Por Luiz Ruben
Lili Conceição e Luiz Ruben
Amigos,
Mais uma vez
compartilho com vocês o lançamento do meu 16º livro: LAMPEÃO ANTES DE SER
CAPITÃO é o 10º do tema cangaço.
O lançamento
será na próxima edição do já consagrado evento Cariri Cangaço, na linda cidade
de Piranhas que se realizará de 28 a 30 de julho.
Saudações
cangaceiras,
Luiz Ruben
LIVRO
LAMPEÃO ANTES DE SER CAPITÃO
Apresento
neste trabalho matérias dos jornais publicadas no período de 1920 a 1926, não
faço intervenções, apenas atualizo os nomes das cidades que ao longo do tempo
tiveram seus nomes trocados. A iconografia deste livro abrange a década de 1920
e início dos anos 30.
Foram consultados os seguintes: A Imprensa - Sobral CE; A Gazeta - São Paulo
SP; A Lanceta – Maceió AL; A Noite - Rio de Janeiro RJ; A Província - Recife
PE; A Rua - Recife PE; Correio da Pedra - Água Branca AL; Diário de Pernambuco
- Recife PE; Diário da Noite - Recife PE; Estado das Alagoas; Gazeta de
Notícias - Rio de Janeiro RJ; Jornal do Comércio - Recife PE; Jornal do Recife
PE; Jornal Pequeno - Recife PE; O Globo - Rio de Janeiro RJ; O Jornal - Rio de
Janeiro RJ; O Paiz - Rio de Janeiro RJ; Pacotilha - São Luiz MA; Revista da Cidade
- Recife PE.
Os jornais tomam posição de críticas ao governo utilizando a situação provocada
pelo cangaço, principalmente no território pernambucano.
Os números divulgados pela imprensa com relação à quantidade de cangaceiros
combatidos pela polícia eram sempre exagerados.
Algumas vezes foi noticiada, erradamente, a morte de Sinhô Pereira e de
Lampeão, mas eram também, às vezes, retificadas essas notícias.
Ao vasculhar esse período tive algumas surpresas que tenho certeza os leitores
pesquisadores perceberão. Alguns fatos publicados na época, nunca foram
mostrados posteriormente em livros.
A imprensa publica muitos nomes de cangaceiros que ainda não foram catalogados
por pesquisadores e que ainda pode ser motivo de estudo e pesquisa mais
apurada. Encontrei coisas curiosas, inusitadas, até mesmo grandes equívocos,
como a informação da morte de Luiz Padre, quando na realidade foi Antonio
Padre;
O caso dos pobres roceiros que tinham seus chapéus de couro tomados nas feiras,
pela polícia, por serem ‘trajes de cangaceiro’;
Em outubro de 1920 se publica a união do cangaceiro Sinhô Pereira com o grupo
de Antonio Matilde, ou seja, incluindo Lampeão ou Virgulino e seus irmãos,
Livino e Antonio Ferreira. Este último, o Antonio Ferreira, é citado como
cangaceiro, em dezembro de 1920.
A presença de Luiz Padre ainda é noticiada em 1921.
Em janeiro de 1921, Sinhô Pereira é chamado pela imprensa do sul de Átila do
Pajeú. O capitão Theophanes também é chamado de Átila, conforme notícias da
imprensa.
Em maio do mesmo ano se noticia a presença do grupo de cangaceiros chamado de
‘os três Antônios’ e em setembro a morte do cangaceiro Pedro Porcino.
Em dezembro de 1921 foram mortos três bandoleiros de nomes: Emygdio Ferreira,
José de tal, vulgo Papudo e José Veríssimo Machado, vulgo Zezé, o grupo tinha
como chefe Alfredo Guimarães, vulgo Caboclo.
Em 1922 os jornais fazem a cobertura sobre a morte do coronel Luiz Gonzaga, em
Belmonte PE.
Em junho de 1923, a polícia de Pernambuco começa a recrutar praças no sertão
para combater Lampeão.
A imprensa publica em 1923 uma carta esclarecedora da amizade de Luiz Padre com
José Inácio, do Barro, que fora assinada em 1921;
Publica uma matéria de como Sinhô Pereira entrou para o cangaço, assinada por
João do Norte, um colunista do jornal;
Também veremos a divulgação de um bilhete de extorsão assinado por Sinhô
Pereira;
Uma publicação sobre a tática de guerra de Sinhô Pereira denominando-o ‘terror
dos sertões’;
Ainda uma pequena cobertura jornalística sobre a invasão da cidade de Souza na Paraíba,
pelos cangaceiros, identificando apenas o grupo de Francisco Pereira, embora
saibamos da participação dos irmãos de Lampeão no acontecimento;
Apresento na íntegra a primeira vez que o nome de Lampeão é citado na imprensa,
no Jornal Correio da Pedra, pertencente a Cia Fabril.
O Jornal, do Rio de Janeiro noticia uma estória fantástica sobre a
transformação de Virgulino em Lampeão.
Uma das curiosidades apresentadas, que também não vi registrado em livros é o
Decreto instituído por Lampeão, para alistamento de cangaceiros nas fileiras do
banditismo.
O jornal A Província, publica em setembro de 1923 a ação criminosa do coronel
João Nunes contra indefesos e pacatos sertanejos.
Em 1924 é noticiado falsamente a morte de Lampeão e seu irmão Livino.
O jornal pernambucano, A Rua, publica pela primeira vez sobre um desertor da
força pública de Pernambuco que teria se incorporado ao grupo de Lampeão, um
tal de Ansilon Ribeiro;
Mostro o registro que antes de receber a patente de capitão do Batalhão
Patriótico do Juazeiro, a imprensa já tratava Lampeão de “coronel” e de
“capitão”;
A imprensa pernambucana, através do jornal A Rua, tenta pela primeira vez
traçar uma biografia de Lampeão;
Em fevereiro de 1926, o Jornal do Recife traz uma sensacional entrevista,
dizendo que Lampião quer juntar mil homens para declarar guerra oficial aos
estados da Paraíba e Pernambuco.
Apresento esse
vasto material na intenção de contribuir na montagem de um gigantesco quebra
cabeças que é o estudo do cangaço. Que não fique esquecido no passado o que foi
conhecido pela sociedade, na época dos acontecimentos. Que ao juntarmos os
retalhos, fazendo a cronologia, descobrindo detalhes, cruzando e descartando
informações, descobrindo pessoas e lugares, possamos continuar estudando e
assim, entender melhor esse processo que é parte de nossa história.
Luiz Ruben F.
de A. Bonfim
Enviado pelo autor
http://blogdomendesemendes.blogspot.com