que possuísse. José Custodio deu-lhe o que tinha — 850$000. Os bandidos saquearam sua casa, levando roupas, anéis e objetos de uso. Um deles ao fitar um dos filhos menores de José, a dormir na rede, diz: 

— Está este pestinha aqui drumindo; táva bom de suspendê na ponta do punhá. 

Um companheiro intercede em favor da criança.

Interessante que estória semelhante foi contada para as pessoas que visitavam o bandido Jararaca na prisão da cidade de Mossoró, pela boca do próprio meliante, há três anos antes pois o ataque a Mossoró deu-se em 1927. 

Quando entraram na vila de Aquidabã, tomaram de assalto o quartel de polícia, que naquelas horas não havia soldados. José Custódio ficou sob a vigilância de Lampião, Volta-Seca e Moderno, espalharam-se pelas ruas e os demais cangaceiros arrombarem as casas e surravam todas as pessoas com palmatória e chicote. Alguns batem às portas, e, quando estas mal se abrem irrompem, inopinadamente, pelo interior, de chicote erguido, a desferir golpes sobre golpes. Ferozes de cólera louca. Senhoras e moças fogem em trajes menores para o mato, desvairadas de pavor. A vila desperta toda enovelada num tumulto de feira, de onde emerge um pânico que imbeciliza os moradores. 

O nome de Lampião corre como um rastilho da casa mais abastada ao casebre das pontas de ruas miseráveis, pondo tremuras nos corpos, como uma sezão maligna. Saqueiam o comércio e as casas particulares, carregando jóias, roupas, objetos. 

Na residência de José Xavier, o quadro é atroz. Depois de roubado metem-lhe "bolos" de palmatória. A mulher, animosa e valente, intercede e os chama de bandidos. Lampião ordena que a castiguem também. Os "bolos" estalam, brandida a palmatória pelo braço forte do negro Mariano. O marido pede. A mulher se indigna com a fraqueza do esposo e continua a xingar os miseráveis. E continua a apanhar. 

Um certo Souza de Manuel do Norte, pobre maluco, tipo de rua de cidade do interior, aparece entre eles e vendo-os entregues ao arrombamento das casas, pede-lhes, com a sua falta de juízo, que não façam tal. Os cobras se exasperam e o insultam. Souza, na sua inconsciência, lhes replica que também é homem, puxando de uma faquinha de marinheiro, sem ponta, um deles o abate logo a "parabellum", em plena praça do comércio!

É um quadro que aterroriza e faz nascer indignação inominável. Dispersos pelas ruas, não param no saque. O velho Aurélio, agricultor, nega-se a dar dinheiro, apesar da insistência de Moderno. Este, afinal, que se vinha mantendo calmo, embravece e grita-lhe que não "viera ali para alisar homem", batendo-lhe a face a pano de punhal, enquanto "Volta-Seca", por detrás, "pepina-o" sadicamente.

Numa esquina, Volta-Seca põe abaixo, sozinho, a porta de uma venda e vasculhando as gavetas e nada encontrando, derriba, numa cólera selvagem, toda sua prateleira de louça, que se esfarelou no chão com ruído formidável de desabamento. Nada lhes resiste à fúria de possessos. Trazem para a rua o cofre de ferro do negociante Clementino Azevedo e o abrem, a golpes de marretas, conseguidas numa tenda de ferreiro próximo, dele retirando três contos, que foram mesmo ali repartidos entre eles. Calcula-se em vinte e cinco contos o que levaram em dinheiro e jóias. As moedas de níquel e prata atiravam na rua, desdenhosos.

Depredada toda a vila, arranjam, sob ameaça, animais selados. Antes da partida, José Baiano aproxima-se de José Custodio e lhe diz: — Vou deixá uma lembrança p'ra você não emprestá mais rifle p'ra esperá Lampião. Lança-o em seguida por terra e o espanca a vergalho. Não satisfeito, propõe matá-lo. Moderno, porém, que vinha chegando, impede, levando-o para junto de Lampião. 

Aí desenrola-se outra cena monstruosa. Um dos bandidos, depois de esbordoar a coice de fuzil o roceiro Eduardo Mello, cortou-lhe a facão uma das orelhas, que se despegou com metade da face, mor-rendo o rapaz após um mês de padecimento. No ato da mutilação, um deles grita ao companheiro cruel: 

— Não corte tudo, deixe o quinhãozinho do delegado.

O mesmo bandido, com as mãos sangrentas, volta-se para José Custódio e o previne de que ia deixar-lhe outra lembrança e logo decepa-lhe a orelha, atirando-a ao chão. Acode-lhe o seu irmão Antonio Custódio, rogando a Lampião que não o deixe matar. Mas um dos cabras agarra-o e dizendo: deixe vê a sua também, faz-lhe o mesmo. Depois de mutilado José Custódio, sangrando, a inspirar dó, Lampião o chama e diz que vai lhe dar um remédio, obrigando-o a beber um litro de cachaça. O homem cai sem sentidos. Após todos estes crimes e tropelias partiram para Capela, onde pretendiam fazer o mesmo. 

A cidade de Capela-SE. teve mais sorte pois os moradores e apenas alguns soldados valentes, prepararam-se para enfrentar os cangaceiros. Naquela época, devido à revolução que "pipocava" no Brasil inteiro, apenas a cidade de Propriá e Vila Nova, estavam ocupadas pela força pública para evitar a passagem dos revoltosos. Em Vila Nova, hoje atual Neópolis, uma companhia de polícia fora batida por uma patrulha de reconhecimento dos revolucionários que, em lancha, pelo rio São Francisco, se avizinhou do lugar "Passagem". Metralhados, dispersaram-se, fugindo do ataque, direcionaram-se na fuga para a cidade de Capela, chegando antes do ataque dos cangaceiros. 

Escaparam de um perigo e caíram em outro. Circulou a notícia da vinda de Lampião, e esta "heróica" tropa tratou de "correr" para lugar mais seguro, mesmo com os argumentos da população e com pedidos e promessas de dinheiro, para que ela ficasse defendendo a cidade. Fugiram levando armas e munições, deixando apenas pequena quantidade. Mas daquela tropa, nem todos eram covardes; cinco deles ficaram, unindo-se aos civis para o combate que estava iminente.

Envergonhados da fraqueza anterior, quando da primeira visita dos bandidos, tinham resolvido os opor séria resistência a Lampião e que não haveria, de novo, de macular com a sua presença ignóbil, as ruas de sua cidade querida. 

No povoado "Oiteiro Alto", já perto de Capela, o grupo de cangaceiros, todos montado, esbarrou à porta da bodega do comerciante Sr. Alvino, pedindo dinheiro e bebida. O bodegueiro deu bebida mas negou que tivesse dinheiro. Lampião invadiu-lhe a casa e rebuscou gavetas e baús, encontrando dois contos em uma latinha, debaixo de um tulha de algodão. Ficou enfurecido com o achado. Vinga-se da mentira, espancando-o e violentando-lhe a mulher, ordenando aos cabras que fizessem o mesmo. 

Esta desgraçada senhora, casada de pouco, recebera certa educação e era estimadíssima em Capela. Foi estrupada por Lampião que a derribou, e manteve "a pulso" com a desditosa senhora, a ignominiosa relação sexual, que a fez os sentidos, nada mais vendo nem sentindo até o fim de tal ato vil. Sobreveio-lhe grande hemorragia, mandando Lampião que um cangaceiro, com o fim de fazê-la cessar, entupisse a vagina com areia, o que foi feito, a socar com o cabo do punhal. Esta pobre criatura, nunca mais apareceu a pessoa alguma, vivera metida nos quartos internos de sua casa, com evidentes sinais de desequilíbrio mental, pelo resto de sua vida.

Continuando a marcha ao passarem pelos engenhos S. Felix, Pedras, Tabocal e Recurso aprisiona os proprietários para o escudarem na entrada da cidade. Foram eles: o coronel Felix da Motta Cabral, José Cabral Filho, José Xavier Andrade, Jucundino Calasans, Manuel de Mello Cabral Filho. 

Foi enviado um emissário para dissuadir os defensores da resistência. reuniram-se os principais do lugar para tão grave decisão. Vacilaram a princípio. Alguém lembrou que seria melhor deixá-lo entrar sem luta, a cidade padeceria os horrores que Aquidabam sofrera, mas, em compensação, se salvariam as vidas dos que os acompanhavam.

Resolveram ao contrário, porém, os próprios parentes e amigos dos reféns. Sucedesse o que sucedesse não era possível se deixar de hostilizar o bandido. Tomam seus postos os defensores civis: Josias Motta, Ardoaldo Campos, Galileu Lima, Ivo de tal, Accioly Menezes, Xavier Padeira, Náo Dória, Floriano Rocha, Osório Ribeiro, Aurélio Alves e muitos outros. 

Estala o tiroteio. A confusão do início da luta proporcionou a fuga aos prisioneiros. Os cangaceiros aos gritos de "Valei-me padim pade Ciço" e rinchando, xingando, latindo, escondidos nos portais e esquinas, indo de um ponto a outro a rolar pelo chão e aos saltos para "enganar" as balas dos adversários, bem entrincheirados nas casas, sustentam um fogo que dura quase duas horas.

Vendo que nada conseguiriam, Lampião usa de seu famoso apito, dando sinal de retirada, e a vociferar, furioso com a derrota, diz para os cabras: 

— Vamo embora. Terra desgraçada esta, até os santo atira na gente. É que alguns atiradores haviam se postado nas torres da Matriz.

Nesses relatos encontrados no livro "Lampião" do médico sergipano Ranulfo Prata, encontramos esses covardes atos de atrocidades que foram impetrados por Lampião e seus cangaceiros, por pura vingança.

http://meneleu.blogspot.com/2016/04/atrocidades-de-lampiao-e-seus-cabras.html?m=1&fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR3rcx0z8mUoShQluRh2sIa0fnuqiTi6QFUWoGWdK1VZuRGtlbrPOSa0eN0_aem_AZJ58YdS3qBwD_e76iSCST2aXt8tZJ8j8NHjL75UxqT9TNjKUHs1Z0Tk8Z2C4ADMJarN94KosvFbLRzKC-kfZ6dq

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COMENTÁRIO...

 Comentário da pesquisadora Wilma Ferreira Leite

Então, o texto esqueceu de falar que os irmãos Ferreira não entraram no crime pra vingar o pai e que o pai José Ferreira foi morto pelos crimes dos filhos…

A morte do pai de Lampião é um episódio marcante para o cangaço. A história conta que os irmãos Ferreira resolveram entrar na vida do crime para vingar os ataques que o pai sofria de um vizinho — que virou inimigo — chamado Zé Saturnino. A morte do pai foi o estopim para eles entrarem no cangaço.

Justiça acha processo

O processo judicial que denunciou Lampião e mais quatro cangaceiros pelo crime estava guardado no Fórum de Maceió. Ele traz detalhes que eram desconhecidos do crime.

O documento foi encontrado recentemente, junto com outros processos, pelo juiz e historiador Claudemiro Avelino. Todas são denúncias que acusam Lampião ou cangaceiros do seu bando por crimes de mortes, r… 

Veja mais em:

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https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2023/09/23/processo-resgatado-revela-tocaia-de-lampiao-para-matar-delator-do-pai-em-al.htm?cmpid=copiaecola&fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR0H7-Bx98y2OjAmSmgqPTiS5YMYdnFcgEhM5XK17-p4z1NxruUpSwqhV7Q_aem_AZJC_flrF17HqNwwq_-RCE9kft-XNBgmMMb6R7MEpopHVa5EqXLNi6VK2yorSEoVyANr4d5HRS546ZoOceUFz7sS

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VEIO RECEBER O PRÊMIO PELA CABEÇA DE "LAMPIÃO".

 

João Bezerra recebeu os 50 contos da Bahia, foi dividido com todo seu grupo; também o governo de Alagoas deu outros 50. Sabiam disso? PS.: por que tantos comentários odiosos nas postagens? Ninguém está aqui forçado.

https://www.facebook.com/groups/893614680982844/?multi_permalinks=2207956609548638%2C2207294032948229%2C2207296629614636%2C2207222962955336%2C2207294872948145%2C2206570886353877%2C2205794333098199%2C2205885319755767&notif_id=1716654545539802&notif_t=group_highlights&ref=notif

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