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quinta-feira, 18 de maio de 2017

O ÚLTIMO BOLERO NO PARIS CABARET

*Rangel Alves da Costa

Que noite mais triste aquela. Ainda hoje se comenta da tristeza infinda daquela noite, num entremeado de choros, prantos, chiliques, discursos inflamados, e sexos declaradamente órfãos de safadeza. A tristeza foi tão grande que no dia seguinte ao ocorrido uma velha prostituta enfartou subitamente e caiu já sem vida de pernas abertas, numa posição das mais esquisitas. Já outra novinha, depois de cortar os pulsos em dois lugares e ainda assim sobreviver, eis que subiu na ponte e se atirou deixando bilhete: “Lá em cima ou lá embaixo, alguém ainda há de me comer”.
Só isso. Mas por que assim? Sem os senhores do cacau como clientes certeiros, vez que a vassoura de bruxa havia deixado o mais rico quase pedindo esmola, toda a pujança do Paris Cabaret - nome pomposo e convidativo à dinheirama - começou a definhar. Os uísques desapareceram e no seu lugar os copos com cachaça barata. As mulheres tão cheias de bijuterias e demasiados perfumes, de repente passaram a ser avistadas em penduricalhos, malcheirosas e sempre embriagadas. Os marinheiros do porto também haviam sumido. Os errantes e noctívagos ali já chegavam bêbados a cochilar pelas mesas.
Uma pobreza só por todo lugar. Raramente aparecia um cliente para ser disputado quase a tapa pelas quengas de plantão. Então, já sem poder manter o cabaré de portas abertas, o proprietário aviadado tomou a decisão de fechá-lo. Quase o mundo se acaba depois que a notícia foi dada. Choro, gritos, desmaios, ameaças de tirar a vida ali mesmo. Mas não houve jeito. Cada mulher tomou seu destino e o famoso caberá fechou as portas. Mas não de vez.
Ao anoitecer do dia seguinte, entrando pelos fundos, Clarimunda Boca de Pelúcia acendeu um bico de luz do salão principal, colocou um bolero na vitrola, virou um copo de cachaça e se pôs a dançar sozinha, chorosamente relembrando seus dias de quenga novinha e sempre disputada pelos coronéis cacaueiros. Mais um copo de cachaça, mais um bolero, e a mulher enlouquecidamente dançando sozinha pelo salão. De repente a luz apagou, a música parou na vitrola, apenas vozes foram sendo ouvidas, cada vez mais presentes, mais próximas, ali mesmo no salão.



“Coroné Salú, não há como duvidar que a safra vai ser boa demais esse ano. Não há um só pé de cacau que não esteja pingando de fruto grande, dourado, amarelado. Vou mandar cacau pra esse mundão inteiro. Se mais porto tivesse por aqui, mais porto eu ainda ia precisar pra mandar tanto cacau pra todo lugar. Mas também tenho de ganhar muito dinheiro pra sustentar meu gosto por essa putaiada toda. E só gosto de xibiu novo, seja a que preço for. Sendo novinho e ajeitadinho eu tô em riba. Já até encomendei uma duas novinhas lá do recôncavo. Vi dizer, compadre Salú, que lá pelas bandas do recôncavo é de se achar mulher novinha como cacau em safra boa. Se não fosse a gorducha da minha esposa, até que eu ia mandar trazer uma sob encomenda pra viver comigo. Já envelhecido como eu, só mesmo perfume de xibiu novo pra trazer força e encorajamento. Essas daqui já comi a me fartar. Tem umas que até dá pra pagar um pouco mais. Lembro muito bem que por muito tempo eu me achava até o dono dessa quengaiada toda. Mas foram sendo usadas demais, envelhecendo, e hoje só resta esse resto aí. Só venho aqui mesmo pra não perder o costume. Mas o que faço mesmo é beber meu uísque, dar dinheiro a uma e outra e depois ir embora. E sei que isso logo vai fechar quando o coronel do cacau se bandear pra outro cabaré. Aí num sei o que há de ser dessa quengaiada. Xibiu tem, mas dá a quem, num é mesmo Coronel Salú?”.
Desnorteada, bêbada, completamente fora de si, Clarimunda enlouquecia no silêncio de seu absurdo. Ouviu vozes inexistentes, sentiu fantasmas antigos, silenciou o bolero que ainda toca sem parar. Apagou o bico de luz que ainda continuava aceso. A aflição tornada em completa loucura. Rasgou a roupa, passou o punhal das unhas pontudas sobre a pele. Estava irreconhecível. Bebeu mais do que encontrou pela frente. Tateando, subiu ao balcão e gritou, cantarolando: “Perfume de gardênia, tem a sua boca...”. E depois despencou ao chão.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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CONVITE

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Por solicitação do Juiz Breno Valério Fausto de Medeiros, Presidente do Júri Simulado do Cangaceiro Jararaca, vimos convidar V. Sa. para fazer parte do Conselho de Sentença do referido júri, que vai ocorrer às 9:00 horas, do próximo dia 9 de junho, na Sala do Júri do Fórum Silveira Martins, na Av. Jorge Coelho, ao lado da UFERSA. Informamos que este evento faz parte das festividades dos 90 anos da resistência de Mossoró ao Lampião e seu bando. Benedito Vasconcelos Mendes-Presidente da SBEC.

Enviado pelo professor e escritor Benedito Vasconcelos Mendes

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ADUERN NO #OCUPABRASÍLIA


Informamos que o Fórum dos Servidores do Oeste Potiguar, do qual a ADUERN faz parte, participará do Ocupa Brasília, fortalecendo a luta contra as reformas da previdência e trabalhista. Será locado um ônibus que irá à capital para as manifestações no dia 24.   

Convidamos todos os interessados a se integrar  à mobilização. A ADUERN terá seis vagas no ônibus  ( o número pode aumentar conforme a confirmação das demais categorias). PARA PARTICIPAR DO OCUPA BRASÍLIA o/a associado/a deve ligar para a ADUERN (3312-2324) ou enviar email para SECRETARIA DA ADUERN (aduern@gmail.com) até a sexta-feira (20) às 12h.

O ônibus do Fórum sairá de Mossoró segunda-feira, dia 22/05, com horário ainda a definir, retornando após o fim das atividades em Brasília. 

DIA 19 - No dia 19, às 16h o Fórum dos Servidores do Oeste Potiguar realiza um grande adesivaço na Praça do Pax, denunciando os riscos da aprovação das reformas e a necessidade de construção de uma nova Greve Geral. 

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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FOTOS DA MINHA CUNHADA LUZIA PAIVA FERNANDES

Por José Mendes Pereira






Fotos feitas recentemente em Natal 

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PRIMEIRA MUDANÇA DA FAMÍLIA FERREIRA APÓS OS ATRITOS COM O VIZINHO ZÉ SATURNINO

Por José Mendes Pereira

Não vamos tomar as dores da família Ferreira para nós, mas também não vamos deixá-la sozinha. Vamos acompanhá-la até Poço do Negro, lugar em que ela resolveu morar, após as desavenças com o senhor Zé Saturnino. 

Muitos condenam a atitude desastrosa que tomou os irmãos Ferreiras contra o seu vizinho Zé Saturnino, mas existe o ditado popular que diz o seguinte: "Pimenta nos olhos dos outros é colírio". E se isso tivesse acontecido no seio de sua família, você reagiria com  o Zé Saturnino, ou entregaria o lombo para ele bater? 

E se você não tem uma resposta que seja real, verdadeira, é melhor ficar calado e tentar adquirir o livro "Lampião a Raposa das Caatingas". 

Disse Lampião em uma entrevista que cedeu ao jornal "O Povo" no dia 04 de junho de 1928: 

"Não sou cangaceiro por maldade minha, mas pela maldade dos outros..." 
http://www20.opovo.com.br/app/fortaleza/2015/07/25/noticiafortaleza,3474352/leia-a-entrevista-de-lampiao-publicada-no-jornal-o-povo-em-1928.shtml

Para você seguir esta família tem que adquirir esta obra como um passaporte para a história do cangaço: "Lampião a Raposa das Caatingas", através deste e-mail: franpelima@bol.com.br. É a partir da página 84.

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