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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

INFORMAÇÃO SOBRE A FALTA DE POSTAGENS EM NOSSA PÁGINA.

ESTAMOS COM PROBLEMAS PARA FAZERMOS POSTAGENS MAIORES.

Desculpem-nos. 

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ODE AO RIO IPANEMA extra

Clerisvaldo B. Chagas, 6/7 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

POESIA NA PROSA EM 2.10.2007

RIO IPANEMA, SERENO, VISTO DA TRAVESSA PROF. ENÉAS. (FOTO: JEANE CHAGAS)

Era um imenso e formidável lastro. Um paizão de 220 Km, coleante entre Pernambuco e Alagoas

Os desbravadores logo perceberam que o rio Ipanema – mesmo temporário – representava palpitações de vida. Uma veia grossa que irrigava todo o corpo sertanejo. E o pai amigo, generoso e bom, logo presenteou o semiárido com uma cidade morena, dourada, plena de Sol e ornada de colinas, chamada Santana.

As águas vivas sobre as areias, as águas serenas sobre as areias, as agitações supremas de cima, as quietudes divinais de baixo, o tempero salobro da ribeira, mataram a sede da “Rainha do Sertão”. E o rio gritou bem alto: Façam as casas, eu dou a areia; fabriquem os tijolos, eu cedo o barro verde; definam seus tetos, eu contribuo com argila; lembrem dos alicerces, eu tenho pedras milenares; tragam os animais, usem meus pastos; provem dos meus deliciosos peixes, e... Quando estiverem cansados do trabalho dignificante, durmam sobre colchões e descansem com travesseiros dos meus juncais.

E as espumas desciam das roupas sob lindos cânticos das lavadeiras caboclas; dorsos robustecidos submergiam nas águas turvas; e o sopro da leve brisa amenizava o suor negros dos corpos noturnos e nus.

Grita Santana, teu nascimento! Berra Santana, tua expansão! Enfeita teus aromáticos cabelos com a flor da craibeira. Embala teu berço com o sussurro do Cruzeiro, com a lenda da caipora, com o doce murmúrio dos regatos do mês de julho.

Silêncio, que esvoaça o gavião, câmera natural que filma e comanda os céus de borboletas e bem-te-vis. Olhos mágicos que perscrutam o Panema e a flora, e a fauna, e o relevo privilegiado do lugar. Sentinela altivo das paixões, dos amores... Dos queixumes do povo santanense.

Deus fez o Ipanema, o Ipanema fez Santana, Santana observa seu criador pelas frestas das portas, pelos rachões das janelas, pelas varandas de aroeiras... Pelo mormaço das tardes preguiçosas ou pela íris da mulata da ribeira.

Erga-se meu herói sertanejo, que o astro-rei traz a luz no Oriente; que os matizes do azul marcham no firmamento. Já soaram as trombetas dos pardais.

Breve, breve, minha cidade estará de pé; bênção meu Panema. Deus no ilumine neste novo dia.

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