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sábado, 29 de setembro de 2018

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

franpelima@bol.com.br

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EM BUSCA DA VERDADE... SEMPRE!


ILDA RIBEIRO DE SOUZA FAZENDO 'PAR' AO ILUSTRE POETA ANTÔNIO BEZERRA, "ANTÔNIO DE CATARINA", NA ÁREA DA CASA DO SAUDOSO POETA REPENTISTA LOURIVAL BATISTA, "LOURO DO PAJEÚ", AQUI EM SÃO JOSE DO EGITO, PE, A TERRA DA POESIA.

MENTIRAS OU VERDADES DA EX CANGACEIRA HERMECÍLIA BRÁS SÃO MATEUS, A SILA, EM SEUS RELATOS, LIVROS E ENTREVISTAS?

Por Sálvio Siqueira

Sempre se comentou, até debate foi feito, sobre o que a ex cangaceira do bando de Lampião, companheira do então chefe de subgrupo Zé Sereno, José Ribeiro Filho, Sila, Ilda Ribeiro de Souza, na verdade trata-se de Hermecília Brás São Mateus, seu nome de registro, falou em suas entrevistas a respeito de sua permanência e convivência no cangaço, não ultrapassaram dois anos, a jornais, livros, programas televisivos e canais de produções artísticas em veículos de comunicação em massa.

Para variar, esse também é um assunto polêmico dentre aqueles que pesquisam e estudam a historiografia do Fenômeno Social. Alguns citam que a ex cangaceira danou a língua nos dentes e contou diversas mentiras. Dizem até que para promover-se dentro da mídia e entre os estudiosos, alguém ‘criou’ para a Sila um manequim especial, corte de cabelos, vestimentas, mudar seu nome para um mais artístico e etc., em fim, foi idealizada uma produção artística para a mesma se ‘apresentar’, juntando a essa, que as ‘mentiras’ tiveram alguns toques bem arquitetados de sensacionalismo. Já outros dizem, rebatendo os primeiros, que a ex cangaceira não mentiu. Alguns até citam, interrogando, para que se diga uma determinada ‘quantidade de mentiras’ nas entrevistas. Alguns ainda acreditam que ela, ao ser entrevistada, foi ‘forçada’ a dizer determinadas histórias pelos pesquisadores. 

A verdade é que, não sabemos o porquê, todo remanescente cangaceiro se viu diante de um momento de destaque, de glória, e procurou aproveitar-se. Muitas das entrevistas foram fornecidas a base de pagamentos. A mesma personagem disse, relatou, para distintos pesquisadores, várias versões d’um mesmo assunto.

Voltando a personagem estudada, ou o que ela disse, vemos um grande desencontro quando ela relata ser da cidade de Poço Redondo, SE, já que a cidade só passou a existir em 1953. Ela é natural da cidade de Porto da Folha, SE, portanto ela é “buraqueira” e não poçoredondense. Como relata um dos filhos do saudoso pesquisador Alcino Alves Costa, o amigo Rangel Alves da Costa: “(...) da criação do município, desmembrado que foi de Porto da Folha no ano de 1953. A dúvida é se a emancipou ocorreu a 23 de novembro de 1953, como quer constar da lei municipal, ou a 25 de novembro de 1953, conforme preceituado na lei estadual (...)”.

Ainda há em seu histórico, que não se chamava Poço Redondo, e sim, Poço Verde: “Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Poço Verde, em 25 de novembro de 1953, desmembrado do município de Porto da Folha.” (www.familysearch.org)


Na entrevista cedida à jornalista/apresentadora Silvia Popovic, no programa de nome da apresentadora na rede de televisão Bandeirantes, apesar do vídeo de sido editado, notamos alguns ‘escorregões’ da ex-cangaceira. Ilda Ribeiro disse: “que nas férias, vinha pra cidade e que seu irmão não queria que ela viesse pra cidade que os cangaceiros poderiam passar lá e carregar ela”. Para começar, férias de quê? Escolares? Acreditamos que sim. No entanto, todos sabem que quem vivia da, e na roça naquele tempo não gozava férias coisa nenhuma. Sempre houve muitos afazeres para uma mocinha se entreter com sua mãe na labuta da casa em um sítio ou fazenda. A própria determinação das pessoas na época, era para que, sendo do sexo feminino, muitas coisas não poderiam fazer, como por exemplo, estudar, usar batom, cortar o cabelo diferentemente do corte dos cabelos de sua mãe e muitas outras determinações que hoje se acham ultrapassadas. Mas, na época, era como uma ‘lei’ e todas as seguiam se não a ‘chibata’ comia solta no lombo. Acreditamos que deveria ela ter narrado ao contrário, que seu irmão não permitia ela ir para o sítio, nas férias. 

Essa é profunda. Citando que nunca havia visto Lampião, Sila diz que uma vez, ele ao passar na ‘cidade’, supomos que novamente refira-se a Poço Redondo, ela estando ‘louca pra vê-lo’, quando é trancada dentro de um quarto, então ela abaixou-se e olhou por baixo da porta e viu ‘a percata dele’, viu o pé dele, mas a pessoa dele não’. Ora, se ela nunca havia visto Lampião como saberia que exatamente aquelas sandálias seriam as de Lampião? Não tem como.

Sila, na entrevista diz que foi com Zé Sereno quando esse a chamou, não da cidade, mas da ‘fazenda’ onde estava. Outra contradição, pois o real perigo estava, segundo ela no início da entrevista, estava na cidade e não no sítio. Cita que não queria ir, mas que seu irmão falou que se ela não fosse seria pior. Ela aí diz que foi, porém, ‘mais caia do que andava’. Ora, ela nasceu e criou-se no sítio, então como não sabia andar nas estradas e veredas da mata sertaneja? Estranho.

Sila não referiu à entrevistadora que Zé Sereno deu, doou cinco contos de réis a um parente dela para que ele ‘ajeita-se’ o namoro dele com o próprio Zé Sereno.

Ela e o próprio companheiro abstiveram-se, não relataram, de dizerem que ele assassinou um cidadão a golpes de martelo, numa crueldade sem tamanho. E que, ao ir fazer a ‘vingança’ do vaqueiro que atirou no irmão dela, Sereno, além de matá-lo, também assassinou o filho dele.

A Sila referiu que, ela e Maria de Déa saíram um pouco do centro do coito na grota do Riacho Angico, no ocaso do dia 27 de julho de 1937, na quarta-feira, sentaram-se em uma pedra, e ela viu ‘luzes’ piscando, que retornando para a tolda, ainda viu a luz, e que se tivesse falado para ele, Zé Sereno no caso, a coisa teria sido diferente. Pela posição em que as luzes piscavam, subentende-se que foi na direção do Rio São Francisco. Dizendo ou não o que achava ser, Sila, a nosso ver, tentou mais uma vez se promover na mídia. Com certeza, inteligente como era, sabia que vários pesquisadores cairiam de boca atrás dessa história. Ora, historicamente a historiografia dessa cangaceira pouco contribuiu para a história do cangaço em si, portanto, tinha que haver um ‘toque’ a mais, bem especial, para chamar a atenção para ela. E isso foi o que ocorreu. ‘Essas luzes’ passaram a clarear o caminho, agora artístico, sim porque fez contrato com a Rede Bandeirante de Televisão, da ex cangaceira. Fato.

Bem, vamos seguir com os relatos da Sila. Vejam bem, o que escreverei abaixo, são citações dela, da própria Sila. Em seus livros, por incrível que pareça, ela cita uma data da morte de seu próprio pai diferente, no mínimo, três vezes. Referiu à companheira de Zé Sereno que seu pai havia morrido quando a mesma tinha 9, 10 e 13 anos de idade. Ou seja, a cada livro lançado, vinha uma data da morte do pai, só que diferente. Ô homem morredor da gota serena. Ela, em seus livros, ou em alguns deles, diz que a sua noite primeira no cangaço foi ao lado de Zé Sereno, “À noite, ele estendeu um cobertor em cima de uma pedra, e tive de me deitar com ele. Foi assim minha primeira noite. Fui sabendo que a partir daquele dia seria sua mulher”. No entanto, em outro livro, sobre o mesmo fato, disse ela que havia passado a noite dançando com o cangaceiro Luiz Pedro, por estar com medo de José Ribeiro.

Ilda relata em um determinado livro que a partir do momento em que entrou para o cangaço, acompanhou Zé Sereno, seus irmãos também passaram a fazer parte, entrando junto no bando. Só que, em outros livros, ela relata que foi após uma semana, um mês, mais dias... e por vai. No livro, por incrível que pareça, Sila se contradiz com o que relata em entrevistas quando citou que no grupo, chamava Maria Déa de “Maria Bonita”.

Hermecília citando sobre as ‘reuniões’ que havia entre os grupos, no livro, referiu que em novembro de 1936 Zé Baiano estava em uma delas junto com seu companheiro Zé Sereno, que era primo de Zé Baiano. Ora, sabemos que o “Pantera Negra” foi assassinado por Antônio de Chiquinho e seus ‘cabras’ em julho de 1936. Portanto, só se Zé Baiano pedisse autorização ao ‘rabudo’ e viesse quatro meses depois de ter sido assassinado. No mesmo livro, ela disse que “o coronel Nogueira queria se apossar das terras do Zé Ferreira”. Não ocorreu esse fato, a não ser na minissérie da Rede Globo “Lampião e Maria Bonita”, onde o drama tenta mostrar esse fato de roubo de terras. Mais adiante, Sila ‘relata’ que Lampião invadiu Nazaré do Pico e botou fogo em todas as casas que pertenciam aos Nogueiras. Nunca ocorreu tal fato. Aliás, Virgolino teve bastante juízo em não ter atacado Nazaré.

Sobre a morte do pai de Lampião, José Ferreira, Sila disse que a polícia cercou a casa de Zé Ferreira, juntamente com Zé Saturnino, e a mãe de Lampião não suportando, morre do coração. Nada correto, pois quando a polícia cerca e assassina Zé Ferreira, sua esposa já havia falecido há dias. Tão pouco José Saturnino fez parte da volante de José Lucena, a qual é que cerca e mata Zé Ferreira. Danouuuuuu-se.

Sila referiu que após a morte do “Rei do Cangaço”, em julho de 1938, os cangaceiros sobreviventes, em torno de duzentos cangaceiros, “inclusive Corisco e Dadá”, fizeram uma reunião e promoveram seu companheiro, Zé Sereno, para assumir o lugar do chefe mor. Essa foi pra lascar tudo em banda. Há uma entrevista da própria ex cangaceira referida onde ela declara nunca ter conhecido Corisco e Dadá, e que Dadá tinha loucura para conhecê-la. Sila ainda disse que colocou um fuzil no ombro, pegou a cartucheira a entupiu de balas e danou-se pelo mato. Cangaceira andar com arma longa? Teve não. Sobre o ataque aos cangaceiros na grota, Sila disse, através de livros, que o ‘primeiro tiro ecoou matando um companheiro. Aí ela começa a ‘voar’ mais alto e diz que agarrou Enedina pela mão e a levou quase que arrastanto, que Candeeiro fora baleado em uma das pernas, quando o mesmo passou a implorar para que ela o ajuda-se e não o deixa-se ficar ali. Arra mulesta. Essa foi pra abrir pau d’arco no meio. Candeeiro foi ferido na altura do antebraço e não numa perna e Enedina, companheira de Zé de Julião, o cangaceiro Cajazeira, foi uma das vítimas fatais entre os cangaceiros, inclusive o projetil de fuzil esfacelou com o crânio dela.

Bem, sabemos que a maioria dos sobreviventes mentiu bastante. Tais como Balão, Volta Seca, Zé Sereno e outros mais. Talvez por quererem esconder aquilo por que passaram, por vaidade ou simplesmente para se promoverem, aproveitando algum momento de destaque. Não os condeno. De maneira alguma condeno algum deles por isso... Quem nessa vida não mentiu alguma vez, não é verdade?

Só não posso dizer que há verdades quando sei que não existiu nenhuma em relatos inacreditáveis, mirabolantes mesmo, e principalmente, sendo deles.

Referências:

“Sila – Memórias de Guerra e Paz” – Ilda Ribeiro de Souza
“Sila - Uma cangaceira de Lampião” – Ilda Ribeiro de Souza e Israel (zai) Araújo Orrico
“Angicos – Eu Sobrevivi” - Ilda Ribeiro de Souza
Gente de Lampião – Sila e Zé Sereno” - Antônio Amaury C. Araújo
Programa Silvia Popovic – Rede Bandeirantes de Televisão
Programa Amaury Jr. – Rede Bandeirantes de Televisão
Programa do Jô – Jô Soares – Rede Globo de Televisão
Blog http://xn--lampioaceso-d8a.com/
Foto
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Antônio Bezerra

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COVARDIA - TIMIDEZ - MEDO.... OU PRUDÊNCIA....!



Tanto o cangaceiro Antônio Silvino e Lampião, só entravam em combate, quando certo de que seus esquemas táticos/munições/ nº de homens haviam a probabilidade de darem certo. Sem isso, eles fugiam com seus bandos de cangaceiros, evitando lutar, dando com isso, a impressão de covardia, timidez, medo...etc.

ANALISE O TEMA, ACIMA E, DIGA, QUAIS AS SUAS IMPRESSÕES SOBRE O MESMO.
Foto: Pescada no Google.

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NAS GARRAS DA SOLIDÃO

*Rangel Alves da Costa

Na solidão profunda, na solidão mais aterrorizante, o homem agoniza, transmuda-se, entorpece. Na solidão o homem estertoriza, lamente, chora, grita, sofre. Não é sequer humano, apenas o ser transbordante em outro ser horrendo e moribundo.
Na solidão entranhada nas profundezas, o homem geme, germina a infindável melancolia dos abandonados. Uma solidão tão absolutamente sozinha que no silêncio maior assobiam e açoitam as ventanias vorazes, as tempestades atrozes, os famintos vendavais. Um deserto de caminho de fogo.
Na solidão, naquela solidão sem chão nem altura, sem lado nem saída, o homem se desumaniza, desnorteia-se em redemoinhos gulosos de vida. Quer pular, quer gritar, quer subir pelas paredes, quer encontra uma fresta, quer uma lua, quer um sol, mas só encontra o negrume retinto da solidão. E de boca aberta e feia. Dentes pontudos e língua bifurcada, tudo assim na boca da solidão.
Um ser solitário e metamorfoseado na exata forma kafkiana. Um verme asqueroso, um se repelente e abominável, um bicho em imprestabilidade rastejante. Membros e troncos, mente e lucidez, que de nada servem senão para o reconhecimento da própria desvalia humana. Embaixo da cama, pelos cantos escuros, a miséria humana latejando a animalidade mais terrificante.
Ou seria um lobo uivante na altura do monte, de caninos afiados e olhos vermelhos pelo fogo da solidão? Lobo e sua tristeza, sua angústia, seu terrível e voraz sofrimento. Na sua solidão apenas o uivo, o brado, o grito dilacerado na noite, mas quem o avistasse certamente encontraria um espectro forçando a existência. Terríveis sons na escuridão da montanha, ecos que avançam adiante como se quisesse tudo transformar no mais cruel desalento.
Assim o homem na sua solidão. Uma fera, um bicho, um selvagem, um ser bestial, qualquer coisa ferina que avança e se consome a si mesma. Um ser animalizado, transformado em irreconhecível criatura. Uma bestialidade de garras afiadas e pulsações violentas na alma, na pele, nos olhos, na boca, nos sentimentos. Um ser solto da jaula e preso no seu próprio labirinto. Uma animalesca figura que sequer se reconhece na sua dor.
Uivos, brados, gemidos, berros, bramidos, clamores, soluços, lamentos, agonias, alaridos, clamores. Eis a voz da mais solitária solidão. Eis o que ecoa no meio da noturna selva dos desvalidos sentimentos, dos devastadores abandonos.
“Contorce-se. Desgrenha-se em gemidos roucos. Move suas garras afiadas no chão duro. Deitado, rola de lado a outro, um ser em transmudação. Grita ou berra, geme ou uiva, ou tudo ao mesmo tempo. Sacoleja, bate no chão, coloca as duas mãos sobre a cabeça, puxa vorazmente os cabelos, lanha o corpo inteiro, depois se move rapidamente em direção à parede. Quer subir, quer escalar a parede, quer alcançar o telhado. Escorrega suas mãos perto da janela. Salta e cai, e novamente se contorce na mais profunda agonia. Quer fugir, quer encontrar uma saída para a solidão. Mas o que lhe resta é somente a solidão...”.
“Vai subindo como pode até alcançar o telhado. Suas mãos em garras afastam telhas e fazem surgir um laivo de lua. O quarto escuro toma uma cor amarelada e de tez enferrujada. A pouca luz reflete o rosto crispado, o olhar de fera, a boca de fera, o corpo da fera em ritual de solidão. Mas não é fera, é homem. Mas não é mais o homem, é simplesmente a fera gestada na solidão...”.
“Avançou sobre móveis, derrubou o cálice em cima da mesinha, estilhaçou a garrafa de vinho. Quis beber veneno, mas não reconhecia o frasco. Sua pele estava rija demais para que o fio do punhal respingasse o vermelho da aflição. Não havia arma de fogo, mas naquele momento ele não era caçador, apenas frágil presa. Cansou-se de tudo, cansou-se do mundo, cansou-se da vida e de si mesmo. Quis morrer. Decidiu. Urrou pela última vez e adormeceu. Pela luz que descia do telhado afastado, apenas um vulto lançado ao chão. Dormia. Ainda pulsando lágrimas e agonias, apenas dormia. Uma fera na solidão adormecida”.
Eis o homem na sua solidão. Uma solidão tamanha que o torna fera. E já não será mais homem, mas apenas o bicho perdido na selva escura de si mesmo.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

NOVO LIVRO NA PRAÇA DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DANTAS

Por Sálvio Siqueira

Novo livro na praça que será disponibilizado para o público a partir do próximo mês, outubro 2018, com a marca já registrada do pesquisador/historiador/escritor Sérgio Augusto de Souza Dantas, virá contando o que não foi dito ou escrito sobre Lampião e seu bando em terras paraibanas.

“LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA”

O livro ‘LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária. O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama - e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã. 

Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:

“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo(PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.

A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.

A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.

LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.

Sobre o autor: Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal. Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005), Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006), Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).

Para adquiri-lo entre em contato com o professor Pereira lá em Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

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BOLSONARO TEM ALTA HOSPITALAR 23 DIAS APÓS LEVAR FACADA...

Gustavo Maia e Hanrrikson de Andrade Do UOL, em São Paulo e Rio 29/09/2018

Clique no link abaixo para saber o que diz o site.

https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/29/bolsonaro-deixa-hospital-23-dias-apos-levar-facada.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=uol

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FOI UM GRANDE REGISTRO NA MAIOR BIBLIOTECA DO MUNDO COM O TEMA CANGAÇO, DE ANGELO OSMIRO BARRETO

Por Aderbal Nogueira

FOI UM GRANDE REGISTRO NA MAIOR BIBLIOTECA DO MUNDO COM O TEMA CANGAÇO, DE ÂNGELO OSMIRO BARRETO











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COMO ADQUIRIR O LIVRO DULCE A BONECA CANGACEIRA DE DEUS



Olá, pessoal de Jordânia! 

O livro "Dulce a Boneca Cangaceira de Deus" já se encontra à venda por R$ 39,90, nos seguintes endereços:

Loja Jiré de Endy: Rua Lero Gomes, em frente à Zema;

Sorveteria El Shaday de Sany, na Rua São Francisco nº 466, ao lado do Alvorada Hotel.

As pessoas de outras localidades devem depositar R$ 44,40, já com a postagem incluída:

- Bradesco = conta: 0501.336-4 Ag: 1847-3 Sebastião Pereira Ruas;
Caixa Econômica Federal 

Conta: 00020511-9 Ag: 1745 Oper. 001

Sebastião Pereira Ruas

Obs: Coloque seu nome no recibo de depósito, tire uma foto e me mande pelo Watsapp (33) 98718-8242. Não se esqueça de me enviar o seu endereço correto.

Abraços Ruas a todos vocês.

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A REVOLUÇÃO DE 1930

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

A Revolução de 1930 vitoriosa, deu inicio a implantação de direitos e deveres
dos cidadãos e das empresas diante da intervenção estatal. No Brasil não existia a CLT
– Consolidação das Leis do Trabalho e muito menos salário mínimo nacional
obrigatório, 13o salário, carteira de trabalho assinada e FGTS, PIS e COFINS, muito
menos. Tais institutos que favorecem a classe obreira foram conquistas do momento
pós-revolucionário dos períodos de 1930 e 1964. Conquistas gradativas dos
trabalhadores e garantias oficiais também para as empresas.
Ainda na primeira República, 1889 a 1930, já funcionava em pleno vapor em
Santa Rita a C.T. P – Companhia de Tecido Paraibana, a popular Fábrica Tibiry,
implantada em 1892 em nossa terra. O que vale dizer que o núcleo residencial e
industrial da Tibiry, era um lugar muito importante para a economia nacional, estadual e
municipal já na última década do século XIX, sem sombra de dúvida. A C.T.P., foi a
segunda mina e/ou galinha dos ovos de ouro que Santa Rita recebera de presente pela
iniciativa privada até então, porque a primeira grande riqueza da rainha dos canaviais
foi a construção em 1587 do Engenho Del Rey Tibiry, quando por aqui passaram
engenheiros e artífices das diversas nacionalidades do mundo para implantar a referida
indústria, sem deixar de lado o uso da própria mão de obra escrava (branca; negra;
indígena) para o plantio, corte e industrialização do ouro branco. A partir de então
surgiram outros engenhos e outras fábricas e/ou engenhos bangüês e/ou a vapor para
fabricar açúcar e seus derivados, antecessores dos engenhos grandes e/ou usinas,
decantados em versos e prosas, a exemplo dos romances “Usina”, “Bangüê” e “Fogo
Morto”, de autoria do paraibano José Lins do Rego Cavalcanti, sem deixar de lado a
“[...] colonização e, séculos depois, nos anos 1920e 1930, conforme os registros de
Ambrósio Fernandes Brandão (1612) e Celso Mariz (1939)”, conforme Rodrigues
(2013, p.41).
Ainda jovem, adolescente na flor de seus verdes anos, em 1897, o menino
operário Severo Rodrigues da Silva começou a trabalhar na Fábrica Tibiry, ainda
residindo e trabalhando durante trinta e cinco longos anos na referida vila operária. Aí
veio a Revolução de 1930, ele fez parte dela porque apoiava a ideologia implantada pela
Aliança Liberal que levou o “getulismo” ao poder central, inclusive seus patrões que

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eram correligionários do líder Presidente Getúlio Vargas, o mesmo que criou o
Ministério do Trabalho e as primeiras leis esparsas concedendo direitos e deveres ainda
incipientes em favor da classe operária. Isso era 9 de agosto de 1931 (A UNIÃO,
20/07/1932, p.7), ele e seus amigos e/ou colegas de profissão da Fábrica Tibiry,
decidiram historicamente fundar o primeiro sindicato da várzea do Rio Paraíba e do
Estado da Paraíba com tal nomenclatura e/ou designação, ex-vi o quadro das
“organizações de trabalhadores na Paraíba – 1932”, que cita textualmente o “Syndicato
dos Operários da Fábrica Tibiry”, com sede em Santa Rita e data de fundação 1931,
com 345 (trezentos e quarenta e cinco) sócios, conforme Gurjão (1994, p.149).
Foi despedido da Fábrica Tibiry juntamente outros colegas seus porque era a
cabeça pensante que fazia parte da fundação e da diretoria do neófito e pioneiro
sindicato composto pelos operários da referida indústria, dentre seus colegas,
destacamos Severino Moreira da Silva, operário com dez anos de casa e que foi
igualmente despedido e sem direito a receber de nada pelo tempo de trabalho.
Fundaram o Sindicato dos Operários da Fábrica Tibiry em 1931 e perderam o
emprego, foram para olho da rua e/ou seja foram demitidos sumariamente.
O caso foi parar na Justiça Federal, secção da Paraíba através de representação
feita pelo Professor Severo Rodrigues da Silva, em nome do Sindicato dos Operários da
Fábrica Tibiry, tendo como advogado, o Dr. João Santa Cruz Oliveira. Isso representa a
primeira representação nas relações de trabalho dos operários contra o patrão da referida
empresa fabril mencionada em Santa Rita, representada pelo seu presidente o Dr.
Manoel Velloso Borges, em momentos iniciais das ações provenientes da Revolução de
1930.
O termo de protesto judicial contra a Fábrica Tibiry foi deferido pelo MM. Juiz
Dr. Antônio Guedes, em nome da Justiça Federal na Paraíba, porque não existia ainda a
Justiça do Trabalho no Brasil, mediante o seguinte:

“Despacho: A., tome-se por termo e façam as intimações pedidas. Em
18/07/1932. Antonio Guedes” (A UNIÃO, 20/07/1932, p. 7).
A União, edição de 20 de julho de 1932, p. 7, publicou na integra o seguinte
edital:

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“Juizo Seccional do Estado da Parahyba – Edital de citação – De um
protesto feito pelo Syndicato dos Operarios da Fabrica de Tecidos
Tibiry, contra a gerencia da mesma Fabrica, na forma abaixo:O
dr.Antonio Galdino Guedes, juiz federal na Secção do Estado da
Parahyba: Faz saber aos que o presente edital virem ou dele tiverem
conhecimento e interessar possa, que pelo Syndicato dos Operarios da
Fabrica de Tecidos Tibiry, lhe foi dirigida a petição deste teor aqui:
“Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal do Estado da Parahyba. Diz o Syndicato
dos Operarios da Fabrica de Tecidos Tibiry com sede a Avenida Dr.
João da Matta, em Santa Rita, deste Estado, fundado em 9 de agosto
de 1931, de acordo com o dec. 19.770 de 19 de março de 1931, do
Governo Provisorio, com estatutos organizados e cuja copia foi ha
meses, enviada para aprovação, ao Ministerio do Trabalho, onde tem
representante autorizado, que a gerencia da Fabrica de Tecidos Tibiry,
não querendo que seus operários se organizassem syndicato e que este
funcionasse com verdadeira associação de classe, zelando pelos
interesses da ordem econômica, jurídica, hygienica e cultural dos
operários da mesma fabrica, tem assim, desde a fundação desta
corporação, lhe dificultado a existência, perseguindo os seus
membros, exercendo grande coação entre os trabalhadores da empresa
a fim de sahirem do syndicato ou não se associarem ao mesmo e
despendindoaquelles que faziam parte da directoria como se deu com
Severo Rodrigues da Silva, com 35 annos de serviço na fabrica e
Severino Moreira da Silva, com 10 annos. Todos esses actos injustos e
abusivos são praticadoscom táctica e no intuito exclusivo de suffocar a
acção legal dos trabalhadores e operários da fabrica a fim de que não
se organizem não tenham consciência de seus direitos, nem uma
associação independente que os dirija na conquista do que a lei lhes
assegura e garante. Succedeque, no intuito de destruir a existência
legal do Syndicato, pretende e simula a gerencia da fabrica organizar
alli uma instituição que obedeça sem discrepância e que, em suas
atitudes, não manifeste nenhuma divergência com ella, o que além de
ferir o art. 13 e seus respectivos §§, do citado decreto n. 19.770, busca
cindir o operariado da fabrica. E na qualidade de única associação
legal organizada para a defesa dos direitos e interesses dos operários e
trabalhadores da mesma Fabrica Tibiry, o Syndicato vem, assim, para
resalva e salvaguarda de seus direitos e dos seus membros, protestar
contra todos os attentadossoffridos ou a soffrer por parte da gerencia
da fabrica e especialmente contra quaesquereffeitos da pretensa
organização de uma associação hostil, perdas e damnos, requerendo
tomar por termo este protesto sejam delle, nos termos do decreto no
3.084, de 5 de novembro de 1898, parte do art. 3o, a, art. 155,
intimados pessoalmente, o dr. Procurador da República, o Ministerio
do Trabalho na pessoa de seu representante legal neste Estado, o
presidente da Companhia de Tecidos Parahybana e gerente da Fabrica
Tibiry, dr. Manoel Velloso Borges e por edital quem quer que se
apresente como representante activo ou organizador de novo
Syndicato, entregando-se depois este processado ao supplicante
independente de traslado, para lhe servir de documento. (Com uma
procuração. João Pessoa, 18 de julho de 1932. João Santa Cruz
Oliveira, advogado (Devidamente sellado). Despacho: A., tome-se por
termo e façam as intimações pedidas. Em 18/07/1932. Antonio
Guedes. Termo de protesto: Aos 18 dias do mês de julho, do anno de
1932, nesta capital do Estado da Parahyba,em meu cartorio,
compareceu o doutor João Santa Cruz Oliveira, procurador e

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advogado do Syndicato dos Operarios da Fabrica de Tecidos Tibiry,
reconhecido por mim escrivão e pelas testemunhas abaixo nomeadas,
e disse que nos termos da petição que exhibia despachada pelo
meretissimosr.dr. juiz federal, protestava, como de facto protestado
tem, para resalva e salvaguarda dos direitos do mesmo Syndicato e
dos seus membros, contra todos attentados sofridos ou a soffrer por
parte da gerencia da Fabrica de Tecidos Tibiry, da qual o Syndicato
era uma associação legal de seus trabalhadores e operários, com
estatutos organizados, de accordo com o decreto 19.770, de 19 de
março de 1931 e com representação perante o Ministerio do Trabalho,
e também protestava contra a pretensa organização de um novo
Syndicato, com o intuito de aniquillar o já existente perdas e damnos e
o facto da mesma gerencia hostilizar e despedir do serviço da fabrica
operários e trabalhadores, membros do Syndicato, tudo de
conformidade com os termos e conteúdo da petição a folhas duas, que
fica fazendo parte integrante deste termo. E de como assim o disse,
assignou com as testemunhas Antonio Manoel do Nascimento,
Diolindo de Carvalho. Era o que se continha na petição, despacho e
termo de protesto, aqui bem e fielmente copiados. E para que chegue a
noticia de todos, especialmente de quem quer se apresente como
representante do activo ou organizador do novo Syndicato, conforme
foi requerido, mandei passar este edital que será affixado no logar do
costume e publicado pela imprensa. Dado e passado nesta capital do
Estado da Parahyba, em 19 de julho de 1932. Eu, Eutichiano Barreto,
escrivão federal, o escrevi. (Assignado). Antonio Galdino Guedes. Era
o que se continha no edital aqui bem e fielmente copiado; dou fé. João
Pessoa, 19 de julho de 1932. O escrivão federal,Eutichiano Barreto”.
(Ortografia da época). Grifo nosso.

Severo Rodrigues não era professor formado por Escola Normal, Faculdade e ou
Universidade de qualquer espécie, ele era formado pelos veios dos “teares” da C.T.P.
Companhia de Tecido Paraibana. O tear é vivencial e memorial na vida do “mestre”
demitido da Fábrica Tibiry, onde o vai e vem do tear, ainda que por analogia é algo
parecido “como uma aranha que se dissolvesse a si própria nas secreções construtivas
da sua teia” (BARTHES, 1973).
E Severo Rodrigues da Silva teve que mudar de profissão, construiu um novo
“tear”, agora tendo como matéria prima o pensamento e o sonho de que nada é
impossível na vida, em sendo assim, transformou a modesta sala de sua casa residencial
em uma modesta sala de aula particular, porque sabia ler e escrever, ingressando assim
na fila de professor leigo (aquele que não tem diploma de formatura para exercer o
magistério) em Santa Rita, transformando-se assim um dos primeiros professores do
ensino particular de Santa Rita, haja vista que fundou a Escola Particular Noturna do
Sexo Masculino na Vila Operária Tibiry, segundo o Anuário Informativo de Santa Rita

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(1937), de onde passou a tirar o sustento para si e para duas irmãs solteironas que com
ele viviam e residiam debaixo do mesmo teto.
Além de Severo Rodrigues da Silva, naquele tempo, na década de 30 do século
XX, Santa Rita tinha poucos professores do sexo masculino, podemos então citar ainda
seus colegas de magistério: Luiz de Azevedo, lecionou na Escola Elementar do Sexo
Masculino/Idem Noturna do sexo feminino/sede Santa Rita (homenageado com nome
de rua e escola pública estadual no Tibiri II); e Assis Pereira da Silva (Escola Particular
Mixta de Barreiras, atual Bayeux).
O magistério feminino santaritense em 1936 era composto por: Iracema Feijó da
Silveira, escritora e poetisa nacional (AGUIAR, 2013), cuja biografia é citada no
Pequeno Dicionário dos Escritores e Jornalistas da Paraíba do Século XIX (2009); Ana
Maura Henrique; Celina Gomes da Silveira; Altina Eudócia de Vasconcelos
(homenageada com nome de rua no Bairro Popular); Maria de Lourdes de Araújo
(homenageada com nome de uma escola estadual no Tibiri II); Maria do Carmo
Gonçalves; Laura Gonçalves; Julieta Cardoso de Albuquerque; Clara Cordeiro; Maria
Amélia Camelo; Emilia da Silva Costa; Maria de Lourdes Teixeira; Elisa de Alcantara
Correia; Francisca Miranda da Nóbrega; Severina Cardoso; Anália Ramos; Luiza Vieira
Campos; Isaura Fernandes das Neves; Eunice Serrão; Maria das Neves Pires; Arminda
Santos; Emilia Serrão de Oliveira; Ana Carolina; e Eunice Cabral.
Poucos dentre os nomes dos professores da década de 30 do século XX em Santa
Rita receberam homenagem do poder público com nomes de ruas e de escolas aqui
existentes na atualidade. Assim sendo, fica aqui o nosso reconhecimento pleno aos
valorosos mestres citados e que jamais serão esquecidos pela memória histórica da
cidade que ensinou a Paraíba a comer açúcar e a beber cachaça e caldo de cana, ainda na
época do Brasil Colônia de Portugal.
Dentre as dezenas de alunos que o Professor Severo Rodrigues teve, podemos
destacar o ex-vereador e ex-prefeito Antônio Teixeira de Carvalho, que no exercício do
cargo de prefeito, no primeiro mandato entre 1959/1963, mandou botar o nome de seu
mestre na rua principal do Bairro Popular – Rua Professor Severo Rodrigues.
O líder popular santaritense Antônio Teixeira, também faz lembrar a memória do
conceituado professor Severo Rodrigues, quando no exercício do seu segundo mandado
de prefeito de Santa Rita (1969/1973), escreve de próprio punho um bilhete em papel
timbrado da Prefeitura Municipal de Santa Rita para Francisco Aguiar, o mesmo autor

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deste texto, pedindo um favor para um popular e seu amigo que também foi aluno do
referido professor na Vila Operária Tibiy em sua juventude:

“Amigo Francisco. Meu abraço. Se fosse possível queria que você
fizesse um atestado de curso primário para este amigo, que ele precisa
para ocupar uma colocação no Rio, é verdade que é um arranjo pois
penso que não tem nenhum inconveniente. A coisa é tão pequena que
não tem expressão. Ele fez os primeiros estudos com o professor
Severo Rodrigues de saudosa memória. Sem mais do amigo. Antônio
Teixeira”. (30/06/1969).

Aqui termina a epopéia ideológica do homem ético que fundou com amigos e
colegas de trabalho o primeiro Sindicato de Operários da Paraíba, em Santa Rita e bem
assim, fundou uma das primeiras e/ou a primeira escola (classe ou cadeira) particular
para o sexo masculino, porque na época as “cadeiras” eram assim chamadas: masculinas
e/ou femininas – escolas separadas para ambos os sexos na Vila Operária de Tibiry em
resposta a sua demissão da Fábrica Tibiry por ter participado da fundação do referido

sindicato e fazer parte de sua diretoria.
Enviado por Francisco de Paula Melo Aguiar autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com