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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Revendo - Filhos e viúva do ex-cangaceiro Asa Branca

Por: José Mendes Pereira e Adryanna Karla Paiva Pereira Freitas
Adryanna Karla Paiva Pereira Freitas, minha filha,  e eu, fizemos uma entrevista com a viúva do ex-cangaceiro Asa Branca, a dona Francisca da Silva Tavares, que reside há muitos anos em Mossoró, à Rua Epitácio Pessoa, no bairro Bom Jardim, sobre a vida do  Asa Branca e a sua convivência com ele.
Dona Francisca da Silva Tavares nos recebeu com um sorriso franco e aberto, e com isso, sentimos-nos a vontade, além do mais uma  senhora simpática, prestativa  e educadíssima.

Viúva do cangaceiro Asa Branca Francisca da Silva Tavares
Antonio Luiz Tavares era o verdadeiro nome do ex-cangaceiro "Asa Branca". Filho de Antonio Luiz e de dona Maria da Conceição. Ele natural de Cajazeiras do Rio do Peixe, no Estado da Paraíba.
Nasceu no dia 10 de Janeiro de 1902 e faleceu de problemas cardíacos em Mossoró, no dia 02 de Novembro de 1981, sendo que os seus restos mortais repousam no Cemitério São Sebastião em Mossoró, aos fundos do túmulo de José Leite de Santana, o ex-cangaceiro Jararaca.

Túmulo do cangaceiro Asa Branca
Antonio Luiz Tavares ficou órfão de pai aos dois meses de vida,  quando um sujeito assassinou o seu patriarca. Depois de crescido e de compreender a causa de sua orfandade, já que o assassino  era protegido de um chefe político de Cajazeiras do Rio do Peixe, e não fora punido, Asa Branca vingou o crime quando ainda tinha 13 anos de idade.
 
Túmulo de Jararaca - O túmulo do Asa Branca está por traz
Com medo de ser preso ou talvez morto dentro da cadeia, já que ainda não tinha maioridade, e como se defender de abusos  por policiais, o jeito foi fugir daquela região, procurando lugar para se ocultar das autoridades militares e judiciais.
http://1.bp.blogspot.com/_LLy5HkM_Ck8/THbnmD2UvbI/AAAAAAAACtQ/3lPU-q82b7U/s400/bando+de+Lampi%C3%A3o.jpg
Bando de Lampião
Em 1922, Lampião fez uma visita à propriedade em que ele estava recolhido, e lá o encontrou. Ao ver que ele gostava de armas de fogo,   logo o convidou para participar da sua saga. Não tendo outra solução foi obrigado a aceitar o convite e entrar no bando, e nele o jovem foi apelidado de Asa Branca, cujo o levou para sua cova,  deixando o nome de batismo para traz. 
O ex-cangaceiro do bando de Lampião passou cinco  anos com o grupo, praticando de todos os  assaltos que o bando fazia. Participou do assalto a Apodi, e outros e outros, e esteve no ataque a Mossoró, atirando contra a trincheira da Estrada de Ferro.

Promotor Abel Freire Coelho

Logo após a frustrada invasão a Mossoró Asa Branca foi preso pela polícia do Ceará e recambiado para Mossoró, quando foi condenado pelo então promotor Abel Freire Coelho, a cumprir uma pena de 10 anos.

Jornalista Tomislav Femenick
Segundo o jornalista Tomislav Femenick, certa vez o ex-cangaceiro foi convidado para participar de uma reunião no Rotary Clube de Mossoró, e lá se encontrou com Abel Freire Coelho, é  que lá no ambiente, acusador e acusado trocaram apertos de mãos como se nada tivesse acontecido.  O acusado "Asa Branca", mesmo tendo passado tanto tempo por traz das grades,  não guardou ódio do seu acusador. 
O jornalista Tomislav Femenick disse em um dos seus artigos que  Asa Branca era conhecido como um cangaceiro de bons modos e de trato amável. Porém, enquanto permaneceu no bando, ele vivenciou todas as peripécias que faziam parte do cotidiano dos cangaceiros: ataques, saques, sequestros, mortes, agruras e, também, fugas.
CASAMENTOS
O ex-cangaceiro Asa Branca fez matrimônio por duas vezes. Ainda na Cadeia Pública de Mossoró casou-se pela primeira vez com dona Sebastiana Venâncio. Ela natural de Mossoró, e com ele teve três filhos, os quais são: José Luiz Tavares, Jeová Luiz Tavares e Dijanete Luiz Tavares. Mas posteriormente o casamento foi de água abaixo, quando os dois resolveram não mais conviverem juntos, e cada um procurou o seu destino.
2º. CASAMENTO
O segundo casamento foi realizado com dona Francisca da Silva Tavares. Natural de Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba. Ela nasceu no dia 21 de Novembro de 1937, e é  filha de Máximo Batista de Araújo e de Dona Severina Guilermina Silva, ambos paraibanos. Mas o casamento com dona Francisca da Silva só aconteceu  dezessete anos depois que ambos já viviam juntos.

Aniversário dos 70 anos de dona Francisca Silva Tavares
Com o ex-cangaceiro de Lampião, Dona Francisca da Silva Tavares teve nove filhos, e destes, apenas quatro estão vivos, os quais são:
Antonio Esmeraldo Tavares - O Cride - nascido no dia 10 de Novembro de 1957, na cidade  de São Bento, no Estado da Paraíba. Tem como profissão, Motorista.
Francisco Tavares da Silva - nascido no dia 14 de Abril de 1959, na cidade Caridade, no Estado do Ceará. Este foi assassinado aos 24 anos de idade, por um primo, por coisas banais.
Maria Gorete Tavares Barbosa - nascida no dia 1º. de Junho de 1960, em Caridade, no Estado do Ceará. Esta exerce a profissão de artesã de Biscuit.
Maria da Conceição Tavares da Silva - nascida no dia 25 de Fevereiro de 1963, em Caridade, no Estado do Ceará. Exerce também a profissão de artesã de Biscuit.
Máximo Neto Batista - nascido no dia 04 de Maio de 1964, em Caridade, no Estado do Ceará. Reside atualmente em São Paulo e exerce a profissão de Motorista.
Os demais filhos do casal não foram citados aqui porque faleceram ainda criancinhas.
Como  Francisca da Silva Tavares conheceu o "Asa Branca"
No ano de 1954, dona Francisca já era casada e mãe de um filho. Mas nesse período ela contraiu uma doença, ficando por alguns meses  sem andar. Procurando recursos para se livrar da maldita doença que ora a perseguia, soube que na região havia um curandeiro, já de idade. Não foi tão difícil, pois dias depois um velho fazia as curas ao pé de sua cama. O tempo foi se passando, finalmente dona Francisca se livrou da maldita e desconhecida doença. 
Com aquele contato de reza vai, reza vem, os dois findaram  consumidos de paixões, e dona Francisca passou a desejá-lo. E no ano de 1955, resolveu abandonar  o seu marido e um filho de sete meses, fugindo com o curandeiro, cujo destino de apoio, Mossoró.
Mas veja bem leitor, quem era o curador. Antonio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro "Asa Branca", que deve ter aprendido as milagrosas rezas com o seu ex-comandante, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Pelo que se ver é que dona Francisca da Silva fez o mesmo papelão que fez a rainha do cangaço, Maria Bonita, quando abandonou o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, para acompanhar o afamado Lampião.

José Miguel da Silva - Zé de Neném
A única diferença entre as duas é que Maria Bonita tornou-se cangaceira, e  Dona Francisca jamais participou de cangaço.
Mas  assim que o seu pai, o Máximo Batista tomou conhecimento que ela havia fugido com o rezador, isto é, o "Asa Branca", mandou dois dos seus funcionários procurá-la por todos os recantos de Mossoró.
Já fazia três dias da permanência do casal em Mossoró, e assim que Asa Branca soube que estava sendo procurado, resolveu fugir às pressas com a companheira para Fortaleza, capital do Ceará. Lá, desempregado, foi assistido por um médico, o doutor Lobo, que logo solucionou o seu problema e o empregou em uma mina de ametista.
De Fortaleza foram morar em Itapipoca, posteriormente para Caridade, e lá o casal teve quatro filhos, mas sempre trabalhando na agricultura.
Anos depois a família mudou-se para Macaíba, já no Estado do Rio Grande do Norte. Com alguns anos passados, Asa Branca resolveu retornar a Mossoró, onde aqui criou a sua família e viveu os seus últimos dias de vida.
Nos anos 70, o Dr. José Araújo, ex-dentista e diretor de algumas escolas de Mossoró, juntamente com João Batista Cascudo Rodrigues, conseguiram um emprego na FURRN, atualmente UERN, e Asa Branca trabalhou nela até morrer.
CASAMENTO FEITO ÀS PRESSAS PARA SE EMPREGAR
Como Asa Branca necessitava se empregar, e era necessária a sua documentação para ter direito aos benefícios do INSS, e não querendo retornar a sua terra natal, Cajazeiras do Rio do Peixe, na Paraíba, foi feito um casamento às pressas. Ele resolveu ir à cidade  de Porta Alegre, no Estado do Rio Grande do Norte, e lá fez novos documentos.
De documentos em mãos, foi feito o seu casamento com dona Francisca da Silva Tavares, no dia 14 de Janeiro de 1974, no 4º. Cartório Judiciário em Mossoró, Nº. 6.256, fls. 256, do livro B-16, do Registro Civil de Casamento, assinado pelo tabelião Joca Bruno da Mota.

Foto em seu túmulo
Quando as pessoas o perguntavam quantos ele havia matado, ele respondia: "-Quem sabe é São Miguel, porque é ele quem pesa as almas". 
Nem a sua esposa ele revelou quantos, mas de certeza foram dois: o assassino do seu pai, e um carcereiro em Mossoró. É claro que no bando ele matou muito mais, mas jamais confirmou o total de mortos pela maldita mira do seu mosquetão.               
FAMÍLIA BEM ESTRUTURADA
A família de Asa Branca e dona Francisca é composta de: 04 filhos, 17 netos e 28 bisnetos.
Segundo as pessoas vizinhas dos familiares do ex-cangaceiro,  o Asa Branca, as quais conversamos com elas, todas foram unânimes  e disseram que eles cresceram naquele bairro Bom Jardim, amigos de todos, honestos e trabalhadores e dignos de respeito. Nada desabona a família de Antonio Luiz Tavares, o ex- cangaceiro Asa Branca.



José Mendes Pereira e Adryanna Karla Paiva Pereira Freitas

Empresário da Cidade de Jeremaobo Bahia, em Visita ao Portal do Cangaço de Serrinha: Rubens Santana o Popular Rubinho.

Por: Guilherme Machado


Rubens Santana (Rubinho), da cidade de Jeremoabo Bahia...  Bem sucedido empresário do ramo de combustiveis, radicado hoje na cidade de Camaçari - Bahia.   Juntamente com um grupo de  amigos,  Rubinho visita o Portal do Cangaço e fica impressionado com o que vê... Saudosamente Rubinho fala da sua infância na cidade de Jeremoabo, onde foram presos vários cangaceiros: Volta Seca, Corisco e Dadá, Labareda (Ângelo Roque) Rio Branco, e Muitos Outros. Conversamos muito sobre a fortuna acumulada do caçador de cangaceiros.  O tenente Zé Rufino que morou em Jeremoabo até a morte,  na qualidade de coronel Zé Rufino. 

Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - BA.

Pesquisador Motociclista do Grupo Solitário do Asfalto, de Araras São Paulo: O Imprador Solitário Nero! em Visita ao Portal do Cangaço de Serrinha Juntamente Com Gupos de Amigos.

Por: Guilherme Machado



Ilustre visita, do pesquisador e motociclista do Grupo de Motoqueiros Solitários do Asfalto, da cidade de Araras São Paulo, Nero Solitário, juntamente com sua esposa e um pequeno grupo de amigos Nordestinos, Aposentado o Imperador Nero, vive percorrendo várias cidades do Brasil a bordo de sua Halley Davidson Enorme, juntamente com a sua esposa.  Acima vê-se  fotos de Guilherme e Nero Solitário, Mais abaixo fotos da esquerda para a direita,  Nero, esposa de Nero, Doutor Bira, Karla, esposa de Bira. Por último o empresário da cidade de Jeremoabo Hoje radicado na cidade de Camaçari, Rubens Santana ( Rubinho ) Mais abaixo símbolo do Motoclube Solitários do Asfalto, Vê-se o cartão de visita do Imperador Nero. 
Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha na BA.

Imprensa e Cangaço


Caríssimos,
Saudações fraternais!
Divido com vocês este presente que ganhei, no final do corrente ano, que vem a ser a entrevista realizada pelo escritor Antônio Filho Neto, bravo sertanejo de Serra Talhada, terra do meu inesquecível pai, sobre tema tão importante para a Cultural Nordestina. Para o Jornal Correio do Pajeú.

Recebam meu abraço e o meu carinho.

Atenciosamente,
Geraldo Ferraz

Extraído do blog Lampião Aceso

LAJEDO DE SOLEDADE - APODI - RIO GRANDE DO NORTE

A região do Lajedo de Soledade, no Rio Grande do Norte, é famosa não só pelas belezas naturais, mas também pela importância histórica. O entorno do município de Apodi guarda uma laje de calcário de aproximadamente um quilômetro quadrado. Lá existe um conjunto de abrigos sob a rocha e dezenas de pinturas rupestres e fósseis, que compõem grande parte da atração turística do local.
Fonte: natalonline.com
É lá também onde está situada a maior caverna do Estado, a Caverna do Roncador.

Postado por: blogdomendesemendes

Poetas, Escritores e Intelectuais

Câmara Cascudo - Fonte: globaleditora.com.br
A vida intelectual, no Rio Grande do Norte, estava ligada ao jornalismo político. E a "modinha", no dizer de Câmara Cascudo, representava a "exteriorização literária".
O mesmo autor descreve o contexto da época: "os poetas ficavam na classe populesca dos improvisados ou dos modinheiros, versos eram musicados e cantados nas serenatas, acompanhados pelos vilões sonoros".
Alguns poetas que se destacaram na época foram Miguel Vieira de Melo (1821-1856), Gustavo da Silva (1832-1856), Rafael Aracanjo da Fonseca (1811-1882), etc.
O primeiro jornal do Rio Grande do Norte, o "Nordeste", foi fundado pelo padre Francisco Brito Guerra, em 1832.
Sobrado do Padre Francisco Brito Guerra - http://www.cerescaico.ufrn.br/
Depois, João Manuel de Carvalho, fundou o primeiro órgão de imprensa de caráter literário, chamado 'O Recreio'.
Outros jornais foram surgindo com maior ou menor duração, revelando para a comunidade diversos jornalistas e intelectuais: Joaquim Fagundes (1857-1877) e José Teófilo (1852-1879), por exemplo.
Na década 1870 - 1880, os bailes, que eram mensais, se transformaram em locais onde as pessoas cantavam e declamavam poesias.
Fonte: substantivoplural.com.br
Merece destaque uma potiguar que passou vinte e oito anos na Europa e se tornou célebre pela sua luta a favor do soerguimento da mulher, sendo igualmente, uma grande escritora. Dionísia Gonçalves Pinto, mais conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta, nasceu no sítio Floresta, em Papari (hoje Nísia Floresta, em sua homenagem), no dia 12 de outubro de 1810, falecendo na França, em Rouen, a 24 de abril de 1885. A sua bibliografia é ampla: "Daciz ou a Jovem Completa" (Rio, 1847), "Itineraire d'un voyage en Allemagne" (Paris, 1857), "A Mulher" (Londres, 1856), etc.
Falando sobre Nísia Floresta, Maria Eugênia M. Montenegro classificou-a como "ilustre pensadora e idealista, a autodidata, a revolucionária, a enfermeira, a jornalista e abolicionista e republicana, que pregava a igualdade das províncias e das casas. "(Revista Brasília, no LXX, abril - maio de 1996).
Fonte: editoramulheres.com.br
Constância Lima Duarte publicou, em 1995, um livro sobre a vida e obra de Nísia Floresta, onde constata "que a história de Nísia Floresta não se limita às primeiras páginas onde apresento dados específicos referentes a sua vida e obra. Nem termina realmente ao final da análise do último texto. Se cada um deles introduz dados, revela traços de sua personalidade, de suas lutas, de suas obsessões, de seus conflitos, a figura de Nísia Floresta Brasileira Augusta fica por ainda se compor, a partir de tudo isso que aí está, e de tudo o mais, que teima em se manter oculto aos nossos olhos".
Luís Carlos Lins Wanderley é o autor de "Mistério de um Homem", em dois volumes. É apontado por alguns como sendo o primeiro romance escrito no Rio Grande do Norte.
Isabel Urbana de Albuquerque Gondim nasceu, provavelmente, em 1839, também em Papari. Foi professora, poetisa e a primeira historiadora do Estado. Escreveu várias obras, como 'Sedição de 1817, na Capitania do ora Estado do Rio Grande do Norte"(1919), "O Sacrifício do Amor" (1919), "Lira Singela" (1933), etc.
No movimento abolicionista, brilhou Segundo Wanderley.
Vem, depois, a geração do Oásis que, como disse Câmara Cascudo, "nasceu literalmente com o advento republicano". Dessa fase se destacaram dois irmãos: "Henrique Castriciano e Auta de Souza.
Henrique Castriciano, bacharel em Direito, muito viajado, e possuidor de uma grande cultura, chegou a ser vice-governador do Estado. Como disse Romulo Wanderley, foi "jornalista, escritor, crítico, impões-se aos seus contemporâneos pelo talento, pela cultura e pela inspiração poética".

São seus os seguintes versos:
"Ah! Como é triste o aboio! Ah, como é triste o canto sem palavras - tão vago - a saudade exprimindo.
Das selvas do sertão, no mês de junho rindo.
Pelos olhos azuis das crianças, enquanto
No tamarinho verde, asas abertas, trina
À beira dos currais, o galo de campina!
Auta de Souza, poetisa, escreveu apenas um livro, "Horto", com várias edições.
A poesia "Meu Pai", começa assim:
"Desce, meu Pai, a noite baixou mansa
Nem uma nuvem se vê mais no céu:
Aninham-se aqui no peito meu,
Onde, chorando, a negra dor descansa".
Os primeiros teatros de Natal foram barracões de palha, construídos no local onde hoje é a praça Gonçalves Lêdo. Todos os três foram destruídos pelo fogo.
Os grupos de amadores, contudo, não desanimam. "Representavam em teatrinhos improvisados", disse Câmara Cascudo.
O comerciante João Crisóstomos de Oliveira fundou o Teatro de Santa Cruz, localizado na atual João Pessoa, em 1880. Não dava lucro. Os amadores se apresentavam de graça. Falando sobre a importância desse teatro, Câmara Cascudo fez o seguinte comentário: "De 1880 em diante o Santa Cruz reúne todas demonstrações literárias da terra. Com a abolição aí se funda a Libertadora Natalense. Com a República, aí discursaram os tribunos, Olinto Meira, Braz de Melo, Nascimento de Castro, Augusto Severo, Pedro Velho. Nas cisões políticas, aí acampam os oposicionistas com o Clube Republicano 15 de novembro. Ali a companhia de José de Lima Penante recebeu aplausos e deixou saudades".
No dia 17 de abril de 1894, caiu a cobertura do teatro que desapareceu nesse momento.
O século XX é a frase da Oficina Literária, onde se destacaram Francisco Cavalcanti, Jorge Fernandes, Clementino Câmara.
Um grande poeta dessa geração foi Manoel Virgílio Ferreira Itajubá, que nasceu em Natal, escrevendo versos como os que se seguem:
"Vi-te. Era noite. A lua decorada
Brilhava nas paragens luminosas
E a noite estava toda embalsamada,
Porque exalavam no canteiro as rosas".
No dia 29/3/1902, foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, por um grupo de intelectuais, entre eles, Vicente Lemos, autor do clássico "Capitães Mores e Governadores do Rio Grande do Norte". Faziam parte do instituto Luís Fernandes, Manoel Dantas,. Pedro Soares e tantos outros. O instituto publica, ainda hoje, uma revista. O seu atual presidente é o advogado Enélio Lima Petrovich.
O Teatro Carlos Gomes foi inaugurado em 1904, no primeiro governo de Alberto Maranhão. O ilustre político, não satisfeito, ao assumir o governo pela segunda vez, promoveu grandes reformas no teatro que hoje tem o seu nome. Câmara Cascudo descreveu que "nasceu outro teatro, amplo, confortável, arejado, moderno".
No início do século, o coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo fundou "A Imprensa" (1914-1926), que teria brilhante trajetória. O Centro Polimático (1920-1924) lançou uma revista que publicava importantes estudos, que segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, foi "de valor fundamental para a compreensão do processo de criação de uma consciência, digamos "potiguar". "Apareceu também uma revista feminina, chamada Via Láctea (1914-1915), onde se destacaram Palmira e Carolina Wanderley.
Foi uma época de grande efervescência literária, onde brilharam nomes como Nascimento Fernandes, Anfilóquio Câmra, Armando Seabra, Jayme Wanderley. Segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, "publicaram-se, naquela década, alguns títulos que ainda hoje são de fundamental importância para a compreensão do início da nossa vida literária: "Alma patrícia" (1921) e "Joio" (1924), ambos de Luís da Câmara Cascudo; "Poetas Rio-Grandenses do Norte" (1922), de Ezequiel Wanderley", "Versos" (1927), de Lourival Açucena'e "Terra Natal" (1927), de Ferreira Itajubá".
Câmara Cascudo, atendendo a um apelo da Federação das Academias de Letras, com um grupo de amigos e intelectuais, fundou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 14/11/1936, na sede do Instituto de Música, sendo eleito Henrique Castriciano, presidente. Entre os fundadores da academia, podem ser citados os seguintes intelectuais: Adauto Câmara, Otto de Brito Guerra, H. Castriciano, Edgar Barbosa, Antonio Soares de Araújo, Nestor dos Santos Lima, Januário Cicco, Floriano Cavalcanti, Lu;is Gonzaga do Monte.
O atual presidente dessa academia é o advogado Diógenes da Cunha Lima.
A partir do século XX, surgiram vários jornais, em diversos municípios do Rio Grande do Norte. Em Açu: "O Alphabeto" (1917), "A Cidade" (1901 a 1908), "Jornal do Sertão" (1928), "O Vale (1937). Em Caicó: "A Folha" (1928), "Jornal de Caicó" (1930), "O Seridó" (1900-1901), "A Verdade" (1933). Em Macau: "Folha Nova" (1913), "Gazeta de Macau" (1909), "O Imparcial" (1918), "O Nacionalista" (1959), "A Voz de Macau" (1951). Em Mossoró: "Jornal do Oeste" (1948), "A Palavra" (1926), "O Trabalho" (1926), "Desfile" (1946).
A "Coleção Mossoroense" tem editada uma série muito grande de livros, prestando, assim, uma efetiva colaboração ao desenvolvimento cultural do Estado. Publicou "Notas e Documentos para a História de Mossoró", de Luís da Câmara Cascudo; "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato; "Um possível caso de telegonia entre os nossos indígenas", de Jerônimo Vingt Rosado Maia, etc.
Maria Eugênia Motenegro - outraseoutras.blogspot.com

De Açu, brilha Maria Eugênia Montenegro. Natural de Lavras (MG), se integrou no movimento literário potiguar. Publicou livros de poesias ("Azul Solitário') e, inclusive, um de ficção filosófica ("Alfar, A que Está Só").
Pertence às academias de letras de vários Estados e à do Rio Grande do Norte.
De Macau, Edinor Avelino, jornalista, colaborou em diversos jornais da capital ("A Imprensa", "A República", "A Opinião" e "Democrata") e em outros do interior: "Folha Nova" (Macau), "A Cidade" (Açu), "O mossoroense" (Mossoró).
No poema "Macau", considerado como sendo sua obra-prima, escreveu:
"A minha terra, calma e boa, trago-a nas cismas de saudade em que ando atento,
contemplando-a com os olhos cheios d'água.
nos grandes vôos do meu pensamento.
É das mais ricas terras pequeninas.
Apraz-me repetir, quando converso;
possui alvas e esplêndidas salinas,
as melhores salinas do universo".
De Ceará-Mirim, três nomes. Nilo Pereira, que tece, entretanto, uma grande atuação em Pernambuco, onde foi diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, com extensa bibliografia, podendo se citados: "O destino das Faculdades de Filosofia na Universidade" (Natal, 1957), "Humanismo de Luiz de Camões" (Recife, 1957) e "Evocação do Ceará-Mirim" (Recife 1959), etc.
José Sanderson Deodato Fernandes de Negreiros, poeta, jornalista, quando foi eleito para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, era o mais jovem daquela instituição. Trabalhou na "Tribuna do Norte", "Diário de Natal", sendo também, redator e repórter de duas revista do Sul do País, "Manchete" e "Visão".
Autor de "Ritmo da Busca" (1956) e "Lances Exatos" (1966), é também de sua autoria a poesia "O gesto":
Despe o corpo, tatuado de
relâmpagos. Ensarilhas ventos
ao som da ternura e apunhalas
o horizonte. Mas dentro de ti,
o coração canta, além.
do remoto mar das tapeçarias.
Deitaste o pão e água em minha
solidão, e amo-te por me teres
amado pelo próprio amor
desprotegida, ó incendiária do repouso".
Edgar Barbosa, formado em Direito, no Recife, em 1932, trabalhou em vários jornais: "A República", "O Debate", "A Ordem", etc. Foi fundador da Faculdade de Filosofia e seu primeiro diretor. Escreveu, entre outros livros: "História de uma campanha (1936), "Três Ensaios" (Recife, 1960), "Imagens do Tempo" (Natal, 1966).
De Nova Cruz, Diógenes da Cunha Lima Filho, poeta, advogado, professor, ex-reitor da UFRN, ex-presidente da Educação e Cultural do Estado, publicou "Lua Quatro Vezes Sol" (1967), "Tradição e Cultura de Massa" (1973), "Câmara Cascudo, um homem feliz", etc.
Em "Memórias das Águas", diz Diógenes da Cunha Lima:
"O espectro do rio foge
Quando dorme o Potengi.
Sua memória lavada
Em muitas águas desliza
Das nascentes do verão".
De São Vicente, D. José Adelino Dantas, com grande atuação no Seridó. Foi bispo de Caicó, nomeado pelo papa Pio XII, em 1952. Colaborou no jornal "A Ordem". Depois, foi nomeado bispo de Garanhuns (PE) e, a seguir, de Rui Barbosa, na Bahia.
Pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, tendo publicado "A Formação do Seminarista"(1947), "Homens e Fatos do Seridó Antigo" (1962), "O Coronel de Milícias Caetano Dantas" (S/Data).
Falando sobre D. Adelino Dantas, disse Sanderson Negreiros: "pesquisador que se debruça sobre o documento faz isso com amor e sabedoria, com calor humano e absoluta sinceridade de propósitos".
Em abril de 1963, o governo Aluízio Alves inaugurou a Fundação José Augusto que funcionou inicialmente "como faculdade para os cursos de Jornalismo, Sociologia e Política e Escola Superior de Administração, além de manter o Instituto Juvenal Lamartine de Pesquisas Sociais e a Gráfica Manibu. Somente a partir de 1968, com a mudança do Estatuto, é que a Fundação passa a fazer o trabalho de fomento à cultura potiguar, exercendo um papel semelhante ao de uma Secretaria de Cultura estadual".
"Presente na vida cultural do Estado, desde a edição de livros, promoção de eventos, até a preservação do patrimônio histórico, a Fundação José Augusto também detém a guarda e manutenção de importantes prédios e instituições, como o Forte dos Reis Magos e o Memorial Câmara Cascudo, a Biblioteca Pública Câmara Cascudo, Museu Café Filho e o de Arte Sacra".
"O teatro Alberto Maranhão, onde funciona uma Escola de Danças, o Instituto de Música Waldermar de Almeida, com mais de 500 alunos matriculados, são outras entidades geridas pela Fundação José Augusto, presidida pela segunda vez pelo jornalista Woden Madruga (a primeira gestão ocorreu de 1987 a 1990)".
"Uma Orquestra Sinfônica em plena atividade, que realiza concertos oficiais, populares e educativos mensais, sempre trazendo ao Estado renomados solistas, um coral (Canto do Povo), com reconhecimento nacional e no exterior, tendo representado o Brasil em 1995 em temporada na Alemanha, França e Itália, onde se apresentou para o papa João Paulo II, são outros dos orgulhos da Fundação José Augusto".
"Na atual administração, vários projetos de sucesso têm sido desenvolvidos, como o Projeto Seis e Meia, que é apresentado todas as terças-feiras, às 18h30, no Teatro Alberto Maranhão, sempre com um cantor local e um nacional. Esse projeto, que tem uma média de público, por sessão de 620 pessoas, é no estilo do extinto Projeto Pexinguinha, que foi realizado em todo o País na década de 70. Por ele já passaram artistas como Paulinho da Viola, Leila Pinheiro, Jamelão e Sivuca, entre tantos outros.
"Na luta para revitalizar os grupos e artistas populares, foram dadas indumentárias, instrumentos, oportunidades de apresentação em Natal e fora do estado, e criado o Projeto Chico Traíra, que edita e distribui com os autores de jovens e contemporâneos. Edita ainda o jornal cultural "O Galo", mensalmente, promovendo Salões de Artes Plásticas e de Humor e dando apoio às atividades teatrais, seja através da apresentação do teatro brasileiro, como Amir Haddad". (Documento fornecido pela Asssessoria de Imprensa da Fundação José Augusto - 1997).

Fonte:

Marta Jussara da Costa


Marta Jussara da Costa (São Paulo, 1959[1]) foi eleita Miss Rio Grande do Norte 1979 e foi a primeira representante desse Estado a conquistar o título de Miss Brasil no mesmo ano, realizado em Brasília (DF). No concurso de Miss Universo, realizado em 19 de julho desse ano em Perth (Austrália), ficou em quarto lugar e no quesito traje típico foi a segunda colocada. Em 2009, trinta anos após sua eleição como Miss Brasil, outra candidata do Rio Grande do Norte, Larissa Costa, ganha o concurso nacional.
Controvérsia sobre a naturalidade
Indicada pela Associação Cultural Desportiva Potiguar de Mossoró para representar o Rio Grande do Norte no Miss Brasil 1979, Martha Jussara revelara numa matéria escrita por ela e publicada pela Revista Manchete[2] ter nascido em Mossoró e se mudado para São Paulo com dois anos de idade.
No entanto, durante a transmissão do Miss Universo 1979, Marta se apresentou como sendo "de São Paulo, Brasil".[3] Essa gafe lhe deu a alcunha de "miss ingrata".[1] Até hoje, a questão ainda suscita dúvidas entre fãs novos e antigos de concursos de beleza.
A entrevista nas semifinais
Classificada entre as 12 semifinalistas, Marta Jussara respondera em português a todas as questões formuladas pelo apresentador do evento, Bob Barker. Uma delas dizia respeito a qual carreira seguiria caso vencesse o Miss Universo. A Barker, traduzido por uma intérprete, a Miss Brasil 1979 revelou que pretendia seguir carreira de jornalista. "De preferência na CBS (então geradora do concurso)", retrucou o apresentador após encerrar sua bateria de perguntas.[4]
Vida atual
Anos após fazer sua sucessora, Marta Jussara casou com um empresário italiano com quem tem dois filhos. Hoje ela vive na cidade de Ravena.[5]

Fonte:

Memória: Estação Ferroviária de Mossoró com locomotivas no pátio, anos 50.


É uma das atrações da Estação das Artes Elizeu Ventania, antiga estação de trem de Mossoró.
Memória: Estação Ferroviária de Mossoró com locomotivas no pátio, anos 50.

PASSEIO DE MARIA FUMAÇA DE CAMPINAS – JAGUARIÚNA

Maria Fumaça

Este é um dos poucos passeios de Maria Fumaça que restam no Brasil. É uma boa opção para quem mora na região de Campinas e também na capital paulista, já que é um dos únicos passeios de Maria Fumaça próximos de São Paulo.
A Maria Fumaça de Campinas está bem conservada. Ela tem monitores que explicam seu funcionamento e passa por fazendas centenárias da época do café. É um ótimo passeio para as crianças e também para os mais velhos que chegaram a viver a época da Maria Fumaça e dos trens no Brasil.
Ela já foi inúmeras vezes utilizada como cenário de novelas de época como Terra Nostra, Sinhá Moça, Cabocla, entre outras. Dizem que já foram gravadas mais de 20 novelas ali. Na entrada da estação é possível ver fotos dos artistas que fizeram as novelas com roupas de época.
Estação Anhumas
Estação Anhumas
O trajeto
A Maria Fumaça sai da estação Anhumas (em Campinas) e segue em direção à cidade de Jaguariúna. Logo que ela sai da estação já começa a passar por várias paisagens bonitas e fazendas da época do café. Em cada vagão (na verdade chamados de carros), há um monitor (guia) que descreve os locais que o trem passa e fala sobre as fazendas e seus respectivos donos. Em alguns casos, o guia informa até quem foi o arquiteto que construiu a casa, entre outras coisas. É uma boa aula de história sobre a região.
Durante a viagem de trem para a estação Tanquinhos tivemos a explicação do funcionamento do trem a vapor, carinhosamente apelidado pelos portugueses de Maria Fumaça. Podemos ver também um telefone da época que funciona a manivela, bem diferente dos celulares usados hoje em dia.
Depois o passeio segue pra cidade de Jaguariúna onde há um museu e também é possível tirar fotos com roupa de época.
Uma das fazendas que o trem passa
Uma das fazendas que o trem passa.
Foto antiga
Dicas do Viajante
É um passeio muito legal para fazer com os amigos e com as crianças. No trem, há um vagão restaurante que vende bebidas e também salgados. É bacana ficar sentado neste local e curtir a paisagem, já que as janelas são grandes e as poltronas confortáveis.
Se estiver bebendo algo, fique atento para que o seu copo não caia com o balanço do trem. Se fizer o passeio de meio percurso, provavelmente você ficará com um gostinho de quero mais.É uma boa opção para aqueles que não estão com muito tempo para curtir ou com crianças muito pequenas.
Na volta do meu passeio, um trio com sanfona, pandeiro e tambor voltou tocando e animando os passageiros com músicas do interior (no estilo das músicas “Menino da Porteira” e “Asa Branca”). Foi bacana voltar com trilha sonora. Evite ir com roupas novas e claras devido à fuligem que a Maria Fumaça solta (ela pode sujar e até mesmo furar sua roupa).
A Estação Anhumas fica próxima do Shopping Dom Pedro que é um lugar legal para conhecer. Se você não conhece vale a pena conferir. Não esqueça de levar sua câmera para as fotos.
Vagão restaurante
Vagão restaurante
Trem
Trem
Trilhos
Trilhos

Fontes de pesquisas:
Blog: Panoramio