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domingo, 2 de junho de 2013

E agora José? - O sobrinho de Lampião

Por Ivanildo Silveira
Rostand Medeiros, João de Sousa Lima, Neli Conceição Ivanildo Alves Silveira, Alcino Alves Costa e Juliana Ischiara

Muitos estudiosos do cangaço ignoram a existência de “José“, sobrinho de Lampião, e que estava na Grota do Angico/SE, no fatídico 28 de julho de 1938 (morte do Rei do cangaço).

Desculpem a má qualidade. Esse é o "melhor" aliás o único registro existente.

A literatura lampiônica fala que na quarta-feira, 27 data esta, que antecedeu o massacre, a pedido de Lampião, a cangaceira “Cila” costurava o culote para “José” que, três dias antes, se incorporara ao bando.

A cangaceira Sila - companheira do cangaceiro Zé Sereno

José Ferreira dos Santos era um rapazote com aproximadamente 17 anos de idade na época do fato, sendo filho de Virtuosa, irmã de Lampião, que vivia no Juazeiro do Norte/CE, desde o convite e proteção do padre Cicero.

Lampião segurando uma garrafa - talvez, cerveja

O Jornal "A Tarde" da Bahia, em sua edição de 02 de março de 1939, apresentou importante entrevista com a personagem  José, o qual narra para o repórter, a sua entrada no bando, bem como a sua prisão, que ocorreu na cidade sergipana de Canindé.

Esse indivíduo cumpriu sentença, e, depois, desapareceu. Sabe-se que, ainda, alguns anos depois, ele fez contato com alguns familiares. Visitou sua tia "Dona Mocinha" quando esta residia no estado de Pernambuco, e desapareceu no ôco do mundo. Não se sabe, se o mesmo, ainda hoje é vivo, pois estaria com precisos 91 anos de idade...

É mais um mistério do cangaço. Pergunta-se: JOSÉ, PARA ONDE?

Abraço a todos

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador/Estudioso do cangaço
Natal/RN

Matéria do jornal - Cortesia do Dr. Sérgio Augusto S. Dantas / Luiz Ruben

Publicado nos blogs:

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br
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O cangaceiro Jesuíno Brilhante


Jesuíno Brilhante, cronologicamente o primeiro, na nossa região, não foi um celerado qualquer, salteador e sanguinário como tantos. Não. Tinha os seus homens, o seu grupo, é certo; muito mais para se defender da polícia e dos seus numerosos inimigos, do que para a prática do assalto criminoso à propriedade alheia. 

Jesuíno Brilhante não roubava. Sensível ao sofrimento dos humildes, dos injustiçados e desprotegidos da própria sorte, se fez deles protetor. Dizem que assaltou comboios do governo em época de seca, distribuindo os gêneros com os flagelados. A sua história se acha contada pelo escritor conterrâneo Raimundo Nonato em “Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico”.

http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?tid=5699668056273456232&cmm=23048293&hl=pt-BR

Lembranças do Passado - 03 de Junho de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Quem vê hoje Mossoró agitada e violenta, não imagina como ela era no passado. Uma calma, bucólica e tranquila cidade onde o povo conversava nas calçadas, em rodas de amigos, vez por outra degustando um quente e saboroso cafezinho servido pelos anfitriões. Como registrou Raul Fernandes, “tesouravam a vida alheia, engrossavam mexericos, alardeavam boatos e criticavam políticos, horas a fio”. Vamos fazer uma viagem ao passado, vamos rever Mossoró nos primeiros anos do século XX, através das reminiscências de dois grandes da cultura local que foram os escritores Raul Fernandes e José Octávio. Vamos lembrar a Mossoró que eles conheceram.


Naquela época, o comércio já era movimentado, mas as mercadorias eram transportadas em carro de boi ou em lombos de muares, levando tudo o que o sertão comprava em mercadorias mais variadas e trazendo algodão, as peles e demais produtos regionais dos sertões cearenses e paraibanos.
               
Existiam grandes lojas comerciais, como: Casa Mota, Cavalcante Irmãos, Delfino Freire, Francisco Marcelino, a casa bancária S. Gurgel, Monte Primo, Camilo Figueiredo, a grande firma exportadora M. F. do Monte, além de dezenas de outros comerciantes que enchiam as então ruas do Comércio, Praça 6 de Janeiro, rua Gurgel e suas transversais.
               
Possuía o maior parque salineiro do País. Três firmas descaroçavam e prensavam algodão. Era centro comprador de peles, algodão e cera-de-carnaúba. Exportava pelo Porto de Areia Branca.
               
Circulavam jornais como “O Comércio de Mossoró”, onde o Cel. Bento Praxedes, Dr. Felipe Guerra e outros vultos proeminentes da terra publicavam as suas matérias. O jornal “O Mossoroense” já se destacava nas suas lutas políticas e se constituía numa verdadeira escola de jornalismo. Em suas páginas, os grandes da terra deixaram seus escritos. No campo artístico, existiam duas bandas de música que animavam os principais eventos da cidade, o Club Dramático, o Instituto 2 de julho (Clube Literário), o Democrático Club, escolas de piano, violino e música de banda. O folclore mantinha presente fatos distanciados que impressionavam a região. A canção Corujinha evocava o lendário e romântico cangaceiro Jesuíno Brilhante, dos idos de 1876. A música mais conhecida era a melodia Vassourinha, com letra adaptada à campanha política contra a oligarquia dos Maranhão. Havia poetas e literatos como Antônio Gomes, Vasconcelos, Tércio Rosado, maestros como Alpiniano e Canuto. Na arquitetura existia o grande artista do estuque, do cinzel e da pintura, o famoso Francisco Paulino, cujas obras de arquitetura desafiam os tempos como a Estátua da Liberdade de Mossoró, o Monumento da Independência, e os frontispícios de algumas igrejas e prédios.
               
O casario apresentava delicioso tom de colonial, nas palavras de Raul Fernandes. Haviam bicas imitando bocas de onça e jacaré que pendiam das cornijas. Jorravam águas pluviais nas calçadas, onde a meninada se banhava em larga recreação, gazeando aulas. Aos primeiros sinais de inverno, a população regozijava-se. Com certeza, haveria fartura próxima. Em compensação durante os longos períodos de seca, a cidade enchia-se de flagelados.
               
A energia elétrica alimentava várias indústrias nascentes. Em 1926 já havia uma agência do Banco do Brasil, que era o único estabelecimento de crédito da região.
               
Já no início dos anos 20, a cidade era ligada ao litoral por estrada de ferro que se estendia ao povoado de São Sebastião, atual município de Governador Dix-sept Rosado, na direção Oeste, percorrendo quarenta e dois quilômetros. Estradas e rodagens convergiam de vários recantos, sulcadas por caminhões que, aos poucos, substituíam as bestas de carga. Uma delas internava-se, cortando essa faixa, até os confins do Sertão da Paraíba.
               
Outros tempos aqueles. Mossoró é uma das cidades que mais cresce no Brasil. O sal, o petróleo e a fruticultura irrigada são os sustentáculos de sua economia. Segundo pesquisas da Fundação Getúlio Vargas e revista “Você S/A”, Mossoró está entre as 100 melhores cidades para trabalhar. Em 2004, por exemplo, a cidade saltou da 80ª colocação para a 20ª, superando Natal e Fortaleza. Mas é uma cidade que cultua sua história através de seus museus e dos grandes espetáculos encenados anualmente. E assim, passado e presente convivem em harmonia nessa cidade protegida por Santa Luzia, a Virgem da Eterna Claridade Visual.

Geraldo Maia do Nascimento

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Fonte:

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SBEC Promove XV Fórum do Cangaço !


10 a 13 de junho de 2013
Local Museu Histórico Lauro da Escóssia
Mossoró-RN

Cronograma de atividades

Dia 10/06/13 – Segunda-Feira

19h15min
Local: Salão nobre do Museu Histórico Lauro da Escóssia
Solenidade de abertura

20:00h
Conferência de abertura
Tema: Plantas medicinais dos sertões Nordestino
Conferencista: Prof. Dr. Larry Barbosa

21:00h
Programação cultural
Coquista: Concris

Dia 11/06/13 – Terça-feira
08:00h
Palestra:
Tema: A ilusão do cangaço
Palestrante: Aderbal Nogueira Simões
Representante do 3º presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, o Sr. Ângelo Osmiro Barreto

08h45min
Debate
Debatedor
Manoel Severo Barbosa
Moderador(a)
Geraldo Maia do Nascimento

Dia 12/06/13 – Quarta-feira
08:00h
Palestra:
Tema: O cangaço e a literatura popular:
Palestrante: Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira
2º presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do cangaço

08h45min
Debate
Debatedor
Josué Damasceno Pereira
Moderador(a)
Elizabeth Oliveira Amorim

Dia 13/06/13 – Quinta-feira
08:00h
Palestra:
Tema: 20 anos da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC
Palestrante: Paulo Medeiros Gastão
1ªº Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

08h:45m:
Debate:
Debatedores:
Antônio Vilela de Souza
Emanuel Pereira Braz
Moderador:
Lemuel Rodrigues da Silva

15:00h
Lançamento do livro: Religião e cangaço na cidade de Mossoró
Autor: Cláudio José Alves Viana
Fonte Editorial

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Qual teria sido o Jararaca? - 1, 2 ou 3?

Por: Cabo Francisco Carlos Jorge de Oliveira

Amigo Mendes,

Uma vez ouvi uma história contada por um cabra daí, das bandas do nordeste, isto é, do Cariri Velho de Baixo, e segundo este homem, o tal cangaceiro por alcunha Jararaca não fazia tanto jus ao apelido recebido, comparando-o ao comportamento super- agressivo e cruel da tal serpente peçonhenta.

Isto aconteceu em Sergipe, numa manhã ensolarada do mês de agosto, mais ou menos nove horas, quando se ouvia ao longe a cantiga dos cocões de um velho carro de bois, carregado de troncos de aroeira, que a passo lento vinha pela estrada estreita, subindo a longa rampa no sopé de uma serra. O aboio do carreiro que conduzindo seis juntas de bois, ecoava à léguas de distâncias, dentro daquele sertão bravio.

Bem adiante, quando o referido carro de bois alcançava o alto do espigão, o carreiro viu à sua frente, sentado sobre uma pedra, à sombra de uma barriguda, um homem negro, alto, cabelos de carapinha, cansado, faminto e com a roupa toda rasgada. Esse estava com um punhal atravessado no cinturão, desprovido de munição e segurava um fuzil que num gesto súbito, se levantou e acenou para o carreiro parar, aproximando-se então do carreiro, pediu-lhe água e comida.

Aproveitando a sombra da árvore, o carreiro deu um descanso aos bois, em seguida pegou uma patrona de couro e também uma cabaça repleta de água fresca, descendo do carretão, sentou-se ao lado do estranho, dando-lhe a porunga com água.

O cabra bebeu gorgolejando e derramando água pelo peito a fora, limpou a boca com a costa da mão, pegando uma cuia com um bocado de farinha e alguns nacos de jabá cozido. Alimentando-se com muita avidez, notava-se que o cabra era um cangaceiro, e estava foragido há dias em meio às caatingas do sertão, e era isto mesmo. Mas mesmo assim, o carreiro não demonstrou medo, nem fez perguntas ao estranho, que lhe pediu uma carona ao carreiro até mais adiante, e assim, durante a viagem, ele adormeceu, vindo a despertar-se assustado com o solavanco do atrito das rodas de madeira com as pedras do caminho. Isto já a algumas léguas de distância. Eles estavam perto de um riacho, dai o cabra pediu para o carreiro parar. Logo após ele apear, perguntou-lhe:

- O senhor é casado?
- Sim.
- E quantos filhos o senhor tem?
- Três.
- O senhor é dono de terras?
- Não. Sou empregado. 

Daí, o cabra tirou de dentro do cinto quatro patacas de ouro maciço e entregou ao velho carreiro dizendo-lhe:

- Isto, meu amigo, é um presente do cangaceiro Jararaca. Vá com Deus,  e que o meu Padim Ciço lhe proteja pelo caminho.

O carreiro agradeceu com um gesto de cabeça e partiu feliz, tangendo os bois pela longa estrada poeirenta.

Já o cangaceiro Jararaca embrenhou-se caatinga à dentro, rumo à uma fazenda por nome "Toca do Mocó", para se abastecer de munição e suprimentos, e se reagrupar com os demais cangaceiros, dispersados pelo confronto com a volante do tenente Zé Rufino.


Esta é mais uma das mil histórias do cabo Francisco Carlos Jorge de Oliveira.

Enviado pelo autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com