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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

FOI UM DOS DIAS MAIS TRISTES...

Foi um dos dias mais tristes, que se teve notícia em toda, Chapada Diamantina, 16/05/1931 saindo para aliviar o calor após jantar, o Coronel Horácio Queirós de Mattos, sai com sua filhinha, Horacina de Mãos dadas, quando recebe dois tiros, pelas costas, efetuados pelo guarda civil, Vicente Dias dos Santos, este alegou que foi por vingança, lógico que um bode expiatório, vou colocar um texto a seguir, erros de nomes, mas vale apena ler....O Assassinato do Coronel Horácio de Mattos.

16 de maio de 1931, no “A Tarde”: Numa explosão de ódio, um guarda civil mata a tiros o cel. Horácio de Mattos, tradicional chefe sertanejo Declarações attribuídas ao criminoso que não se arrepende do que fez No Largo 2 de Julho fora um homem assassinado! E correu gente para o local. Phisionomias assustadas indagavam o nome da victima.

A reportagem policial d’A TARDE movimentou-se chegando ao local do crime minutos após. O facto se dera precisamente ás 7 horas e 30 minutos da noite. Uma onda enorme de curiosos fechava em circulo o cadaver do coronel Horacio de Mattos, tradicional chefe politico sertanejo. estava deitado de bruços sobre o leito da linha de bondes, que vae da rua Democrata, antiga do Hospicio, no local entre o Armazem Novo elegante e a rua do Areial de Baixo, tinha o pescoço retorcido, vendo-se com segurança um filete de sangue que escorria de sua bocca semi-aberta, onde brilhava uma fila de dentes de ouro. Caído ao lado estava o seu chapéo de feltro, preto. A fio comprido, junto a sua mão direita, encontrava-se a sua inseparavel bengala de bastão de ouro.

Vestia um terno preto, tendo preso entre os botões do collete o seu relogio que marcava 7 horas e 40 minutos. Desfigurado embora, na crispação da morte, reconhecemos a figura do cel. Horacio de Mattos.

E o criminoso? Era a pergunta que faziam todos os presentes. As hypotheses formuladas sobre a figura do autor da morte eram as mais desconcertadas. De arma em punho, conseguira evadir-se ladeira do Areial a baixo, perseguido pelo clamor publico.

Com a chegada dos legistas Arthur Ramos, que se encontrava de plantão, e Estacio de Lima, aquelle perito de lapis e papel em punho procurou fazer ali mesmo um schema do local do crime e outros apontamentos para a descripção da perinecroscopia. A camisa de listra do cel. Horacio de Mattos estava manchada de sangue no lado esquerdo, na altura do peito aberta a mesma constataram se dois ferimentos por bala um na ponta do mamillo, com a sua destruição e outra a 5 ou 10 centimetros mais a cima.

Neste momento, o delegado Tancredo Teixeira, que não se fizera esperar tomava todas as providencias necessarias, não só para a identificação do criminoso, como tambem a sua captura. Varias pessoas apontavam como testemunhas do facto os emprgados do armazem Novo Elegante. Um rapazinho de nome Gonçalo Braga levado á presença da autoridade, explicou:

- Vi o assassino. Era um homem alto , cheio de corpo, todo de escuro e chapéo de palha. Atirou contra o cel. Horacio de Mattos, de frente, fugindo em seguida, ladeira abaixo, de arma em punho.

Come esta declaração do rapazinho, mil conjecturas foram feitas pelos presentes. O prof. Estacio de Lima, neste momento, providenciava a remoção do corpo para o Instituto Nina Rodrigues. Do cadaver fora tirado um revolver “schimidt” com 6 balas intactas e a importancia total de 5:020$200.

A reportagem d’”A TARDE” avida por colher notas para o noticiario de hoje, interrogava os presentes. Ninguem sabia ao certo como se dera o crime, mas affirmavam que o criminoso atirara de frente, com segurança, quando o cel. Horacio de Mattos passava em frente ao Areial de Baixo. Ao longe, ficaram vendo-o tres moças e uma menor.

As moças eram as suas cunhadas Amerina, Ayda e Maria e, a menor, a sua filha Horacina. Ao verem os disparos, aquellas moças entraram com a menor, apenas indo até junto ao corpo a de nome Amerina, a quem o guarda civil ali presente pediu que se retirasse. O cel. Horacio de Mattos morava actualmente com a sua familia na residencia do seu compadre e amigo o ex-deputado dr. Arlindo Senna, á rua Accioly, 17. Depois de ter jantado saíra para ver a sua cunhada de nome Arlinda que se encontrava doente. Mal sabia que ali perto, na esquina da rua do Areial, a morte o esperava traiçoeiramente.

Foi preso o assassino! O assassino entregou-se á prisão!

Foram estas as primeiras palavras que se ouviu, quando o corpo do cel. Horacio era posto no caixão. O delegado Tancredo Teixeira juntamente com algumas testemunhas do facto, dirigiu-se para a Secretaria de Policia. O criminoso ia ser identificado. Quem seria? Porque matara? era inimigo da sua victima ou agira sob alguma influencia extranha? Pairavam duvidas. Emquanto isto o legista Arthur Ramos, de vela em punho, examinava o local do crime, procurando as capsulas das balas.

Chegada a caravana na Secreataria de Policia e conhecido o autor do crime, foi geral a estupefação. Era elle o guarda civil 97, Vicente Dias dos Santos, que servira ha dias na Delegacia da 2ª Circumscripção. Era tratavel com todos e tinha com comportamento.

Como explicar o caso? Elle, entretanto, mostrava-se de uma calma apparente. De quanto em quando esboçando um leve sorriso, sorriso amarello, dizia: - Foi um bandido que desappareceu...

O delegado Tancredo Gteixeira a esta sua primeira phrase, deitou-o incommunicavel. - Era preciso - disse a autoridade - ia ouvil-o sob sigillo.

Aquella determinação do delegado Tacredo Teixeira foi o bastante para augmentar a curiosidade de todos.

- Porque teria o guarda morto o cel. Horacio de Mattos?

No entanto, a reportagem da A TARDE assim que teve conhecimento do nome do accusado, desvendou todo o mysterio. O guarda civil 97, pelo que parecia tinha um odio de morte do cel Horacio. A ninguem elle negava a sua magua. Conta o criminoso que a sua familia, que era de Morro do Chapéo, de onde é filho, foi bastante perseguida pelo cel. Horacio. Que o que elle fizera fora apenas “tirar uma fera do sertão”.

O cel Horacio de Mattos, proseguiu, de uma feita mandara espancar o seu irmão de nome Pedro Dias dos Santos, garimpeiro do cel. Aurelio Goudim. Que o povo de Horacio depredou fazendas do seu pae, denominadas “Alagoinhas” e “Duas Barras”, que fica no Morro do Chapeu. Que elle proprio fôra jurado pela gente da sua victima, não podendo ir áquelle municipio. O crime não premeditara. Encontrava-se no local, accidentalmente, quando viu o seu inimigo passar. Teve logo uma repulsa medonha, comettendo o crime e fugindo, indo esbarrar numa casa á rua da Gameleira, onde se entregou a Cicero Mullulo e o seu collega de n.27. A sua arma comprara por 40$ em mão d eum soldado revolucionario.

É do conhecido publico o modo porque foi preso o accusado. O sr. Olival Salles Pontes, empregado do Archivo criminal, conta que ao ver passar o acusado deu o alarma com um apito.elle, porem, não se intimidou, e apezar de grande numero de pessoas que corriam ao seu encontro foi esbarrar na casa 17, á Gamelleira casa do sr. Eusebio dos Santos, onde procurou occultar-se. Foi ali - disse a testemunha Cicero Mullulo que fui buscalo-o. Elle entregou-se a mim e ao guarda 27 sem a menor relutancia. Queria apenas que garantissemos a sua vida. Chamado um auto de praça foi elle transportado para a Secretaria de Policia. Alem do revolver, Vicente estava armado com um punhal que foi tambem entregue ao delegado Tancredo Teixeira.

Pela manhã de hoje, foi procedido o exame de necroscopia pelos legistas Egas Muniz e Arthur Ramos.Notaram logo elles tres orificios de entrada e dois de saída. O primeiro orificio de entrada no 7° espaço intercostal esquerdo, a 4 centimetros á esquerda da columna dorsal; trajecto: transfixiando a massa pulmonar esquerda, lesando ligeiramente o ventriculo esquerdo, saindo ao nivel da região precordial (4° espaço intercostal esquerdo). Segundo orificio de entrada na região axillar direita, atravessando o pulmão direito, lesando a aorta ascendente, e saindo na 3ª costella, fracturando-a ao nivel da articulação chondro-esternal, á esquerda. Hemorrhagia fulminante, 3 litros de sangue liquido e coagulos na cavidade pleural. 3° orificio de entrada ao nivel do acromio esquerdo, encontrando-se um projectio de chumbo (de revolver) encravado no omoplata esquerdo. Em suma: foram 3 disparos de traz para diante e da esquerda para a direita. Morte por hemorrhagia fulminante, por lesão larga da aorta ascendente.

O cel Horacio de Queiroz Mattos era de côr branca, casado com d. Augusta Medrado de Mattos, negociante fazendeiro, era residente em Lençóes e encontrava-se nesta cidade preso sob palavra. Deixou cinco filhinhos menores Horacina, Tacio, Judith, Horacio e Ruth. O seu corpo, ás 12 horas de hoje, foi removido para a residencia do sr. Arlindo Senna, á rua do Accioly de onde sairá o enterro para o cemiterio do Campo Santo.

FONTE - http://cariricangaco.blogspot.com/ (crédito das fotos Horacina já Adulta, Historiador e professor, Rubens Antonio, Horacina no velório do pai, ainda criança, Jornal a tarde).

https://www.facebook.com/adelsomota.mota

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NOTÍCIAS...

Do acervo de Guilherme Velame Wenzinger

Notícias sobre as ações de outros bandos de cangaceiros além do de Lampião na década de 1920. Durante esse período, o Nordeste estava infestado por esses grupos, com dezenas de bandos ativos.

A Província (PE), 3 de Fevereiro de 1920

"Encontro de dois grupos de cangaceiros, no lugar Lagoa do Matto. Os grupos de Dativo Correia e o outro de Miguel Freire, travaram forte tiroteio. Saíram gravemente feridos Dativo, que se acha recolhido a cadeia e um bandido do grupo de Miguel Freire, conhecido por "Chiquitin", que se acha oculto no mato."

A Província (PE), 9 de Março de 1920

"Em Belmonte (PE). Comunico a V. Exa. haver o subdelegado de Queixadas, Manoel Lucas Barros, cercado no dia 27 do mês findo, no lugar Caldeirões, deste município, um grupo de cangaceiros, chefiados pelo célebre José Bento, havendo demorado tiroteio, resultando na morte deste e ferimentos em outros."

A Província (PE), 7 de Maio de 1920

"Em Vila Bela (PE). Esta semana na fazenda ''Firmino'', cangaceiros chefiados por Cândido ''Barra Nova'', Cícero e Chiquito, mataram toda a criação que existia num chiqueiro pertencente ao major Elias Valongueiro."

Diário de Pernambuco (PE), 26 de Março de 1922

"Bando chefiado por ''Tenente'' Germano, o qual invocou tragédia do sítio denominado ''Cocal'', foi expedida uma força que, apesar de comandada por um oficial valente, o tenente José Lucena, não conseguiu encontrar os famigerados bandidos."

O Jornal (RJ), 2 de Março de 1923

"Na fronteira do Ceará com a Paraíba o tenente Clovis com um grupo de 20 homens persegue os cangaceiros chefiados por ''Casa Velha'', autor do último incêndio da fazenda Soares."

O Jornal (RJ), 8 de Março de 1924

"Na região fronteira da Bahia tem havido saques, praticados por um bando chefiado pelo cangaceiro Honório Granja."

O Jornal (RJ), 27 de Agosto de 1926

"Os cangaceiros chefiados por Manoel Rodrigues, que tomando a hombros a tarefa assaltou e depredou as fazendas ''Malhada do Cedro'', ''Barreirosa'', ''São Bento'', ''Volta'', matando a criação, incendiando, violando mulheres dos moradores, etc..."

O Jornal (RJ), 24 de Agosto de 1928

"Areias (PB) aguarda o ataque do grupo de cangaceiros chefiados por ''Zé de Toto''."

Alguns destes cangaceiros são conhecidos por quem estuda o tema, mesmo que com informações escassas.

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SUICÍDIO NO CANGAÇO.

 Do acervo do Helton Araújo

JANUÁRIO GOMES DE SÁ, o GILÚ ALEIXO, era pernambucano natural de Floresta-PE, e integrava, como contratado, a volante de Euclides Flor.

Em uma das diligências na procura de Lampião e seu bando, no Raso da Catarina, em meados de 1933. Durante a ação chegou a desmaiar de sede, pois ficaram cerca de três dias sem comer e beber.

Após ser socorrido, traumatizado com o sofrimento, suicidou-se com um tiro na cabeça.

Tombava ali no deserto do Raso da Catarina, o inferno do sertão, um sertanejo que não foi crivado de balas ou sangrado pelos inimigos, apenas foi vítima de um dos terrenos mais hostis do mundo.

Fonte: Forças Volantes, os homens que combaterem Lampião de A a Z, de Bismarck Martins de Oliveira.

Página 214.

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CAICÓ DOS PRIMEIROS TEMPOS

Do acervo do historiógrafo Rostand Medeiros

MATERIAL DA REVISTA “RN/ECONÔMICO”, Nº 124, JUNHO/JULHO 1981, PÁGS. 12 a 16.

Segundo o pesquisador da história de Caicó, Benedito Alves dos Santos, o povoamento inicial da cidade está íntima e inseparavelmente ligado à de toda a região seridoense e à de alguns municípios do Estado da Paraíba. Entretanto, é de crer-se que os fundamentos iniciais da colonização tenham sido lançados por volta de 1700, pelos batedores paraibanos, que chegaram à região para darem caça aos índios caicós que habitavam nas proximidades da confluência do Rio Barra Nova com o Seridó.

Com a expulsão dos indígenas, vieram os plantadores de fazendas, ajudados pelo negro, continuar a obra de desbravamento, esquadrinhando o território e fazendo surgir os primeiros núcleos demográficos, fundamentalmente ligados à criação de gado bovino. A povoação era conhecida em 1748, conforme é citada através de uma carta dirigida a Dom José Tomáz de Melo, governador de Pernambuco, datada de 1787 e subscrita pelo desembargador Antônio Felipe Soares de Andrade Brederodes, defendendo a elevação da povoação ao predicamento de vila. A região pertencia à freguesia de Piancó, Paraíba.

Catedral de Santana, Caicó, em 1981.

A esse tempo já a povoação era sede de distrito administrativo, criado por alvará de 1748 e também freguesia que fora criada em 15 de abril de 1748. De par com a denominação de Seridó existia também o topónimo Caicó, que vem citado em um documento atinente à instalação da freguesia, de 1748, registrado no Livro de Tombo da Catedral de Caicó e também mencionado em uma concessão de sesmaria feita em 7 de setembro de 1736, ao capitão Inácio Gomes da Câmara.

LENDAS

São várias as lendas que se conta sobre o nascimento do município, todas de uma beleza infinita, mas a mais interessante e a mais bela de todas é a colhida por Manuel Dantas: “Quando o sertão era virgem, a tribo dos Caicós, célebre pela sua ferocidade, julgava-se invencível, porque Tupan vivia ali, incarnado num touro bravio que habitava um intrincado mufumbal, existente num local onde está hoje edificada a cidade de Caicó. Destroçada a tribo, permaneceu intacto o misterioso mufumba, morada de um Deus, mesmo selvagem.

Sertão do Seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

Certo dia, um vaqueiro inexperto, penetrando no mufumbal, viu-se de repente, atacado pelo touro sagrado, que iria, indubitavelmente, matá-lo. Rapidamente inspirado, o vaqueiro fez o voto a Nossa Senhora Santana de construir ali uma capela, se o livrasse de tamanho perigo. Como por encanto, o touro desapareceu. O vaqueiro destruiu a mata e iniciou, logo, a construção da capela. O ano era seco e a única aguada existente era a de um poço do rio Seridó. O vaqueiro fez novo voto a Santana para o poço não secar antes de concluída a construção da capela. O poço de Santana, como ficou desde então denominado, nunca mais secou.

Reza a lenda que o espírito do Deus índio, expulso do mufumbal, foi se abrigar no poço, encarnando-se no corpo de uma serpente enorme que destruirá a cidade, ou quando o poço secar, ou quando as águas do rio, numa cheia pavorosa, chegarem até o altar-mor da matriz (hoje catedral) de Caicó onde se venera a imagem da mãe de Nossa Senhora.

ORIGENS

Belezas naturais da região do seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

O conhecimento do território ou município só pôde ser feito após os índios Caicós se dispersarem pelo Seridó. Disso resultou o propósito de colonização por parte dos primeiros desbravadores. Existem algumas crônicas escritas que dão conta da existência de uma fazenda fundada em 1624 por José Francisco Rangel, porém é muito racional que se firme a data da primeira, entrada um pouco antes de 1700, já que os batedores paraibanos conquistaram definitivamente com a expulsão dos índios. Aos primeiros descobridores do Seridó não passou despercebida a riqueza da terra em pastagens e aguadas, surgindo daí a ideia das primeiras fazendas.

Requeridas as primeiras datas e espalhada a notícia da “limpeza” (o índio era empecilho ao domínio dos povoadores) de uma nova paragem propícia à criação, acorrem os caçadores de terras paraibanos, pernambucanos e até mesmo alguns portugueses de nascimento, a fim de situarem seus gados nas novas áreas dominadas. Daí surgem as primeiras fazendas e a multiplicação dos núcleos demográficos por toda a ribeira, registrando-se os nomes do capitão Inácio Gomes da Câmara, Manoel de Souza Forte, tenente José Gomes Pereira como os mais antigos povoadores conhecidos.

O Seridó – Foto – Liberanilson Martins da Costa, de São José do Seridó-RN.

O RECONHECIMENTO

predominância da antiga povoação do Seridó. que se manifestava principalmente pela opulência das fazendas de gado da região seridoense, começou a ser reconhecida pelos poderes políticos e eclesiásticos a partir de 1748, ano em que foi constituída em sede de distrito administrativo e da freguesia. A criação do município veio um pouco depois, por alvará

ou ordem governamental de 28 de abril de 1788. elevando-se a aludida povoação ao predicamento de vila, isso, ao tempo em que o Estado era governado pelo Senado da Câmara de Natal, presidido por João Barbosa de Gouveia. A instalação do município teve lugar a 31 de julho de 1788.

Centro de cicó em 1981.

Nos primeiros tempos a região do Seridó, Caicó, inclusive, esteve sujeita ou ligada ao Estado da Paraíba, pelo menos no que se relaciona com a vida religiosa, de onde se desligou em 1748. Dentro do Estado do Rio Grande do Norte, deve ter pertencido ao município de Natal. Primitivamente, Caicó esteve ligado à Comarca da Paraíba, até 1818 quando passou a pertencer ao Rio Grande do Norte, da qual se desligou para fazer parte da Comarca de Assu (Princesa), até a criação da Comarca do Seridó, pela Lei Provincial número 365, de 19 de julho de 1858.

A designação da Comarca foi mudada para Caicó, por Decreto número 33, de 7 do julho de 1890. O João Valentino Dantas Pinagé. No tocante à divisão eclesiástica, Caicó pertenceu algum tempo à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Piancó (PB) de onde foi desmembrada em 15 de abril de 1748, por ato do visitador Manuel Machado Freire, de ordem do reverendíssimo Frei Luiz de Santa Tereza, Bispo de Pernambuco, para constituir-se Paróquia com a invocação de Nossa Senhora de Santana, na qual estavam abrangidos, além da Ribeira do Seridó, Patos e Cuité, na Paraíba. A Freguesia foi instalada pelo padre Francisco Alves Maia. cura da Freguesia, em 26 de julho do mesmo ano de 1748, abrange atualmente, apenas o município de Caicó.

FATOS MARCANTES

Uma pesquisa feita por alunos do CERES, Antônia Figueiredo, Maria Bernadete, Marly Medeiros, Francisca Neuza, Francisca Porfírio e Maria Sueli, mostra os primeiros fatos e acontecimentos importantes para a história do município.

Pórtico defronte a Catedral de Santana – Foto – Rostand Medeiros.

Segundo a pesquisa o movimento do “Quebra Quilo” aco9nteceu em 5 de dezembro de 1874 e foi contra a aceitação da introdução do novo Sistema Métrico Decimal. Caicó foi iluminada pela primeira vez em 1909, com lampiões a querosene, pelo dr. Jose Augusto Monteiro e a 21 de abril de 1925 foi inaugurada a luz elétrica, sendo na época prefeito o senhor Joel Damasceno.

Já o primeiro jornal nascido em Caicó chamou-se “O Povo” e o primeiro número circulou no dia 4 de março de 1889, pertencente a José Renaut. Tinha a direção do dr. Diógenes Santiago da Nóbrega e de Olegário Vale.

O primeiro rádio que chegou a Caicó foi em setembro de 1932 e pertencia a uma sociedade. Já o primeiro telegrama foi recebido pelo senhor Gedeão Delfino, então administrador da Mesa de Rendas. Na época as e encomendas dos Correios e Telégrafos era enviada de Natal a Caicó por meio de burros e cavalos. Mas em 1928, com a inauguração de uma linha rodoviária ligando Natal a Caicó, esse transporte passou a ser feito por ônibus de passageiros, conhecidos como “sopa”, e a agência dos Correios passou a receber a correspondência com maior rapidez e assiduidade.

O primeiro telegrafista foi José Antunes Torres, que exerceu o cargo, ininterruptamente, desde 19 de março de 1917 a 15 de agosto de 1932. O primeiro avião que sobrevoou Caicó era pilotado pelo francês André Depecker e trazia como passageiro o dr. Juvenal Lamartine, Governador do Estado e George Piron. O campo de aviação, situado no sítio “Baixa do Arroz” foi inaugurado em 19 de março de 1917. O primeiro automóvel que chegou à cidade foi durante o carnaval de 1919 e a primeira pessoa a avistar o auto foi Daniel Diniz. O proprietário era Coriolano de Medeiros, natural de Natal.

Interessante texto do historiador Luís da Câmara Cascudo escreve sobre Caicó no jornal natalense “A República” em 26 de março de 1929.

Manuel Batista Pereira foi o construtor do primeiro Mercado Público, mais ou menos em 1860, no local onde hoje está edificada a Praça da Liberdade. Na falta de uma estação de rádio, o primeiro alto-falante a transmitir informações em Caicó pertenceu ao Cel. Celso Dantas tendo sido ouvido pela primeira vez a 8 de julho de 1938. Em 1876 a cidade teve sua primeira banda de música, que foi organizada pelo maestro Tertuliano, mas a primeira retreta, realizada na avenida Seridó, realizou-se a primeiro de janeiro de 1908 e foi organizada pelo professor Manuel Fernandes.

A 24 de dezembro de 1938 chegava à cidade o primeiro “Snooker”(sinuca), trazido pelo cel. Celso Dantas. Em 1906 chegava mais uma diversão à Caicó: era o carrossel de Francisco Azevedo. Na Festa de Santana de 1910, no prédio da Prefeitura Municipal, funcionou a primeira sessão de cinema mudo. Só no dia 27 de dezembro do ano de 1936 o cel. Celso Dantas inaugurava o cinema falado moderno. No dia 22 de janeiro de 1922 acontecia o primeiro jogo oficial de futebol entre as equipes do Caicó Futebol Clube e Brasil Esporte Clube e só três anos mais tarde, a 21 de abril de 1925, jogava pela primeira vez na cidade, um time de fora.

Primeira turma de seminaristas do Seminário Diocesano de Caicó.

O dr. Washington Luiz foi o primeiro presidente a visitar a cidade. Isso aconteceu no dia 6 de agosto de 1926 e o dr. Pedro Velho foi o primeiro governador, exatamente a 5 de julho de 1901.

VILA DO PRÍNCIPE

A sede municipal teve inicialmente o nome de Seridó, passou, quando da criação do município, à denominação de Vila Nova do Príncipe, conservada pela Lei número 612, de 1868, que elevou à categoria de cidade. A velha denominação de Seridó, voltou a ser imposta pelo decreto número 12, de 1 de fevereiro de 1890 e, só em 7 de julho do mesmo ano é que recebeu o nome atual.

Castelo de Engady em foto de 2015 – Foto – Rostand Medeiros.

Caicó está edificada entre os rios Barra Nova e Seridó, que correm bem próximos, sendo caracterizados pelas seguintes coordenadas geográficas: Latitude Sul 6o 27′ 00″; Longitude W. Gr. 37° 02′ 00″. Rumo (em relação a capital) 030. Distância da Capital do Estado, em linha reta,

218 quilômetros e altitude de 157 metros e limita-se com algumas cidades desse Estado e com uma da Paraíba. São seus limites: ao Norte, Jucurutu; a Leste, Florânia, Cruzeta, Jardim do Seridó e Ouro Branco; ao Sul, Santa Luzia (PB), São João do Sabugi, e Serra Negra do Norte; a Oeste com Timbaúba dos Batistas, Jardim de Piranhas e São Fernando.

Antigo jornal de Caicó informando sobre o ataque de Lampião a Mossoró em junho de 1927.

Nenhum plano urbanístico orientou a construção da cidade e, nem tampouco existe qualquer trabalho de sistematização, a não ser o relativo cuidado com que a administração municipal orienta as novas construções. Entretanto o traçado das ruas é mais ou menos regular, apesar do acidentado terreno. As construções são na maioria do tipo colonial e de um meio termo entre colonial e moderno. Nota-se, entretanto, nas construções recentes, uma predominância

de linhas tipicamente modernas.

LIDERANÇAS

A população de Caicó, pelos seus líderes, nunca deixou de tomar parte nos acontecimentos que empolgaram a vida nacional. Em fins de 1831, formou-se em Caicó uma expedição guerreira para dar combate ao coronel de milícias Joaquim Pinto Madeira, que havia se assenhorado da Província da Paraíba.

1955 – Visita a Caicó do candidato a Presidente da República Juscelino Kubitschek

O comando que foi composto de figuras da maior representação da zona, deu mostras de grande heroísmo, batendo-se valentemente em diversos encontros, sob a chefia do cel. José Teixeira, destacando-se pela bravura de que deram mostras o Alferes Canuto e os soldados Firmeza, Zuza da Cachoeira e Tomaz Cazumba. Quando da “Guerra do Paraguai”, formou-se também em Caicó um corpo de voluntários, a fim de combater em defesa da dignidade nacional, tendo por chefes José Bernardo e Manuel Basílio de Araújo. Esses voluntários, chegando ao Rio de Janeiro, foram dispensados de combater, regressando em seguida a terra natal. Também na Revolução Comunista, em 1935, Caicó armou um contingente de paisanos sob as ordens do senador Dinarte Mariz, Monsenhor Walfredo Gurgel e Eduardo Gurgel de Araújo, a fim de dar combate aos comunistas que haviam ingressado no interior. Esse contingente, no encontro da Serra do Doutor, conseguiu bater valentemente os revoltosos, numa emboscada estratégica, saindo plenamente vitorioso.

Governador Lavoisier Maia descerra uma placa na inauguração do 1º Batalhão de Engenharia e Construção (1º BEC) de Caicó..

Na política, floresceram vários partidos em Caicó, tanto monarquistas como republicanos, sobressaindo-se os chefes políticos locais pela preponderância que sempre exerceram no estado. Entre os grandes chefes políticos históricos, citam-se o padre Francisco Brito Guerra, José Bernardo de Medeiros, Joaquim Martiniano Pereira e Gorgônio Ambrósio da Nóbrega, José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte de Medeiros Mariz.

Quando a luta pela libertação dos escravos ecoou pelo Brasil inteiro, organizou-se em Caicó uma comissão libertadora, dirigida por José Bernardo de Medeiros, Olegário Gonçalves de Medeiros Vale, Manuel Augusto Bezerra de Araújo, José Batista dos Santos Lula, padre Amaro Castor, Lindolfo Adolfo de Araújo, Salviano Batista de Araújo e outros. Esse comitê, empreendeu festas públicas em prol do movimento libertador e solenizava as cerimônias de alforria. Diz-se que ao ser decretada a Lei da Abolição da escravatura, já existiam poucos escravos em Caicó.

https://tokdehistoria.com.br/2024/09/06/caico-dos-primeiros-tempos/

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MAINHA O MAIOR PISTOLEIRO DO NORDESTE.

 Por conexão Nordeste

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PASSAGEM DE LAMPIÃO EM JARDIM - CEARÁ ANO 1926.

 Por Alexandre Linhares Rangel

https://www.youtube.com/watch?v=sKUmHtmej2k&t=183s

Cortesia dos 100 anos Ourivesaria Ferreira Narração de Luiz Ferreira Gorgônio

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JESUÍNO BRILHANTE, O HERÓI BANDIDO (2010).

 Por Allan Erick

https://www.youtube.com/watch?v=YWGMOOpJAtM&t=17s

Documentário realizado em 2010 pelos estudantes de jornalismo da UERN, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, sobre a vida do cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante. Ficha Técnica - Roteiro, decoupagem e finalização: Allan Erick; Entrevista: Rodolfo Paiva e Stenio Urbano; Imagens: Bruno Soares; Edição de imagens: Cícero Pascoal. ► Saiba mais sobre Jesuíno Brilhante e a produção deste curta em http://www.allanerick.blogspot.com.br/

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CARIRI RECEBE VISITA EX-CANGACEIROS!

Por Luís Bento

23 de abril de 2008, casal cangaceiros: Moreno de 97 anos e Durvalina de 94. Visitam parentes e amigos na cidade de Brejo Santo-CE.

Em visita à cidade, o cangaceiro cita alguns nomes que fizeram parte da sua infância, entre os quais, o ex-prefeito Zeca Matias e alguns colegas de escola, amigos da infância.

Entre os familiares, sobrinhos e primos, 70 anos depois, de volta a Brejo Santo, Moreno procurava relembrar nomes dos sítios de antigamente, quando ele era o terror da região.

A volta de Moreno a Brejo Santo é um encontro com um passado que o cangaceiro tenta esquecer. Antônio Inácio da Silva, conhecido por Moreno, deixou um rastro de lutas sangrentas na terra onde passou sua infância. Comentou o cangaceiro.

Luís Bento

Diretor de Cultura.

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POETAS E VIOLEIROS

 Por José Mendes Pereira

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Se você está pensando fazer uma festa em sua casa e precisa de violeiros e poetas, procura com urgência o poeta/violeiro José Di Rosa Maria, que ele estará a sua disposição para animar a sua recepção. Ele tem muitos  amigos poetas e violeiros que  os indicará.

Aqui o seu endereço eletrônico: 

ribamarpoeta@outlook.com

A foto acima foi feita na Bienal Internacional do Livro de São Paulo - 2024, ao lado do poeta e jornalista Bráulio Tavares, Um extraordinário palestrante.

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