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domingo, 12 de julho de 2020

ASSASSINATO DO SARGENTO ANICETO



A morte de um dos líderes da Força Policial Volante alagoana, que participou do ataque ao bando de Lampião na manhã de 28 de julho de 1938 em Angico. Morto por três pistoleiros no dia 12 de maio de 1959 na pequena Mundaú-Mirim no município de União dos Palmares no estado de Alagoas. Embora não tenha participado ativamente do ataque ao bando, João Aniceto Rodrigues dos Santos o conhecido "Sargento Aniceto" foi peça fundamental na trama que culminou na morte do maior cangaceiro de todos os tempos e parte de seu bando. Um homem que teve seu nome envolvido em diversos crimes e assassinatos, segundo a justiça e os jornais da época. Nesse documentário trago de forma narrada algumas matérias que foram publicadas pelo Jornal "Dário de Pernambuco" entre os dias 13 e 17 de maio de 1959, onde é abordado o passo a passo do assassinato do militar. Matéria inédita. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. 

Forte abraço! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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O FIM DO CANGACEIRO ZÉ BAIANO



Por : José Jorge Um pouco sobre o cangaço e seus membros . O lendário Zé Baiano. " O seu José é um estudioso e admirador do cangaço. Nesse canal você irá aprender muitas coisas sobre o nordeste em especial sobre os cangaceiros. Irá ouvir as opiniões e análises que meu avô faz com tanto brilho e descrição. " 

Douglas A. Nascimento.

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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O CANGACEIRO PANCADA




O Odisseia Cangaço foi até o Raso da Catarina para falar sobre a entrada de Pancada no cangaço. Nesta aventura, conhecemos um irmão legítimo desse cangaceiro e um sobrinho da cangaceira Lídia. Vamos saber um pouco mais sobre a história dos soldados que conseguiram fugir do Fogo da Lagoa do Mel e no desespero acabaram caindo em território de cangaceiros. Se inscreva no Canal Odisseia Cangaço.

Música neste vídeo
Música
Artista
Banda de Pifanos de Caruaru
Álbum
Tudo Isso É São João
Licenciado para o YouTube por

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AUTO DA LIBERDADE!

Por Aderbal Nogueira

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MARIA BONITA: ESPECULAÇÕES QUANTO À DATA DO SEU NASCIMENTO

Por José Bezerra Lima Irmão

Maria Bonita nasceu no dia 8 de março de 1911 – assim afirmam Antônio Amaury Corrêa de Araújo, Alcino Alves Costa, João de Sousa Lima e Frederico Pernambucano de Mello, informação aceita por todos os estudiosos do cangaço na atualidade. Essa data serviu de referência para as comemorações do centenário do nascimento de Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, ocasião em que o mestre Amaury publicou o seu Maria Bonita – a Mulher de Lampião, sob os auspícios da Assembleia Legislativa da Bahia. Na folha de rosto, o autor assinalou os termos inicial e final da vida da personagem objeto de sua obra: “* 08/03/1911 † 28/07/1938”.


Essa data foi informada a Antônio Amaury por uma irmã de Maria Bonita chamada Antônia, que, sendo apenas três anos mais nova, tendo portanto praticamente a mesma idade, muito contribuiu para esclarecer várias minúcias sobre a vida de sua irmã.

O problema é que ninguém conseguiu localizar qualquer documento de Maria Bonita para confirmar a informação de Antônia. Foram vãs as buscas nos cartórios e paróquias de Jeremoabo, Glória (antiga Santo Antônio da Glória, em cujo município se situava a fazenda Malhada da Caiçara) e até de Senhor do Bonfim e Juazeiro.

Oleone Coelho chegou a considerar que se nem o doutor Amaury conseguiu achar certidão de identidade da cangaceira de Santa Brígida isso é sinal de que ninguém mais o fará, pois ninguém para ter como ele paciência e perseverança para rastejar esses pormenores no chão da história.

Mas Amaury fez escola. A busca foi retomada por seu discípulo João de Sousa Lima, sem dúvida um dos mais abnegados pesquisadores dos assuntos do cangaço, especialmente na região de Paulo Afonso, e nesse aspecto ninguém o supera. João de Sousa Lima dedicou-se anos a fio à pesquisa da vida de Maria Bonita, coligindo dados, entrevistando parentes e antigos moradores da Malhada da Caiçara, Sítio do Tará, Rio do Sal, Riacho e Arrastapé. O resultado desse esforço veio a lume em seu livro A Trajetória Guerreira de Maria Bonita, revelando tudo o que importa sobre a vida e a família da famosa cangaceira. Faltava, porém, uma prova que atestasse a data do seu nascimento, já que a data aceita – 8 de março de 1911 – era baseada apenas na memória de sua irmã Antônia.

Luiz Ruben de Alcântara, outro incansável estudioso, depois de quase duas décadas de pesquisas sobre o cangaço, vasculhando documentos oficiais, jornais e boletins policiais, nas bibliotecas, arquivos públicos e institutos históricos de vários estados, dá conta de sua perplexidade ante as informações sobre Maria Bonita. Luiz Ruben reuniu com o tempo um universo de elementos sobre o cangaço, e, polido e prestimoso, de forma louvável, põe à disposição dos amigos todo esse cabedal. 

Tudo o que se quiser, é só pedir a ele. Não conseguiu, porém, obter a certidão de batismo ou do registro civil da famosa sertaneja.

Outro grande pesquisador, Frederico Pernambucano de Mello, detentor de considerável acervo sobre o cangaço, reunido e catalogado de forma criteriosa e metódica, também não logrou êxito no tocante às certidões da Musa do Cangaço.

Com o tempo, alguns livros de registros cartorários e paroquiais se deterioraram (por incêndios, goteiras, mofo, cupins, ratos, baratas, traças) ou se extraviaram.

Há ainda a questão da dificuldade de acesso a esses livros. Não se pode ir a um cartório ou arquivo paroquial e dizer que quer ver este ou aquele livro, e de pronto verificar livremente folha por folha o que nele consta. Não é assim. O interessado precisa saber mais ou menos o que quer, em especial o nome da pessoa a ser pesquisada, o período do fato e outros dados, e então a pessoa competente do próprio cartório ou paróquia faz a busca. Muitas vezes é preciso fazer o pagamento antecipado da taxa do serviço. Quase sempre é marcada data para fornecimento do resultado positivo ou negativo da pesquisa. A busca pelo próprio interessado somente é possível à base do “jeitinho” – por amizade, confiança ou outro recurso.

O padre Celso Anunciação, notável teólogo, comunicador social, clérigo erudito, à época em que foi vigário da Paróquia de São Francisco de Assis, em Paulo Afonso, empenhou-se na busca da certidão de nascimento ou de casamento daquela Maria que tinha o mesmo nome da Menina da Galileia, sendo ele também um estudioso daquela Maria sertaneja, como a Judite que não suportava Holofernes – conforme ele mesmo justificaria a motivação da sua busca, tendo inclusive realizado em Paulo Afonso a mostra cultural intitulada “Maria Bonita em Nós”. Valendo-se da facilidade de acesso aos arquivos paroquiais, o padre Celso empreendeu várias viagens para abrir velhos livros de registros de batismos e casamentos em Senhor do Bonfim, Glória e Jeremoabo.

O pesquisador Voldi de Moura Ribeiro, em companhia do padre Celso Anunciação, achou a certidão de batismo de uma Maria (somente Maria, sem sobrenome), nascida a 17 de janeiro de 1910, filha de Maria Joaquina da Conceição.

Em virtude do nome “Maria”, e tendo esta como mãe Maria Joaquina da Conceição, havia sobejas razões para se supor que aquele seria o registro do nascimento de Maria Bonita.

Ocorre que o próprio Voldi, tendo entrevistado duas sobrinhas de Maria Bonita –Adailde Gomes de Oliveira (filha de Zé de Déia, irmão de Maria Bonita) e Maria Geuza Oliveira dos Santos (filha de Antônia Maria de Oliveira, irmã de Maria Bonita) –, assegura que “ambas foram enfáticas em afirmar que todas as irmãs de Maria Bonita tinham o nome MARIA” (Voldi de Moura Ribeiro, Lampião e o Nascimento de MariaBonita, p. 84).

Em sua pesquisa, Voldi constatou que de fato tanto Maria Bonita como suas sete irmãs tinham todas elas “Maria” no nome, sendo na família distinguidas como Benedita Maria (Benedita), Maria Gomes (Maria de Déia), Antônia Maria (Deusinha), Amália Maria (Dondom), Francisca Maria (Chiquinha), Joana Maria (Nanã) e Olindina Maria (Dorzina).

A certidão atribuída a Maria Bonita é na verdade a certidão de Benedita Maria, a primogênita, que foi batizada simplesmente como “Maria”, identificando-se na vida adulta como Benedita Maria de Oliveira, Benedita Gomes de Oliveira ou Benedita Maria da Conceição (este foi o nome declarado ao se casar com Antônio José de Oliveira).

Voldi é um pesquisador dedicado e perspicaz. Ele obteve e publicou em seu livro a certidão de “Maria”, ou seja, de Benedita Maria (ob. cit., p. 83).

O próprio Voldi observa que Benedita ora era chamada Benedita Maria de Oliveira (conforme legenda da foto à p. 69), ora Benedita Maria da Conceição (conforme texto em negrito à p. 97). A “Maria” em apreço, ao se casar com Antônio José de Oliveira, declarou o nome de Benedita Maria da Conceição (p. 97-98).

Voldi encontrou na mesma ocasião o assentamento do matrimônio de Joanna Maria d’Oliveira (Nanã, Nanzinha, p. 96-97) e o registro de “Antônia” (sem sobrenome), que é justamente Antônia Maria da Conceição (Deusinha, p. 98-99), o que corrobora a informação de que todas as irmãs tinham “Maria” no nome, se não no batistério, mas no convívio social.

Era comum na época constar nos batistérios apenas o “nome” da criança, sem sobrenome. Lampião foi batizado simplesmente como “Virgolino”, e mesmo no registro civil foi assim que foi feito o assentamento oficial – apenas Virgolino, sem sobrenome.

Voldi Ribeiro obteve também a certidão do registro de nascimento de Maria Joaquina da Conceição (Dona Déia, mãe de Maria Bonita), e ao comentar esse achado ele deixa patente ter percebido que a “Maria” que consta na certidão atribuída a Maria Bonita é na verdade Benedita Maria. Diz Voldi:

“a. O primeiro aspecto que nos chamou à atenção foi o Registro de Nascimento, além de identificar uma coincidência com o nome exato da Mãe de Maria Bonita, tem o fato dela mesmo ter nascido no ano de 1894 e a data e o ano do seu falecimento ter sido em 16 de junho de 1964, então com 70 anos, o que nos indica que no ano do nascimento de Benedita, a primogênita provavelmente em 1909 ou 1911, a mesma estaria então com 15 anos de idade, no costume do Sertão Nordestino da época, era bastante comum uma mulher ter os primeiros filhos em torno desta idade” (sic – p. 99-100).

Ou seja, quando Maria Joaquina da Conceição (Dona Déia) deu à luz sua primogênita, em 1909 ou 1911, tinha mais ou menos 15 anos, e a primogênita foi Benedita, conforme reconhece Voldi Ribeiro.

Ora, Benedita nasceu em 1910 (portanto entre 1909 e 1911). Os autores dão realmente 1910 como o ano do nascimento de Benedita. Conforme assinalou o mestre Antônio Amaury, “... em 1910 veio ao mundo uma menina que recebeu o nome de Benedita e tornou-se a irmã mais velha da menina que nasceu no ano seguinte e que é a nossa focalizada” (ob. cit., p. 46).

Sabe-se agora, graças à descoberta de Voldi Ribeiro, que Benedita Maria nasceu no dia 17 de janeiro de 1910.

Em suma, 17 de janeiro de 1910 é a data do nascimento de Benedita Maria de Oliveira ou Benedita Maria da Conceição, nomes adotados por ela na vida adulta, e não a data do nascimento da outra Maria, Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.

Ao analisar essa certidão, João de Sousa Lima, embora a considere “prova plausível”, deixou patente seu ceticismo, ponderando que poderia se manifestar de modo mais aprofundado nessa questão “se outra documentação for encontrada trazendo referências mais palpáveis sobre a data de nascimento de Maria Gomes de Oliveira”

(Revista Contexto – Educação, ano 3, nº 5, out/nov 2012, da Secretaria de Educação de Petrolina, PE).

É louvável o empenho do abnegado Voldi Ribeiro, que com essa pesquisa lançou novas luzes sobre aspectos importantes da família da primeira-dama do cangaço, especialmente ao descobrir o nome da avó materna de Maria Bonita – Francelina Maria da Silva (ob. cit., p. 99/101). Esta descoberta vem em boa hora, pois antes se supunha que sua avó materna se chamava Ana Maria da Conceição, e agora se fica sabendo ser esta a avó paterna, conforme já havia assinalado Antônio Amaury em seu consagrado

Maria Bonita – a Mulher de Lampião (p. 45).

Enviado pelo o escritor José bezerra Lima Irmão

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A MORTE DE PEDRO DE CÂNDIDO

Do acervo do Giovani Costa em maio 23 de 2020
O coiteiro Pedro de Cândido

Pedro de Cândido foi morto misteriosamente três anos depois  do  "ataque"  em Angico.

Ele era casado e residia em entremontes, tinha uma amante chamada Madalena num povoado chamado Piranhas de Baixo, na beira do rio.

No dia 22 de agosto de 1941, ao cair da noite, ele estava vindo da casa de Madalena quando  foi assassinado por um rapaz chamado Sabino Francisco dos Santos. Sabino  alegou que pensou que Pedro era um "bicho", já que o local era mal-assombrado. Todo mundo estranhou porque o rapaz com medo  da tal assombração, tivesse tanta  coragem naquela hora e dar 19 facadas.

Levado ao julgamento, Sabino foi absolvido, tendo o júri acreditado na conversa do  "monstro".

Houve, contudo, quem atribuísse ao tenente João Bezerra a responsabilidade, pela morte do coiteiro, pelo fato de Pedro saber de coisas que o tenente nao  queria que  viesse a público, pra quem acredita na historia do  "envenenamento", Joao Bezerra simplesmente arranjou a eliminação da única pessoa que poderia ter revelado a vergonhosa historia.

Já segundo outros Pedro de Cândido teria sido assassinado por ordens do tenente José Lucena, pois o coiteiro Pedro estava falando demais e traíndo a policia, revelando a várias pessoas que tinha envenenado Lampião. Uma das pessoas que Pedro fez essa revelação foi o fazendeiro Gerson Maranhão, político importante de Águas Belas-PE, primo de José Lucena. Gerson procurou o tenente José Lucena e sugeriu uma apuração para esclarecimento do fato, na época do assassinato José Lucena estava em Piranhas-AL.

O escritor e pesquisador Rodrigues de Carvalho considera que Pedro de Cândido se tornou um  "arquivo" por demais precioso para ser deixado ao alcance de mãos, olhos indiscretos, e por isso foi  "queimado".

O assassino de Pedro foi solto e ninguem soube que  fim levou....

(Fonte, escritores Billy Jaynes, "Lampiao o rei dos cangaceiros", pag. 252/253.
Rodrigues de Carvalho, "Lampiao e a Sociologia do Cangaço", pag. 376.
Antonio Amaury, "Assim Morreu Lampiao", pag. 137 e 140).



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CANGACEIROS CRUÉIS DO BANDO DE LAMPIÃO SÃO VELHINHOS DÓCEIS EM DOCUMENTÁRIO

Por Fellipe Torres - Diário de Pernambuco
Crédito: Imovision/divulgação

Após a morte do líder do cangaço Antônio Ignácio da Silva e Durvalina Gomes de Sá fugiram a pé para Minas Gerais, onde se esconderam por 50 anos.

A defesa dos fracos contra os fortes está na essência do banditismo, um dos fenômenos sociais mais universais da história, dizia o sociólogo britânico Eric Hobsbawn, autor de Bandidos (Paz e Terra, 264 páginas, R$ 45). No livro, um dos capítulos é dedicado a analisar o cangaço brasileiro e a revolucionária busca por justiça e vingança. Por ser tema recorrente de livros e filmes, as vicissitudes da vida levada pelos rebeldes nordestinos e parte de suas biografias continuam a ser desveladas com o tempo, mesmo 77 anos após a morte de Lampião, símbolo maior do movimento. Dois desses personagens viveram o suficiente para resgatar da memória experiências ao lado de Virgulino e, reforçar, de certo modo, a teoria de Hobsbawn.

Antônio Ignácio da Silva e Durvalina Gomes de Sá eram vítimas quando se juntaram ao cangaço. Ele sofria na mão da polícia. Ela, na da própria família. Do outro lado da lei, “Moreno” revelou-se um algoz de confiança. “Durvinha”, esposa para o cunhado de Lampião, já falecida na época. Quando o líder do grupo foi assassinado, a dupla de cangaceiros se dispersou, fugiu a pé por cerca de 1,5 mil quilômetros, de Sergipe até Minas Gerais. Por lá, passaram mais de 50 anos em silêncio, interrompido somente em 2006, quando os atos criminosos finalmente prescreveram. A história do casal é contada no documentário Os últimos cangaceiros, dirigido por Wolney Oliveira e em cartaz no Cinema São Luiz, nesta terça e quarta-feira (15).

“Encontrei Moreno e Durvinha em 2008, quando estava fazendo outro longa sobre cangaço. Depois de algumas dificuldades iniciais, meu relacionamento com o casal virou uma amizade, eles abriram o coração. Uma das cenas que gosto no documentário é quando a família está reunida na sala para assistir às imagens dos cangaceiros feitas em 1936 por Benjamin Abrahão”, diz o diretor. As filmagens duraram três anos pelos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e São Paulo.

O longa-metragem traz depoimentos de familiares, conhecidos de juventude, ex-coiteiros (aliados dos cangaceiros), ex-volantes (policiais) e estudiosos do cangaço, entre eles o pernambucano Frederico Pernambucano de Melo. Segundo o pesquisador, Moreno era homem de confiança de Lampião e, por isso, ficava encarregado de tarefas brutais e crimes hediondos. Diante das câmeras o ex-cangaceiro não nega o passado sombrio nem demonstra remorso. Diz ter perdido as contas de quantos homens matou depois do vigésimo primeiro. Durvalina Gomes de Sá faleceu em 2008, aos 92 anos. Em 2010, Antônio morreu aos 100 anos.


DEPOIMENTO

"Moreno era muito valente e respeitado. Conheço crimes terríveis praticados por ele, um dos três carrascos do bando de Lampião. Foi imortalizado historicamente por ter cometido crimes hediondos. Era brutal, destacava-se na luta, mas era também homem de planos. Como os cangaceiros não poderiam exercer o domínio pela ocupação, que pressupõe disponibilidade de efetivo muito grande, dominavam pelo terror. Eles precisavam ser temidos, de tal maneira que o adversário reagisse aos ataques já de maneira acovardada. O soldado já chegava tremendo, pálido. Sabia que, se fosse pego, seria apunhalado, sangrado lentamente. Isso para que a notícia se espalhasse e ninguém combatesse o cangaço. Outra consequência era a ausência de testemunhas, aterrorizadas”. 

Frederico Pernambucano de Mello, historiador, pesquisador do cangaço, autor de Guerreiros do sol

De 22 a 26 de julho, sempre às 20h, Serra Talhada, no Sertão do Estado, recebe o espetáculo Massacre de Angico – A morte de Lampião. Ao ar livre e gratuita, a peça remonta a madrugada do dia 28 de julho de 1938, quando, na grota de Angico, em Sergipe, 11 cangaceiros foram mortos, incluindo Lampião e Maria Bonita. Todos tiveram as cabeças decepadas, pondo fim à chamada Era do Cangaço. 

MUSICAL

Na estreia de Alceu Valença como diretor de cinema, o cangaço está no centro das lentes, em A luneta do tempo. O longa estrelado por Irandhir Santos e Hermila Guedes foi exibido em maio, no Cine PE.

ESTÉTICA

O pesquisador Frederico Pernambucano de Melo acaba de lançar a terceira edição do livro Estrelas de couro – A estética do cangaço (R$ 89). Na obra, analisa a cultura material, o requinte e os significados das peças usadas pelos cangaceiros. Há mais de 300 fotos históricas.

NÊMESIS

O pesquisador e escritor Antônio Neto lançou, este mês, o livro Pegadas de um sertanejo – Vida e memórias de José Saturnino (R$ 50), que traz relatos biográficos do inimigo número um de Lampião, José de Barros.

CANGACEIROS MORTOS NA CHACINA DE ANGICO NÃO TIVERAM ATESTADOS DE ÓBITO.

Por Verluz Ferraz

Após a hgacina dos cangaceiros no lugar de Angicos-Sergipe (1938), um médico legista fez o reconhecimento da cabeça de Virgulino, o Lampião, tomando por base apenas o olho esbranquiçado, que sugeria um portador de leucoma - tal afirmativa é estranha, em virtude da cabeça estar imersa em cal e sal, para conservação. Todas as cabeças estavam completamente desfiguradas e inchadas. Também não haviam os corpos para comprovar se as cabeça pertenciam à pessoa (definindo seus sexos - isso ocorreu também com a cabeça da Maria Oliveira. As duas cabeças que foram encaminhadas ao Instituto Nina Rodrigues, em Salvador-BA não foram acompanhadas de Atestados Médicos, tampouco das Certidões de Óbito. Na realidade, nenhum dos cangaceiros tiveram esses documentos emitidos conforme determinação da Lei determina.

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AO POETA CRISPINIANO NETO


Autor José Di Rosa Maria

De verbo e provérbio tens a dominância,
Criador profundo de arranjos líricos,
Acumulador de lauréis empíricos,
Domador das forças da ignorância,
Monge que alastra toda resultância
Das trocas de sono por desenvoltura,
Águia que nos sonhos só galgou altura,
Albatroz falante que nas horas certas,
Nos ares marítimos de asas abertas
Pesca seu sustento no mar da cultura.
***
Imortal poeta, docente dos sábios,
Agrônomo das terras culturais que lavras,
Guardião dos livros, mestre das palavras,
Caçador dos dotes dos ditos ressábios,
Leitor que não ler certos alfarrábios,
Doutor que ministra cursos de leitura,
Defensor de teses para formatura,
Enciclopedista de brios e éticas,
Navio lendário de cargas poéticas
Que transcende as ondas do mar da cultura.
***
Gigantesco Aedo, viva enciclopédia
Que o Guinness book não tomou ciência,
Forma do pensar, luz da sapiência,
Menestrel das classes alta, baixa e média,
Coluna de ouro da Wikipédia,
Bússola dos regentes da Literatura,
Angelim dos templos que o clérigo procura,
Tubarão humano que traga saberes,
Que nada quilômetros bordando dizeres
Nos lençóis aquáticos do mar da cultura.
***
Sabedor ilustre das reais histórias,
Ganhador de avais invés das renúncias,
És para os que vivem das próprias pronúncias
Exemplo verbal que esculpe memórias,
Sem medo do ego das cruéis inglórias
Encaras batalhas sem ter armadura,
General de luta, de honra e bravura,
Pescador de versos vagando à deriva,
Firme no poder da fé positiva
Que salva quem cuida do mar da cultura.
***
Assim como Gandhi foi pra sua gente,
Tu és nosso grande mestre nordestino,
Platão, Aristóteles, São Tomaz de Aquino,
Porém, te serviram o suficiente...
Política na alma, sabença na mente,
Repente nas veias com muita candura
São marcas da tua folclórica figura,
Os livros te deram méritos e valores,
És considerado por nós trovadores
O patrono vivo do mar da cultura.

Autor: José Di Rosa Maria / 10-07-2020.

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ENCONTRO EXPLOSIVO:



A partir da esquerda, coronel João Nunes de Araújo, major José Lucena de Albuquerque Maranhão, coronel Audálio Tenório, coronel Gerson de Albuquerque Maranhão e um auxiliar. Vila do Pau Ferro, 1937.

Fonte:
MELLO, Frederico Pernambucano de. Benjamin Abrahão: entre anjos e cangaceiros. São Paulo: Escrituras Editora, 2012.


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