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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O RN NA REVISTA FON-FON



O enigma de Major Moisés

Por: Cicinato Neto
 
Ivanildo Silveira e Cicinato Neto

"Em agosto de 1927, o jornal fortalezense 'O Nordeste' publicou reportagem sobre a suspeita atitude do Major Moyses Figueiredo quando Lampião voltava de sua frustrada viagem à Mossoró".


A conferência Cariri Cangaço 2011; em Aurora, falou do mistério sobre a participação de


Isaías Arruda e Major Moysés Figueiredo em trama contra Lampião.


Havia também suspeita de que Lampião tinha sido beneficiado pela "omissão" dos dois. Mais um grande enigma do cangaço.

Cicinato Ferreira Neto
http://www.cicinato.blogspot.com/

Nota Cariri Cangaço: No blog de nosso estimado amigo Cicinato Neto, temos breves considerações sobre livros clássicos do cangaço e da história nordestina em geral. Reveladas também algumas informações provenientes que pesquisas que o mesmo realizou , vale visitar.

Esta carta eu assino!!!!!

Por: DULCE CAVALCANTE
A VOZ DOS OPRIMIDOS
LULA usa sua VOZ, para denunciar, para pedir e demonstrar que é possível ser  também a VOZ dos que silenciam, dos que não enxergam, daqueles que temem, dos marginalizados...entrega sua VOZ, usando tribunas pelo Mundo, denunciando o não cumprimento dos Direitos Internacionais e aqui no nosso Brasil, oferece sua VOZ para mudar nossa dimensão do ver, do sentir e no ajudar àqueles irmãos-brasileiros que não tem VEZ, nem VOZ , mas tem VOTO !
LULA fala por mim, por Você, por todos que calam...um Analfabeto que magistralmente fala às multidões, aos reis, aos poderosos, aos cientistas, aos letrados,...ao Mundo... ele sabe porque fala; ele soube frequentar desde sempre  a Escola da Vida com consciência e espírito humano-social...... LULA  é um comprometido com os OPRIMIDOS !
HOJE, em silêncio, ele entra em uma nova fase de sua vida e certamente saberá no CALAR, continuar nos falando, porque há muitos que ainda não estão atentos aos gritos dos OPRIMIDOS... mas, muitos,  estão atentamente  escutando e sentindo seu sofrer, seus gemidos, seu sacrifício e também sentem a fé em seu coração na consciência e no coração de todos nós brasileiros, pedindo a Deus por ele.
Receba LULA, nossa homenagem : unidos em uma contínua oração, enviamos a Energia Divina, focalizando sua Laringe e todo seu Corpo e Espírito, pedindo sua cura integral. Todos nós, nutrimos muita Esperança e Fé. 
MAIS UMA LUTA  É COLOCADA NO CAMINHAR DE LULA........E ELE HÁ DE VENCER!
(Se possível, passe esta mensagem a seus contatos....vamos ajudar LULA a superar esta fase difícil; obrigada.)
 Evangelina Margarida Evangelista 
 55 85 - 3088 6413    9996 1243
 Eu entrego
Eu confio 
Eu aceito 
Eu agradeço 

Prazer em conhecer: Lampião Aceso entrevistou o pesquisador e escritor Paulo Gastão - Parte IV


...No lado equerdo do peito... mora o Saudoso Luiz. 
Foto Kiko Monteiro 


Geralmente, todo pesquisador é colecionador. Qual é o foco de sua coleção? 

Fixando-me distante do foco onde circulava tudo que dizia respeito ao cangaço fiquei na saudade. Mas, não me perdi na estrada da viagem. Hoje meu acervo fotográfico é de boa qualidade e com elementos nunca publicados. Muita coisa ainda está para ser registrado pelas câmeras modernas, inclusive como o uso do zoom. A história do cangaço continuará sendo uma criança, somente a partir do próximo século, o XXII, haverá o novo norteamento. A iconografia fará parte desse novo mundo. Tenho sob forma encadernada jornais do Brasil desde o ano de 1934, em sua forma original. Representativo é o número de folhetos de cordel, principalmente, sobre a figura de fundamental importância para o cangaço em todos os tempos, Antônio Silvino.
Quanto aos livros se inicia a coleção com Carlos Fernandes e Gustavo Barroso, legítimos representante de uma época onde o sangue corria pelos carrascais. E estou em busca dos últimos lançamentos. A literatura complementar complementa de forma precisa e substancial o estudo desejado. Moedas do século XXIX e cédulas do tempo do réis que circulavam no país. Assim o caro leitor verifica que o foco solicitado é tamanho família ou tipo gigante. Tudo simples e em movimentação constante. Tenho para funcionar e não para dizer que tenho ou para encher prateleiras.
Entre as peças tem uma relíquia?

Tenho apenas um pequeno punhal medindo 28 centímetros de comprimento e com bainha original. Peça que me foi presenteada por uma irmã já falecida e quando estive em visita a sua residência em São Luis do Maranhão, ela me dizia: vou lhe dar este punhal. Lembrança de nosso pai quando almocreve e que foi preso por um bando de cangaceiros. Sua soltura deva-se a um amigo dele, o coronel Manoel José, figura de alto conceito na vila de Carnaíba de Flores, estado de Pernambuco. Cidade hoje que reverência seu ilustre filho, médico, compositor, parceiro de Luiz Gonzaga, o sempre lembrado Zé Dantas.

Nós que gostaríamos de ver um filme que retratasse um cangaço, fiel aos fatos, sem política primário enfiar com exagero da ficção lamentamos a eterna necessidade em se ter finalmente uma produção digna da saga, de preferência um épico ou uma trilogia, enquanto isto não for possível qual a película que mais lhe agradou? Por que?

Para mim a história do cangaço tem nas artes uma dolorosa via Crúcis. O teatro quando em ambiente fechado com suas apresentações fica muito a desejar. Pouco se estuda o tema e se for numa região diferente do Nordeste é de gritar êpa!!! Se ao ar livre é um simples musical com invencionices dos diretores, fugindo da realidade histórica e ainda dizem que o teatro tudo pode. Lindo, não! É o espetáculo caça votos. A televisão tem se mostrado equivocada com suas pretensões.
Lembram-se da novela Mandacaru? No segundo bloco Lampião é morto no estado da Bahia. Pode? E no lançamento do trabalho do Valter Avancini lá estavam pessoas que se dizem familiares do cangaceiro e concordaram, pois, nada mudou no deserto de Saara. A voz dos atores tentando imitar o linguajar dos nordestinos é de dar pena e torna-se não um terremoto, mas sim, um tsunami falastrão? Existe isso?
E teimam em usar um personagem que em vida foi homem na pele de uma mulher. É o caso de "Açuçena", cangaceiro valente e que terminam lhe dando uma saia rendada e ninguém diz absolutamente nada. Se falar, contraria.
Tenho pena dos personagens da história vibrante do cangaço. Gente, tenham dó!!!!! A trilha sonora hoje não serve ao enredo e sim ao faturamento simultâneo. Tudo funciona em função do faturamento. O resto é o resto, Claro e evidente.
Finalmente o cinema. Este se mostrou capaz nos idos de 50 do século passado. Os senhores diretores não souberam ganhar muito dinheiro como fizeram os americanos e seus cowboys. Preferiram o futebol, a malandragem e um trio amoroso. Engendravam uma história qualquer e a pobre da Vera Cruz sucumbiu. Também pudera!!! Com o volume imenso de filmes e bons com assinatura dos mais gabaritados dramaturgos não poderia ser diferente. Filmes baseados nos melhores romances, dos melhores escritores do mundo e o cinema nacional cada vez mais desacreditado.



Quem tinha oportunidade de ver todos os anos um festival de cinema, onde assinavam os melhores da Alemanha, Rússia, México, França, Japão e outros países? Além do dia a dia com atores e atrizes com formação teatral, diferente de hoje, onde ninguém é de ninguém, ou seja, fez um determinado trabalhou e desaparece na primeira esquina. Os atores de hoje ficam muito a desejar.
Assim fui ficando com os importados e deixando o nacional ao largo. O cinema me induziu a música sempre instrumental e nunca uns sambas ou batucadas sem expressão. Melhor ficar com o documentário de José Humberto, companheiro de salvador-BA, que na qualidade amigo de Dadá fez um trabalho maravilhoso, denominado a Musa do Cangaço. Pequeno ou curto, porém verdadeiro e expressivo.
E mais, gosto não se discute, por favor! Respeite para ser respeitado, esse é o lema!!!!

Eleja a pérola mais absurda que já leu sobre Lampião.

Para ser breve existe um mundo de pérolas acima e abaixo do horizonte. Mas, devo ficar com uma que não vou perder para ninguém, "E assim falava Lampião". Sem comentários.
Diante de tantas polêmicas surgidas posteriormente a tragédia em Angico alguma chegou a fazer sentido, levando-o a dar atenção especial ex.: “Ezequiel não morreu e reaparece anos mais tarde”, “João Peitudo, filho de Lampião”, “O Lampião de Buritis” e “a paternidade de Ananias”?A que mais tem sido motivo de análises e discussões é a "Grota do Angico". Pode ser o episódio considerado uma nova torre de Babel e todos falam e ninguém se entende ou simplesmente o famoso calcanhar de Aquiles. Fala-se em mortes; logística do lado militar; carnificina; chacina e grande universo de adjetivos. Angico bem estudado mudará a história cangaceira no Nordeste. Tomara que aconteça!!!!!!
Não precisa detalhar, mas em que assunto ou personagem está trabalhando ou qual gostaria de estudar para a publicação desta pesquisa. Enfim qual a próxima novidade que teremos em nossas estantes?No prelo estão: Lampeão de A a Z; Lampeão por ele mesmo e segundas edições da Bibliografia do cangaço e do Quem é Quem no Cangaço. Outros trabalhos estão em andamento.

Vamos terminar onde tudo começou... Ruinas da Fazenda Ingazeira - Povoado São Domingos - Serra Talhada, PE.



 FIM!

Fonte:

Observação:

Se você quiser permanecer nesta página, basta clicar nos links, no início desta página, começando pela parte I, depois II, III e final.

Professor Cleberton Santos lança livro



 Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA

POESIA BILÍNGUE

Por: Antônio Galdino


“Cantares de roda” é o terceiro livro de poesia do escritor sergipano-baiano Cleberton Santos. Apresenta na primeira parte 30 poemas em português e na segunda os poemas traduzidos para o espanhol por Edson Oliveira (poeta e professor da UEFS) e Liz Sandra Souza e Souza (professora da UEFS). O livro traz uma temática que dialoga com os elementos da cultura popular brasileira e com outras vozes da poesia nacional. Do litoral ao sertão, do recôncavo aos roçados, o poeta percorreu todos os caminhos da alma do povo festeiro e lírico. Editado pela Via Litterarum (Itabuna), o livro ainda apresenta o prefácio do poeta e professor da UFBASandro Ornellas e comentários sobre a poesia de Cleberton Santos de vários outros escritores e críticos brasileiros.


AGENDA DE LANÇAMENTOS:

Data: 04 e 05 de novembro de 2011

Local: 10ª Bienal do Livro da Bahia, Praça de Cordel e Poesia,

Centro de Convenções da Bahia, Salvador

Horas: 20:00

Data: 08 e 09 de novembro de 2011

Local: V SETRANS, UEFS, Anfiteatro, Módulo II, Feira de Santana

Horas: 16:00

Data: 10 e 11 de novembro de 2011

Local: III SELL, UNEB, Brumado

Horas: 16:00

Data: 12 de novembro de 2011

Local: Bar e Restaurante Cidade da Cultura

RUA H 170 – CONJ. JOÃO PAULO II – FEIRA BAHIA

Horas: 20:00

Data: 18 de novembro de 2011

Local: Memorial da Chesf, Paulo Afonso

Horas: 20:00

Data: 25 de novembro de 2011

Local: SUPER APROVADO PRÉ-VESTIBULAR, Riachão do Jacuípe

Horas: 19:00

Preço Promocional: R$ 10,00

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço
João de Sousa Lima

A vida e a obra do sagrado filho de Januário e Santana em cordel de Arievaldo Viana

Por: Romero Cardoso

Luiz Gonzaga do Nascimento foi a maior expressão sonora da autêntica cultura popular nordestina, tendo legado um verdadeiro relicário musical acerca das tradições, costumes, cotidianos e outras coisas mais referentes a uma região seca cujos desafios fizeram do seu povo uma fortaleza espetacular e admirável.

Nascido a 13 de dezembro de 1912, no pé da serra do Araripe, divisa dos estados do Ceará e Pernambuco, o velho “lua”, apelido carinhoso que ganhou de Mário Lago quando de sua aceitação para labutar na saudosa Rádio Nacional, se tornou uma legenda insubstituível como resposta ao que efetivamente faz ser nordestino.


Ainda “molecote”, como ele gostava de dizer, Luiz Gonzaga teve um desentendimento com importante homem de sua terra, resultando em uma surra incomensurável de Santana, aprovada por Januário, levando-o a abandonar o seu pé de serra em direção a outras plagas.

Engajado no Exército Brasileiro, Gonzaga teve participação tímida, como corneteiro, quando da revolução desencadeada em outubro de 1930. Rumo à cidade maravilhosa, passou a tocar na zona do mangue, a fim de buscar a sobreviv6encia na então capital federal.

Desafiado por um grupo de estudantes cearenses, Luiz Gonzaga voltou a fazer o que gostava, recordando-se das quebradas do sertão. Surgia assim um dos maiores ícones da música popular nordestina, responsável pela “descoberta” por parte do restante do país, bem como pelo exterior, dos valores de um povo, da riqueza da cultura popular nordestina, denunciando o desprezo em que ainda vivem milhares de pessoas espalhadas pelos rincões adustos da terra do sol.

Luiz Gonzaga teve dois parceiros que se rivalizaram no intuito de eternizarem verdadeiras pérolas que hoje compõem o cancioneiro nordestino. Chamavam-se Humberto Teixeira, cearense de Iguatú, e José Dantas filho, pernambucano de Carnaíba de Flores.


O ostracismo e um certo repúdio permeavam os diversos olhares nacionais com relação à cultura nordestina, sendo Luiz Gonzaga o mais importante agente responsável pela ênfase a um processo de aceitação do que o nordeste produziu em trezentos anos de contínua fixação, desde quando os rastros das boiadas ocuparam os sertões mais distantes, fomentando uma identidade própria que foi gradativamente se aprimorando, sendo influenciada ao longo dos séculos por matizes de diversas vertentes culturais.

Gonzaga foi a representação da alma do sertão, a essência máxima de um povo e de uma cultura extraordinariamente rica. O velho “Lua” trouxe para a música a simplicidade e o bucolismo de um sertão que marcou a infância e a juventude do eterno cantador que nunca esqueceu sua terra, o chão sagrado do semi-árido.

Em excelente folheto publicado em terceira edição pela Editora Queima-Bucha, por título Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, o qual traz xilogravura de autoria do poeta popular João Pedro do Juazeiro, o poeta popular cearense Arievaldo Viana Lima traça um perfil ímpar do grande e eterno mestre da sanfona, cuja influência foi decisiva para que grandes e apoteóticos momentos da MPB e da cultura regional fossem concretizados.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Enviado para este blog pelo autor: Romero Cardoso

CRACK, A DROGA QUE NÃO FORMA CRAQUES

Por: Archimedes Marques


Estamos em aguda e profunda crise urbana e social relacionada ao crack, essa droga avassaladora, aniquiladora e mortal que vem fazendo vítimas e mais vítimas diariamente
em todo canto do nosso País. O crack trás a morte em vida do seu usuário, arruína a vida dos seus familiares, aumenta a criminalidade onde se instala, degrada e mata mais do que todas as outras drogas juntas.
De poder sobrenatural o crack pode viciar o usuário já na sua primeira ou segunda experiência e o que vem depois é a tragédia certa. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. Relatos dos seus usuários e familiares, fatos policias diários e opiniões de especialistas sobre os efeitos e as conseqüências nefastas da droga podem ser resumidos em três palavras tão básicas quanto contundentes: sofrimento, degradação e morte.
A composição química do crack é simplesmente horripilante e estarrecedora. A partir da pasta base das folhas da coca acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: ácido sulfúrico, querosene ou solvente e a cal virgem, que ao serem processados e misturados se transformam numa pasta endurecida homogênea de cor branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja, meio à meio cocaína com os outros produtos altamente nocivos citados. A droga é fumada pura, misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha que recebe a denominação de “bazuca”.
A fumaça altamente tóxica do crack é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando inicialmente euforia e aumento de energia ao usuário, com isso advém, a diminuição do sono e do apetite com a conseqüente perda de peso bastante rápida e expressiva.
Logo os efeitos nefastos biológicos aparecem para os seus usuários, tais como: aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, dilação da pupila, elevação ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, convulsão, parada respiratória, coma ou parada cardíaca, infarto, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, para os fracos e debilitados usuários sobreviventes, ao longo do uso da droga, há perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do produto assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição. O crack também causa a destruição dos neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo do seu usuário, fenômeno esse conhecido na medicina como rabdomiólise, o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo com ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.
O crack é tão perigoso que até o próprio traficante que tem consciência desse perigo, de tal droga não faz uso. Dificilmente e raramente um traficante usa o crack o que não ocorre com os outros tipos de drogas em que muitos deles também as utilizam em consumo próprio.
A disseminação do crack é constante e diariamente prende os menos avisados assim como uma teia de aranha para as suas presas, transformando as suas vítimas em verdadeiros mortos-vivos a perambular pelo submundo da sociedade.
Pesquisando junto às opiniões dos médicos e especialistas em tratamento dos drogados conclui-se que realmente estamos perante uma epidemia, porque há um número explosivo de casos nos últimos três anos. Antes era uma raridade, havia nas unidades hospitalares
especializadas 90% de outras dependências e 10% de crack. Hoje há o contrário. É unânime o conceito dos especialistas em afirmarem categoricamente que o crack é uma droga diferente das outras, muito mais severa e contundente.
Não há outra droga que produza um declínio físico e mental maior para o viciado quanto o crack.
Segundo estudos realizados por especialistas na área, as dificuldades para o tratamento dos viciados em crack também são imensas, por isso, a grande preocupação das autoridades ligadas ao tema da intensa problemática. É preciso de extrema força de vontade do próprio viciado para poder se livrar desse malefício infernal.
A conscientização e o investimento em massa na área da educação, na prevenção, com aulas, palestras, seminários e um convívio mais profundo e dialogado no seio da sociedade especialmente entre pais e filhos, poderá livrarnos dessa epidemia. Não podemos achar que a polícia ou a medicina resolverão os problemas, que, muitas vezes, se iniciam nos lares, escolas e outros lugares de convivência, principalmente dos jovens, mais expostos, por vários motivos, à atração do mundo das drogas. No País do futebol precisamos sempre formar mais e mais competentes e excelentes atletas craques da bola, do esporte e não incompetentes e debilitados cracks desta droga satânica.

Dr. Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS - Universidade Federal de Sergipe).
Enviado para este blog pelo autor: Dr. Archimedes Marques

Prazer em conhecer: Lampião Aceso entrevistou o pesquisador e escritor Paulo Gastão - Parte III

Link da Parte II:
2011/10/prazer-em-conhecer-lampiao-aceso_31.html

Um(a) cangaceiro (a)?

Vou preferir Sila para poder ter a oportunidade de fazer um pequeno, porém, importante relato. Sempre desconfiei que seu nome não era Hilda Ribeiro de Souza.


Cheguei a dizer diretamente a ela – criatura, Hilda não é nome mulher que nasce nos brejos, nos sertões. Este nome é para as nascidas nas cidades. Combinando com o mestre Alcino Costa fomos desvendar o nome da cangaceira nascida no Poço Redondo. Após várias tentativas chegamos ao seu verdadeiro nome: Hermecilia Brás São Mateus. A terminação “cilia” nos leva a crer que ficou fácil ser a mesma identificada como Cila, que ela deixou em livro seu, escrito de próprio punho, como Sila. Grande figura humana e que terminou sendo a repórter responsável pelos fatos ocorridos no seu pouco tempo de cangaço. Mulher vitoriosa que conseguiu sobrepujar todas as adversidades. Figura impar no mundo cangaceiro.

Um volante?

Vários foram os volantes que conheci durante minhas viagens de pesquisa. Minha escolha recai na pessoa de João Gomes de Lira. Amizade que já nasceu em Carnaíba de Flores, quando distrito de Flores, uma das cidades mais antigas no Nordeste. Na companhia de Manoel Gastão Cardoso, meu pai, tive a felicidade de conhecer a figura simples e humana de João Gomes de Lira. Meu pai de nós se despediu e ficamos amigos até os dias atuais. A continuidade tem o elo de ligação construído pelos dois amigos de outrora. Na última visita que fiz em 22 de março de 2011 o mesmo estava gozando de boa saúde e com a mesma disposição em nos contar os momentos vividos no cangaço à caça de Lampião. Como bom Nazareno se manteve integro na sua posição de homem de bem, de boa índole e cumpridor dos seus deveres. Foram 60 anos de boa convivência e que cessou com sua morte. Nesta amizade fui recordista sem concorrente. Já tomava conhecimento das ocorrências cangaceiras nos idos de 1950.

Amigo é coisa pra se guardar... Foto Kiko Monteiro

Um coadjuvante?

Com o passar do tempo torna-se nome referencial José Leite de Santana – Jararaca. Cangaceiro que pouco tempo atuou nas veredas nordestinas, porém, deixou seu nome escrito a sangue a fogo em terras potiguares. De cangaceiro virou santo milagroso ou milagreiro.

Santo?

Tem sido estudado sob diversas ópticas, tais como: monografias, mestrados e doutorados. Mencionado em filmes e vídeos; peças de teatro; folhetos de cordel; na pintura e no artesanato. É um coadjuvante que classifico como o personagem mais importante que esteve em Mossoró no dia 13 de junho de 1927 e ainda hoje tem lugar de destaque, acima de tudo e de todos. Estou a estudar o personagem desde seu nascimento até os dias atuais. 


Uma personagem secundária?

Conheci um cidadão que fazia um relato e após anos até nas vírgulas, não mudava seu relato original. Viveu sua meninice com Virgolino e seus irmãos, caçando rolinhas, preás, mocós e habitando o mesmo chão de Vila Bela. Chamava-se Luiz de Cazuza. A ele só faltou uma coisa – ter enveredado pelo cangaço, pois, seus relatos sempre foram fiéis aos acontecimentos. Com o amigo Aderbal Nogueira fizemos várias visitas a sua casa na Fazenda São Miguel e numa das vezes fomos ofertados com uma entrevista, gravada em vídeo, com duração de 2 horas e 30 minutos.
Somente em duas outras oportunidades conseguimos depoimentos tão longos e importantes: uma vez com o Sr. Chiquinho Rodrigues em Piranhas, estado de Alagoas e a outra com o Sr. Durval Rosas (irmão de Pedro de Cândido) na cidade de Poço Redondo, estado de Sergipe. Luiz de Cazuza legou informe a todos que o procuram durante seus 100 anos de existência. Uma personagem de alto valor histórico. É de bom alvitre se pensar na sua biografia, pois, o capítulo relativo ao cangaço trará fatalmente novos conceitos sobre cangaceiros e volantes.


CONTINUA...

Caraibeiras Douradas: Espetáculo Pauloafonsino.

Por: João de Sousa Lima
 [Imagem+218.jpg]

VALE A PENA REVÊ-LA

As caraibeiras continuam dando seu show dourado, dourando as ruas de Paulo Afonso.


As ruas ganham cor e beleza, os turistas encantados passam horas e horas filmando e fotografando, colhendo as imagens amarelas que apacentam as dores da alma.
 
 
Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço, João de Sousa Lima
 
 


A importância do Cordel na Sala de Aula

Por: José Romero Araújo Cardoso



Veículo de fabuloso fomento à identidade regional, o cordel tem nas camadas populares seus mais constantes e fiéis consumidores, sendo através dos tempos valorizado e cultuado como a verdadeira e autêntica literatura nordestina, o livro de bolso do povo da região.

Há ênfase a diversos clássicos da Literatura de Cordel, os quais são estudados com seriedade em importantes academias espalhadas mundo a fora, não obstante ser recente o estudo desse gênero em Universidade Brasileiras.

Entre esses, destacam-se as produções de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, José Camelo de Melo, José Pacheco, João Ferreira de Lima, entre outros, inspiradores do Movimento Armorial, criado pela genialidade ímpar de Ariano Suassuna.

A importância de estudar o cordel em sala de aula está sendo enfatizado em projeto ousado e inovador, por título Acorda Cordel, coordenado pelo poeta popular, radialista, ilustrador e publicitário cearense Arievaldo Viana, nascido aos 18 de setembro de 1967, nos sertões adustos de Quixeramobim, terra que também viu nascer o beato Antônio Conselheiro.

Intitulado Acorda Cordel na Sala de Aula, folheto de número 70 da Coleção Queima-Bucha, publicado em Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, em janeiro de 2006, esse cordel traz ilustração de capa do próprio autor.

Vale ressaltar que Arievaldo Viana foi eleito no ano de 2000, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira de número 40, cujo patrono é o poeta popular João Melchíades Ferreira.

Arievaldo Viana desenvolve sua verve extraordinária alertando sobre a necessidade de primar por normas ortográficas e gramaticais corretas, tendo em vista que o cordel, quando usado para a alfabetização, principalmente de jovens e adultos, deve respeitar a linguagem corrente, sem erros grosseiros que atrapalhem os objetivos propostos em seu projeto de fomento ao processo ensino-aprendizagem.

O autor sintetiza a influência do cordel em sua vida, desde a infância, quando se verificou o contato do mesmo com grandes nomes da literatura regional, cujas histórias eram lidos pela avó com o frenético entusiasmo de quem se rende aos encantos das bravuras e feitos épicos narrados primorosamente em folhetos de diversos mestres do passado.

Arievaldo Viana confessa, sem titubear, que os versos geniais decorados de diversos cordéis, tiveram influência mais incisiva que os livros nos quais estudou. O cordel tinha decisiva importância na formação do povo nordestino em razão que o advento do rádio e da televisão era pouco enfático. A mídia ainda não havia contaminado efetivamente o imaginário do povo nordestino.

A fim de que recuperemos nossa identidade vilipendiada pelos rumos da globalização, o autor frisa a importância de que cada biblioteca estruture sua cordelteca como fonte de saber.

Aviso singular quanto à utilidade do cordel, está contido na necessidade da observância da métrica, rima e oração que cada folheto deve conter, visto que, na brilhante advertência do autor, deve existir seqüência lógica para que o estudo seja contemplado de êxitos.

A influência da avó é destacada intensamente no folheto, como forma de exaltar a importância do cordel na sala de aula, pois conforme o autor, esta teria sido sua mais completa fonte de inspiração para que se desabrochasse o amor pelo gênero mais identificador da verdadeira cultura nordestina.


José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Enviado para este blog pelo professor José Romero Araújo Cardoso

QUEM PESQUISA NA INTERNET, COM CERTEZA ACHA!

Por: José Mendes Pereira

Quem pesquisa na Internet, com certeza acha, e ver coisas que muitas vezes nem imaginava que ali estava o que não procurava.


 O fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, o Dr. Paulo Medeiros Gastão enviou-me um link dos mais interessantes, o comércio quase todo em uma única página na Internet.

À proporção que você vai clicando no sinal +, mais novidades vão aparecendo no seu computador.

Clique aqui!


Não deixe de ver o que há de melhor no site acima.

Citações sobre João Bezerra Parte II

Por: Paulo Britto
Tenente João Bezerra

Ainda em decorrência ao artigo "Polêmica de Angico" publicado neste mesmo blog, gostaria de fazer constar mais algumas citações sobre o Tenente João Bezerra...

Antônio Jacó

Colocações de Antônio Jacó no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo, página 117, Edição 1982.
-João Bezerra armou uma rede, botou os bornaes pendurados num galho e disse assim:
- Mané Véio, deita aqui dibaxo da minha rede:
Eu respondi:
- Ôce tá pensando qui eu sô muié? Prá seiscentos diabos!
Mas deitei no chão, qui eu obedecia eli. ...

Quando estive com Antônio Jacó na cidade de Pires do Rio em Goiás, ele bastante emocionado, sem acreditar que estaria ao lado do filho de Ten. João Bezerra, em longa entrevista me disse:

- O seu pai, eu considerava como meu pai.

Sargento Elias Marques e Paulo Britto

Elias Marques

Em conversa com Elias Marques, soldado da volante do meu pai, que residia em Olho D`Água do Casado, onde lá estive por diversas vezes, perguntei a ele:
– Elias e essas conversas que meu pai se encontrava com Lampião, etc?
Ele respondeu:
– Paulo você vai acreditar nisso, seu pai não se afastava pra lugar nenhum que não levasse um de nós e nós nunca vimos falar nisso.
O Tenente não era de brincadeira”...

Estas colocações são para demonstrar a confiança e o respeito de Antônio Jacó e demais soldados pelo então Tenente João Bezerra, demonstrando que pessoas como estas jamais se insubordinariam ao seu comando, a consideração e a confiança do comandante por eles.

Ferreira de Melo

O coronel Francisco Ferreira de Melo no livro do Dr. Estácio de Lima “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, páginas 285, 286 e 287:
-Lastimamos a perda de meu excelente soldado ADRIÃO ou ADRIANO PEDRO DE SOUZA. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça que teve o braço partido.
-De qualquer forma, LAMPIÃO foi liquidado pela tropa sob o comando geral de BEZERRA.
- As precauções e as providências. BEZERRA nunca se mostrava egoísta, ou vaidoso. Gostava de ouvir a opinião dos comandados.

Coronel Manoel Neto, à esquerda, em foto da década 70

Manoel Neto

Comentário de Manoel Neto em um Jornal do Nordeste:
O capitão Manoel Netto reconstitue, para esta folha, a luta em que se empenhou durante 12 anos.
O capitão Manoel Netto, pertencente à Brigada Militar do Estado, tem a sua carreira ligada ao combate sistemático e constante ao cangaceirismo no nordeste. Por fim, o capitão Manoel Neto allude a antigos companheiros de jornada, destacando os nomes do Tenente Coronel Hygino, do Tenente Arlindo Rocha, Luiz Mariano, Capitão Optato Gueiros, Major José de Alencar, concluindo refere-se ao Tenente João Bezerra dizendo:
- O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia alagoana e dos Estados vizinhos.
Coronel José Rufino

Carta do Cel José Rufino; Jeremoabo, 1 de abril de 1964

Amigo Cel João Bezerra,
... Aqui fica o teu velho amigo que muito te estima.
Olha João, eu ainda hoje sonho com aqueles tempos daqueles em que nós vivíamos naquela mardita campanha.

Manoel Flor

Carta de Coronel Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)

João Bezerra, Recebi sua carta, ontem, 19 de agosto de 1961, quando me preparava para um ligueiro passeio pela cidade. Seria faltar a primorosa verdade se lhe afirmasse ter sido um momento de alegria ao recebê-la. Foi meu caro amigo muito mais do que uma satisfação passageira. Ela veio me transportar a terreno mais profundo, o qual ficou no passado, mas de meandro crateroso, contemplado por mim com tantas emoções.
Emoção pelo desaparecimento de velhos companheiros, cujas cinzas veneramos com admiração e respeito, pela bravura e respeito; Emoção pelo verdadeiro espírito fraternal que sempre existiu entre as tropas pernambucanas e alagoanas. A confiança fazia com que considerássemos Pernambuco, um pedaço de Alagoas e Alagoas, um pedaço de Pernambuco; Emoção dos dias cruentos que enfrentamos, apesar da dureza da campanha, ocasionada pela fadiga, apreensão e responsabilidade, os nossos encontros efetivados na maior cordialidade, ou melhor festivos. ...

Do amigo e companheiro
Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)

Floresta, 20/9/1961


Frederico Pernambucano de Melo

Colocações feitas pelo escritor e pesquisador Frederico Pernambucano de Melo, na introdução do Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 38, 3ª edição.

... as curtas memórias do coronel Bezerra nos revelam um homem eleito pela fatalidade de um destino de aventuras permanente, pondo-lhe a vida a cada passo um obstáculo para saltar e lhe proporcionando a aventura capaz de fazer lamber os beiços a um jovem do Pajeú da época, de poder provar, em pelejas sucessivas, aos seus próprios olhos e aos de terceiros que se tratava de “cabra disposto”. Metido no interminável steeple–chase que culminaria com a destruição do “Rei do Cangaço”, Bezerra há de ter-se considerado um homem de sorte, sob esse aspecto. Pois olhe que até uma onça cruzaria seu caminho para lhe dar oportunidade de tirar uma das mais invejadas cartas de valente: a de matador de onça. ...
Outro comentário do escritor e pesquisador Frederico Pernambucano de Melo, no Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 55 e 56, 3ª edição:
... Fico à vontade, portanto, para reconhecer em Bezerra o homem que não tremeu no momento em que o destino o aceitou como seu agente e ponta de lança, dando-lhe a chance de virar uma das páginas mais expressivas da história do Nordeste rural. ...

... No cenário de Angico, Bezerra não foi outra coisa. Sujeito e objeto da história, soube fazer-se templo da síntese magnífica. Como um Ahab original, mil vezes afortunado, cuidou em atropelar tudo o que se levantou entre ele e o cangaceiro. E ao lhe tomar no último instante a porta, quem sabe não o terá desenganado de um possível brilho derradeiro das estrelas de seu chapéu, sentenciando como o capitão da perna de marfim:

Louco! Sou o lugar-tenente do destino. Apenas cumpro ordens ...

Billy Jaynes Chandler

Repúdio ao Professor Billy Jaynes Chandler, no Livro da escritora Marilourdes Ferraz “O Canto do Acauã”, 3ª Edição – 2011, página 476:

- Pág. 252: “Estas histórias são repetidas pelos pernambucanos, principalmente por aqueles que, como os da família Flor e outros nazarenos, se sentem ludibriados porque, segundo eles, Lampião foi morto por um oficial de Alagoas, corrupto e covarde, indigno de tal honra. Esta honra, de direito, deveria ter sido deles. Bezerra infame, como era, só pode ter...“ Estas referências aéticas lançadas contra o Coronel João Bezerra não podem ser atribuídas a quem não as deu, no caso os Flor de Nazaré que nem ao menos foram entrevistados pelo professor. E, além de tudo, não concordam com esse tratamento contra o colega de outro Estado.

(Marilourdes Ferraz é filha do Coronel Manoel de Souza Ferraz – Manoel Flor).

Belarmino Neto

Carta do Major da Polícia Pernambucana, Belarmino de Souza Neto, dirigida à escritora Marilourdes Ferraz e publicada em seu livro “O Canto do Acauã” – 3ª Edição – 2011, páginas 486 e 487. Há anos li uma obra de Rodrigues de Carvalho, sobre Lampião tratando do tema, aquele autor não tem dúvida: Afirma que a morte foi mesmo por veneno, obscurecendo o trabalho de João Bezerra a quem não poupa ofensas e cobre de ridículo.
Lendo aquela obra, comentei à margem: “Lampião foi um bandido, sem nobreza, sem ética, sem piedade. Seria um injustificável exagero que se fosse exigir, para a sua destruição, o emprego de princípios, de lealdade cavalheiresca que ele nunca usara para com suas vítimas. Teria sido ele envenenado? Para mim o assunto é irrelevante e não conduz a nada. O Coronel João Bezerra continuará a ser o homem que livrou o nordeste brasileiro daquela praga de vândalos. Que o tenha feito a bala, pelo arsênico, pela surpresa ou através de qualquer artifício, isso não vem ao caso, negar seu mérito pelo extermínio de Lampião, é como negar a Colombo o mérito pelo descobrimento da América. E no entanto, depois de vinte anos de escaramuças através do nordeste, entre o bandido e as forças policiais de 7 Estados, foi o Coronel João Bezerra o único que conseguiu quebrar a calota do ovo e colocá-lo de pé sobre a mesa. ...


Antonio Amaury Correa de Araujo

Correspondência enviada a mim em 06.07.2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:... Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, ... Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.
... Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, ... ... seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita.... Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história...

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico.

Gazeta de Alagoas

 06.12.1970 – 1º Caderno, página 3.

Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares...O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas. ... “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele grangeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçon grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados. Sempre estive e continuo disponível aos amigos, para poder contribuir com o modesto conhecimento que tenho.

Paulo Britto
filho do Coronel João Bezerra

(*) A data do nascimento correta do Coronel João Bezerra é 24 de junho de 1898.