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sábado, 10 de outubro de 2020

RECEBI ESTE PRESENTE NO DIA 06-09-2020..

 Por Kydelmir Dantas

Um presente pra lá de especial, recebi neste dia 06/09 pp. O livro biográfico sobre SIVUCA, ora sub-júdice. Um verdadeiro passeio pela história e a memória musical do Brasil, Portugal, França, USA e outros lugares onde o GÊNIO DA SANFONA foi reconhecido através de sua musicalidade. 

A autora - Flávia Barreto - foi de uma sensibilidade especial para com o roteiro humano e musical do biografado; desde Itabaiana (1930) até a capital paraibana (2016) ela mostrou a carreira musical triunfante de SEVERINO DIAS DE OLIVEIRA, o instrumentista, compositor, arranjador e... 

MAGNÍFICO SIVUCA, MAESTRO DA SANFONA. Afirmo que: "A proibição de uma obra deste quilate é um crime contra a memória e a história musical do Brasil e do Mundo. Quem gosta da música de qualidade não pode ser prejudicado por falta deste conhecimento." (Kydelmir Dantas, 10/10/2020).

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RANGEL EM CURRALINHO.

 Por Rangel Alves da Costa

Em Curralinho, na casa de Tonho, que já foi de Otaviano, que já foi... Que é herança do rio, que é retrato de outro sertão. Que já foi de um tempo de pujança ribeirinha, mas que continua sendo relíquia da arquitetura local, deslumbre em cada linha e cada traço, numa nobreza que nos faz reverenciar sua presença entre as distâncias matutas, ainda que o sopro do tempo vá levando consigo muito de sua anterior majestade. Aí defronte, aguardando somente a porta ser aberta. E ela será, pois moradia de um povo bondoso e hospitaleiro, sempre permitindo que eu adentre para dialogar com as paredes, os corredores, as velhices encantadoras, com os velhos baús escondidos, com as memórias e as histórias.

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POÇO DO TAMANDUÁ

 Por Aderbal Nogueira

Acredito que na madrugada de 28 de julho de 1938 o Poço do Tamanduá estava mais ou menos assim, como nessa foto de 2012. O Poço fica entre 70 e 80 metros da grande pedra onde está a cruz, em Angico, não mais do que isso.

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DESAPEGO

 Por Dilma / Poetisa


A ordem natural da vida

É sábio saber aceitar

Tudo o que foi construído

Em vida desapegar.

Tudo ficou para trás

A casa, móveis, retratos

Ar condicionado, chuveiro

Panelas e todos os pratos.

Apenas em poucas malas

Levou o essencial

Com o coração suave

Isso foi fundamental.

Viver o tempo que resta

Na companhia e carinho

Carregando só o salário

Foi viver no novo ninho.

Dilma Nogueira

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SEM MEDO

Por Dilma / Poetisa


A vida é um grande aprendizado

Sem obedecer tempo e idade

Não tenha orgulho nem vaidade

Deixando a ganância de lado

Quem já sofreu um bocado

Tem muita coragem na mente

Vai seguindo sempre em frente

Enfrentando toda labuta

Não teme o calor da luta

É feliz eternamente.

Dilma Nogueira

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FRANCISCO FERREIRA DE MELLO

Por Beto Rueda

Nascido no município de Quebrangulo - AL. em 1906. Filho de José Ferreira de Mello e Leonor Ferreira de Mello. Morou em Água Branca, Penedo, Maceió e Pilar, todas cidades no Estado de Alagoas.

Ingressou ainda muito novo na Polícia Militar, prestou serviço por 13 anos, 4 meses e 25 dias, chegando ao posto de Coronel.

Era aspirante em Angico, Sergipe, coito de Lampião, na tropa comandada pelo tenente João Bezerra, juntamente com o sargento Aniceto Rodrigues e mais 45 homens. Chefiou o pelotão tomando posição na trincheira do Riacho Ouro Fino. Foi o primeiro militar a romper o fogo, ficando próximo aos cangaceiros.

Após a campanha, foi condecorado e promovido por ato de bravura.

Faleceu aos sessenta e um anos, de "causas naturais", na cidade de Pilar, próxima a Maceió - AL., em 11/04/1967.

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, Aglae Lima de. Lampião Cangaço e Nordeste. Rio de Janeiro: Editora O Cruzeiro, 1970. p. 398.

CHAGAS, Clerisvaldo B; FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió: GrafMarques, 2012. p.54-56.

ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Assim Morreu Lampião. São Paulo: Editora Traço, 2013.p.178.

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PARLAMENTARES TENTARAM INCLUIR COMBATE A LAMPIÃO NA CONSTITUIÇÃO DE 1934

Reportagem: Ricardo Westin, da Agência Senado - Colaboração: Celso Cavalcanti, da Rádio Senado - Pesquisa: Arquivo do Senado - Publicado em 2/7/2018

Ao longo das décadas de 1920 e 1930, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, espalhou o terror pelo Nordeste. Com seu bando, percorreu o sertão atacando vilas, matando inocentes, saqueando mercearias, achacando fazendeiros, roubando gado, trocando tiros com a polícia, marcando a pele de inimigos com ferro em brasa.

A carreira do criminoso brasileiro mais célebre de todos os tempos chegou ao fim há 80 anos. Descoberto numa fazenda em Sergipe, Lampião foi executado pela polícia a tiros de metralhadora, ao lado de outros dez cangaceiros, incluindo Maria Bonita, sua companheira. Até o New York Times deu a notícia, no histórico 28 de julho de 1938.


Jornal A Noite noticia morte de Lampião em julho de 1938 e publica fotos do cangaceiro, de uma vítima do bando marcada com ferro em brasa e do comandante da ação policial, tenente João Bezerra (imagem: Biblioteca Nacional)

Os senadores e os deputados da época olhavam o cangaço com preocupação. Documentos guardados nos Arquivos do Senado e da Câmara mostram que os parlamentares trataram do tema na tribuna em inúmeras ocasiões. Em 1926, o senador Pires Rebello (PI) discursou:

— Quem vive nesta capital da República [Rio de Janeiro], poderá achar que o governo tem feito a felicidade completa dos brasileiros. Ofuscados pelos brilhos da luz elétrica, é natural que os cariocas não saibam que naquele vasto interior existem populações aquadrilhadas fora da lei que zombam da Justiça e ridicularizam governos.

Muitos cangaceiros haviam assustado o Nordeste antes de Lampião, como Cabeleira, Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino e Sinhô Pereira, mas nenhum foi tão temido quanto o rei dio cangaço. As investidas de Lampião eram tão brutais que, na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, deputados nordestinos — a Assembleia não teve senadores — redigiram pelo menos cinco propostas para que a nova Constituição previsse o combate ao cangaço como obrigação do governo federal.

A repressão cabia às volantes, batalhões itinerantes das polícias dos estados. O que parte dos constituintes desejava era que o Exército reforçasse a ação das volantes. O deputado Negreiros Falcão (BA) afirmou:

— Os Lampiões continuam matando, roubando, depredando, desvirginando crianças e moças e ferreteando-lhes o rosto e as partes pudentas sem que a União tome a menor providência. Os estados por si sós, desajudados do valioso auxílio federal, jamais resolverão o problema.


Com seu bando de cangaceiros, Lampião aterrorizou o sertão nas décadas de 1920 e 1930 (foto: Biblioteca Nacional)

O deputado Teixeira Leite (PE) lembrou que os governos estaduais eram carentes de verbas, armas e policiais:

— A força policial persegue os bandoleiros, prende-os quando pode e mata-os quando não morre. Hostilizados de todos os lados, recolhem-se à caatinga e se tem a impressão de que o bando se extinguiu. Mera ilusão. O vírus entrou apenas num período de latência. Cessada a perseguição, os facínoras repontam mais violentos e sequiosos de sangue e dinheiro, apavorando os sertanejos e a polícia.

Leite explicou por que seria diferente com o Exército em campo:

— Que bando se atreveria a aproximar-se de uma zona onde estacionassem tropas do Exército, com armas modernas, transportes rápidos e aparelhos eficientes de comunicação? Para provar que apenas as forças e a intervenção do governo nacional poderão extirpar esse banditismo, basta citar que faz mais de dez anos que Lampião tranquilamente impera na região limítrofe de cinco estados do Brasil.


Outra vantagem das tropas federais era que podiam transitar de um estado a outro. As polícias estaduais não tinham tal liberdade — e os cangaceiros tiravam proveito disso. Uma vez encurralados em Alagoas, por exemplo, os bandidos escapavam para Sergipe, Bahia ou Pernambuco, estados nos quais as volantes alagoanas não podiam atuar.

Nenhuma das propostas que davam responsabilidade ao governo federal vingou, e a Constituição de 1934 entrou em vigor sem citar o cangaço.

— Na nova Constituição, vamos invocar o nome de Deus. Vamos também constitucionalizar Lampião? — ironizou o deputado Antônio Covello (SP).

O deputado Carlos Reis (MA) concordou:

— Se no Brasil temos por toda parte bandoleiros como Antônio Silvino e Lampião, nos Estados Unidos existem os gangsters e não me consta que na Constituição norte-americana haja qualquer medida de repressão ao banditismo ali organizado com esse caráter.

Para o deputado Francisco Rocha (BA), o cangaço exigia “remédio social”, e não “remédio policial”:

— As causas do cangaceirismo são a falta de educação, estrada e justiça e a organização latifundiária preservando quase intactas as antigas sesmarias coloniais, para não mencionar a estúpida ação policial dos governos.


Governo da Bahia espalhou cartazes oferecendo recompensa a quem capturasse Lampião (imagem: reprodução)

Segundo o jornalista Moacir Assunção, autor do livro Os Homens que Mataram o Facínora, sobre os inimigos de Lampião, o cangaço surgiu na Colônia, provocado pelo isolamento da região:

— O sertão ficava separado do litoral e mantinha uma ligação muito tênue com Lisboa e, depois, com o Rio. O que prevalecia não era a justiça pública, mas a justiça privada. Era com sangue que o sertanejo vingava as ofensas. Muitos aderiram ao cangaço em razão de brigas de família ou abusos das autoridades. Uma vez cangaceiros, executavam a vingança contando com a proteção e a ajuda do bando.

Lampião entrou no cangaço após a morte de seu pai pela polícia, em 1921.

— O cangaceiro não era herói. Era bandido mesmo — esclarece Assunção. — A aura de herói tem a ver com um atributo valorizado pelo sertanejo do passado: a valentia. O cangaceiro enfrentava a polícia sem medo, de peito aberto. Isso era heroísmo.

Em 1935, com a nova Constituição já em vigor, o senador Pacheco de Oliveira (BA) apresentou um projeto de lei que destinaria 1,2 mil contos de réis aos estados nordestinos para repressão ao cangaço. O dinheiro sairia do orçamento da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas, responsável pela abertura de açudes, poços e estradas no sertão.

A grande preocupação de Oliveira eram os criminosos que atacavam os trabalhadores e atrasavam as obras:

— Não há muito, um engenheiro avisou sobre o risco que corria seu pessoal. Como não lhe chegassem recursos, lançou mão do único expediente que lhe era praticável: armou os trabalhadores.

Os cangaceiros matavam os operários por terem ciência de que a chegada do progresso ao sertão colocaria em risco o futuro das quadrilhas nômades.

O historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro Quem Foi Lampião, diz que havia motivos não confessos para que o governo federal e os estados pouco fizessem para acabar com o rei do cangaço de uma vez por todas:

— Lampião vivia fora da lei, mas mantinha um excelente relacionamento com os poderosos. Era protegido por coronéis e políticos. O governador de Sergipe, Eronildes Ferreira de Carvalho, tinha amizade com Lampião e lhe fornecia armamento e munição.

O poder público chegou a se aliar oficialmente aos cangaceiros. Em 1926, o bando de Lampião foi contratado para combater a Coluna Prestes no Nordeste. Comandado por Luís Carlos Prestes, o movimento foi uma marcha político-militar que percorreu o país enfrentando o governo e mobilizando a população contra a opressão política da República Velha.

A boa vida de Lampião acabou quando Getúlio Vargas deu o golpe de 1937 e instaurou o Estado Novo. Uma das bandeiras da ditadura era a modernização do país. Nesse novo Brasil, que deixaria de ser agrário para se tornar urbano e industrial, o cangaço era uma mancha anacrônica a ser apagada com urgência.


Getúlio Vargas e sua política modernizante foram decisivos para o fim do cangaço (foto: CPDOC/FGV)

A gota d’água foi um documentário mudo que revelou ao país a rotina do bando de Lampião na caatinga. O que se via eram cangaceiros despreocupados, alegres, bem vestidos e com joias. Nem pareciam fugitivos. Sentindo-se afrontado, Vargas ordenou aos governadores do Nordeste que parassem de fazer vista grossa e aniquilassem o rei do cangaço.


Assim se fez. Lampião e seus subordinados foram mortos e decapitados em 1938, e o governo expôs as cabeças em cidades do Nordeste. Bandidos de outros grupos correram para se entregar, de olho na anistia prometida a quem delatasse companheiros.

Corisco, o último pupilo de Lampião, foi morto em 1940, e o cangaço enfim se tornou passado.

Sem perspectivas no Nordeste, muitos dos ex-cangaceiros migraram para o Rio e São Paulo. Policiais que atuavam nas volantes perderam o emprego e engrossaram o êxodo nordestino.


Corisco o último dos cangaceiros foi morto pela polícia em 1940. (foto: reprodução)
Senado Notícias.

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ZÉ RUFINO EM FARDA DA PM DA BAHIA / CRÉDITO DA FOTO RICARDO NASCIMENTO

Cangaço na Bahia

Postado por Adelsomota.

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GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO

 Página do pesquisador Zé do Telhado

Cristiano Ferraz

co-autor do Livro AS CRUZES DO CANGAÇO. Juntamente com o historiador e escritor Leonardo Gominho. Ambos de Floresta em Pernambuco, Terra dos maiores combatentes de Lampião, entrevistados por

Manoel Severo Barbosa

Curador do Cariri Cangaço.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/

Foi ontem, gente! Às 20h - Grande escritor. 

Assistam ao vídeo e depois comentem com os amigos cangaceirólogos o que eles falaram ou o que deixaram de falar. Excelente encontro de pessoas que conhecem bem o cangaço de modo geral.

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MANUEL MARCELINO - O BOM DE VERAS V

Por Antonio Morais 

Bom de Veras era um cabra disposto, inteligente e matreiro - disse Taveira. Era homem que se aconselhava ao Capitão Virgulino Ferreira na astucia e nos planos estratégicos de ação do grupo. Por isto estava se tornando uma ameaça a Lampião como chefe-supremo do famigerado e temível agrupamento de cangaceiros. Por esta razão, se separaram. A decisão foi do próprio Virgulino, tomada em Poço Cercado.

Corria o ano de 1926. Bom de veras rumava tranquino com destino a Caririzinho. Com ele os manos João Vinte e Dois e Lua Branca e mais quanto a cinco companheiros. Era chegado o momento da vingança ao seu mais odiado inimigo: Ioiô Peixoto. Na sua chegada ao distrito de Caririzinho, matou Zé Pretinho, que levava carta de Nicanô Peixoto ao seu parente Ioiô, avisando da vinda de Bom de veras. Mandou que o Zé Pretinho corresse e atirou pelas costas. Um irmão, um filho, e o genro de Ioiô foram, neste mesmo dia, vitimas da sanha criminosa do perigoso grupo.

Chegaram, finalmente, à rua, Ioiô não se encontrava em casa. Tinha ido ao bebedouro de gado, em cujo local foi travado o seguinte dialogo, após a resolução de Bom de Veras de que iria, como realmente fez, sozinho, fazer o serviço.

Levanta, cabra velho safado. Não diz que é valente...que briga...que tem autoridade? Não diz que os Marcelino são uns cagões? Eu sei que você não é capaz de fazer isso, Manuel. Você não é capaz de matar-me...toda vida fomos amigos...Conversa, velho safado e frouxo... Trés tiros de rifle puseram termo ao dialogo fatal. Contorcendo-se e se esvaindo em sangue, com três balaços na testa, Ioiô Peixoto tombou sobre as raízes de frondosa baraúna, em cujo tronco ainda hoje existe, solitária e esquia uma enorme cruz.

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