Seguidores

quarta-feira, 24 de abril de 2019

CASO DO CANTOR LINDOMAR CASTILHO

Por Fernando Serpone, especial para o iG Tamanho do texto

Cantor matou a ex-mulher com um tiro em 1981. Sete anos depois, saiu da prisão em liberdade condicional

No dia 30 de março de 1981, o cantor Lindomar Castilho matou com um tiro sua ex-mulher, a cantora Eliane Aparecida de Grammont. Segundo Castilho, Eliane tinha um caso com um primo do cantor, que também saiu ferido do episódio.

Nascido em Rio Verde (GO), Lindomar Castilho tornou-se famoso nos anos 1970 ao cantar boleros e samba-canções como “Você é Doida Demais”, música-tema do seriado da Globo “Os Normais”. No começo da década de 1980, o cantor estava no auge da fama.


PUBLICIDADE

O casamento de Castilho com Eliane durou cerca de dois anos. Eles tiveram uma filha, Liliane, e se separaram em junho de 1980. Agressivo e ciumento, Castilho bebia muito e espancava sua mulher, segundo afirma a procuradora Luiza Nagib Eluf no livro “A Paixão no Banco dos Réus” (Ed. Saraiva).

“Eliane teve de abandonar sua profissão de cantora, que somente retomou depois da separação do casal”, diz a procuradora, no livro. “Quando morreu, fazia seis meses que tinha voltado a cantar e apenas vinte dias que o desquite havia sido formalizado.”

https://www.youtube.com/watch?v=7y3bCwIMxXQ

Na noite de 30 de março de 1981, Castilho foi ao bar Belle Époque, na Alameda Santos, em São Paulo, onde Eliane fazia uma apresentação, acompanhada do violonista Carlos Roberto da Silva, o Carlos Randal, primo de Castilho.

"Levantei os olhos, deparei com Lindomar que apontava a arma na direção de Eliane, segurando com as duas mãos”, disse Randal à época, ao jornal “Folha de S. Paulo”. “Ele estava quase a dois metros dela quando disparou.”


https://www.youtube.com/watch?v=GGp6MWOZ0js

Castilho atirou cinco vezes. Eliane foi atingida no peito. Randal também foi baleado no abdome, mas não percebeu na hora. “Levantei do banco e atirei o violão no rosto do assassino, saltando em seguida sobre ele, sendo ajudado pelo proprietário do café, que desarmou Lindomar”, contou Randal. “Somente mais tarde, quando corria em direção à rua Pamplona para pedir socorro, percebi que também estava feri¬do, com uma bala na barriga.”

O violonista acompanhou Eliane até o Pronto-Socorro Brigadeiro, mas ela morreu no caminho. Castilho tentou fugir, porém foi dominado e quase linchado. Quando a polícia chegou, ele estava caído na calçada, com pés e mãos amarradas. 

O cantor foi preso em flagrante. No dia 24 de abril, recebeu liberdade provisória por ser réu primário e não representar perigo para a sociedade.



https://www.youtube.com/watch?v=Os8z1pyFpcc

Em maio, Castilho foi interrogado. Em meio a manifestações do lado de fora do Fórum, ele afirmou ter certeza de que Eliane tinha um caso com seu primo. Na ocasião, o advogado de defesa, Valdir Trancoso, fez questão que seu cliente saísse pela porta da frente. O cantor partiu cercado por 17 policiais.

Inicialmente, Castilho foi acusado de homicídio qualificado por motivo fútil e por não dar chance de defesa à vítima, O tiro que acertou seu primo lhe rendeu mais uma, por tentativa de homicídio. A defesa recorreu e o “motivo fútil” foi retirado da acusação. O relator entendeu que "o ciúme, fonte de paixão, não pode ser considerado motivo fútil".

O cantor Lindomar Castilho é detido após matar sua ex-mulher, a também cantora Eliane Aparecida de Grammont (30/03/1981).

A família de Eliane contratou o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos como advogado. Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 1984, Thomaz Bastos disse que o assassinato era classificado como “o falso crime passional”. “Lindomar se dizia apaixonado e traído pela mulher, mas eles já estavam separados havia um ano. Foi um crime premeditado. Quando Lindomar entrou naquele bar, ele entrou para fuzilar Eliane."


https://www.youtube.com/watch?v=f2MJncoYFKw

Três anos após o crime, o julgamento de Castilho mobilizou grande número de manifestantes e organizações feministas que gritavam frases como "bolero de ma¬chão só se canta na prisão". Além daqueles que pediam a punição do cantor, havia também um grupo autodenominado “os machistas”, que ofendia e jogava ovos nas mulheres que protestavam, segundo o livro da procuradora. A polícia teve de intervir para impedir um confronto físico.

O público no tribunal aplaudiu de pé os discursos feitos pelo promotor Antônio Visconti e por Thomaz Bastos. Cada um falou por uma hora. A defesa, por sua vez, argumentou que havia sido um homicídio cometido sob força da emoção, tentando atenuar a pena, mas a tese não foi aceita.

A defesa disse ainda que não houve tentativa de homicídio de Randal, já que ele teria sido atingido por acidente, dada a imperícia do cantor no manuseio da arma. O argumento convenceu e o crime passou a ser de lesão corporal culposa de natureza leve.


https://www.youtube.com/watch?v=zPUGNTNuCXc

Por 4 votos a 3, o júri decidiu que houve homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e, no caso de Randal, lesão corporal culposa. No dia 25 de agosto de 1984, Castilho foi sentenciado a 12 anos e dois meses de prisão.

Até então em liberdade, o cantor apresentou-se para ser preso e, após um período detido em São Paulo, foi transferido para Goiânia. Dois anos depois, conseguiu o direito de cumprir a pena em regime semiaberto e, em 1988, saiu da prisão, em liberdade condicional.


https://www.youtube.com/watch?v=qZe9VoyMqAc

Mais de 20 anos depois, Castilho diz não saber como explicar o crime. “Não há registro do que aconteceu em minha cabeça. Eu a amava com certeza total”, afirmou o cantor à revista “Gente”, em 2002. “Qualquer pessoa sob forte emoção é capaz de fazer o mesmo. Me desliguei da realidade por causa de uma violenta emoção.” Porém, ele aponta Randal como o responsável pelo crime. “Esse parente meu foi o causador de tudo, de desavenças, de problemas”.

Na prisão, o cantor chegou a gravar o disco “Muralhas da Solidão”.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

1º ENCONTRO DE POETAS CURRAIS NOVOS - RN.


SECOS & MOLHADOS - QUE FIM LEVARAM TODAS AS FLORES


Publicado a 27/10/2008
Secos & Molhados - Que Fim Levaram Todas As Flores
Categoria

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

JACKSON DO PANDEIRO


Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande31 de agosto de 1919 – Brasília10 de julho de 1982), foi um cantor e compositor de forró e samba brasileiro, assim como de seus diversos subgêneros, a citar: baiãoxotexaxadococoarrastapéquadrilhamarcha, dentre outros. Também conhecido como O Rei do Ritmo.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Paraibano de Alagoa Grande, Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão. Através dela Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família decide mudar-se para Campina Grande. A pé, Flora e três filhos. José (Jackson), Severina e João, vão tentar uma nova vida, após quatro dias de viagem.
Em Campina Grande, Jackson trabalhou como engraxate, ajudante de padaria etc., nas feiras conviveu com artistas populares, como coquistas e violeiros. Seu nome artístico originou-se das brincadeiras de criança, ainda em Alagoa Grande, dos filmes de faroeste, no tempo do cinema mudo, onde se autodenominava Jack, inspirado em Jack Perry, artista dos referidos filmes. O apelido pegou, e em Campina Grande, após iniciar como pandeirista ficou conhecido como Jack do Pandeiro, e passando a acompanhar artistas da terra. Mudou-se para João Pessoa nos anos 40 e continuou sua vida de músico tocando em boates e cabarés, sendo, logo a seguir contratado pela Rádio Tabajara para atuar na orquestra daquela emissora, sob a batuta do maestro Nozinho. Quando o maestro Nozinho foi contratado para a Rádio Jornal Comércio-Recife, levou alguns membros da orquestra Tabajara, entre eles Jackson do Pandeiro. Portanto Jackson já chegou em Recife formado no mundo dos ritmos, pois em Campina Grande e João Pessoa entre os anos 30 e 48 passou por zabumba, bateria, bongô, até chegar profissionalmente ao pandeiro. [2]
Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry.[3] A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.
Somente em 1953, com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", rojão composto por Edgar Ferreira.
Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Albuquerque,[1] com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida.
No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana" e "Um a Um". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baiãococosamba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.
O fato de ter tocado tanto tempo no Casino Eldorado aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. [4] Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.

Morte[editar | editar código-fonte]

Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético desde os anos 60, morreu aos 62 anos, em 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral. Ele tinha participado de um show na cidade uma semana antes e no dia seguinte passou mal no aeroporto antes de embarcar para o Rio de Janeiro. Ele ficou internado na Casa de Saúde Santa Lúcia. Foi enterrado em 11 de julho de 1982 no Cemitério do Cajú, na cidade do Rio de Janeiro, com a presença de músicos e compositores populares, sem a presença de nenhum medalhão da MPB. Hoje seus restos mortais se encontram na sua terra natal (Alagoa Grande) localizado não no cemitério local, mas sim em um memorial preparado em sua homenagem pelo povo alagoagrandense.

Sucessos[editar | editar código-fonte]

  • Forró em Limoeiro, Edgar Ferreira (1953)
  • Sebastiana, Rosil Cavalcanti (1953)
  • A mulher do Aníbal, Genival Macedo e Nestor de Paula (1954)
  • Vou gargalhar, Edgar Ferreira (1954)
  • Xote de Copacabana, Jackson do Pandeiro (1954)
  • Cabo TenórioRosil Cavalcanti (1954)
  • Um a um, Edgar Ferreira (1954)
  • Coco do Norte, Rosil Cavalcanti (1955)
  • Forró em CaruaruZé Dantas (1955)
  • Cremilda, Edgar Ferreira (1955)
  • Ele disse, Edgar Ferreira (1956)
  • O canto da ema, de João do Vale, Ayres Viana e Alventino Cavalcanti (1956)
  • Rosa, Ruy de Moraes e Silva (1956 )
  • Falso toureiro, José Gomes e Heleno Clemente (1956)
  • Cumpadre João, Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti (1958)
  • Dezessete na corrente, Edgar Ferreira e Manoel Firmino Alves (1958)
  • Cantiga do sapo, Buco do Pandeiro e Jackson do Pandeiro (1959)
  • Casaca-de-couro, Ruy de Moraes e Silva (1959)
  • Chiclete com BananaAlmira Castilho e Gordurinha (1959)
  • Lágrima, Jackson do Pandeiro, José Garcia e Sebastião Nunes (1959)
  • Forró de SurubimAntônio Barros e José Batista (1959)
  • Velho gagá, Almira Castilho e Paulo Gracindo (1961)
  • Como tem Zé na Paraíba, Catulo de Paula e Manezinho Araújo (1962)
  • Samba do birim bim bim, Barbosa da Silva e Paulinho (1964)
  • Bodocongó, de Humberto Teixeira e Cícero Nunes (1966)
  • Sina de cigarra, Delmiro Ramos e Jackson do Pandeiro (1972)
  • Chuchu belezaJoão Silva e Raymundo Evangelista (1973)

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • 1955: Jackson do Pandeiro - Gravadora: Copacabana
  • 1956: Forró do Jackson - Gravadora: Copacabana
  • 1957: Jackson e Almira - Os Donos do Ritmo - Gravadora: Copacabana
  • 1958: Forró do Jackson (1ª coletânea) - Gravadora: Copacabana
  • 1959: Jackson do Pandeiro - Gravadora: Columbia
  • 1960: Sua Majestade - o Rei do Ritmo (2º Coletânea) - Gravadora: Copacabana
  • 1960: Cantando de Norte a Sul - Gravadora: Philips
  • 1961: Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro - Gravadora: Philips
  • 1961: Mais Ritmo - Gravadora: Philips
  • 1962: A Alegria da Casa - Jackson do Pandeiro e Almira - Gravadora: Philips
  • 1962: ...É Batucada! - Com Jackson do Pandeiro e Almira e o Ritmo Empolgante dos "Ries da Batucada" - Gravadora: Philips
  • 1962: O Melhor de Jackson do Pandeiro (3ª coletânea) Gravadora: CBS
  • 1963: Caminho da roça - Jackson do Pandeiro, Almira e Zé Calixto Gravadora: Philips
  • 1963: Forró do Zé Lagoa - Gravadora: Philips
  • 1964: Tem Jabaculê - Gravadora: Philips
  • 1964: Coisas Nossas - Gravadora: Philips
  • 1964: São João no Brejo - Jackson do Pandeiro e Almira, Alventino Cavalcanti, Zé Calixto e Borrachinha Gravadora: Philips
  • 1965: ...E Vamos Nós! - Gravadora: Philips
  • 1965: São João no Brejo nº 2 Jackson do Pandeiro e Almira, Alventino Cavalcanti, Zé Calixto e Borrachinha Gravadora: Philips
  • 1966: O Cabra da Peste - Gravadora: Continental
  • 1966: Os grandes sucesso de Jackson do Pandeiro (4ª coletânea) Gravadora: Fantasia
  • 1967: A Braza do Norte - Gravadora: Cantagalo
  • 1968: Jackson do Pandeiro (5ª coletânea) Gravadora: Philips
  • 1970: Aqui Tô Eu - Gravadora: Philips
  • 1971: Jackson do Pandeiro - Série Autógrafo de sucesso (6ª coletânea) Gravadora: Fontana/Phonogram
  • 1971: O Dono do Forró - Gravadora: CBS
  • 1972: Sina de Cigarra - Gravadora: CBS
  • 1973: Tem Mulher, Tô Lá - Gravadora: CBS
  • 1974: Nossas Raízes - Gravadora: Alvorada/Chantecler
  • 1975: Os grandes sucessos de Jackson do Pandeiro (7ª coletânea) Gravadora: Tropicana/CBS
  • 1975: A Tuba da Muié - Jackson do Pandeiro e seu conjunto - Gravadora: Alvorada/Chantecler
  • 1976: Mutirão Gravadora: Chantecler/Alvorada
  • 1976: É Sucesso - Gravadora: Tropicana/CBS
  • 1977: Um Nordestino Alegre - Gravadora: Chantecler/Alvorada
  • 1978: Alegria Minha Gente - Gravadora: Chantecler/Alvorada
  • 1980: São João Autêntico de Jackson do Pandeiro (8ª coletânea) - Gravadora: Sinter/Polygram
  • 1981: O melhor de Jackson do Pandeiro (9ª coletânea) Gravadora: Chantecler
  • 1981: Isso é que é Forró! - Gravadora: Polifar/Polygram

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
WikiquoteCitações no Wikiquote
CommonsCategoria no Commons

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Moura, Fernando; Vicente, Antônio (2001). Jackson do Pandeiro: o rei do ritmo. São Paulo: Editora 34. ISBN 9788573262216
  2.  SOARES, Inaldo (2011). A musicalidade de Jackson do Pandeiro. Camaragibe: IGP. pp. 11 – 12
  3.  Routledge (ed.). Brazilian popular music & globalization2002. [S.l.: s.n.] ISBN 0415936950, 9780415936958 Verifique |isbn= (ajuda)|coautores= requer |autor= (ajuda)
  4.  A União (ed.). Alagoa Grande: Sua História de 1625 a 2000, Volume 12002. [S.l.: s.n.] 48 páginas |coautores= requer |autor= (ajuda)

CANGAÇO: EPOPEIA DE GUARIBAS


No município de Porteiras, sul do Ceará aconteceu uma das maiores tragédias do movimento do cangaço.
Circulou informação que o afamado Cangaceiro Lampião estava de coito na sede da fazenda Guaribas de propriedade de Francisco Pereira Lucena, vulgo Chico Chicote.
Se destacaram no combate ao movimento cangaceiro as chamas Forças Volantes, compostas de policiais e também civis encorporados.
Certo momento uma volante composta de 150 soldados da Paraíba, Pernambuco e Ceará, diante da informação que circulava resolveu atacar a sede da fazenda de Chico Chicote.
Foram 32 horas de combate.
Dentro da residência se encontravam 4 homens e 2 mulheres da família do Chico.
As mulheres colaboraram colocando panos molhados para esfriar os canos dos rifles e os homens da família sustentaram o fogo.
Resultado: 37 pessoas mortas, 27 policiais e 10 civis.
 
De dentro da residência foram 2 mortos com mais 8 civis da fazenda Guaribas.
 Nas fotos reveladoras se destaca o coqueiro resistente todo furado de bala. 
 
Extraído do blog: "Luz de Fifó
 

SUBINDO O MONTE

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.097


Passada a Semana Santa, paginando o Dia do Rio Ipanema (ideia nossa), estamos agora, 24, comemorando a festa da cidade de Santana do Ipanema, médio Sertão alagoano. Tudo no mês de abril. Para quem quer saber, abril tem 30 dias, é o quarto mês do calendário gregoriano e deriva do Latim Aprilis. Numa referência à germinação das culturas, Aprilis significa abrir.
SERROTE DO CRUZEIRO, EM SANTANA DO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS).

Na sexta-feira e no Sábado de Aleluia, várias pessoas mantiveram a tradição em subir o serrote do Cruzeiro, nosso monte sagrado. Alguns subiram visando pagar ou fazer promessas. Outros, para fotografar do alto à cidade a seus pés. Matar a saudade, rever o panorama deslumbrante, conhecer ou relaxar são alguns motivos para botar os pés na vereda que leva ao cimo.
Ali, em cima da rocha aplainada, estar erguida a terceira capela no mesmo lugar das anteriores que não resistiram às intempéries. Além da capela, parte da pedra apresenta pequena baixa, onde se acumula águas das chuvas e serve à morada dos urubus. Lá por trás, avista-se o serrote Pintado que hoje faz parte da Reserva Tocaia. Na frente da capela abraça à cidade um cruzeiro (o segundo) erguido como marco da passagem do século XIX para o século XX. A capela homenageia Santa Terezinha, tendo sido erguida em 1915, como motivo de promessa, por um sargento de polícia chamado Antides. A segunda capela foi construída pelo deputado Siloé Tavares. A igrejinha atual é fruto de um grupo de pessoas abnegadas e tem estilo diferente das outas duas.
Mesmo não tendo prosperado o Teatro da Paixão de Cristo nas faldas do Monte, mas continua pelo menos a tradicional subida ao topo em rudes degraus e vereda de terra ladeada por capoeira que ocupa o lugar da mata original. Quem sobe o morro, sente uma paz suave e profunda no silêncio grande. E se não temos mais as multidões fervilhando por ali, mas temos ainda santanenses que não esquecem suas raízes e seus pontos históricos.
Ah! Subir a colina pelo menos uma vez na vida.
Meditação, melancolia... Êxtase.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NUM TEMPO DE SERTÃO

*Rangel Alves da Costa

Casa miúda, sem luxo ou enfeitamento. Chão batido no cimento, na despensa um tico de alimento, um viver apenas e para fugir do tormento.
Na mesinha um terço de aricuri, pela janela um voar de bem-te-vi e na portada a escrita que “Deus mora aqui”.
No umbral a água fresca de moringa, no embornal um cantil com resto de pinga. Jarro antigo com flor de plástico, calça afrouxada porque perdeu o elástico.
Na cama um limpo lençol e mais abaixo um urinol. Um mundo de devoção, “Bom dia, Padim Ciço”, “Boa noite, Frei Damião”.
Nas noites de lua em clarão, as histórias cangaceiras de coiteiros e Lampião. No sopro do vento a folhagem passa, a caatinga murmureja e a seca chega até a achar graça.
Mandacaru sem flor, palma sem cor, tudo já secou. Gaiola sem passarinho, toco de pau em nudez, bicho sem fazer ninho.


Calango balança a cabeça sem acreditar. Não pode ser o que vê, tem mesmo que duvidar. Na pia a roupa batida, água pouca e bem servida.
Mãos calejadas de sina. Mulher-flor nos seus tempos de menina. Mas passa o tempo, a idade se descortina. Ali no quintal o varal. Um viver para o bem, e na lonjura do mal.
Cadeira velha em pedestal, um radinho de pilha, vento soprando pelo varal, roupa enxuta e esvoaçando, como vida nova na chita e no tergal.
Mas há ainda muito a fazer. Fogão de chão acender, dar as plantas o de beber, catar a chaleira, despejar café e deixar ferver.
O sol se apaga como vela triste. Um resto de luz que ainda persiste qual vida sofrida que tanto resiste. Uma esperança que nunca desiste de ter a paz em tudo o quanto aviste.
A boca da noite é entristecida, a saudade tanta de toda despedida. Quem estava ali já foi de partida e quem continua pode estar de saída.
Já na porta aberta do escurecido, uma velha canção lhe chega ao ouvido. Inexistente canto que vem atormentar, que vem trazendo consigo todo um relembrar de recordações das estradas passadas sem poder voltar.


Ao longe um badalar de sinos Mas antes que a lua desça, que de vera a noite anoiteça, a fé para guiar os destinos.
De rosário à mão, em cada conta um pedido, somando a conta de tudo, e tudo pedindo a Deus por um sertão menos sofrido.
Assim num sertão. Assim num tempo de sertão!

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com


http://blogdomendesemendes.blogspot.com