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sábado, 15 de novembro de 2014

O mais novo livro sobre o cangaceiro Jararaca


Autor: Marcílio Lima Falcão
Adquira logo este através deste e-mail:
limafalcao34@gmail.com
Valor: R$ 35,00 (incluso a postagem)
Banco do Brasil
Agência: 3966-7
CC – 5929-3
Marcílio Lima Falcão

Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP).
Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

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AS CORES DO CANGAÇO CANGACEIROS ZÉ SERENO E AZULÃO II

O cangaceiro Zé Sereno e seu amigo Azulão II

Este foi o início do trabalho na colorização pelo profissional Rubens Antonio.

O cangaceiro Zé Sereno e seu amigo Azulão II

Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio,   Salvador no Estado da Bahia.

Fonte: facebook

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Viajando no tempo: O Baile Perfumado.

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Como em um passe de mágica ali estava eu em plena mata, na caatinga cheia de espinhos, com o vento tangendo os passarinhos e fazendo suas pequenas asas esvoaçarem-se graciosamente em um bailado doce e suave, amostrando-se umas pra outras e tinindo seus cantos em contra partida com o silvo dele. Aprumei minha oiças e escutei ao longe um canto de vozes humanas misturadas com sons de zabumba e ferro, acompanhadas por acordes de sanfona.


Mirei pr'onde deveria ir e olhando para meus pés, os vi calçados com alpercatas de couro sem verniz e me assustei pois a poucos instantes estava calçado com um tênis branco e fazia caminhada pela Orla da Prainha da cidade de Propriá às margens do Velho Chico, o rio da redenção do nordeste. Mais uma vez tinha viajando em meus pensamentos e relaxei.


Caminhando velozmente, mas sem medo agora, parti com ímpeto para ver de perto aquilo que estava imaginando: Deve ser uma festa.

Ao local chegando, encontrei-o varrido provavelmente com uma vassoura de piaçava, pois essa encontrava-se encostada em um pé de umburana e o chão como se tivesse sido encerado com carnaúba. Vários homens e mulheres vestidos com roupas que identifiquei rapidamente, eram cangaceiros.



O chão escorregando muito, fazia que ajudasse aquelas alegres e despreocupadas pessoas dançarem ao som tirado por um grupo de pessoas com indumentárias totalmente diferentes, e de rosto sérios como se medo estivessem daquela situação inusitada. Um deles cantando um xote que pude gravar bem sua letra que dizia...

Pra dançar eu mais tu,
roçando queixo com queixo,
se botando remelexo,
escorregando mais de um.


O ambiente era cheiroso como se tivessem derramado no chão, um perfume de hibiscos e pra melhorar a questão, caia como que um chuvisco, das folhas de um juazeiro frondoso uma suave neblina, refrescando aquela tardinha. Vi com esses olhos da imaginação, todo o carinho, de uma cabocla do sertão, abraçando seu homem, que não era outro, senão Lampião.


O baile estava perfumado, todo mundo agarrado, rodopiando pelo chão, e as belas cangaceiras, todas elas faceiras, riam e cantavam, pra Maria e Lampião.


Naquela festa na caatinga do sertão seco e espinhento, os cabras tocados, embriagados de perfume e pinga da boa, levantavam suas mãos, gritavam vivas, ao famoso capitão, seu líder Lampião.


É lampa, é Lampião!
É lampa, é Lampião!
Seu nome é Vigulino,
apelido Lampião!

Lampião, tocou também o oito baixos, esquentando a diversão, Maria dançava solta no salão, não teve homem que se atrevesse, lhe puxar pela mão, era a Maria do Capitão.

Maria dançava, toda faceira e Lampião, a sanfona botou no chão, pra dançar com ela, rodopiando e abraçando, Maria Bonita do sertão, a mais linda do Capitão.


Queria eu ficar naquela final de tardinha, olhando e vendo a inocência, a criança de cada fera daquelas, rodopiarem mais ao som do xaxado e baião onde flutuavam notas musicais tocadas com maestria por aqueles homens sisudos.

Até hoje o baile é falado, em filmes, literaturas de cordel e sendo passado de pai pra filho, registrando e gravado o que  se passou, naquele baile perfumado, onde xaxou o Capitão, e onde até hoje se ouvem os gritos cantados...


É lampa, é Lampião!
É lampa, é Lampião!
Seu nome é Vigulino,
Apelido Lampião!


Extraído do blog do pesquisador do cangaço  Raul Meneleu Mascarenhas

http://meneleu.blogspot.com.br/2014/11/viajando-no-tempo-o-baile-perfumado.html
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UM MERGULHO NA HISTÓRIA: JANUÁRIO, PAI DE LUIZ GONZAGA E SEUS OITO BAIXOS

Januário e Santana tocando para os filhos dançarem

Esse texto está disponível num site inteiramente dedicado à sanfona de oito baixos.

Pouco sabemos a respeito de Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga e “vovô do baião”. José Januário dos Santos nasceu em Floresta, sertão de Pernambuco, no dia 25 de setembro de 1888, ano da Abolição da Escravatura. Alguns dizem que Januário não teria nascido em Floresta, mas em algum outro município dos arredores. Também não se sabe, ao certo, em que ano Januário chegou à Fazenda Araripe, nas terras pertences ao Coronel Manuel Aires de Alencar, filho de Gauder Maximiliano Alencar de Araripe, o Barão de Exu. Pelo que conta a história oral, esta palavra homônima do orixá africano, é uma corruptela de Ansú (?), grupo indígena que habitava a Serra do Araripe. Daí o nome daquele latifúndio pertencente ao Barão ter sido posteriormente batizado de Exu.

Januário trabalhava como agricultor e na confecção de couro. Não se sabe como Januário teria aprendido a tocar e afinar sanfona de oito baixos.

Teria sido sozinho, isolado no sertão pernambucano? Alguns dizem que ele teria conhecido um mascate judeu na Chapada do Araripe.*


Nas recordações de infância de Luiz Gonzaga, seu pai aparece como um sanfoneiro respeitado das redondezas. De forma mítica, Januário é apontado como o pioneiro da sanfona nordestina. Com certeza, haviam outros sanfoneiros, com seus solos de sanfona que talvez tenham sido levados para sempre no vento que sopra nas catingas, a espera de que alguma fotografia ou lembrança familiar seja encontrada para que a história possa ser reescrita. Se sabemos algo mais sobre Januário, isso se deve à Luiz Gonzaga. Graças às letras e narrativas de Gonzaga, conhecemos tão bem certos personagens e detalhes daquela região que muito provavelmente estariam esquecidos, ou, ao menos, escondidos por trás da espessa mato do cerrado.

A atuação profissional de Januário no contexto fonográfico foi errática, tendo ocorrido em 1955, na gravadora RCA-Victor, quando gravou dois discos de 78 rotações, acompanhado de sua prole. No selo dos discos, o velho sanfoneiro era apresentado como “Januário, seus filhos e sua sanfona de oito baixos”. Nestas gravações, podemos ouvir a “sanfona abençoada”, tal como se refere Luiz Gonzaga no xote “Januário vai tocar”. A letra autobiográfica, discursa sobre o papel social do sanfoneiro nos bailes interioranos e reforça a relação deste instrumento com o passado rural e as populações menos favorecidas economicamente: “a cidade te acha ruim, mas eu não acho".

Ai, ai, sanfona de oito baixos,
Do tempo que eu tocava na beira do riacho.
Ai, ai, sanfona de oito baixos,
A cidade te acha ruim, mas eu não acho

Lá na Taboca, no Baixio, lá no Granito,
Quando um cabra dá o grito: - Januário vai tocar!
Acaba feira, acaba jogo, acaba tudo,
Zé Carvalho Carrancudo tira a cota pra dançar.

Outra música gravada por Januário é o solo instrumental “Calango do Irineu”, que pode nos revelar um pouco da técnica e do estilo pessoal de Januário. Neste baião, está presente a 7a menor da escala maior, tão característica da música trazida por Luiz Gonzaga. Também estão as 3as paralelas e consecutivas, segundo o maestro Guerra-Peixe, uma reminiscência do gymel, uma técnica de harmonização medieval surgida na Inglaterra tão presente na música brasileira. Acima de tudo, nesta música encontramos aquele “tempero” que torna peculiar o estilo nordestino de tocar sanfona, que é facilmente perceptível ao primeiro toque, embora difícil de ser descrito em palavras.

Alguns anos antes, em 1950, Januário seria apresentado ao grande público, através do disco e do rádio, por seu filho, Luiz Gonzaga e o parceiro Humberto Teixeira, com o xote “Respeita Januário”. Numa narrativa metalingüística, Gonzaga descreve seu deslocamento de Exu, foragido de uma briga, da qual foi ameaçado de morte, e a longa epopéia que culmina com o retorno ao berço natal, já consagrado como Rei do Baião no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Escrito com tinturas épicas de uma saga nordestina, o relato de Gonzaga tornou-se maior e mais real do que a história literal, onde personagens ganham vida em diálogos que teriam sido inventados, mas que acabaram tomando vida própria e se eternizando de forma mítica na imaginação popular. Muito provavelmente, pela primeira vez, na história da canção popular urbana, se versava sobre a sanfona de oito baixos e o papel social do sanfoneiro no sertão nordestino. Outro aspecto salientado pela letra desta canção é a relação de constante recusa e desafio entre pai e filho que permeia a transmissão da herança cultural, que não é ensinada, mas é aprendida.

No ano de 1952, Luiz Gonzaga reuniu seu pai e seus irmãos, formando o conjunto “Os Sete Gonzagas”, que realizou apresentações inesquecíveis nas rádios Tupi, Tamoio e Nacional. Por sorte, estas gravações foram registradas em áudio, e podemos ouvir as performance de Januário ao vivo.

No entanto, Januário poderia ser aquele personagem da letra de Gilberto Gil para a melodia “Lamento Sertanejo” de Dominguinhos. Avesso à cidade grande, “por ser de lá do sertão, lá do roçado, lá do interior do mato, da catinga e do roçado”. Januário não se adaptou ao sitio dos Gonzaga em Santa Cruz da Serra, no Rio de Janeiro. Preferiu voltar a Serra do Araripe, entre a catinga e o roçado, na lavoura, tocando sanfona de oito baixos na beira do riacho.

No entanto, a despeito de sua atuação profissional em música ter sido tão breve e fugaz, sua herança foi transmitida através dos filhos; Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino Januário e Chiquinha Gonzaga. Através deles, a música do velho Januário foi ressignificada ao contexto fonográfico, se entranhando na alma nordestina, como se fizesse parte da paisagem sertaneja, traduzindo em contornos melódicos a poética do sertão. 


Januário veio a falecer aos 90 anos, em 11 de junho de 1978, em Exu. Salve Januário, pai de Luiz Gonzaga e pioneiro da sanfona de oito baixos na região Nordeste.

* A respeito dessa pergunta do autor LÉO RUGERO eu gostaria de informar que no final do século XIX o sanfoneiro IRINEU ARAÚJO  pai de Edmundo, João, Nelson e Mário Araújo já difundia o fole de oito baixos na região de Quixeramobim-CE, tocando inclusive polcas e xotes que apareceram posteriormente no repertório dos filhos de Januário. Logo se vê que Januário, sendo um sanfoneiro respeitado e afinador, pode haver criado uma escola, mas não foi exatamente o pioneiro no manuseio desse instrumento aqui no Nordeste brasileiro. Quando Januário passou a se interessar pelo instrumento com certeza já havia outros sanfoneiros em atividade no interior de Pernambuco e no Cariri cearense, pois a ligação de Januário e seus filhos com o Crato era muito forte.

Fonte: Blog acorda cordel

http://www.diassislira.com.br/2012/12/um-mergulho-na-historia-januario-e-seus.html

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LUIZ GONZAGA E O VOVÔ DO BAIÃO


Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em Exú, no Estado de Pernambuco. Luiz Gonzaga mesmo sem ser prefeito ou outro cargo qualquer na política brasileira, ele fez tudo pela sua terra natal Exú, construiu estradas, pontes e outras mais... Luiz tinha interesse de ver a sua  pequena terra desenvolvida. Luiz Gonzaga era pai do cantor Gonzaguinha.


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A FUGA DE VICENTE VENÂNCIO DO GRUPO DE LAMPIÃO - PARTE I

Por Antonio Morais

Ainda madrugada, frio intenso na cidade de Jardim, no cariri cearense, Vicente Venâncio subia tranquilamente a Serra do Araripe. Na véspera, 01 de Fevereiro de 1927, recebeu do pai, o agropecuarista Venâncio Bezerra de Menezes, a quem servia como vaqueiro, ordem para trazer da propriedade um boi que deveria ser vendido na cidade, a fim de atender a algumas obrigações financeiras assumidas pelo velho criador. Ordem recebida, ordem cumprida. No seu cavalo de maior estimação lá ia Venâncio serra acima, varando a madrugada fria e invernosa.

Ao meio dia, quando descansava no lugar chamado Encruzilhada, chegou Pedro Vieira, abastado criador pernambucano e amigo de Venâncio, que o convidou para conduzirem uma boiada até o povoado de Cacimbas. Por ter que cumprir, primeiramente, a ordem do pai. Venâncio prometeu a Vieira que logo iria, pois tinha também negócios a resolver em Cacimbas. Encontrado o animal que buscava, Vicente Venâncio o levou a Jardim, onde o vendeu por 140 mil reis, importância que passou as mãos do pai.

Regressando a Serra do Araripe, entre Jardim e as Cacimbas, encontrou negócio para o cavalo. Na troca dos animais, pois essa foi a transação, Venâncio voltou 50 mil reis. De posse do cavalo trocado, seguiu viagem até as Cacimbas, um povoado de 30 casas, na fronteira do Ceará com Pernambuco. Ao chegar aquele local, encontrou outro velho conhecido, Mario de São, agricultor e criador no município de Barbalha, na companhia do qual prossegue viagem.

Venâncio conta que, saindo da casa do velho Lúcio, onde sempre se hospedava nas suas idas as Cacimbas, encontrou novamente Pedro Vieira que, ao avistá-lo, o convidou para um cafezinho. Era cedo da manhã de 02 de Fevereiro de 1927. Em companhia de Pedro Vieira e Mario de São, Venâncio, segundo velho hábito, se dirigiu, após o cafe, a margem de um barreiro ali existente. No percurso, disse Venâncio, não sei se por pressentimento ou se por coincidência Pedro Vieira começou a cantarolar versos preferidos pelos cabras de Lampião. Lembro bem de um que dizia: Sabino, peito de aço do sertão paraibano, bicho feito no cangaço.

Continua com a aproximação dos cangaceiros.

Fonte: facebook
Página: Antonio Morais

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“O DESCASO COM O CASO...!!!”

Por Sálvio Siqueira

...a história do cangaço não é recheada de “contos” amorosos, contendo fadas, cururus e príncipes. pelo contrário, é totalmente repleta de vingança, crueldade, atrocidades, falta de respeito... em fim, totalmente cheia de violência, desde o “Cabeleira” até a morte de “Corisco”, beirando seus três séculos de existência, o fenômeno fez parte da história brasileira, particularmente, da história do sertão nordestino, que queiramos ou não, ele, o fenômeno “cangaço”, está arraigada nos pilares que fizeram a atual sociedade. Vista por uns como apenas um bando de “rebeldes”, bandoleiros praticando maldades, e por outros, como uma maneira de soltarem-se das “cordas” dos cabrestos impostos pelos poderosos da época. O certo é que, ao nos depararmos com “ele”, notamos um “grito” de não aceitação social imposta pelos que continham as rédeas do poder, e, ao mesmo tempo, fazendo parte ou cumprindo ordens daqueles que mantinham as rédeas nas mãos..., chamando muito nossa atenção por este motivo. Vindo nos mostrar que o histórico fenômeno sempre dependeu de suporte para sua sustentabilidade em seu princípio, meio e fim. Em cada Estado nordestino em que aconteceu o fenômeno, infelizmente, vemos a falta de respeito, das autoridades competentes, com lugares, fazendas, sítios, casas, objetos..., em fim, tudo o que fez parte na história da época em que existiu o fenômeno, não serem tombados, para tornarem-se assim, patrimônio histórico preservado, restaurado, protegido...

“Foto da fazenda passagem das pedras, onde nasceu Lampião. O senhor que aparece na foto era o vizinho Afonso da Silva, foi quem indicou o lugar das ruínas, propiedade de José Ferreira da Silva e Maria selena da Purificação, pais de Lampião”- Fonte: portaldocangaco.blogspot.com(Os restos dos tijolos que vemos através deste registro fotográfico histórico, nos mostra que este foi o local de uma residência. e nesta residência nasceu aquele que viria a ser um dos mais comentado, estudado, biografado personagem da história do fenômino cangaço).

 Postado por http://portaldocangaço.blogspot.com, terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

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