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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Subsídios para a História de Mossoró - 27 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 1872 surgiu em Mossoró o jornal O Mossoroense, orgão do Partido Liberal do Município, o qual fez ao Padre Antônio Joaquim e ao Partido Conservador, chefiado pelo mesmo, tenaz oposição. Esse jornal saia aos domingos e em todos os números publicados fazia acusação ao dito Padre e aos seus correligionários.

Geraldo Maia do Nascimento
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Bárbara de Medeiros..Lançamento Hoje!


Antes mesmo de comentar o convite acima, não poderia deixar de registrar o primeiro contato que tive com a autora em questão: Bárbara Medeiros. Era janeiro de 2009 e estávamos em Pipa, Rio Grande do Norte em um almoço marcado para o Restaurante Lampião, juntamente com os amigos Aderbal Nogueira, Carlos Santos e Honório de Medeiros. Chegamos eu e Aderbal com as respectivas famílias; Honório estava nos aguardando ao lado do jornalista Carlos Santos e de uma bela e taciturna adolescente: Bárbara.
Quem tem o prazer de privar da amizade e do convívio da família do confrade Honório de Medeiros depois descobre que por tras daquela adolescente serena e calada, se encontrava um verdadeiro e encantador talento. Bárbara é assim, devastadora ! Tão jovem e já com tanta coisa para contar, e conta bem ! Nada foge ao seu doce e aguçado olhar de menina moça. Seus mairores companheiros: Os livros... E de vez em quando, um ou outro cangaceiro ou volante, amigo de seu pai.
Manoela, Manoel Severo e Bárbara Medeiros
Certamente a noite de hoje será inesquecível, não só para seus pais, Honório e Michaela, nem para seu irmão, Diogo, nem para os que forem até o  Restaurante La Tavola, mas será inesquecível para todos que acreditam na vida, que vale a pena viver e sonhar, e construir dos sonhos, maravilhosas realidades. Parabens Bárbara, de toda família Cariri Cangaço.
Manoel Severo
Extraído do blog: "Cariri Cangaço"

A atual Lagoa do Mel

Por: Manoel Severo
 
A região da Lagoa do Mel, hoje totalmente mudada com a agricultura irrigada proporciona uma produção constante e vitoriosa que é toda comercializada pelas feiras da região, seu Antônio mantém o cultivo em consorcio, de várias culturas. O período do preparo da terra, do semeio, da floração, a colheita e a comercialização são cuidadosamente acompanhadas pelo agricultor que confirma a qualidade da terra milagrosa encravada em plena caatinga.
Visão da Serra do Umbuzeiro, a partir da Lagoa do Mel
Senhor Antônio, proprietário do lugar
Valentim Antunes
João de Sousa Lima
Múcio Procópio Conselheiro
Manoel Severo

Extraído do blog: "Cariri Cangaço"

Uma viagem de muitas alegrias e uma tristeza

Por: Aderbal Nogueira
Aderbal Nogueira e sertão da Bahia
A Caravana Cariri Cangaço - GECC foi para mim uma viagem de muitas alegrias e uma tristeza. Alegria em reencontrar grandes amigos, porque não dizer "IRMÃOS" João de Souza, Jairo Luiz, Antônio Vilela, Mestre Alcino, entre outros que sempre estão a nos esperar. Alegria maior em reencontrar meu amigo Candeeiro, seu Né, como é carinhosamente chamado Manoel Dantas Loyola, que me chama de 'Derval'.
Parece que foi ontem que estive com ele e sua generosa família pela primeira vez. Há aproximadamente 18 anos atrás, onde a incerteza de uma boa acolhida me fez parar na entrada da vila e ficar cerca de 15 minutos hesitando em me aproximar de sua pessoa. Mas, para minha surpresa, a receptividade foi supercalorosa e ao longo desse tempo a amizade entre sua família e a minha só aumentou, a ponto de Eliza, sua filha, me chamar de irmão. Para mim não importa mais quem foi seu Manoel Dantas Loyola, pois agora para mim ele é apenas seu Né.
Tenente João Gomes de Lira
Tristeza profunda também ao passar na entrada de Nazaré e não avistar mais aquela cadeira de balanço ali em frente da casa onde sempre encontrava nosso fiel amigo João Gomes de Lira. Quanta saudade. Dezenas de viagens e sempre ele estava ali. Calmo, com uma serenidade que me impressionava, com uma segurança plena que nos dava a idéia de como devia ter sido na juventude. Dessa vez não tive coragem de entrar em sua casa, agora vazia, sem a sua presença. Somente a casa. Com certeza alguém estava lá dentro, alguém de sua família que sempre nos recebeu tão bem. Em outra viagem vou criar coragem e lá vou adentrar e tenho certeza que a receptividade será a mesma.
Ao entrarmos na estradinha de terra para a casa de seu Luiz de Cazuza o meu desejo não iria se realizar. Sabia que meu querido amigo não estaria mais lá para nos recepcionar e prosear horas a fio, rindo e contando histórias de sua vida centenária. Seu Luiz foi, sem dúvida, aquele que mais me fez rir das histórias do Cangaço. Com ele vi que até nas horas tristes se tira momentos interessantes. Sei que para algumas pessoas como Paulo Gastão, Ângelo Osmiro e alguns outros que tiveram a honra de conhecê-lo mais de perto, essa dor da falta ainda vai durar. Lá não pude conter as lágrimas ao abraçar sua filha, e chorei por dentro e por fora.
Para terminar, agradeço a todas essas pessoas que, de uma maneira ou de outra, me contando as suas vidas, sem querer me fizeram uma pessoa melhor.
Aderbal Nogueira
Sócio da SBEC, Diretor do GECC
Conselheiro Cariri Cangaço

Tipos populares de Mossoró - 26 de Fevereiro de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Toda cidade, por menor que seja, tem suas personalidades de costumes estranhos, diferente do habitual, do aceitável, que agem fora das normas de vivência e dos costumes da comunidade. São os chamados tipos populares, figuras obrigatórias na vida de uma comunidade. 
Em Mossoró, como na maioria das cidades do interior, alguns desses tipos tornaram-se bastante conhecidos, ao ponto de mesmo depois de suas mortes continuarem sendo lembrados por suas esquisitices. Vamos recordar duas figuras do passado, que terminaram entrando para a história por serem diferentes: 

Manuel Cachimbinho, por exemplo, cujo nome verdadeiro era Manuel Lima da Silva. Viveu em Mossoró numa época em que a cidade passava por transformações estruturais, com a expansão do trem de ferro e dos automóveis de buzinas estridentes. O apelido vinha do fato de estar sempre com um cachimbo na boca, vício que o acompanhou até a morte. Apesar de ter a mente perturbada, era manso como um cordeiro. Vivia na rua pedindo esmolas. E, como diz o ditado, cada doido tem sua mania, Manuel Cachimbinho passou a imitar os carros e trens que circulavam pela cidade. Era um veículo humano, com suas curvas fechadas, em constantes correrias. Ninguém o via senão correndo pelas ruas ou chegando e saindo da cidade. O jornalista Lauro da Escóssia, em matéria escrita sobre o assunto, conta que “certa vez Manuel Cachimbinho ganhou aposta com o trem, ao saírem ambos da estação ferroviária em demanda da ponte de ferro sobre o rio Mossoró. Chegou ao local antes do trem apitar na curva da avenida Alberto Maranhão.” Como disse o jornalista, “Cachimbinho encontrou na linguagem dos automóveis, a impressionante motivação para se anunciar no seu santo ofício de pedestrianismo”. 
Certa vez, saiu correndo do centro da cidade em direção a sua modesta morada situada no sítio Pintos, onde encontrou a sua mãe sentada na porta de entrada da casa. Buzinou, buzinou, deu curvas e como não encontrou área suficiente para acesso à moradia, acelerou a carreira jogando a velha fora do trânsito. 
Outra figura bastante estranha que apareceu em Mossoró pelos idos de 1943 foi o chamado “homem cabeludo”, fazendo assombração, causando espanto pela originalidade de sua vivência nas matas, com cabelos longos em desalinho, barbudo e, além do mais, vivendo completamente despido. Seu nome era João Raimundo, fanático do beato José Lourenço, fugitivo do Caldeirão desde os instantes em que a polícia decidiu dispersar o grupo. O Caldeirão do beato José Lourenço era terra que pertencia ao padre Cícero Romão Batista. Com a morte do padre, as terras foram herdadas pela Ordem Religiosa dos Irmãos Salesianos que não mediram esforços para desocupar a propriedade. João Raimundo passou sete anos fugitivo da civilização. Viveu todo esse tempo uma vida nômade, tendo como companheiros apenas feras e pássaros, alimentando-se de raízes e do que mais conseguia para comer. 
Era realmente espantoso ver aquele homem selvagem, tanto assim que passou a ser chamado por muitos de Tarzan, o que lhe rendeu reportagem nos jornais da época. 
Preso, certa vez na chapada, foi levado à cadeia do Apodi e dali mandado para Pau dos Ferros, de onde era natural e onde havia deixado mulher e filhos. As autoridades daquela região, por não terem nenhuma reclamação contra ele, resolveram deixa-lo em liberdade, desde que voltasse a civilização. Porém solto, voltou a vida selvagem e dessa vez com um agravante: passou a dizimar o rebanho que encontrava. Novamente preso, veio para Mossoró onde, antes de ser recambiado para Natal, teve seu cabelo e barba cortados e foi fotografado. Depois da prisão em Natal, não se teve mais notícias do homem cabeludo.
               

Figuras de comportamento estranhos vivendo em comunidades sempre houve e sempre haverá, como os dois que acabamos de descrever. Outros, como Zé Alinhado e Benício Gago, viraram nomes de ruas em Mossoró como nos conta Raimundo Soares de Brito em seu recente trabalho sobre os patronos das ruas de Mossoró.

Geraldo Maia do Nascimento
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Cabeças Cortadas

Por: Rubens Antonio
Esta surgiu como uma área da Ciência, pendendo entre Medicina Forense, Medicina Legal e Antropologia Física. Propunha-se a localizar e provar que as características de uma pessoa estavam impressas e expressas no formato do crânio.
Desta maneira, o dito "caráter" de uma pessoa já viria marcado desde o seu nascimento. Haveria uma "natureza" de cada indivíduo materializada fisicamente.
No Brasil, o expoente desse conceito foi o Raimundo Nina Rodrigues, nascido em Vargem Grande, Piauí, em 1862, com curso de Medicina em Salvador e Rio de Janeiro.
Estabelecido em Salvador, deu aulas na Faculdade de Medicina. Seu trabalho girou em torno de uma "Antropologia Patológica".
Seus trabalho detém um cunho marcantemente racista, com destaque para ataques às miscigenações. Em sua visão, os miscigenados seriam aqueles que mais mostrariam características tendendo à criminalidade.
Conselheiro.
Nina Rodrigues faleceu em Paris, em 1906, sendo inumado, finalmente, em Salvador, Bahia.
Em contraposição a essa linha, elevaram-se vozes, cujo resplandecer mais claro apareceu nas linhas de Euclydes da Cunha. Este, vindo acompanhar o massacre da Rebelião Conselheirista de Canudos, objetivava flagrar confirmações da posição de Nina Rodrigues. Entretanto, o que testemunhou colocou-o na senda contrária.
Daí, em vez de estropiados fracos, viu-se obrigado a reconhecer:
"- O Sertanejo é, antes de tudo, um forte!"
Entretanto, adentrado o século XX, a linha de Nina Rodrigues seguiu firme, através de vários discípulos.
Estabeleceu uma forte escola assentada nas suas propostas.
Daí, quando aconteceu o evento do Cangaço, tornou-se lugar comum o estudo das cabeças dos Cangaceiros abatidos. O primeiro deles foi a do cangaceiro Gavião, que chegou a Salvador no início de 1930. Quando aprisionado, o cangaceiro Volta-Secca, tiveram os discípulos da proposta de Nina Rodrigues a oportunidade de realizar o estudo do seu crânio em vida. Procuraram sempre indícios da marginalidade e decadência.
Estudaram-se os crânios dos cangaceiros abatidos na Lagoa do Lino, no caso, Azulão, Canjica, Maria e Zabelê. Finalmente, estudaram-se os crânios dos cangaceiros abatidos em Angicos, em 1938.
Um estudioso que começou a se destacar, apontando o caminho da derrocada da Frenologia, foi Estácio de Lima. Nascido em Marechal Deodoro, em Alagoas, em 1897, cursando Medicina, acabou se tornando docente das Faculdades de Medicina e Direito da Universidade Federal da Bahia, antigo catedrático de Medicina Legal da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública da Universidade Católica de Salvador e da Faculdade Federal de Odontologia. Nesse caminho tratou de integrar a luta para desfazer a antiga linha de Nina Rodrigues.


Estácio de Lima
Em sua visão, o meio, a Vida e a História são os elementos que influenciam diretamente na tecitura dos caráteres humanos.
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Como fruto do momento em que ainda se acreditava na Frenologia, os crânios de Lampeão e Maria Bonita foram estudados.
Abaixo o estudo dos seus crânios, conforme apareceu reproduzido na publicação:
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BEZERRA, João. “Como dei cabo de Lampeão.” Recife (Pernambuco): Fundação Joaquim Nabuco - Editora Massangana, 1983.
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O "estudo antropométrico" foi assinado pelo dr. Lages Filho, então diretor do Serviço Médico Legal de Alagoas.
O resultado do estudo antropométrico da cabeça de Lampeão
Infelizmente o estado em que a cabeça chegou à morgue não permite um estudo acurado e minucioso à luz da antropometria criminal e da anatomia, pois atingida por um projétil de arma de fogo que atravessou o crânio saindo na região occiptal, fraturando o mandibular, o frontal, o parietal direito, o temporal direito e os ossos da base que ficaram reduzidos a múltiplos fragmentos. Todavia, podemos traçar-lhe o perfil antropológico: Pele pardo-amarelada, podendo-se classificá-lo como pertencente ao grupo dos “brasilianos xantodermos”, da classificação de Roquette Pinto: testa fugidia, cabelos negros, longos e arrumados em trança pendente; barba e bigode por fazer, de pelos lisos negros e falhos. Dolicocéflo, contrastando com os outros indivíduos do seu grupo étnico, em geral braquicéfalos. O perímetro cefálico é igual a 57 centímetros. diâmetro transversal máximo atinge 150 milímetros, índice encefálico 75. Sua face é de tamanho relativamente reduzido, impressionando à primeira observação as dimensões do mandibular pequeno e com os ramos horizontais a formar um ângulo reto no encontro dos ramos ascendentes, correspondentes. Assim, é o comprimento total do rosto de 170 milímetros, o comprimento total da face de 130 milímetros, o comprimento simples da face de 85 milímetros, o diâmetro gigomático ou transverso máximo da face, de 160 milímetros, índice facial da boca 53,12. Nariz reto, de ápice grosso e rombo, guardando ao dorso a impressão dos óculos, com altura máxima de 50 milímetros e largura máxima de 37 milímetros. O índice nasal transverso 64 milímetros, uma mesorrínia franca, lábios finos. Largura da boca 57 milímetros. Abóbada palatina ogival, dentes pequenos podendo-se enquadrá-los no grupo dos microdontias; orelhas assimétricas, havendo desigualdade manifesta no desenvolvimento das partes similares (orelha Blainville). O comprimento da orelha direita alcança sessenta e cinco milímetros. A largura da orelha direita é de 40 milímetros. comprimento da orelha esquerda 55 milímetros.
A largura da orelha esquerda é de 40 milímetros. Índice auricular de Topinar, tendo-se em conta as dimensões da orelha direita de 65 milímetros. Na face há visível, na região masseterina direita, uma pigmentação escura arredondada, medindo três milímetros de diâmetro, em nervus congênito. O olho direito apresenta um leucoma, atingindo toda a córnea. em resumo; embora presentes alguns estigmas físicos na cabeça de Lampeão, não surpreendi um paralelismo rigoroso entre os caracteres somáticos da degenerescência, revelados pela mesma e a figura moral do bandido. assim, apenas verifiquei como índices físicos de degenerescência as anomalias das orelhas, denunciadas por uma assimetria chocante, a abóbada palatina ogival e a microdontia. Faltam as deformações cranianas, o prognatismo das maxilas e outros sinais aos quais Lombroso tanta importância emprestava para a caracterização do criminoso nato. Todavia, nem por isso os dados anatômicos e antropométricos assinalados perdem a sua valia pelas sugestões que oferecem na apreciação da natureza delinqüencial de Lampeão.
Resultado do exame da cabeça de Maria Bonita
A cabeça de Maria Bonita deu entrada às 10 horas da noite de 31 de julho de 1938 no Serviço Médico-Legal do estado de Alagoas em mau estado de conservação, razão por que não foi retirado o encéfalo, já reduzido a uma pasta esbranquiçada e amorfa que se escoava pelo orifício occiptal. as partes moles infiltradas não permitiram fossem melhor apreciados os traços fisionômicos da companheira de Lampeão, os quais, aliás, não pareciam desmentir o apelido que lhe deram. Aparentava ser uma mulher de trinta a trinta e cinco anos de idade. À primeira impressão, o que mais prende a atenção é vêem vê-la é a sua testa alta e de todo vertical. cabelos negros, longos, finos e lisos, arrumados em tranças pendentes. Tez morena clara. Pode ser incluída no grupo dos brasileiros xantodermos da classificação de Roquette Pinto, o perímetro encefálico é de 57 milímetros. O diâmetro ântero-posterior máximo é de 195 centímetros. O diâmetro transversal máximo mede 150 milímetros. O índice cefálico, 33. Portanto, braquicéfala. O comprimento total do rosto alcança 190 milímetros. O comprimento total da face é de 120 milímetros. O comprimento simples da face, 153 milímetros. Índice facial da boca, 47,0. Lábios grossos, sendo a largura da cavidade bucal de 45 centímetros. Dentes pequenos, bem plantados e em excelente estado de conservação. Olhos castanhos escuros.
São estes os principais elementos colhidos, traçando-se o perfil antropológico de Maria Bonita. Não denunciam eles a existência de quaisquer estigmas de degenerescência ou sinais atávicos. Na busca de sua constituição delinqüencial muito mais importância teria o estudo psicológico que permitiria pôr em relevo os caracteres fundamentais de sua personalidade.
Em verdade, uma conclusão definitiva e segura só poderia ser tirada da apreciação físico-psíquica e biográfica da vítima, único meio capaz de revelar suas tendências ciminosas, mesmo se despertadas pela paixão e pelo amor.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço, Rubens Antonio

OS LAMBEDORES DE SAL (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

OS LAMBEDORES DE SAL
Coloque a lenha, espalhe a madeira no forno, pise nas cinzas e experimente a quentura das brasas com a mão. A vida é assim mesmo, é trabalho duro, sacrifício, ferida no corpo e lanho na mão, espinho no pé e cegueira no olho, mas ainda está pouco, tem de seguir adiante, pois mais tarde o descanso lhe espera. E quando a noite chegar vai lamber o tijolo de sal que restou de ontem para dormir feliz.
Com cavalo faminto é melhor, pois o bicho fica grogue no estômago e na visão, e por isso mesmo vai correr mais, vai desembestar, vai cortar pedaço de pau que nem sente, ainda que o sangue jorre de suas ancas. Mas nem pense em parar, siga adiante, esporeie o bicho com mais força, faça com que ele sinta na pele a sua obrigação, o seu dever de ir entrar nessa mataria de ponta de faca e achar a rês braba do patrão valente, homem de chibata e chicote que não tolera ouvir que o animal se perdeu na mata. Por isso siga, e se o espinho de quipá feriu o rosto não foi nada, se o galho da catingueira lhe feriu o olho não foi nada, se recebeu uma pontada de aroeira no lombo, então é que não foi nada. Vá e só volte com a rês amarrada, no laço, ainda que você esteja completamente estropiado e o seu cavalo não mais sobreviva. Entregue o animal ao patrão que depois ele vai mandar você lamber sal, como faz todo dia.
Chame a mulher e pergunte se ainda resta um pouco de farinha, uma massa de milho ou um pedaço de pão. Certamente ela vai dizer que não, que tudo acabou já tem dois dias e que não suporta mais com a filharada chorando pedindo comida e o que pode fazer é enganar eles com pedaço de palma tirados os espinhos. Então baixe a cabeça e entristeça, peça à esposa pra fazer uma prece, pra chover logo ou pra arrumar uma esmola decente na cidade. Nunca se viu esmola decente, mas diga assim mesmo, diga que vai bater na porta daquele político que sempre aparece por aí em época de eleição. Se ele ganhou também com seus votos, então que agora dê ao menos uma feirinha de meio quilo de tudo. Deixe-aela orando e resolva não ir à cidade, pois é mais seguro conseguir alguma coisa caçando calango ou preá pelo mato do que qualquer coisa da mão de político eleito. Faça tudo pra conseguir alguma coisa pra enganar a fome dos meninos, mas quanto a você e a esposa têm de se contentar em mais uma vez lamber morros de sal na boca da noite.
O tempo está de fazer chorar, não chove pra mais de dois anos, não há mais alimento nem pra bicho nem pra gente. Olhar para o horizonte é encontrar apenas o sol mais quente do mundo, aterrorizante, abrasador; olhar para o descampado adiante é encontrar somente a poeira levantada pela ventania, tornando fantasmas os garranchos e folhagens que se movem ossudos por cima da terra morta. Não tem mais palma, não tem mais capim, não tem mais um gole de água no ribeirão, não há nem mais esperança. Se passar mais três meses assim vai se tornar insuportável continuar por ali. Vai ter que vender a terrinha, os utensílios que ainda guarnecem a casa, o pilão de socar café, o berrante bonito e de herança familiar. Tudo vai ter que ser vendido pra pagar a viagem no caminhão que passa por ali recolhendo todo aquele que não tem mais destino. Tanto trabalho pra nada, tanta esperança sem nada acontecer. Nem uma nuvem, nem um só trovão, nada do tempo fechar. O pior é que nunca teve tanta fome como tá agora e não pode fazer mais nada senão lamber a pedra de sal.
Nos sertões, na cidade grande, nessa vastidão de mundo e por todo lugar, sempre há alguém que sobrevive lambendo sal. Instante atrás e nesse momento tem gente lambendo sal, o que faz todo santo dia, coisa como destino, coisa como imposição de sobrevivência. E quanto mais pobre mais lambe sal, quanto mais trabalha mais lambe sal, quanto mais é explorado e submetido mais come sal. O sal é engolido por esse povo com uma voracidade tamanha que parece não querer deixar um tantinho sequer para o dia seguinte. Mas sabe que no dia seguinte terá muito mais sal pra lamber, pra engolir pra se fartar, pois lhe falta tudo menos o sal.
Mas, então, que tipo de sal esse povo tem de lamber todo dia pra sobreviver? Ora, o sal salgado mesmo, só que em barras do tamanho da precisão que tem e daquilo que nunca terá. Só mesmo o sal para salgar o corpo já apodrecido pelas humilhações da vida.

Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Literatura Sobre: Padres, Beatos, Coronéis, Sertanejos, Fanáticos e Cabras da Peste. Livro: Dossiê Confidencial do Padre Cicero e Floro Bartolomeu: Lançado em 1994.em Brasilia.

Por: Guilherme Machado

Livro. Dossiê Confidencial do Padre Cicero e Floro Bartolomeu; As Escritoras  Cearenses  da Região do Cariri,  Fátima Menezes e a Secretária Particular do Padre Cicero, Dona Generosa Alencar. Juntamente, Escreveram um Documentário Fantástico Sobre o Reverendo do Povo,  e Seu Amigo e Protetor.  O  Médico e Rábula Baiano Floro Bartolomeu. Tesouros São Revelados no Dossiê Acima. Lançado em 1994 no Destrito Federal Pelas Autoras.
Extraído do blog: Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia,
do amigo Guilherme Machado.

Lampião Assalta a Residência da Baronesa da Cidade Água Branca Alagoas.

Por: Guilherme Machado
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 No dia 25 de Maio de 1925, Lampião manda bilhete pedindo ajuda a D. Joana, e não é atendido, Invade o Palácio e toma a força.
 
Virgulino Ferreira "Lampião"
3º da esquerda pra direita com seta vermelha – É o  Padre que batizou Lampião.
Foi no dia 25 de Maio de 1925. Lampião e Sua Cabroeira Imvadem e Toma de Assalto o Palacete da Senhora  Joana de Siqueira Torres. Viúva do Barão Acú-Torres: Dona Joana Conhecida Como a Baronesa de Água Branca....
Como ainda não dispunha de recursos que pudessem sustentar seu pessoal, mandou pedir certa quantia em dinheiro à Dona Joana Vieira de Siqueira Torres, baronesa de Água Branca, para a compra de provisões.
 Feita a colaboração, ela jamais seria incomodada novamente, nem por ele nem por qualquer um outro do cangaço; teria mandado dizer-lhe. A Senhora de Água Branca – município ao qual pertencia a Vila de Piranhas – entretanto, não atendeu ao seu pedido e, pior: mandou um recado desaforado pelo mesmo portador endereçado àquele que tentou extorquir de suas posses: “Diga a seu chefe que o dinheiro que tenho é para compra de munição com a qual pretendo arrancar-lhe a cabeça”.
Depois, para se prevenir, pediu ao Governo da Província que mandasse reforçar a guarda de seu território com uma força policial mais equipada de homens e armas. Ao ouvir do mensageiro o recado da Baronesa, Lampião virou-se numa fera bravia, com vontade de esganar. E logo quis dar o troco: mandou comprar algumas redes e as preparou segundo os costumes locais de carregar mortos, onde um madeiro é colocado de um punho a outro, sendo carregado nos ombros por dois homens robustos.
 Preparou tudo com esmerado cuidado, seus homens vestindo-se como pessoas comuns do lugar, com roupas simples e chapéu de palha, descalços, ou arrastando sandálias leco-leco. Fuzis, punhais e cartucheiras eram carregados no lugar onde deviam estar os mortos, enrolados em panos untados com groselha para aparentar sangue, dentro das ditas redes. Dirigiram-se esses à porta da delegacia de polícia e, aos berros, um dos cabras, disfarçado, gritou para o soldado de plantão: “acuda, praça! Mande gente lá para as bandas do povoado da Várzea, que a cabroeira de Lampião está acabando com tudo ali; mataram estes daqui e ainda há mais gente morta aos montes. Ande depressa, homem de Deus!”O despreparado soldado chamou imediatamente o corneteiro, que tocou reunir. Foi o momento propício para a execução do plano de Lampião: as armas foram retirados das redes e empunhadas contra o pelotão policial, que já estava perfilado, pronto para sair à procura dos bandidos. Aí, enquanto a polícia era rendida, outra parte do grupo já havia entrado na cidade e agia no saque à casa da Baronesa. Irreverente, Lampião foi até ela e, fitando-a com severidade, soltou o vozeirão: - Então, Senhora Baronesa, vai arrancar-me a cabeça agora? Venha, vamos dá um volta pela cidade para que vosmecê e todos daqui saibam qui cum o capitão Virgulino não se brinca nem se manda recado desaforado”. E fez a respeitável senhora, dona de notório prestígio público, segurar seu braço e andar assim com ele desfilando pela cidade. – (este foi o primeiro de um sem-número de assaltos cometidos pelo bando de Lampião. Aconteceu em 28/06/1922, poucos dias depois que tinha assumido o comando do grupo de Sinhô Pereira, jovem ainda, aos 25 anos de idade).
Extraído do blog:
 "Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia, do amigo Guilherme Machado".

Enterro Bizarro e Macabro:

Por: Guilherme Machado
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Com Só as Cabeças dos Defuntos. Assim foi o Enterro de: Lampião, Canjica, Azulão, Maria Bonita e Corisco. em Salvador Bahia no Dia 6 de Fevereiro de 1969.


(Observação nas Úrnas Mortuária Compartemento só Para uma Cabeça)
Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno aos seus parentes. O economista Silvio Bulhões, em especial, filho de Corisco e Dadá, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de vez por todas, essa macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro do seu pai violaram a sepultura, exumaram o corpo e, em seguida, cortaram-lhe a cabeça e o braço esquerdo, colocando-os em exposição no Museu Nina Rodrigues.
O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do projeto de lei no. 2867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.
Virgulino morreu aos 41 anos de idade. No entanto, contabilizando-se os riscos enfrentados durante 20 anos de cangaço, a alimentação incerta, as emboscadas, os ferimentos, a falta de assistência médica, entre outros, pode-se afirmar que o rei do cangaço viveu mesmo muito tempo. Vale registrar, por outro lado, que Lampião e Maria Bonita possuem parentes próximos em Aracaju: sua filha, Expedita, casou com Manuel Messias Neto e teve quatro filhos (Djair, Gleuse, Isa e Cristina).

Extraído do blog: Portal do Cangaço, do amigo Guilherme Machado.

SAGRADA TERRA DE HOMENS VALENTES (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

SAGRADA TERRA DE HOMENS VALENTES
Por mais que os governantes pretendam desqualificar os sertanejos, impingindo-lhes desde algum tempo a mendicância, a ociosidade e o desapego às formas de luta pela sobrevivência, certamente que essas esmolas oficiais degradantes não conseguirão apagar a história daqueles que viveram e ainda vivem na sagrada terra de homens valentes.
Talvez, num falso romantismo bucólico-jeca-taturesco, continuem achando que o sertão e o sertanejo se bastam na sua insignificância de ser e existir. Manifestas atitudes de discriminações e preconceitos. Nada mais do que isso, porém sem esquecer do mais grave: o sertão tem que continuar existindo assim para justificar as esmolas eleitoreiras tão necessárias para a manutenção do poder.
Esse outro Brasil que pensa o sertão não é, verdadeiramente, o Brasil do qual o faz parte e reconhece seu valor, sua história, a dignidade e honradez dos seus homens. Basta virar um balaio de corruptos, ladrões da coisa pública, quadrilheiros e uma leva do que não presta, para ver se dele saem mais engravatados, políticos com ou sem mandato, ou sertanejos. Ainda assim querem que tudo de ruim esteja configurado na terra sertaneja.
A História, por mais manipulada que possa ser, ainda assim terá muitos resquícios de verdade. E é nos seus anais que constam as façanhas, revoltas e guerras nordestinas em nome de sua libertação, do jugo imperialista e da prepotência dos Coronéis. Antônio Conselheiro, Zumbi dos Palmares, Paulo Freire, Joaquim Nabuco, Luiz Gonzaga, Lampião, Jorge Amado, Câmara Cascudo, Chico Anísio, Graciliano Ramos, Gilberto Freire, Ariano Suassuna, Irmã Dulce, Padre Cícero, só para citar alguns, são nordestinos.
Mas é noutra classe de nordestinos que reside a maior força de valorização da raça sertaneja. Falo do homem matuto, do homem do campo, daquele caipira, ser do mato e do tempo, filho da terra esturricada e caminhante nas veredas de sol maior. Digo sobre aquele que a caneta Euclidiana tão corajosamente reconheceu como sendo um forte. E cito também aqueles beiradeiros que Donald Pierson encontrou às margens do Velho Chico para entender e descrever a sociologia de um povo que se confunde com a luta pela sobrevivência.
Tendo como cenário e paisagem o contraste que a criação permitiu, no mesmo céu que voa a jaçanã e a sabiá há o azul sem nuvem e sem esperança de chuva; na mesma mataria onde se esconde o preá e o teiú há a feiúra das árvores mortas, das folhagens acinzentadas, dos troncos fragilizados, dos galhos retorcidos; debaixo da mesma luz do luar tão bonito se ouve o choro da criança faminta, o aperreio do pai que não sabe mais o que fazer. Mas também se ouve o grito silencioso da oração, da prece, da fé inabalável de um povo que faz de cada tapera um templo divino.
Nesses sertões que se espalham em quadrante, tantas vezes tristes demais de compartilhar e doloridos demais de se viver, estão os caminhos dos vaqueiros, dos aboiadores, dos pequenos agricultores, dos comboeiros, das lavadeiras, das fateiras, dos feirantes, das parteiras, dos plantadores de sonhos e coletores de esperanças. Tudo em meio às secas, esturricamentos da terra, suores cortantes na pele, horizontes abrasados que se avolumam em quentura a cada dia que passa sem chuva. E tudo é sentido, dolorosamente sofrido, mas jamais dito que amanhã não será um dia melhor.
Lá, nesse sertão de meu Deus, o povo pobre muitas vezes se alimenta da dignidade. Não se farta de caviar comprado com dinheiro público, não come a lagosta da licitação fraudada, não bebe o uísque da verba desviada, não se empanturra de vinho importado adquirido de lobistas. Muitas vezes não há nada cozinhando no fogão de lenha, as panelas estão vazias, falta até água para beber. Falta tudo, mas sobra honradez, caráter, decência, seriedade.
E só mesmo numa sagrada terra de homens valentes para a vida ser vivida em plenitude, em meio à alegria e ao sofrimento, para que o sertanejo conheça suas fronteiras e seus limites e não mais se assuste ou se espante com aquilo que para outros seria igual à morte.

Rangel Alves da Costa* 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Uma entrega de Cangaceiros, em novembro de 1938

Por: Rubens Antonio

Após o massacre de Angicos, muitos cangaceiros entregaram-se.
Um dos sub-grupos que se entregou, em Novembro de 1938, foi o comandado pelo cangaceiro Zé Sereno.
A foto acima, que recorda o evento, foi batida em Geremoabo.
Sofrida pelo tempo, é a fotografia original, cuja posse pertence ao acervo da Família Ferreira.
Consciente das propostas deste blog, esta imagem foi cedida pelo pesquisador do Cangaço e estudioso Orlins Santana de Oliveira, também reconhecido como "o mais dedicado pesquisador do Brasil em naufrágios na costa baiana".

Orlins Santana de Oliveira
Repassando a mensagem do prezado Orlins para os estudiosos do Cangaço:
"A unica foto que se tem conhecimento tirada com a policia, cangaceiros e a igreja católica. Hoje ela pertence ao acervo da Familia Ferreira-Expedita, Vera e outros. Cedida por Orlins Santana de Oliveira, seu criado.
Não é cópia, é uma foto original da época. tamanho 6x9. Zé Sereno, citado como chefe e marcado pelos padres com uma cruz, na foto. Citações no verso.
Um abraço a todos."

No fundo da foto aparece uma inscrição evocando
as personagens nela presentes:
Transcrição:
"frei Agostinho e frei francisco
Mons, José Magalhães
Capitão Anibal e Alipio Fernandes da Silva : O bando
de Lampião que se entregou
em Geremoabo (1938:
O homem é o
Balão e Zé Sereno, chefote do bando"
.
De modo a complementar a informação, este blog lista os presentes nesta fotografia.
De pé, da esquerda para a direita, salvo melhor juízo:
Marinheiro, Laranjeiras, Desconhecido talvez Beija-Flor, padre José Magalhães, Novo Tempo, Ponto Fino, Quina-Quina, Azulão e Balão.
Sentados, da esquerda para a direita, salvo melhor juízo:
Zé Sereno, Jurity, Candieiro, frei Agostinho, capitão Annibal Ferreira - comandante do Destacamento do Nordeste da Bahia, tenente Alípio Fernandes da Silva, frei Francisco, Cuidado e Creança.

Fonte da imagem de Orlins Santana de Oliveira:
http://www.nectonsub.com.br/wordpress/page/70
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio