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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Campanha Museu do Cangaço

Por: Wescley Rodrigues
Alcino Alves Costa, Wescley Rodrigues e Isabel Barros

Amigos (as),

Quando pensamos o evento Parahyba Cangaço e Cariri Cangaço não tivemos o intuito apenas de promover um debate profícuo sobre a temática em foco, mas construímos um objetivo maior que é cobrar das autoridades públicas o restauro e criação de um museu na casa que pertenceu ao cangaceiro Chico Pereira.  


A casa encontra-se em ruínas e carece de reparos urgentemente. Um povo sem memória é um povo sem historia, sendo que a cultura material ajuda a narrar o passado e contribui na elaboração de identidades.

Pedimos o apoio de todos (as) nessa luta!

Atenciosamente

Wescley Rodrigues

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Visita ao Vale dos Dinossauro​s

Por: Wescley Rodrigues
Neli Conceição e Wescley Rodrigues

Amigos(as),

Saudações cangaceiras!

Já recebemos a confirmação de muitos(as) companheiros(as) sobre a vinda para o Parahyba Cangaço (Cariri Cangaço), o que muito nos alegra.

Como alguns chegarão na manhã do sábado, pensamos em uma programação extra oficial. No sábado, a partir das 09:30h, visitaremos o Vale dos Dinossauros que recentemente passou por reformas.

“O Vale dos Dinossauros é um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, com mais de 50 tipos de pegadas de animais pré-históricos, espalhadas por toda bacia sedimentar do Rio do Peixe em uma extensão de 700 Km². Estegossauros, Alossauros, Iguanodontes, enfim, inúmeras espécies de dinossauros viveram no sertão paraibano entre 250 e 65 milhões de anos.”

Aguardamos todos(as) em Sousa e Nazarezinho.

Abraços!

Prof. Wescley Rodrigues

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Wescley Rodrigues
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O Paraíso de Dona Fideralina: Sítio Tatu

 Por: Manoel Severo

Lavras da Mangabeira é um município encantador. Encravado na região sul do estado do Ceará, um dos grandes do Vale do Rio Salgado, acolheu a  primeira Avant-Premiére do Cariri Cangaço 2013, nos últimos dias 18 e 19 de maio, promovendo uma grande festa onde imperaram as fortes tradições da família Lavrense, tendo como personagem principal Fideralina Augusto Lima.

O Sítio Tatu de dona Fideralina Augusto Lima

Entre o final do século XIX e início do século XX, Dona Fideralina comandava a partir de Lavras, os destinos de toda região. Possuía dois verdadeiros quartéis generais: Sua casa no centro de Lavras e seu amado Sítio Tatu. 

A Emblemática Casa Grande do Sítio Tatu, berço dos Augustos. Abaixo, ao lado de Manoel Severo, um dos descendentes:Emerson Monteiro.


A Caravana Cariri Cangaço tendo como anfitrião o prefeito Tavinho e a secretária de cultura Cristina Couto partiu da visita à Casa de Dona Fideralina no centro de Lavras rumo ao emblemático Sítio Tatu. Percorremos cerca de 8 km, primeiro pela CE e depois em estrada carroçável  até nos surpreendermos com um verdadeiro paraíso: Tatu.

A primeira imagem, na entrada da fazenda: A Capela em ruínas, como podemos acompanhar na postagem imediatamente abaixo. Mantendo-se firme ainda a fachada, guardava no alto de sua pequena torre o velho sino de cobre. Neste momento me confidenciava um dos trinetos de Fidera, Emerson Monteiro: "Severo nasci aqui e passei boa parte de minha infância brincando nesta capelinha, momentos inesquecíveis". 
  
 O Tatu encanta pelos detalhes: O sertão de nosso chão é cheio de magia e beleza como a testemunha muda da pequena vela no crucifixo do "terreiro da Casa Grande"
  


Realmente momentos inesquecíveis; daqueles que povoam as mentes e os corações dos muitos meninos sertanejos de nosso torrão nordestino, mas momentos inesquecíveis também para cada um de nós que estávamos tendo o prazer de pisar aquelas terras que guardavam tanta história, memória e tradição.

Só não esperávamos tanta beleza! O Sítio Tatu com sua Casa Grande, Capela, Estábulo, Casa de Apoio, o Velho Engenho, o Açude, as Árvores frondosas, enfim; as imagens desta postagem mostram aos nossos leitores a razão de termos usado letras maiúsculas à cada item citado...

Clã dos Augusto do século XXI. Memória e tradição em Lavras da Mangabeira

Ângelo Osmiro na varanda de Fideralina

Nos surpreendeu também sobremaneira a grande mobilização feita em toda a cidade por conta do Cariri Cangaço; nessa visita ao Sítio Tatu chegamos a ter nos acompanhando cerca de 250 pessoas, o que em muito confirmou o grande compromisso da organização local do evento sob os cuidados da equipe de Cristina Couto.

Ponto alto da visita foi a fotografia histórica dos descendentes de dona Fideralina Augusto Lima, presentes ao evento, diante da Casa Grande do Sítio Tatu. Ali estavam cerca de 40 familiares do tronco legítimo dos Augusto, fato que nos deixou verdadeiramente honrados.

Ana Paula Monteiro e o velho engenho da fazenda

Abaixo, Alberto Teixeira e o carro de boi do Tatu


Ao final ficou a certeza da grande força e do grande simbolismo daquele lugar e daquela brava gente. Lavras da Mangabeira como todo o Vale do Salgado e do nosso Cariri dignificam com sobra, a história de nosso sertão; desse povo forte e de alma pujante; do amado Ceará. Valeu Lavras da Mangabeira, que venha agora o Cariri Cangaço Parayba!

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço 

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O PRIMEIRO CANGACEIRO, SEGUNDO O ESCRITOR FRANKLIN TÁVORA, SURGIU NO RECIFE EM 1776 “O CABELEIRA"


Embora tido como um dos primeiros cangaceiros, José Gomes, o Cabeleira, era apenas um bandido cruel e sanguinário, que entrou na vida do crime influenciado pelo seu pai, o não menos perverso Joaquim Gomes, um homem mal e cruel que cedo ensinou o filho a arte violenta de matar e sangrar as pessoas indefesas, apenas por puro prazer. Juntamente com seu pai e um negro de nome Teodósio, Cabeleira aterrorizou toda a zona da mata pernambucana desde Vitória de Santo Antão até o centro do Recife, em meados de 1775.

Cabeleira foi um herói do mal. À revelia de sua mãe, a Joana, conheceu a trilha do crime através do pai, que cedo o ensinou a usar o clavinote, deixando um rastro de morte e destruição por onde passava.

Cabeleira não escolhia suas vítimas. Era um herói sem causa social, e não tinha para si um código de ética e de conduta. Matava por matar e roubava por roubar. José Gomes foi aprisionado num canavial em Paudalho, zona da mata de Recife, e levado à forca no Forte das Cinco Pontas em 1776. Das estórias de Cabeleira, só contadas pelo romancista Franklin Távora, ficam os versos que imortalizou a figura desse cangaceiro na alma do nordestino:

“Fecha a porta, gente Cabeleira aí vem, Matando mulheres, Meninos também....” “Minha mãe me deu Contas pra rezar Meu pai me deu faca Para eu matar” “Meu pai me pediu Por sua benção Que eu não fosse mole Fosse valentão.”

Fonte: facebook, página do pesquisador Guilherme Machado

O TEMIDO CABELEIRA
Publicado em 2006

Ele era tão temido em Pernambuco no século XVIII que costumavam assustar as crianças daquela época dizendo: se não obedecer, Cabeleira vem te pegar!

José Gomes, o Cabeleira, pode ser menos famoso que Lampião, mas viveu antes que o amante de Maria Bonita e é considerado um dos primeiros cangaceiros de que se tem notícia. Filho de mameluco, ele matava e roubava de todos, não perdoava nem a igreja, forte e temido na época. Sua história foi contada em livro por Franklin Távora, um escritor regionalista, crítico ferrenho de José de Alencar, autor de "Iracema", "O guarani" e "Senhora".

Inspirados pelo livro "O Cabeleira", de Távora, Hiroshi e Leandro Assis, dois novatos no gênero dos quadrinhos, decidiram escrever um roteiro inspirado no personagem. A HQ contará com a arte de um veterano que andava sumido da área, Allan Alex, e será publicada no início do ano que vem pela nova editora Desiderata. Ex-MOSH! e atual responsável pela publicação de quadrinhos da editora, Lobo diz que o álbum terá 96 páginas no formato de 21 x 28 e adianta outros projetos:

- O lançamento de nossa série de quadrinhos deve acontecer no início do ano que vem. "O Cabeleira", que o Allan Alex está desenhando a partir de um roteiro de Leandro Assis e Hiroshi, é uma puta história de aventura de época, tá ficando linda. Outros lançamentos são "Copacabana", um roteiro meu desenhado pelo Odyr, que conta a história de uma puta que trabalha na Av. Atlântica e uma coleção de quadrinhos sobre escritores, possivelmente Julio Cortázar e Vinicius de Moraes.

Formado em engenharia, Hiroshi conta como entrou no projeto de "O Cabeleira" com o parceiro, o publicitário Leandro Assis:

- Soube da história através do Leandro, que me mostrou o livro do Franklin Távora. Embarquei imediatamente na idéia de escrever um roteiro. O livro é baseado num cordel sobre o Cabeleira (imagem à direita), um personagem real que aterrorizou Pernambuco no final do séc XVIII. Ele foi um precursor do cangaço. A palavra “cangaceiro”, aliás, nem aparece no livro. Enquanto todo mundo dá destaque para Lampião e Maria Bonita, vimos no Cabeleira uma história original, pois ele foi o primeiro.

Já Assis diz que descobriu o cangaceiro em outro livro:

- Descobri sobre o Cabeleira no livro “Guerreiros do Sol”, do historiador Frederico Pernambucano de Mello. O Cabeleira foi uma espécie de predecessor dos cangaceiros, um bandoleiro que aterrorizou Pernambuco no século XVIII e teve seus feitos imortalizados em cordel. Em 1876 Franklin Távora contou a história do bandido no romance "O Cabeleira", no qual nosso roteiro é baseado.

Hiroshi parece ter gostado da ideia de fazer HQs, pois tem planos para novos quadrinhos com Leandro Assis:

- Nossa idéia é continuar nessa linha de personagens que não são muito conhecidos, mas que marcaram a história do Brasil.

O outro roteirista, Assis, concorda:

- Temos algumas idéias e estamos decidindo qual vamos desenvolver primeiro. Mas certamente será alguma história de época, baseada em fatos reais, com muita ação e alguma violência.


Conhecido pelas HQs do personagem Nonô Jacaré (imagem acima) que desenhava nos anos 90 para a extinta revista Porrada ao lado do roteirista Patati, o bom ilustrador Allan Alex andava sumido do ramo já há algum tempo até que o editor Lobo, da Desiderata, o encontrou e o trouxe de volta às HQs. "O segredo da Jurema", "Sangue bom", "Zumbi dos Palmares", "Brasileiros", gibis de terror e até parcerias com Solano Lopes estão no currículo de Alex, que desde a morte da esposa, há dez anos, vive na região da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, uma área, segundo ele, rica em tipos humanos:

- Vejo muita coisa na Central do Brasil, percebo certas nuances. Foi aqui onde comecei a notar com mais atenção o ser humano, pois aqui tem de tudo. Daí procuro compreender o Cabeleira. Ninguém nasce mau. É preciso entender a complexidade e esquecer o conceito absolutista de bom e mau, existem meios-termos. O ser humano é muito mais rico do que isso. O Cabeleira não respeitava nem o medo que tinham da religião, roubava tudo. Nem o exército português roubava da igreja. Queríamos mostrar, com esta HQ, a complexidade do ser humano - explica Allan Alex, um ilustrador articulado que em matéria de religião diz já ter experimentado de tudo: catolicismo, candomblé, umbanda, seitas evangélicas etc.

http://oglobo.globo.com/blogs/gibizada/posts/2006/11/06/o-temido-cabeleira-14639.asp

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