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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

“O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS


O livro “O FIM DE VIRGULINO LAMPIÃO” O que disseram os JORNAIS SERGIPANOS custa:
30,00 reais, com frete incluso.

Como adquiri-lo:
Antonio Corrêa Sobrinho
Agência: 4775-9
Conta corrente do Banco do Brasil:
N°. 13.780-4

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AIÓ, FARINHA SECA E RAPADURA

Por Rangel Alves da Costa*

Noutros tempos, nos idos de um sertão de bicho reinando por todo lugar e mato fechado começando logo após o quintal, bastava que o caçador lançasse mão da velha espingarda, do aió e de um tiquinho de farinha seca com pedaço de rapadura. Estava equipado e preparado para ir atrás do alimento que a família tanto necessitava.

E assim, pelas veredas sertanejas, mesmo na sequidão do tempo e as incertezas da estrada, seguia o humilde caboclo em busca do sustento dos seus. Pai de família, com filhos pequenos para alimentar, não via outra saída senão lançar mão da esperança em mais uma caçada. Intimamente sofria ao ver um bicho sangrado e sem vida, mas a questão da sobrevivência chegava como um perdão ante a sina da existência.

Se hoje continuasse assim, nunca haveria a certeza de retornar sequer carregando uma caça pequena. Os bichos sumiram, desapareceram de vez. Noutros tempos, quando a mataria se espalhava por todo lugar, e entre catingueiras e umburanas eram muitos os tufos de mato, havia fartura de bicho esperando a desdita da sorte. Preá, nambu, codorna, caititu, veado, rolinha fogo-pagô, cágado, teiú, tudo zanzando pelos escondidos, ao redor das locas das pedras, ao redor de macambiras ou mesmo pelos descampados.

Uma prática costumeira e que sempre dava bons resultados era esperar a bicharada ao entardecer, nas beiradas das fontes, quando se dirigiam para matar a sede. O caçador se amoitava ao redor e ficava à espreita da chegada de um e de outro. E de repente a espingarda soltando fogo e a ave caindo após curto voo. Sofria agindo assim, entristecia-se demais em ter de matar para sobreviver. Mas havia Joaninha, Pedro e Maria que tanto necessitavam daquele pedaço miúdo e assado na brasa.

Mas isto noutros idos, pois com o passar do tempo tudo foi ficando cada vez mais difícil. Sem bicho no mato não há caçada que seja proveitosa. Não é raro o retorno desolado do caçador, entrando na porta de casa sem nada poder dizer. Justificar o que se os olhos já se mostraram tristes ante o vazio do aió? Ora, o aió está vazio, a espingarda sem uso, naquele dia sequer um preá pôde ser avistado. Mas também quase não há mais preá. Nem codorna nem nambu, muito menos bicho maior.


Quase não há mais bicho no mato não por culpa do caçador. Acaso existissem somente os sertanejos enveredando nas matas em busca de seu alimento, certamente que continuaria fartura de toda espécie da fauna típica da região. Não foi o caçador que espantou os bichos para distâncias sem fim, não foi o caçador que promoveu a extinção, não foi o caçador que desmatou e tudo destruiu, deixando em deserto onde havia pujante vegetação.

Certamente que não foi o caçador que transformou a natureza sertaneja num lugar feio e desolado. A vegetação foi sendo derrubada e com ela toda a vida. E sem planta, sem árvore, sem pé de pau, sem tufo de mato, não há lugar para os bichos. Que se imagine uma nambu sem galho de árvore ou uma rolinha sem poder voar de canto a outro por falta de lugar de pouso e repouso. E os ninhos, as moradias dos bichos, as flores e os frutos como alimento?

Hoje em dia o sertão é uma tristeza só. Riachos sem matas ciliares e leitos escavados pela ambição, e por isso mesmo semimortos e renegados ao empoçamento de doenças e infestações. Vastidões inteiras como um campo aberto, nu, tomado de aridez e desolação, e por isso mesmo sem qualquer vida ou utilidade. Por consequência, o aumento dos períodos de secas, a demasia do calor e da pobreza além de todo quintal. Que fez isto? O homem, mas outro homem, e não o caçador.

O caçador vive da caça e não da mera destruição. Precisa daquele habitat nativo para que seu alimento não possa faltar. Precisa da catingueira, do angico, da umburana, da quixabeira. Precisa de qualquer pé de pau, de qualquer loca de pedra que sirva de moradia ao bicho. O caçador precisa entrar na mata e encontrar o bicho. Ou assim faz ou fará do retorno uma desesperança ainda maior. Colocar o aió vazio num canto e dizer que não haverá preá torrado com farinha seca causa a mesma dor que ouvir um pedido de um pedaço de pão e nada ter para dar.

E assim a vida vai. A pobreza continua a mesma e maior ainda. A caça era o suporte ante a necessidade, era a sobrevida na difícil sobrevivência. Quando a parca feira acaba e não há alimento, quando a esmola lhe desvanece a alma e prefere sofrer, então somente a prece para o alimento sagrado. E eis o verdadeiro milagre da sobrevivência sertaneja: o choro da fome quase não é ouvido. Deus sempre mostra um pão, seja na força invisível ou no amparo do irmão.

Mas o velho aió continua num canto. E quem dera poder ir buscar no mato a comida da mesa. Era só colocar num saquinho um pouco de farinha seca e um pedaço de rapadura e seguir adiante. Era só encontrar o sertão como antes, e não este deserto assim transformado pelos forasteiros.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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CHICO PEREIRA: ESTUDIOSOS PESQUISAM HISTÓRIA DO CANGACEIRO CHICO PEREIRA EM CURRAIS NOVOS

Por William Felix de Andrade
Cangaceiro Chico Pereira

Trata-se do cangaceiro Chico Pereira, que se aliou a lampião para saquear a cidade de Sousa, na Paraíba e foi morto, em 1928, pela polícia potiguar na margem direita do riacho maniçoba, na zona rural de Currais Novos, onde familiares ergueram um memorial, que é um lugar de visitação de turistas e interessados no resgate histórico do fenômeno do cangaço. 

Vanderli Patrício e Epitácio Andrade no Fórum de Currais Novos/RN

Os estudiosos realizaram uma visita ao tabelião substituto do primeiro cartório de notas, senhor Wendel Javas e localizaram a certidão de óbito do cangaceiro. No dia 27 de agosto de 2014, os pesquisadores Vanderli da Silva Patrício e Epitácio Andrade iniciaram no município de Currais Novos, no Seridó oriental do Rio Grande do Norte, uma busca de dados e o reconhecimento de lugares de memória da história de um personagem ainda pouco conhecido na história do fenômeno do cangaço.

Estudiosos em visita ao tabelião Wendel Javas

No fórum da comarca de Currais Novos, os estudiosos do cangaço tiveram acesso ao processo judicial referente à morte de Chico Pereira. 

Lápide do memorial de Chico Pereira

O trabalho tem o objetivo de subsidiar a formulação de uma ação parlamentar do futuro deputado estadual Carlos Augusto Maia, que proporá uma audiência pública sobre a temática do cangaço e suas perspectivas para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Norte.

Epitácio Andrade e Carlos Augusto Maia
Epitácio Andrade e Wiliam Pinheiro

Com uma história repleta de fatos controversos, a pesquisa de Vanderli e Epitácio, que recebe o incentivo e a orientação do experiente pesquisador currais-novense William Pinheiro intenciona elucidá-los, como também produzir conhecimento histórico-científico sobre o personagem, que é o protagonista do livro ¨Vingança, não”, de F. Pereira da Nóbrega, e é prefaciado pela escritora cearense Raquel de Queiroz, além de rastrear os lugares de memória de Chico Pereira, espalhados pelo interior do Rio Grande do Norte, contribuindo com a caracterização do legado de Chico Pereira para o patrimônio histórico-cultural potiguar.

Capa do livro Vigança Não

Texto e fotos Epitácio de Andrade Filho, Médico Psiquiatra e Pesquisador Social.

http://sargentoandrade.blogspot.com.br/2014/08/chico-pereira-estudiosos-pesquisam.html

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FIM DO CANGAÇO: AS ENTREGAS

 Autor Luiz Ruben F. de A. Bonfim

Não deixe de adquirir esta obra. Confira abaixo como adquiri-la. 

Lembre-se que se você demorar solicitá-la, poderá ficar sem ela em sua estante. Livros que falam sobre "Cangaço" a demanda é grande, e principalmente, os colecionadores que compram até de dezenas ou mais para suas estantes. 

Valor: R$ 40,00 Reais 
E-mail para contato:
 
luiz.ruben54@gmail.com
graf.tech@yahoo.com.br

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LANÇAMENTO DO LIVRO RUMINAR AUTOR DAVID DE MEDEIROS LEITE


Vem aí mais um lançamento da Editora Sarau das Letras, o lançamento do livro "RUMINAR", autor David de Medeiros Leite, dia 06 de novembro  às 19:00 horas, no Stand da Editora, na Feira do Livro de Mossoró.

Fonte: facebook

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VEM AÍ MAIS UM LANÇAMENTO DA EDITORA SARAU DAS LETRAS


Vem aí mais um lançamento da Editora Sarau das Letras, e  desta vez, o livro de estreia da pedagoga e escritora Flávia Arruda.

Fonte: facebook

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LIVROS DO GERALDO MAIA DO NASCIMENTO


ATENÇÃO: Novo livro do cangaço publicado:

AMANTES GUERREIRAS: A Presença da Mulher no Cangaço, de Geraldo Maia do Nascimento, Natal-RN: Editora do Sebo Vermelho, 2015, 132 páginas. O pesquisador do cangaço, Geraldo Maia do Nascimento, também conhecido por GMaia, nascido em Natal e radicado em Mossoró, relança o Livro: AMANTES GUERREIRAS:..., agora em 2ª Edição, com o conteúdo ampliado, ou seja, com 132 páginas. O Autor faz uma compilação de quase 100 nomes de cangaceiras. O livro pode ser adquirido com o Professor Francisco Pereira Lima, em Cajazeiras-PB ou no Sebo Vermelho, em Natal-RN. - Carlos Alberto

No dia 17 de Agosto o professor Pereira estará  com esse excelente livro à disposição dos amigos, ao preço de R$35,00
com frete incluso.
Pedido: franpelima@bol.com.br


ADQUIRA LOGO O SEU:


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MARIA BONITA COM FERIMENTO NA BOCA


Maria Gomes de Oliveira ou simplesmente a famosa e rainha do cangaço "Maria Bonita", no meio do mato com possível ferimento na boca. Pode ter sido causado por uma queda decorrente de correria das volantes, ou um dente inflamado. O que vocês acham?

Fonte: facebook

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MESA REDONDA E LANÇAMENTO DE LIVRO


"Dia 6 de novembro, às 20:00 horas, na Expocenter, Palco Estação das Letras, em Mossoró (Av. Jorge Coelho de Andrade, 2), XI feira do livro, mesa-redonda com Honório de Medeiros e Geraldo Maia, coordenada por Kydelmir Dantas, acerca do seguinte tema: "As Histórias do Cangaço que ainda não foram contadas".


Em seguida, a partir das 21:00 horas, Honório de Medeiros lança seu livro "Histórias de Cangaceiros e Coronéis" no local.

Maiores informações em:


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O CANGACEIRO CAJAZEIRAS - ZÉ DE JULIÃO


CANGACEIRO "CAJAZEIRA ou ZÉ DE JULIÃO" Candidato a PREFEITO da cidade de Poço Redondo-SE. ASSASSINADO por sua ousadia...!


Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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LOCAL ONDE O CANGACEIRO CHICO PEREIRA FOI ASSASSINADO

Por Luiz Eduardo
Mimo e Luiz Eduardo

Este local é  em terras de Currais Novos, onde foi assassinado o cangaceiro "Chico Pereira", e ontem, 28 de outubro de 2015, completaram 87 anos que ele covardemente foi assassinado. O local estava meio abandonado, e nós fizemos uma pequena reforma.


O cangaceiro foi sepultado em Currais Novos, no "cemitério Santana" mas o túmulo se perdeu no tempo, e ninguém mais sabe o local onde foi sepultado o facínora.


ADENDO - http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br

A MORTE DO CANGACEIRO CHICO PEREIRA
Por Volney Liberato (*)

Graças à mediocridade-plural.blogspot.com.br (Laélio Ferreira). 
Currais Novos na vida de Chico Pereira

“Desde o dia em que um desconhecido foi morto pela polícia na estrada de Currais Novos, espalhou-se pelo sertão, vaga mas persistente, a suspeita de que ali morrera outro que não Chico Pereira”.
(Padre Pereira – Vingança, não!).

Derna do tempo d'eu menino”, quando a escritora pernambucana Aglae Lima de Oliveira respondia sobre “Lampião” no Programa J. Silvestre, na extinta TV Tupi, que eu comecei a me interessar, a ler e a pesquisar sobre o cangaço – e isso já vão mais de 30 anos.

Tempos depois, ao passar pela BR 226, quase a entrada da cidade, deparei-me com um cruzeiro erguido para sinalizar o local onde morreu o cangaceiro paraibano Chico Pereira. Depois disso, ao visitar o Museu do Acari (onde funcionou a antiga Cadeia Pública), vi a foto do citado cruzeiro, com uma outra foto de Chico Pereira, aí comecei a nutrir a curiosidade de ler o livro “Vingança, não! - Depoimento sobre Chico Pereira e Cangaceiros do Nordeste”, 5ª ed. Rep's Gráfica e Editora – João Pessoa / PB – 2004, de F. Pereira Nóbrega (Padre Pereira), filho do cangaceiro Chico Pereira, que naquele quase amanhecer do dia 28 de outubro de 1928, pereceu macabramente, exatamente no KM 177 da hoje rodovia BR 226, próximo a cidade de Currais Novos, pelas mãos de uma escolta policial, que tinha no comando nada menos do que o famigerado então Tenente Joaquim de Moura.

A escolta era ainda composta pelo sargentos Luís Auspício e Feliciano Tertulino, sendo o “chofer” o sargento Genésio Cabral de Lima. O livro citado, na época, era difícil, pois até hoje só foram feitas cinco edições do mesmo, e é esta última que encontra-se em minhas mãos hoje, que me foi entregue pelas mãos de um companheiro também pesquisador, a quem agradeço que, dia 08 de Janeiro, colocou-lhe sobre a minha mesa, no Detran. Ali estava mais de 20 anos de espera, por aquele que, um dia, seria o delator da verdadeira história da morte do cangaceiro Chico Pereira, nos “aceros” de Currais Novos.

Chico Pereira

A história se inicia quando Chico Pereira, paraibano de Sousa, já envolvido numa questão de vingança familiar e já andando debaixo da “canga”, é acusado – injustamente, segundo relatos da época – de ter, junto com um pequeno bando, assaltado uma propriedade, na Rajada, de Joaquim Paulino de Medeiros, o legendário coronel Quincó da Ramada. Chico foi preso na Paraíba e recambiado para a detenção de Natal, onde responderia juri no Acari.

No dia 28 de Outubro de 1928, a escolta que o recambiava algemado para o Acari, comandada pelo Tenente Joaquim de Moura, estanca a poucos quilômetros da entrada de Currais Novos, numa parte da estrada de terreno elevado, tirando-o da carroceria e o golpeando a coices de fuzil. Já no chão, ferido de morte, o Tenente Moura ordena ao sargento Genésio para precipitar o carro sobre o corpo de Chico Pereira, numa altura de alguns metros, o que fez com que o corpo fosse esmagado em algumas partes (cabeça e abdômen).

Os participantes da escolta passaram então a ferirem-se mutuamente, para fazerem crer que realmente tinham sido vítimas do desastre que vitimou fatalmente somente o preso. Enquanto eram “atendidos” em Currais Novos, o corpo de Chico Pereira era levado para a Cadeia, na então Rua do Rosário (hoje Vivaldo Pereira), onde permaneceu exposto á visitação pública até a hora do seu sepultamento, que ocorreu lá pelas 21 horas, no Cemitério Público de Santana, em cova hoje não mais identificada.

A verdade é que Chico Pereira jamais havia posto os pés em Currais Novos, e quando o fez foi tão somente por alguns minutos, que separaram a sua vida da sua morte. Pisou no solo curraisnovense o tempo necessário para permanecer de pé e receber as coronhadas de fuzil que o vitimou e ser também vítima de um plano macabro, e por que não dizer “político”.

O advogado de Chico Pereira, em Natal, era ninguém menos do que João Café Filho, o criador de dezenas de sindicatos na capital, e que por isso ganhou a pecha de “comunista”. Era plano de Café Filho acompanhar a escolta, de seu carro, de Natal ao Acari, para assim ter certeza da integridade física do seu constituído. Mas, uma pessoa do seu relacionamento, alertou-o: “Se a polícia vai mesmo matar Chico Pereira, pelo caminho, não vai deixar testemunhas sem farda. Na certa você morrerá também”. Café então retornou para Natal.

Chico Pereira


No dia seguinte, lá pelas 10 horas da manhã, recebe telegrama narrando-lhe o “desastre” e a morte “acidental” do seu constituído. O Tenente Moura era “pau-mandado”, como se dizia, do governo do estado, que tinha Juvenal Lamartine no poder. O coronel Quincó era gente grande no dinheiro e na política regional, influente nas eleições de voto de cabresto e possuidor de curral eleitoral nutrido. Por isso, gente grada aos interesses da burguesia instalada no comando do poder estadual.

Mas, se a morte de Chico Pereira se deu, involuntariamente, em Currais Novos, a do Tenente Joaquim de Moura, por ironia do destino, também. Anos mais tarde, já nos anos 40, o já então Coronel Joaquim de Moura vem a Currais Novos, sob pretexto de participar de uma festa numa fazenda avizinhada á cidade. Mas o verdadeiro motivo da estada do coronel Moura em Currais Novos, segundo me relatou o saudoso Euzébio Hipólito de Azevedo, carnaubense, octogenário, que conheceu o Coronel Joaquim de Moura de perto e privou de sua amizade, que o motivo da sua vinda a Currais Novos era para se “acertar” com uma certa mulher – casada – oriunda de uma família “importante” do município, que havia tido um caso com ele na capital.

Como o coronel apaixonou-se pela tal mulher, veio disposto a tudo, até ameaçando matar o marido dela, caso ela não aceitasse juntar-se a ele. Pela tarde, o coronel Moura sente-se mal e é acometido de um ataque cardíaco, vindo a falecer. Contou-me ainda Euzébio que, seu corpo foi vestido com a farda da Polícia - mandada buscar em Natal ás pressas - numa casa de esquina, que depois pertenceu a Severino Maroca, na atual Rua Dix-Sept Rosado (hoje residência de Maria José Mamede Galvão). O destino fatal uniu as duas personagens: Chico Pereira e Joaquim de Moura. Vítima e algoz, ambos finando-se em Currais Novos, em épocas diferentes, numa cidade em que ambos não tinham a menor relação.

O capítulo que trata da morte de Chico Pereira, em Currais Novos, é intitulado “O Morto que Ninguém Chora”, e é escrito de uma forma, digamos, poética, dada a verve do autor, que não conhecia Currais Novos, mas a descreveu tão bem, como resultante dos depoimentos, que mais parecia um curraisnovense contemporâneo dos fatos, descrevendo a vida e os costumes da nossa comuna, naquele distante e fatídico 1928.

Quem passa diariamente por aquele trecho da Maniçoba, talvez não perceba esta capelinha lá existente, a esquerda da Rodovia BR 226, sentido Currais Novos-Natal. Foi o exato local que o cangaceiro Chico Pereira foi assassinado quando vinha responder júri no Acari. E o pior é que Chico Pereira morreu inocente, pois nenhum crime seu foi constatado pela justiça norte-riograndense.

Ruínas do casarão pertencente a Chico Pereira de Nazarezinho, Situado no sítio Jacu, município de Nazarezinho, encontra-se, infelizmente em ruínas.

(*) Volney Liberato é filho de Currais Novos, Seridó - RN. Bacharel em Administração pós-graduado pela UFRN; repórter pela Oficina de Jornalismo "Genival Rabelo"; pesquisador do cangaço, história regional e cultura popular.

http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2012/05/morte-do-cangaceiro-chico-pereira.html

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