Por Angélica Bulhões
Enviado por e-mail pela neta de Sílvio Bulhões e bisneta dos cangaceiros Corisco e Dadá Angélica Bulhões
Corisco era
o apelido do cangaceiro Cristino Gomes da Silva Cleto (10 de
agosto de 1907, Água Branca - Alagoas, 25 de maio de 1940, Jeremoabo - Bahia). Foi casado
com Sérgia Ribeiro da Silva, alcunha de
"Dadá". Corisco era também conhecido como Diabo Louro.
Biografia
Em 1924,
Corisco foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço
militar. Em uma briga de rua Corisco matou um homem, no ano de 1926, e
tomou a decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva,
apelidado Lampião. Corisco era conhecido por sua beleza, seu porte
físico atlético e cabelos longos deixavam-o com uma aparência agradável, além
da força física muito grande, por estes motivos foi apelidado de Diabo Louro
quando entrou no bando de Lampião.
Corisco
sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela
tinha apenas treze anos e mais tarde o ódio passou a ser um grande afeto.
Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela
até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles
sobreviveram.1
Desentendimentos
com o chefe Lampião levaram Corisco a separar-se do bando e a formar seu
próprio grupo de cangaceiros, mas isso não afetou muito o relacionamento
amigável entre ambos.
Em meados do
ano de 1938 a polícia alagoana
matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na fazenda Angico, no estado
de Sergipe;
entre eles encontravam-se Lampião e Maria
Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente.
Morte
Em 1940
o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos
cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá decidiram se entregar
mas, antes que isso acontecesse, foram baleados. O cerco contra o cangaceiro e
seu bando foi no estado da Bahia, na cidade de Barra do Mendes, em um povoado denominado
Fazenda Pacheco. Corisco e seu bando repousavam em uma casa de farinha no
momento do combate após almoçarem. O ataque foi comandado pela volante do Zé
Rufino, juntamente com o Ten. José Otávio de Sena. Dadá precisou amputar a
perna direita e Corisco veio a falecer naquele mesmo ano.
Com as mortes
de Lampião, Maria bonita e Corisco, o cangaço nordestino enfraqueceu-se
e acabou se extinguindo.
Corisco foi
enterrado, no cemitério da consolação em Miguel
Calmon, na Bahia. Depois de alguns dias sua sepultura foi violada, e seu
corpo exumado. Seus restos mortais ficaram expostos durante 30 anos no Museu
Nina Rodrigues ao lado das cabeças de Lampião e Maria
Bonita.
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