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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Costa Cruzeiros: Capitão do Concórdia «enganou empresa


O presidente da Companhia Costa Cruzeiros, Pier Luigi Foschi, responsável pelo navio Costa Concórdia que naufragou na costa italiana há 13 dias, disse que o capitão da embarcação, Francesco Schettino, «enganou» a empresa quando prestou informações, pelo que os dados preliminares que enviou não permitiam à companhia ter noção da gravidade da catástrofe.

 O navio naufragou na costa da Toscânia no dia 13, com 4,5 mil pessoas a bordo, estando o actual balanço em 16 mortos e 16 desaparecidos.

O capitão do Costa Concórdia foi acusado de homicídios múltiplos e abandono de posto antes do fim da evacuação dos passageiros e membros da tripulação. As operações de busca por desaparecidos e de retirada do combustível no navio Costa Concórdia foram retomadas hoje de manhã, depois de suspensas ontem devido ao mau tempo.

Foschi forneceu um levantamento pormenorizado dos diálogos de Schettino com Roberto Ferrarini, chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros, que faz parte da empresa norte-americana Carnival Corp. O presidente da Costa Cruzeiros disse que Ferrarini recebeu a primeira ligação de Schettino às 21:57 (hora local), no dia 13 de janeiro, cerca de 10 minutos depois de o navio colidir com um rochedo.

«Schettino disse que tinha um grande problema a bordo. Disse a Ferrarini que tinha batido numa rocha e que tinha ficado sem eletricidade no navio. O capitão disse que apenas uma das câmaras de ar tinha sido inundada», disse Foschi.

De acordo com o presidente da Companhia Costa Cruzeiros, num segundo telefonema Schettino informou às 22:06 que uma segunda câmara estava cheia de água, mas que «a estabilidade do navio não estava em perigo».

O comandante «estava muito calmo e disse que a situação estava sob controlo», acrescentou Foschi. Mas, às 22:33, Schettino declarou que «o navio se inclinava cada vez mai» e às 22h:35 disse a Ferrarini que o Concórdia seria abandonado. «Ferrarini disse ter ficado surpreso com a decisão de (Schettino) abandonar o navio», disse Foschi.



Fonte:

Revendo - A missa do Cangaço na Grota de Angico

Para anunciar e convidar os confrades para realização de mais uma cerimônia religiosa no próximo dia 28 deste, organizada pelo confrade

Antonio Galdino

Jairo Luiz


O "videomaker do cangaço" Aderbal Nogueira nos apresenta alguns momentos do evento ocorrido em 2008.
Quem ainda não conhece eis aí uma excelente oportunidade para contemplar o cenário da tragédia, setenta e três anos depois e orar pela alma das "12" vítimas de Angico.

O soldado Adrião Pedro de Souza

"Este foi o  único policial da volante que perseguiu Lampião até matá-lo que  não levou sorte, foi assassinado na madrugada de 28 de Julho de 1938, na grota de Angico, no Estado de Sergipe, quando os policiais findaram com Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros".

11 cangaceiros mortos

Com depoimentos de:


Inácio Loiola,


Alcino Alves, nosso conterrâneo de cidade


Enoque Araújo,

Antônio Galdino
Da Esq. Des. Washington Luiz, Carlos Aguiar, Edvaldo Nascimento, Pedro Alcântara, Reinaldo Falcão, Gilberto Pedrosa, Sônia Braga(coord. Angiquinho) e Adair Nunes(Fundeg)

Reinaldo Falcão,


Antonio Amaury,


e Frei Enoque (Celebrante).

lique para assistir no YouTube


Extraído do blog: Lampião Aceso

http://lampiaoaceso.blogspot.com

Os três edifícios que desabaram no Rio de Janeiro.

(Divulgação/internet)

‘Edifício Liberdade’, no número 44 da avenida Treze de Maio, na Cinelândia. O edifício, de 20 andares, e o ‘Colombo’, de dez andares, desabaram e jogaram escombros nos prédios vizinhos. Um terceiro prédio menor, onde funcionava uma loja de produtos naturais, acabou ruindo também.

Desaparecidos - Segundo informações publicadas pela Folha Online há uma lista contendo 20 nomes dos desaparecidos foi elaborada por parentes das vítimas. Mas as autoridades, no entanto, não divulgaram nenhuma lista oficial até agora.

(Reprodução: Escombros/Agência O Dia)

Medida de segurança

O prefeito Eduardo Paes determinou à Polícia Militar na madrugada desta quinta-feira que serão fechadas todas as lojas e estabelecimentos comerciais e escritórios localizados em toda a extensão da avenida 13 de Maio e na avenida Almirante Barroso, no trecho entre a rua Senador Dantas até a avenida Rio Branco. Outro trecho que será interditado é a travessa dos Poetas de Rua. A informação é do capitão da PM, Carlos Frederico Ludwig.

Tragédia é comparada com ataque terrorista no EUA.

De acordo com informações da Folha - sobreviventes de um dos prédios que desabaram no centro do Rio na noite desta quarta-feira (25) lembraram do ataque terrorista de 11 de Setembro, nos Estados Unidos, por causa da nuvem de poeira formada depois do acidente.

*MomentoVerdadeiro/com informações da Folha Online.

Êxito no Lançamento do Grupo de João Pessoa

Por: Narciso Dias
Nasce o Grupo de João Pessoa
Foi realizada nesta quarta-feira, 25/01/2012 à 19:00H no shopping Sul, a primeira reunião para criação de um Grupo de Estudo do Cangaço em João Pessoa-PB, uma idealização de Narciso Dias, juntamente com Jorge Remígio e João Bezerra da Nóbrega.
Estiveram presentes várias pessoas ligadas ao estudo da temática: Dr. Epitácio Andrade (Escritor e Médico-RN),Casal Gil Holanda(Prof.e cordelista), Lúcia Holanda, (profª com tese de mestrado sobre Jesuino Brilhante), Manoel Costa (fun.Público federal) ; Joaquim Furtado (Pol.federal e cordelista) ; Jair Tavares; Demétrius Sousa (bisneto do Major Zé Inácio do Barro-CE.
A reunião foi muito proveitosa, e contamos com a participação de  mais adeptos no próximo encontro. A data será infomada previamente através das redes sociais: Cariri Cangaço, Lampião Aceso, Comunidade (Orkut) Lampião-Grande Rei do Cangaço, entre outros.
Narciso Dias
Grupo de João Pessoa
Conselheiro Cariri Cangaço
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço
Nos enche de entusiasmo iniciativas como a dos confrades Narciso, João Nóbrega, Jorge, Epitácio, Prof. Pereira, dentre outros, que acabaram de criar o Grupo de Estudos do Cangaço de João Pessoa, que sem dúvidas já nasce grande; não só pela significativa qualidade de seus integrantes fundadores, mas  e sobretudo, pelo sentimento sincero que irá nortear o caminho de nosso mais novo mascote no nordeste. Recebam em nosso nome, em nome do Conselho Consultivo e em nome de toda família Cariri Cangaço, votos de congratulações e sucesso continuado. Vamos em frente e conte conosco. 
Manoel Severo.
Ângelo Osmiro, Presidente do GECC
Em nome de toda a Diretoria do GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará e de seus associados, nos unimos aos votos de congratulações aos companheiros do querido estado paraibano, certamente o Grupo de João Pessoa terá papel importantíssimo na consolidação de uma pesquisa séria, comprometida e apontando para novos rumos de construção da história cada vez mais próxima da verdade. Parabéns aos companheiros do Grupo de João Pessoa e saibam que terão sempre a seu lado o GECC.
Ângelo Osmiro
 Extraído do Cariri Cangaço

Mural na Rodoviária de Feira de Santana

Por: Rubens Antonio

Parte do mural, que teve pintura de Lênio Braga, com Udo como Ceramista, colocada na Rodoviária de Feira de Santana, na Bahia, em 1967:

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Rubens Antonio

Cangaceira Aristeia encontra-se internada no Hospital Nair Alves de Souza

Por: João de Sousa Lima

Aristeia encontra-se internada no hospital Nair Alves de Menezes, em Paulo Afonso, Bahia,  com hemorragia estomacal. Ela passou por uma endoscopia e aguarda pelo resultado médico. Pela idade avançada seu quadro clínico exige cuidados. Estamos todos torcendo por sua breve recuperação.
Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima

Batalha das Fazendas Peri-Peri e Favela

Por: Rubens Antonio

A 24 de março de 1930 estourou um combate na Fazenda Peri-Peri, próxima a Juazeiro, estendendo-se até a Fazenda Favela. Neste, três militares saíram gravemente feridos.
O sargento Aderbal Borges teve entrada de projétil um pouco acima da mandíbula, no lado direito da face, com saída pelo lábio inferior, no seu lado esquerdo.

Depoimento de Ângelo Roque, o cangaceiro Labareda, que participou do confronto, a Estácio de Lima (1965):
"Nóis ia viajano, um dia, na rodage i topemo us macaco du sargento ADERBÁ... Nóis nun teve certeza si êles vinha da FAVELA, ou du JUAZÊRO. Sustentemo um fôgo currido, i mergúiemo na caatinga. Us macaco perdero a pista. E nóis tinha ali pru perto um pôso que nun era bom, mas porém sirvia. Cumpade LAMPIÃO riuniu us pessoá i mandô ZÉ BAIANO imboscá a istrada di FAVELA i nós fiquemo di imboscada na istrada di JUAZÊRO. Peguemo, aí, um portadô, i toquemo-lhe o pau, i tomemo um dinhêro qui ficô cum LAMPIÃO. Dinhêro era perciso, mas nun fartava, vino dus Coroné, dus amigo, di quem fô. U capitão deu orde i dispachô um camarada pra buscá mais u’a importânça in JUAZÊRO. Nóis fumo denunciado pru êsse cabrinha faladô i tivemo duas brigada, pra bem dizê uma pru riba da outa. ZÉ BAIANO cum a volante qui vinha da FAVELA i LAMPIÃO cum nóis, di nôvo brigano mais um sargento ADERBÁ i us macaco dêle. A orde nun era pra nóis combatê pra valê, inté u fim. Nóis di nôvo arricuemo, si sumino, pra vortá na casião dérêita. I sempre gritano, subiano, discompono. Nu’a dessas casião, u fôgo cerrô feio, i u sargento ADERBÁ, cum dispusição di home, vançô pra nóis, quereno cabá cá gente, i entonces si discubriu. Levô um tiro danado qui firiu na cabêça, bem nus quêxo da cara; nóis subemo qui foi coisa fêia, mais porém u sargento guentô cumo home i u resto dus macaco nun correro. ADERBÁ inda véve, sendo Coroné da Puliça. Nóis ivitô cuntinuá nas brigada dêsse dia, apois nun paricia havê vantage pra nóis. Cumpadi LAMPIÃO deu siná i nóis abrimo caatinga adentro. ZÉ BAIANO já tinha chegado, mas VORTA SÊCA tava sumido. Ninguém creditô qui êle tivesse sido matado! Drumiu nu mato, i nu outo dia quando nóis tava distanciado i cumecemo a cantá MULÉ RENDÊRA, VORTA SÊCA chegô, contano qui teve pirdido, i achô nóis pulo canto da MULÉ RENDÊRA."
Também feridos no mesmo tiroteio...
Soldados Calixto Eleuterio dos Santos e Jose Domingos dos Santos
O soldado Calixto Eleuterio dos Santos teve três ou duas costelas do lado esquerdo fraturadas por tiro de fuzil.
O soldado José Domingos dos Santos teve a coxa esquerda varada por uma bala e o dedo polegar esquerdo espedaçado por outra.

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Rubens Antonio

Morre aos 102 de idade a última irmã da cangaceira Dulce

Por: João de Sousa Lima
"Na fotografia: Edson Barreto, a ex-cangaceira Dulce, João Lima e dona Cícera. 
Maria Menezes, conhecida por dona Cícera, última irmã da cangaceira Dulce, morreu hoje, dia 26 de janeiro de 2012, em Paulo Afonso, com 102 anos de idade.
Dona Cícera reencontrou a irmã 68 anos depois que ela saiu para o cangaço.
Dulce esteve em Paulo Afonso em 2004 para rever a irmã e como havia sido descoberta por João de Sousa Lima ela cedeu duas horas de entrevista para o pesquisador.
Dulce, Diu (sobrinha de Dulde), Cicera e João
 Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

A falta de limites na educação dos filhos

Artigo Pedagógico - Profª Mª Cristina Araújo*

“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir: mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar” (Pv 22,6)

Como educadora , hoje vivo várias instâncias do Educar... estando na área educacional nosso cotidiano é contemplado diariamente com a dificuldade que os pais enfrentam com relação a educação e criação dos filhos na sociedade atual e diante desse cenário, comecei a meditar sobre qual seria a causa do ser humano ter dificuldades de viver dentro dos limites ou de cumprir o que lhe é proposto ou muitas vezes até imposto. Poderia analisar vários fatores, mas vou me deter nesta causa de suma importância: a falta de limites na educação dos filhos.

Não é fácil corrigir e dizer “não”, seria mais fácil e conveniente dizer sempre “sim”, pois quem diz “não” se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro. Só quem nos ama nos diz “não”. Para educar é preciso esforço, dedicação, perseverança, paciência…, sobretudo, amor. Quem nos ama, os que sinceramente se interessam por nós, não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir. Se você não consegue impor limites aos seus filhos, não desanime. É preciso tentar, começar, recomeçar… sempre é tempo de recomeçar! Confie em si mesmo, peça o Dom da Sabedoria ao Espírito Santo e mude, assumindo as responsabilidades e transmitindo os valores morais e religiosos aos seus filhos. Mais tarde eles vão lhe agradecer, tenha certeza.

Talvez você leitor esteja pensando: pensa que é fácil falar? Queria que fosse ela... mas quero aqui dizer da angústia de pais que são amigos meus e que tentam de todas as formas trabalhar a falta de limites para com seus filhos. Quero deixar bem claro que não existe receita de bolo, mas há princípios imprescindíveis na hora de disciplinar.

Os pais devem não somente falar como também dar-se ao exemplo e passar uma sensação de segurança quando estão falando com os pequenos, pois senão eles levaram tudo na brincadeira.

É importante saber a diferença entre Disciplina X castigo:

Castigo: nos bloqueia para a vida, não educa, deixa a auto-estima no ralo, estimula a violência, a perversão, o engano...

Disciplina: nos faz crescer, ser uma pessoa melhor, um cidadão, desenvolve a auto-estima, a ética, o senso de justiça.

Uma coisa é castigar, outra, disciplinar. Castigar, qualquer um pode, disciplinar é um trabalho longo, amoroso, que exige antes de tudo muito amor, paciência, determinação, auto conhecimento e conhecimento do sujeito à ser disciplinado...

Para uma melhor orientação queria deixar sugestões caros leitores... Por onde começar: Reúna a família, conversem, estabeleçam metas, alvos mensuráveis, alcançáveis a curto, médio e longo prazo.

Claro para os pré-adolescentes ou jovens querem que tudo na vida atual fosse igual a “Malhação”, os adolescente nos dizem sempre. Sendo assim é fundamental para a boa educação do ser humano, que pais e professores acreditem no estabelecimento dos limites como um processo de compreensão e apreensão do outro através do respeito, pois, não se pode ultrapassar os limites que este terá estabelecido para si, nem satisfazer somente aos próprios desejos sem pensar nos direitos do outro.

Lembro a todos que não se deve perder de vista a necessidade e o respeito, da abertura, da confiança, da intimidade e da expressão de sentimentos nessas relações. Porém, isso não implica uma liberdade total e ausência de regras. Implica, sim, numa relação e numa educação mais flexível e consciente; onde regras e limites estão presentes.

Boa sorte a todos os pais/responsáveis que diariamente cuidam e se dedicam aos filhos(as) e tenham certeza que é uma missão maravilhosa e bela ser mãe, pai e educador. E pode crer que você pai ou mãe são abençoados por Deus, pois seus filhos são um presente único em todo o mundo.
Abençoa Senhor as famílias... Amém!

(*) Maria Cristina de Araújo Oliveira é professora na EEIF Ferreira Benício.
Atual Diretora Pedagógica do Colégio Paroquial Sr. Menino Deus (rede privada) graduada em Língua Portuguesa e Inglesa, pós-graduada em Gestão Escolar e em Língua Portuguesa e Literatura.
Colaboradora do Blog de Aurora

LEIA MAIS EM:
WWW.blogdaaurorajc.blogspot.com
Foto: Arquivo

O "decano de Poço Redondo" será homenageado em evento no Sertão sergipano.


Neste ano, com o tema “O Cordel e o Cangaço”, o 2º“Arena” acontecerá de 08 a 12 de fevereiro, novamente em Glória, a “Capital do Sertão”.

 Farão parte dele diversos artistas e grupos folclóricos dos municípios que compõem a Rota do Sertão Sergipano: Ribeiropólis, Nossa Sra. Aparecida, São Miguel do Aleixo, Nossa Sra. da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Canindé de São Francisco. 

Ela tem como intuito principal divulgar a cultura sertaneja, principalmente, para os turistas que trafegam diariamente pela rota. 

Segundo o secretário Roberinho, como é conhecido, “a telenovela da Rede Globo ‘Cordel Encantado’, que teve cenas gravadas no Sertão de Sergipe, foi de fundamental importância na escolha do homenageado desta edição: Alcino Alves, historiador e escritor poço redondense”.

Reportagem: Netto Dias

Pesquei em: Sou de Glória

Repesquei no blog: "Lampião Aceso"

Mossoró contra Lampião

Por: Ana Biselli
Memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN
Memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Massilon conhecia as terras potiguares e estava cansado da vida no cangaço. Queria logo ficar rico e se aposentar, por isso escolheu uma cidade maior, como sua última grande tacada. Convidou Sabino e seu bando para se unirem a ele no planejamento e invasão à Mossoró. Uma cidade grande, porém com uma pequena força policial e quase nenhum apoio do Governo Estadual. Mesmo assim eles sabiam que seria difícil, por isso convenceram Lampião a entrar no plano. Lampião não conhecia muito bem as terras deste estado, mas estava ao lado de dois grandes conhecedores e seu orgulho falou mais alto, não poderia ficar fora dessa.

 Lampião novinho, no bando do cangaceiro Sinhó Pereira, em foto do memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN
Lampião novinho, no bando do cangaceiro Sinhó Pereira, em foto do memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Reuniram os bandos e fecharam os detalhes da estratégia de invasão da cidade. Começaram a marcha por Apodi, primeira cidade a ser invadida e pilhada. Varreram todos os lugarejos no caminho, trazendo consigo prisioneiros coronéis e proprietários de fazendas na região. Um deles, Coronel Gurgel, ficou uma longa temporada em poder dos cangaceiros. Conta em seu diário que tinha longas conversas sobre política com Lampião e foi sempre tratado com respeito. A pedido de Lampião, antes da invasão, Gurgel escreveu o primeiro bilhete de guerra para o Prefeito Rodolpho Fernandes, propondo uma trégua. Dizia que o bando era numeroso, com mais de 150 homens armados até os dentes, indicando ser uma boa opção pagar o valor de 400 contos de réis e com a promessa de que Lampião nunca mais andaria por aquelas bandas. A saber, o valor inicialmente pensado pelo Capitão eram 500 contos de réis, mas o habilidoso coronel o convenceu a diminuir o montante. Ao final do bilhete ele ainda pedia que o Prefeito lembrasse ao seu sobrinho, gerente do Banco do Brasil de Mossoró, que enviasse os 21 contos de réis para o pagamento do resgate “deste pobre velho desvalido”.

A resposta que receberam do prefeito não foi nada animadora, diziam que não tinham conhecimento do paradeiro do gerente do banco e muito menos dispunham do valor em questão, que viesse o bando que o enfrentariam como pudessem! Lampião ficou abestalhado com a resposta que havia recebido e escreveu um bilhete de próprio punho (foto). Sem retorno decidiu começar a marcha.

Segundo e derradeiro bilhete de Lampião para o prefeito de Mossoró, tentando extorquir os cofres da cidade, em memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN
Segundo e derradeiro bilhete de Lampião para o prefeito de Mossoró, tentando extorquir os cofres da cidade, em memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Os boatos sobre a invasão de Mossoró começaram meses antes e desde então o prefeito começou a articulação política para conseguir reforços do Estado para a cidade, assim como armamentos e munições. A população estava em pânico e Rodolpho então mentiu sobre os fatos para manter a população tranquila até o último momento. No dia da invasão de Apodi a prefeitura avisou a comunidade que aqueles que pudessem deveriam deixar a cidade e solicitava homens aguerridos como voluntários para se unir à força policial em defesa da cidade. Muitos não acreditaram, pois já havia tempo que a boataria estava correndo e ficaram em suas casas. Houve ainda um clássico de futebol entre os dois times mossoroenses e um baile de comemoração do vencedor na noite do dia 12 de julho de 1927, noite anterior ao ataque.

Lendo sobre Lampião, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN
Lendo sobre Lampião, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Um conselho de segurança havia se formado pelos homens mais influentes e poderosos da cidade. Durante os meses de planejamento viram que não poderiam contar com a ajuda do governo estadual e federal, portanto fizeram um investimento conjunto (uma vaquinha) e compraram 21 contos de réis em armamentos, estratégia proposta pelo gerente do banco (sim o mesmo que não mandou o resgate ao tio).

Um tenente do exército que havia passado por Apodi, liderou a resistência. Mais armas chegaram de última hora do governo, barricadas foram armadas nos pontos mais estratégicos da cidade, para proteger os prédios públicos. Foram voluntários 200 homens, metade deles com armas de fogo e a outra metade com armas brancas. Nas torres das igrejas e telhado da prefeitura estavam atiradores de elite, até o padre estava empenhado, passando mensagens de fé e força em cada uma das trincheiras armadas. Todos com gana e sede transbordando para defender a sua cidade e famílias que haviam ficado.

Sabóia, diretor dos telégrafos, havia se voluntariado para ficar no posto até o último momento. Quando o dentista que estava na torre da igreja avistou o primeiro homem adentrar a cidade, deu o sinal combinado, badalou o sino desesperadamente. A cidade esvaziou, todos se abarrotaram em caminhões e carros e saíram da cidade, ainda sobrando alguns perdidos em busca de parentes ou algum lugar para se esconder. Sabóia avisou sobre a invasão e correu. Quando houve o retorno “alô, quem fala?”, receberam resposta: “aqui quem fala é o Lampião”.

A estratégia de defesa da cidade foi tão bem armada que o bando não teve chance alguma. Um dos atiradores de elite acertou em cheio o cangaceiro Colchete e na sequencia feriu Jararaca. Lampião tentou mudar a estratégia, entrando pelo cemitério, porém de nada adiantou, o bando já tinha baixas e viu que estava totalmente em desvantagem, teve de bater em retirada.

Maria Bonita, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN
Maria Bonita, no memorial da Praça da Resistência, em Mossoró - RN

Não durou mais de uma hora toda a batalha. Jararaca foi preso, Colchete morreu e foi usado como troféu durante dias em frente à Igreja de Santa Luzia. Embora seja um ato um tanto quanto desrespeitoso com o defunto, o deixaram lá, pois ainda temiam que Lampião voltasse para vingá-lo. As trincheiras continuaram armadas, enquanto Lampião e seus cangaceiros se afastavam da cidade tentando ainda receber o resgate pelos seus prisioneiros. Um deles pagou resgate e foi liberado, contam que Lampião ainda lhe deu um dinheiro para que pudesse voltar para casa. Depois de dias andando pela caatinga, sem conseguir os outros resgates, sem dinheiro, comida escassa, tratando ainda de seus comparsas feridos, o capitão acabou liberando os raptados que restaram, dentre eles ainda o Coronel Gurgel. (sobrinho desabusado!)

Mossoró saiu vitoriosa e guarda até hoje a memória da resistência neste lindo memorial que visitamos hoje. Lá nos alimentamos de coragem e bravura, aprendemos toda esta história e muito mais do que o nosso poder de síntese (leia-se falta de memória) poderia expressar aqui. Fica o principal aprendizado do orgulhoso rei do cangaço, “não se deve invadir cidades com mais de uma torre.”



Extraído do blog: Ana Biselli







CINEMA E CANGAÇO

Cangaceira com muito brio

No contexto do cangaço, Lídia é uma mulher que persiste na sua própria existência, mais do que em apenas sobreviver. Casada com o violento cangaceiro Zé Baiano, ela se apaixona por Bem-te-vi. Inspirada em história real, a traição misturada ao desamparo e à solidão da protagonista instigou a atriz e diretora cearense Iziane Mascarenhas a realizar o curta Querença. O filme estreou na última terça-feira 24, na mostra competitiva Foco, da 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que começou no dia 20.

“Interessa do feminino a necessidade de se expressar e de se revelar, de ter orgulho e coragem de ser. Sem falar que dentro do cangaço, é um tema que não foi muito explorado. A mulher sempre aparece acompanheirando algum homem”, comenta Mascarenhas. Desde O Céu de Iracema (2002) – também selecionado anteriormente pelo mesmo festival –, o feminino estava presente na obra de Iziane, que divide as atenções entre Ceará e o Rio de Janeiro. “A luta no cangaço é marcadamente masculina. Quando Maria Bonita s apaixona por Lampião, as mulheres já não estavam para servir, mas para construir parcerias”, argumenta a diretora.

Após Dona Carmela (2004), Iziane dedicou-se a projetos como atriz, como sua participação em A Pedra do Reino (2007), minissérie da TV Globo. Também escreveu dois roteiros para longa-metragem: O Brinquedo do Pai e A Coleção Invisível. Prestes a ser finalizado com direção de Bernard Attal, o segundo roteiro foi co-escrito em parceria com o baiano Sérgio Machado. Pensado em 2008, o projeto de Querença desembocou em um curta, mas desdobrou-se em roteiro de longa, temporariamente intitulado Lídia. “Estou procurando formas de viabilizar”, esclarece Iziane.

Querença foi completamente filmado em Quixeramobim, com apoio da prefeitura do município e com recursos do Edital Ceará de Cinema e Vídeo da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Costureiras, bordadeiras e outros artesãos de Quixeramobim participaram da confecção de roupas e objetos cênicos e 17 moradores da cidade foram convidados como personagens secundários.

O ator Lúcio Leonn interpreta o cangaceiro Coqueiro

Da trágica descoberta da traição, o filme procura desenvolver como a situação é administrada pela protagonista. “É o enfrentamento com o ser humano diante de seus limites. Lídia poderia ceder com a chantagem. Ela corre risco de vida. Gosto deste momento em que a vida desta mulher se depara com a possibilidade de dar o jeito que ela prefere”. A própria Mascarenhas interpreta Lídia, contracenando com os atores Tavinho Teixeira e Lázaro Machado. “Não me identifico com a personagem, mas admiro o exercício de uma ideologia, de ter o brio, palavra que minha avó usava”.

SERVIÇO
O que: 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Quando: até 28 de janeiro (Querença, de Iziane Mascarenhas será exibido amanhã, às 22h30)
Onde: Cine-Praça, Cine-Tenda e Centro Cultural Yves Alves, em Tiradentes
Info.: www.mostratiradentes.com.br


Matéria indicada pelo coroné Ângelo Osmiro

Eu repesquei do blog: Lampião Aceso
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Empresa terá de responder por naufrágio, diz Promotoria


Agências

O chefe da Promotoria da Toscana, Beniamino Deidda, disse ontem que o inquérito sobre o naufrágio do Costa Concordia se focará agora nos principais executivos da proprietária, a Costa Cruzeiros.
Em entrevista à imprensa italiana, Deidda citou “problemas e atos de irresponsabilidade na segurança” nas decisões tomadas pela empresa dona do navio.
O navio afundou em 13 de janeiro, perto da ilha de Giglio, num desastre que a empresa atribuiu a manobras “não autorizadas” do capitão Francesco Schettino.
Ontem, as equipes de resgate encontraram o corpo de uma mulher na embarcação, o que elevou para 16 o total de vítimas do naufrágio. Há 20 pessoas desaparecidas.
Schettino declarou à Justiça italiana que havia informado o chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros, Roberto Ferrarino, sobre a gravidade da situação após o acidente com o navio.
O capitão disse ainda que a empresa os encorajava a executar a manobra de aproximação da costa como forma de ação publicitária.
Deidda pede que sejam esclarecidas as razões do atraso na retirada dos passageiros do navio, após ter sido confirmado que a situação estava fora de controle.
Ele acredita que houve negligência da empresa e cita imagens de um membro da tripulação pedindo que as pessoas permanecessem nas cabines.

URL curta: 
http://correiodopovo-al.com.br/v3/?p=10218

“A vontade de Deus está sendo feita” declarou esposa de Chico Anysio sobre o estado de saúde do ator


Malga di Paula, esposa do humorista de Chico Anysio, está sempre usando o Twitter para dar notícias sobre o estado de saúde do marido. No último sábado (21) a empresária deixou claro que não gosta de ler mensagens negativas sobre a recuperação do marido.

A esposa do artista trocou mensagens com uma pessoa que lhe disse para aceitar a vontade de Deus caso esta for a hora da morte do ator. Malga respondeu à mensagem afirmando que sabe separar o apego da esperança e que acredita que será feita a vontade de Deus.

Em sua série de mensagens publicadas na rede social Malga disse “A vontade de Deus esta sendo feita. Não ha apego que seja maior que a vontade dele. Chico continua vivo e aqui porque Deus… Se Deus já quisesse ter levado o Chico, ele teria ido… Não estou apegada a nada… Meu poder não é maior que o poder divino. O que eu seu é que Deus me pôs ao lado do Chico para que eu tenha fé e esperança… E nada vai tirar isso de mim… Como você mesma diz “eu sou inteligente” e sei distinguir o que é desapego do que é esperança. Todas as pessoas do mundo… Estou aqui para TUDO o que vc precisar… Conte comigo porque eu te amo. Isso é o que mais digo ao Chico. Sempre, sempre…”

De acordo com o portal Terra Chico Anysio está internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro, há um mês. Recentemente, o humorista teve um bom desempenho na primeira sessão de diálise, mas ainda está inconsciente e respirando com a ajuda de aparelhos.

Diferente da esposa que demonstra ter fé, Chico Anysio declarou publicamente não crer em Deus após a morte do filho de Cissa Guimarães em um acidente automobilístico.

Fonte:
http://noticias.gospelmais.com.br/vontade-deus-esta-sendo-feita-declarou-esposa-chico-anysio-29692.html



Links dos artigos que você não os leu

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2012/01/eduardo-coutinho-ouve-e-grava-o-canto.html 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2012/01/o-auto-da-liberdade-parte-ii-20-de.html 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2012/01/gingas-do-brasil-maria-bonita-rainha-do_25.html
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TONNI LIMA

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Não deixe que coloquem seus sonhos na gaveta, abrace causas que imaginas perdida, inove, mesmo sozinho, aos poucos  reinvente, viva, nada começa grande, a não ser a maldade de alguns.
Essas sim, essas deixe-as na gaveta...
Tonni Lima
Blog: fraseS sbntendidaS

A MORTE DE LAMPIÃO

Por: Antonio Amaury C. Araujo

O sertão já havia perdido a esperança de que aquele fato um dia viesse a acontecer... Lampião é o Satanás, não morre nunca! Diziam uns. É um enfeitiçado, não tem bala que o acerte! Diziam outros...
Mas, um dia aconteceu. E foi o fim do cangaço.
Vejamos as belas páginas escritas por Antonio Amaury C. Araujo:
"Angico!
Esse é o momento culminante na história do cangaço. Todos aqueles que de uma forma ou de outra, participaram dos fatos que levaram ao combate viveram o momento que marcou o princípio do fim de uma forma de vida que subsistiu nos sertões nordestinos. Por mais de cem anos.
Por mais de um século?
Talvez, essa seja a pergunta cheia de surpresa do nosso leitor. Mais de um século sim, se levarmos em conta, as lutas do grupo familiar formado pelo Cabeleira, seu pai e outros que o acompanhavam. A morte de Lampião, em Angico, foi o dobre de finados do mundo dos cangaceiros. A agonia do cangaço começou nesse dia.
Nossos biografados, Sila e Zé Sereno, estiveram presentes e conseguiram sobreviver para contarem como foi a luta naquele amanhecer sangrento. Não só esse casal, outros que estavam também no coito de Angico, conseguiram escapar ao sinistro chamado da morte configurado materialmente nos disparos feitos por fuzis e metralhadoras. Criança e Dulce, Juriti e Maria além dos vários cabras que saíram dali com rapidez de veado baleado, são testemunhas incontestes do que ocorreu naquele distante amanhecer do dia 28 de julho de 1938.
E não são só os cangaceiros que têm o que contar. Os soldados da volante do tenente João Bezerra ( promovido a capitão nesse mesmo dia) também são uma imprescindível fonte de informações. Escrevemos um livro, "Assim morreu Lampião" que foi levado ao prelo em sua terceira edição pela Traço Editora e no qual damos todos os informes sobre tudo o que ocorreu naquele pedaço do sertão nordestino.
Aqui vamos narrar somente o que nos contaram Sila e Zé Sereno. Sobre o que sentiram, o que pensaram, o que fizeram, como agiram e o que sofreram. Isso tanto nos dias que precederam o combate como no dia em que se feriu o mesmo.
O palco onde se desenvolveu o sangrento reencontro está localizado a uns dois mil metros da margem do rio São Francisco, em terras da fazenda Angico. Esta fazenda, naqueles tempos de bandos de cangaceiros e de forças volantes, fazia parte do Município Ribeirinho de Porto da Folha. Sereno estava numa ascensão vertiginosa em sua carreira de cangaceiro e estava chefiando um grupo numeroso e aguerrido. Seu nome ganhava evidência dia a dia, quer nos meios cangaceiros quer dentre as forças volantes contra as quais lutava. Vamos transcrever aqui o que contou-nos Zé Sereno nas dezenas e dezenas de vezes em que conversamos com o mesmo. Nas visitas que lhe fazíamos em suas diversas moradias na cidade de São Paulo, bem como nas prolongadas internações no Hospital Municipal de São Paulo.
Sua companheira Sila, igualmente, em várias oportunidades narrou-nos como foi o tiroteio de Angico e de como conseguiu escapar da morte. Tem a lamentar com sentidas lágrimas a perda, nesse combate, de seu irmão Gumercindo que no cangaço ganhara o vulgo de Mergulhão.
Sereno contou-nos que recebera um recado de Lampião, trazido por um coiteiro de confiança, cujo nome era Eráclito, morador de uma das fazendas do coronel Antonio Caixeiro. O recado dizia onde deveriam encontrar-se e quando. Pouco depois de receber o recado, o grupo de Sereno seguiu para o local do encontro e chegaram na casa de dona Cândida a tardinha. Quando chegaram na fazenda, o pessoal de Lampião já se encontrava lá, um pouco distante da casa e descansando sob umas quixabeiras, que foi para onde Sereno e seus cabras se dirigiram incontinente.
Cumprimentaram-se rapidamente e depois todos seguiram para a grota do riacho onde armaram as tordas. Sereno perguntou a Lampião:
- Capitão, quem trouxe o senhor aqui?
O chefe mor dos cangaceiros respondeu:
Pedro de Cândida. Por quê?
Num tenho confiança im Pedro de Cândida.
Ao autor destas linhas, Zé Sereno confessou que não gostava daquele lugar e que tinha desconfiança do coiteiro. O filho de dona Cândida, que era popularmente conhecido como Pedro de Cândida, morava do outro lado do rio, exatamente em frente às terras da fazenda Angico. Dormiram essa noite com toda tranquilidade. Mal o dia 27 de julho amanheceu, e Zé Sereno já estava falando com Lampião que deviam deixar aquele lugar. Lampião recebera, a coisa de uns três dias, um sobrinho, José, filho de sua irmã Virtuosa e pediu a Sila que costurasse um uniforme de cangaceiro para o mesmo. O rapaz, nesse tempo, contava com 17 anos de idade. Foi incumbido o coiteiro de trazer uma máquina de costura. Sua mãe tinha uma dessas de mão (que eram comuns naquela época) e ele trouxe para o coito e Sila começou a fazer a roupa. Esse fato, aliás, veio novamente à tona ao conversarmos com Sila e chegamos a conclusão de que cai então por terra a tese de alguns de que Lampião queria abandonar o cangaço.
Se em verdade, esta era a idéia dos chefes dos cangaceiros ele não iria permitir que o seu sobrinho fosse investido como cangaceiro. Com roupas, armas e tudo o mais que transforma um sertanejo qualquer em um guerreiro das caatingas. Quando foi à tarde, o coiteiro Pedro de Cândida trouxe as compras em um jegue e disse:
- Capitão, as compra tão aqui. Vamu acertá as conta Qui eu quero saí.
Fizeram as contas e depois, quando Pedro ia saindo, ele passou por Sereno e perguntou:
- Quantos são?
Sereno respondeu:
Num interessa. Por que qué sabê?
As incumendas podi di num dá. – respondeu Pedro de Cândida desculpando-se.
Num interessa di sabê. – disse Sereno que não confiava e nem gostava desse coiteiro.
Depois que Pedro foi embora, o cangaceiro foi vistoriar as compras. Pegou uma garrafa de conhaque e viu, quase imperceptível um furinho no estanho que selava a rolha da garrafa. O furo deixado por uma agulha hipodérmica.
Zé Sereno levou a garrafa a Lampião e disse:
"Seo" Capitão, o sinhô é cego de uma vista mais cum a outra inxerga até dimais. Olha prá Qui. Mostrou o furo por onde tinham injetado o veneno.
É mesmo, disse Lampião, i o resto das incomenda?
Tá tudo invenenado, menos a cachaça qui Pedro sabia qui ia tê di prová, respondeu Zé Sereno e continuou:
É bom nóis sai daqui si não nóis vamu se cuberto di bala.
Amanhã cedo nóis sai, disse Lampião.
Sai é, nóis vai sair é cum bala, retrucou Sereno.
Ficou ali pelo acampamento, preocupado.
Maria Bonita teve uma discussão com Lampião e como ficou nervosa convidou Sila para irem sentar-se sobre umas pedras. Conversaram bastante tempo. A escuridão da noite as envolvia e somente se avistava os pontos vermelhos dos cigarros que as duas fumavam. Quando Maria queixou-se de Lampião, dizendo que o cego não morria e que ela, Maria, não tinha receio da força alagoana, a companheira de conversa respondeu:
- Eu não tenho medo da força de Sergipe, tenho até parentes lá, esses eu não temo.
Em dado momento, Sila viu luzes piscando à distância, acendendo e apagando e falou:
- Olha Maria, num é luz di palha? (lanterna)
Maria Bonita preocupada com seus pensamentos, respondeu que não era nada de mais, só vagalumes no mato. Já seriam mais de 21:00 h quando foram para as barracas dormir. Sila não falou nada para Zé Sereno que estava dormindo. Durante a noite, Sereno acordou com o barulho de um jumento que havia se assustado com os soldados que avançavam. Sonolento ficou prestando atenção para ouvir se os cachorros davam o alarme. Nenhum cachorro latiu. Tudo continuou em silêncio. Como não escutou mais nada, o cangaceiro tornou a recostar-se e dormiu, novamente. Lá pelas cinco horas, Zé Sereno acordou e foi rezar o Santo Ofício com o Rei do Cangaço, depois retornou e acordou seus cabras dizendo:
- Acorda e vamu tomá banho no poço.
Havia um "caldeirão" de água numa lage de pedra. Sereno desceu até onde estava Luís Pedro e disse-lhe:
Cumpadre se equipe.
Qui é isso, tá assombrado?, respondeu o outro.
Assombrado? Você vai vê daqui a pouco.
Luís Pedro começou a equipar-se e Sereno caminhou até onde Lampião estava calçando a alpercata do pé esquerdo e foi quando ouviram-se os primeiros tiros. Ao passar por Lampião, Sereno disse-lhe:
Num disse qui nóis brigava hoje?
Vamo brigá, respondeu e alto para os outros cabras: Oh, mininos, descem aí uns di voceis pro riacho.
Quando Zé Sereno percebeu já tinha tirado três pentes de bala de fuzil. Viu quando o tenente João Bezerra avançava em direção às barracas de seu grupo. Atirou. Ao ser baleado, o tenente caiu. O cangaceiro gritou:
- Perdeu a fama macaco fio da puta.
Olhou para trás e viu Lampião caído por terra, morto. No fuzil ainda tinha duas balas, uma na agulha e outra no pente. O dia estava clareando, mas ali na grota a fumaça dos tiros misturando-se com a neblina do dia mal permitia que visse alguns passos adiante.
Na cabeça Sereno trazia um chapéu de massa, semelhante aos usados pela polícia. Foi sua sorte. Sem poder subir pelos barrancos laterais ele foi adiantando-se pelo leito seco do riacho e, de repente, encontrou-se com os soldados do aspirante Ferreira que vinham em sentido contrário. Como se sabe, os trajes da polícia, quando em diligências pela caatinga, e o dos cangaceiros eram quase iguais, variavam, às vezes, só nos chapéus ou quepes. Sem outra saída usou de um estratagema, levantou o braço esquerdo e com a mão espalmada, gritou várias vezes:
É cumpanheiro, é cumpanheiro, num atiri qui é cumpanheiro.
Na mão direita levava o fuzil, foi avançando pelo meio da fumaça, da neblina e das sombras e passou pelos soldados. Viu um varedo de bode, no meio do xique-xique e da macambira, que descia pela ribanceira. Antes de descer pelo mesmo virou-se de súbito e deu os dois tiros de fuzil em direção aos soldados. Rapidamente sacou do parabellum e deu toda a carga nos policiais surpresos e correndo e saltando desceu pelo trilho. Foi assim que Zé Sereno conseguiu escapar do cerco e da morte certa.
Com sua companheira Sila aconteceu o seguinte. Ela ainda estava na barraca quando dos primeiros tiros, pegou os bornais e saiu. Ouviu o barulho das metralhadoras que mais pareciam latas cheias de pedra sendo sacudidas violentamente. Seu irmão Mergulhão estava atirando ali perto. Quando ele foi baleado mortalmente, ela pegou o fuzil dele e escondeu-se atrás de um pedra. Escutou os soldados que a chamavam:
Vem prá cá, vem aqui.
Nisso, Criança e Dulce passaram por ali e o cangaceiro chamou-a:
Cumadri Sila, Cumadre Sila.
Ela saiu de onde estava e seguiu o casal. Tinham andado somente alguns metros quando viram Candieiro atirando. Ao chegarem perto, ele foi atingido no braço direito, o fuzil caiu e Sila apanhou-o do chão e levou-o também. A mulher de Cajazeiras, Enedina, juntou-se ao grupo que fugia. Ia caminhando atrás de Sila quando uma bala atingiu-a no alto do frontal, o osso levantou-se e a massa encefálica foi atirada nas costas de Sila, ficando grudada em sua roupa. Depois que estavam distantes do lugar do tiroteio e o silêncio dizia que o mesmo terminara. Sila disse para Criança:
- Olha, eu acho que só escapou nóis. O resto deve ter morrido tudo.
Mais tarde, ouviram os disparos de um parabellum.
Criança falou:
Isso é bem cumpadre Sereno. Vamo até lá.
Realmente, Sereno disparara a carga do parabellum com a finalidade de avisar aos companheiros o ponto onde estava. Chegaram onde estava Sereno e, aos poucos, outros sobreviventes foram se agrupando. Alguns vinham feridos, como Candieiro e Balão que tiveram que ser tratados. Falavam dos que tinham visto cair mortos e contavam uns aos outros de como haviam escapado às garras da morte. Estavam todos aparvalhados, desorientados, com medo e sem saberem que atitude tomar agora que perderam o chefe. Zé Sereno foi quem primeiro se refez. Começou a tomar as providências e assumiu o comando."
(Texto transcrito da obra Sila e Zé Sereno/Antonio Amaury C. Araujo/Traço Editora).
Fonte: