Por Volta Seca
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Por Volta Seca
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Por José Mendes Pereira
Por Antonio Correa Sobrinho
Em Capela/SE, a "Princesa dos Tabuleiros", zona da mata canavieira, terra do famoso empresário e jornalista Orlando Dantas.
visite a CASA DO LIVRO, situada no centro histórico e comercial da cidade, bem próximo ao local do extinto cinema onde Lampião e asseclas estiveram, no dia 25.11.1929, à cata do telegrafista Zozimo Lima, e da casa onde morou o empresário, advogado, senador e ministro do STF, José Luís Coelho e Campos.
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Por José Bezerra Lima Irmão
Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.
Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.
Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.
Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.
Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.
Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.
A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.
Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.
......................
Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.
Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.
Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.
Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),
Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.
A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.
As Revoltas Tenentistas.
Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...
Vejam aí as capas dos três livros:
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Por Redação Cariri Cangaço
Piranhas, a Lapinha do Sertão, sede do Cariri Cangaço 2022
Clerisvaldo B. Chagas, 2/3 de fevereiro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.653
Ainda é a
árvore mais famosa do Sertão. Típica e originária da caatinga, o juazeiro ficou
imortalizado nas músicas do Rei Luiz Gonzaga. Árvore elegante que pode atingir
15 metros de altura é famigerada pela sua resistência à seca, sua sombra e suas
propriedades medicinais. Seus galhos secos, caídos ao chão, podem surpreender o
desavisado com seus espinhos grandes, duríssimos, roliços e marrons
acinzentados. Produzem uma dor grossa e duradoura, fura sandália de borracha,
pé e tudo. O fruto do juazeiro é o joá, pequeno arredondado e doce, muito usado
pelos caprinos. As pessoas usam o fruto em pequena quantidade para evitar
problemas imediatos. Com eles pode se fazer doce e geleia. Da casca
do juazeiro se faz pasta dental e xampu. Nós o conhecemos de perto pois já
descansamos muito sobre à sombra dessa árvore, palitamos os dentes com seus
espinhos e higienizamos a boca com a raspagem do seu tronco.
O juazeiro
(Ziziphus joazeiro) tem proteção contra o fogo nas coivaras, ainda hoje
praticadas nos sertões. Ganha muito destaque natural na região de criatório e
nos musicais das páginas forrozeiras nordestinas. É cantado direta ou
indiretamente nas sagas romanescas de amor. Não é muito bom para se armar redes
nos seus galhos, mas bem varrido com garranchos, dá uma descansada boa danada
na esteira de pipiri ou de caboclo. Às vezes seus galhos próximos uns aos
outros, costumam soltar gemidos que parecem sobrenaturais quando entram em
atrito causado pelo balanço do vento. Suas raízes profundas quase sempre mantêm
o verde aceso quando os arredores se apresentam queimados pela canícula. É a
capacidade de absorver a água distante do subsolo.
É decantada sua resistência à estiagem, entretanto, muitas outras árvores também são famosas pela sombra tão cobiçada no verão, a exemplo da Quixabeira que em toda plenitude parece uma casa e são preferidas para longos descansos de viajantes a pé e de retirantes. Sua madeira possui propriedades medicinais muito usada contra pancadas e diabetes. O Sertão é uma universidade a céu aberto para quem tem coragem de estudar suas nuances. Sobre os seus frutos, a quixabeira produz as “quixabas”. Pequenas, esverdeadas no início e pretinhas depois, São adocicadas e leitosas; e assim como o joá, costumam fazer a festa dos caprinos. Bodes, cabritos e cabras costumam escalar tronco e galhos na luta pela sobrevivência. Ê Sertão!...
Por José Bezerra Lima Irmão
Puxe o tamborete e vamos conversar.
Me perguntaram
se houve festejos por ocasião da morte de Lampião.
Fiz um
levantamento dos episódios relatados pelos cronistas sobre esse aspecto e
apurei
o seguinte:
Dona Cyra de Brito, mulher do tenente João Bezerra, contou à revista Manchete e depois a Antônio Amaury que estava em casa em seu quarto, de resguardo (ela havia dado à luz naqueles dias), quando escutou um fuzuê lá fora – o barulho aumentava, subindo do rio, muitos gritos, uma confusão medonha, e ela notou aflita que a coisa estava entrando e sua casa: a porta do quarto abriu-se e João Bezerra entrou com os soldados segurando as cabeças ensanguentadas. Dona Cyra, apavorada, debruçou-se sobre o berço da filhinha recém-nascida, enquanto os soldados dançavam e cantavam “Mulher Rendeira”.
Aquele 28 de julho foi um dia de horror em Piranhas. Cada componente da volante tinha uma versão dos fatos. Como as promoções anunciadas dependiam do grau de participação na luta, estabeleceu-se uma disputa verbal entre eles, cada um invocando para si a glória de ser o autor da morte de Lampião. O aspirante Francisco Ferreira dizia que tinha sido ele quem matou Lampião com uma rajada de metralhadora. Porém o soldado Noratinho assegurava ter sido ele quem atirou na cabeça de Lampião. Por sua vez, o cabo Antônio Bertoldo jurava que quem atirou em Lampião foi ele.
Outra controvérsia foi travada pelos que se vangloriavam de ter decapitado Lampião e Maria Bonita. Porfiavam pela autoria da decapitação de Lampião o sargento Aniceto e os soldados José Panta de Godoy e Santo (Sebastião Vieira Sandes); e pela de Maria Bonita, o cabo Bertoldo e os soldados Cecílio, José Panta de Godoy, Noratinho e Antônio Jacó.
A autoria da morte de Luís Pedro era disputada entre o aspirante Francisco Ferreira e o soldado Antônio Jacó. Teve até briga por isso, e por pouco Antônio Jacó não foi assassinado na mesma semana em Piranhas, na casa do prefeito Correinha.
Quanto ao povo, a impressão era de dúvida, pois já tinha havido várias notícias falsas da morte de Lampião. Os matutos, céticos, comentavam: “Sei não, viu? O tenente João Bezerra matando seu amigo?”
No mesmo dia 28 chegaram a Piranhas levas e levas de moradores de Pedra, Pão de Açúcar, Canindé e Poço Redondo, todos curiosos com o acontecimento.
Não houve reconhecimento dos corpos – o termo de reconhecimento foi assinado pelo tenente-coronel José Lucena, que nunca tinha visto Lampião.
As cabeças ficaram em Piranhas até o dia 30. Começaram a apodrecer. Inchadas. Deformadas.
No transporte das cabeças para Maceió, o povo, já informado, se apinhava no caminho para se certificar se de fato era verdadeira a notícia. As notícias corriam mais que o caminhão. Estrada péssima. O caminhão parava a todo instante, pois todo mundo queria ver as cabeças. O cortejo lúgubre demorou-se em Olho d’Água do Casado, no Talhado, em Pedra.
As cabeças só chegaram a Santana do Ipanema ao anoitecer. Não consta que os moradores festejassem; consta que as cabeças foram recebidas com dobrados tocados pela banda de música, houve missa e o prefeito Pedro Gaia mandou soltar foguetes.
A viagem só foi retomada no dia 31. Por onde o caminhão passava, ia parando, de povoado em povoado e até em sítios.
Já era noite quando chegaram a Maceió. As pessoas lotavam as calçadas, espremiam-se nas janelas, trepavam nas árvores para ver o espetáculo macabro. O caminhão entrou pelo bairro do Bebedouro, passou pelo Bom Parto e pelo Cambona, desceu pela Avenida Fernandes Lima para a Praça dos Martírios, onde ficava o Palácio do Governo.
O interventor federal Osman Loureiro postou-se com outras autoridades na sacada do palácio. Quando a cabeça de Lampião foi suspensa pelos cabelos, para que todos vissem, um soldado gritou: “Viva o guveeerno!”. E a multidão sugestionada por aquele grito, entoou: “Viiivaaa!”
No percurso entre o Palácio e o necrotério da Santa Casa de Misericórdia, passando pela Rua Boa Vista, Praça Montepio dos Artistas e Praça do Quartel do Regimento, calcula- se que 10 mil pessoas se acotovelavam nas ruas e becos.
Até os nazarenos sentiram a morte de Lampião. Segundo João Gomes de Lira, ex- soldado nazareno, Euclides Flor chorou quando soube da morte do inimigo, e Manoel
Jurubeba
disse, consternado: “Morreu Lampião. Acabou-se a alegria do sertão”.
(Texto adaptado a partir do meu “Lampião – a Raposa das Caatingas” - Quem tiver interesse por este livro, por favor entre em contato comigo 719985-1664 ou peça ao professor Pereira através do seu e-mail: franpelima@bol.com.br
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Por Aderbal Nogueira
A subida da trilha pro Angico e a divisão da tropa. Quarta parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico.
Por Cangaçologia
Informação do
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Lembrando ao leitor, que este Zabelê não era o Antônio Marques da Silva, o cangaceiro Zabelê, que era tio do escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa. Não tenho a informação qual seria o seu nº. no cangaço, como sendo por exemplo: o I, II, III ou... ,mas o seu "sobrinho neto" Rangel Alves da Costa, arrisca em dizer que ele foi o último com este nome Zabelê, assim sendo, ele foi o 3º. cangaceiro com este apelido.
Mas deve existir nos arquivos de algum escritor, pesquisador ou cineasta mais informação sobre os cangaceiros Zabelês.
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Por:Rangel Alves da Costa
Nem posso
dizer que o texto que segue é fruto de construção literária, da minha verve
prosista, pois tudo, como se verá, é tão verdadeiro quanto o sangue que corre
pelas minhas veias, afluente que é do caudaloso rio familiar do cangaceiro
Zabelê e suas sete irmãs.
Manoel Marques
da Silva, mais tarde apelidado como Zabelê no bando de Lampião (Alguns afirmam
a existência de outro ou até outros Zabelês), era filho único de Antônio
Marques da Silva e Maria Madalena de Santana, a Mãe Véia. Suas irmãs, em número
de oito, eram Emeliana, Conceição, Osana, Isabel, Rosinha, Mãezinha, Mariquinha
e Cordélia.
Assim, meus bisavôs paternos Antônio Marques e Mãe Véia fizeram nascer numerosa prole, talvez pensando em formar descendência familiar forte num pequeno lugarejo lá pelas bandas mais esturricadas do sertão sergipano. Nessa época Poço Redondo fazia parte do município de Porto da Folha.
Pois bem. Nove filhos nasceram, porém sendo apenas um homem em meio a tantas
mulheres. E quando mais tarde o único herdeiro dos Marques - por circunstâncias
que somente a predisposição do momento, o modismo cangaceirista e o destino
podem explicar – resolve fazer parte do bando do Capitão Virgulino e deixa a
segurança do lar para viver as incertezas sangrentas das caatingas, os seus
pais passam a amargar a dor da ausência e os temores em ter dentro de casa seis
filhas para criar.
Ora, no sertão
é dito como certo que casa que tem filho homem marmanjo algum quer dar uma de
gavião para querer beliscar irmã dos outros. Se o menino Manoel Marques
estivesse em casa os pais das sete mocinhas não ficariam tão preocupados. O
perigo aumentava quando se sabia que as meninas da época eram apaixonadas pelos
cabras de Lampião e inexplicavelmente atraídas para a vida em perigo.
Mas o menino resolveu se unir a Lampião e seus comandados e não teve jeito mesmo. Já no bando, então batizado como Zabelê, nome de pássaro errante pelos sertões nordestinos, foi se afastando cada vez mais da família, com quase nenhuma notícia nem sinal de que voltaria um dia para molhar os olhos de todo mundo. A esperança do retorno, desesperançada...
Nesse desvão
de mundo, naquele mundão de meu Deus, onde a sorte morava ao lado morte,
sustentar família era um sacrifício. Se Manoel tivesse aqui era tudo muito
diferente, muito mais alegria, muito mais encorajamento pra gente viver essas
durezas dos homens e da terra, além de que certamente esses cabras não estavam
noite em dia em minha porta com enxerimento pras minhas meninas. Certamente era
isso que Mãe Véia murmurava enquanto batia o café no pilão ou ralava o milho
para o cuscuz.
Mãe Véia tinha
razão, pois por ali mais tarde foram aparecendo um tal de Ermerindo, um
citadino chamado Aloísio, um militar chamado Rios, sertanejos como Timbé e
Bastião e outros, cada um levando na mão uma flor do campo e roubando os
corações das filhas de Antônio Marques.
Mas o que fazer se Manoel não estava ali para olhar bem nos olhos desse magote enxerido, medir de cima a baixo, e dizer se prestava ou não? Mas o destino não anda na contramão. Zabelê estava vivendo sua vocação catingueira, enquanto suas irmãs Emeliana, Conceição, Isabel, Osana, Mãezinha, Rosinha, Cordélia e Mariquinha buscavam a formação de novos laços familiares.
Assim, como
disse acima, sou filho desse contexto, pois minha avó paterna, Emeliana
Marques, casou com um rapaz das bandas de Carira, de nome Ermerindo Alves
Costa, fazendo nascer dessa união também sete filhos, dentre eles o ex-prefeito
de Poço Redondo e escritor Alcino Alves Costa, meu pai.
Meu tio
passarinho, Zabelê com asa e bico e plumagem, depois que saiu de casa voou para
sempre. Nunca mais colocou os pés na morada para rever a família, nunca mais
mandou um recado dizendo que um dia voltaria, nunca mais pousou na mangueira do
quintal ao entardecer. Seu Antônio Marques e Mãe Véia morreram sem o prazer da
volta do filho homem.
Contudo, mesmo
sem visitar familiares nem adentrar novamente à velha casa para beber um copo d’água
sequer, Zabelê de vez em quando estava por perto, voando baixo na região de
Poço Redondo. Fazendo parte do bando do Capitão, assim que o homem se amoitava
pelas redondezas ele fazia parte da comitiva.
No dia 28 de
julho de 1938, quando na madrugada sertaneja a volante alagoana fez o cerco e
matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, na Gruta do Angico, terras
de Poço Redondo, Zabelê só se salvou por milagre. Junto com Pitombeira arribou
no meio do mundo. Contam que quando a saraivada de balas começou a riscar por
todo lugar, Zabelê passarinho voou bem alto, sumiu numa nuvem e se escondeu.
E parece que se escondeu tão bem escondido nessa nuvem que de lá ninguém mais o viu, principalmente a família. Até hoje as irmãs que ainda estão vivas, como minha avó Emeliana e minhas tias Cordélia, Mariquinha e Mãezinha, choram quando lembram ou ouvem falar do irmão passarinho.
Elas mesmas
avoaram muitas vezes por aí em busca do irmão. Há alguns anos, ainda quando
estavam com vigor físico que permitia que fizessem longas viagens, bastava que
ouvissem um rumor que o irmão poderia estar em algum lugar e lá iam elas em
caminhonete, cortando os caminhos quase sem destino. E assim voaram pelos
céus de Minas Gerais, Pernambuco e Bahia, dentre outros lugares, mas nada de
encontrar nem uma pena do passarinho. A única certeza é que ele voou pra bem
longe. E certamente hoje o meu tio faz ninho no céu.
Rangel Alves
da Costa
Poeta,
Cronista, Pesquisador e Escritor
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