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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

CONVITE!

Por Benedito Vasconcelos Mendes


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MÊS DE AGOSTO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 08 de agosto de 2016 - Crônica 1.556

À memória de meu pai

Agosto vai furando o tempo com sinuosidades e superstições.  Mês dos cachorros doidos, da pesca ruim, das tragédias políticas e dos desgostos. Cada um com suas convicções guardadas repletas de experiência. No Sertão, vão-se as últimas “tamboeiras” de um inverno triste, cansado, extenuado. Um verde pálido que refresca os olhos, mas destempera a alma. Na capital, nuvens passageiras que derramam valsas nas manhãs indecisas. E os sonhos persistem entre edifícios, vielas e colinas. Montados nas selas de agosto, poetas correm no prado entre turquesas e esmeraldas. E os ares de mar se alevantam e se bandeiam rumo aos agrestes, às matas, aos sertões. Perscrutando os rumos, carcarás sobrevoam os quipás, alastrados, facheiros e mandacarus. Rumo norte, rumo sul, folhas secas cabriolam, sopradas, empurradas, degustadas pela brisa vespertina. Na bucólica paisagem sertaneja, risca os ares o som irritante e vitorioso de gemidos. Gemidos de cocões arrochados de carro de boi.

Ilustração (aquietrenosblog.)

Na folhagem escura do juazeiro, soluça a fogo-pagou. Ergue-se o mocó em duas patas farejando os arredores. E pelas quebradas... Ah! Pelas quebradas balança as galhas das faveleiras com o aboio tristonho do vaqueiro. Calam-se aves e pássaros a ouvir os lamentos do encourado. O céu muda constantemente os cenários sobre vales e serranias. Pasta feliz o gado na beira do açude indiferente às previsões do mês. No final do cercado, lá no final do cercado, na matinha de angico e catingueira murmura um riacho cristalino louvando à fonte.

A mão de Deus também afaga com a mesma meiguice, meu pai, o mês em que nascestes e dele sentia orgulho. É o próprio homem quem estigmatiza o dia, o mês, o ano.

Parabéns Manoel Celestino das Chagas, estejas onde estiverdes, pois a outra dimensão também deve ter o seu mês de agosto.  


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UM CARRO-DE-BOI SOBRE A MESA

*Rangel Alves da Costa

Sábado, em Poço Redondo, no sertão sergipano. Sentado numa das salas do Memorial Alcino Alves Costa, ante uma mesa de verniz antigo, envolto em objetos e retalhos sertanejos, diante de mim essa máquina de escrever e mais ao lado uma representação sertaneja que me prende a atenção: um carro-de-boi.

Sim, sobre a mesa um pequeno carro-de-bois. Todo em madeira rústica, artesanalmente trabalhado, tudo contém de um carro-de-bois de verdade: canga, canzil, arreia, cabeçalho, fueiro, mesa, roda de madeira, etc. Só faltando mesmo o carreiro. Contudo, o mais importante: a exata representação de um sertão que pouco se avista na própria terra sertaneja. Tal tipo de transporte sumiu das ruas, das estradas, das veredas matutas, das malhadas das fazendas e pequenas propriedades.

Aqui escrevendo, olho de lado e sinto a sua presença, posso até tocá-lo. Num tempo de sertão sem veículos, sem asfalto, sem motores roncando e sem os atropelos das máquinas, somente as rodas e as patas da terra para conduzir o progresso. No lombo do burro, do jegue, da mula, os cestos pendendo nos dois lados, no trote da condução da colheita, do produto tão necessário à sobrevivência.

Pelos estradões empoeirados, pedregosos e distantes de tudo, os comboios e comboeiros levando e trazendo o comércio de então. Mas no contexto de cada localidade, o atrelamento de bois à canga já se fazia suficiente para o transporte de tudo. Assim iam os carros-de-boi gemendo pelos sertões, rangendo sua madeira, guiados pelos carreiros. Geralmente de chibata à mão, ou mesmo com vara de ponta afiada para ferir as ancas dos bichos e fazê-los apressar, assim garantiam a chegada.

Olho ao lado e avisto o pequeno carro-de-boi, miniatura de um sertão inteiro. Não há que se falar em sertão sem relembrar o boi, o curral, o vaqueiro, o cavalo, a catingueira, o mandacaru, a vereda espinhenta, o casebre, o próprio sertanejo. E também o carro-de-boi como condutor de vidas e gerações, como o transporte para se vencer os desafios das cargas mais pesadas, pois levando saco de milho, de feijão, a palma cortada, os feixes de capim. E muito mais.


No ranger da madeira, no ruído das rodas, no cicio da terra, no silêncio cansado dos bois e no brado do carreiro, assim a jornada até a porteira se abrir. A madeira forte, porém já envelhecida e enfadada da luta, parecia gemer no solavanco da estrada. Quanto mais graxa era colocada nas engrenagens de madeira, mais o gemido ecoava. Com o peso do carrego, as rodas abrindo sulcos sobre a terra e fazendo surgir um soluçar mastigado. O carreiro nunca gostou de som lamentoso e açoitava e ferroava o bicho para seguir mais depressa. E na sua voz a ordem ouvida e entendida pelos bois: Vai-te Estrela, vai Ouro Fino!

A depender do peso da carga, com dois ou quatro bois sustentando a canga, o antigo veículo sertanejo estava por todo lugar. Quando o carreiro não tinha pressa, se colocava adiante dos bois sem maiores preocupações. Voltava-se apenas quando o carro começava a gemer diferente, querendo parar, ou quando chegava ao destino. No demais, nem precisava ordenar que forçasse a entrada numa ou noutra curva, pois os animais sempre seguiam o seu passo. Mas noutras vezes, quando a viagem era mais longa, o carreiro sentava na madeira e dali só descia para abrir uma porteira ou quando a jornada chegava ao fim e precisava descarregar o seu carro.

Para muitos, um mistério, para outros apenas lenda, mas a verdade é que o carreiro sempre temia que, repentinamente, os bois freassem, se negando a seguir. E não adiantava gritar, dar ferroadas, tudo fazer para que dessem um só passo adiante. Não adiantava. Ou ele mesmo resolvia o problema ou não tinha outro jeito. E problema difícil de resolver, pois coisa do outro mundo. Com cavalos acontecia a mesma coisa. Quando o bicho parava, começava a levantar as patas e revirar com cavaleiro e tudo, o sinal estava dado: por ali, rente à estrada, havia coisa ruim, e não dessa vida, mas do outro mundo. Por maior coragem que tivesse, em situações assim o sertanejo também se arrepiava dos pés à cabeça. Por isso levava sempre no bolso um terço de contas e uma reza na boca. Então orava e pedia para que todo mal se afastasse e a força divina permitisse prosseguir seu caminho. Era quando as porteiras da terra novamente sempre abriam.

Tudo isso me vem à memória ao avistar o carro-de-boi sobre a mesa, bem ao meu lado. Noutros tempos, aqui mesmo onde estou agora, não era difícil ouvir o seu rangido na passagem e avistá-lo da janela. Mas hoje já não passam mais nas ruas asfaltadas e raramente são encontrados pelas estradas. Como aconteceu com o animal de montaria, que foi esquecido de vez depois que as motocicletas tomaram o seu lugar, assim também com o carro-de-boi. Os que ainda restam repousam debaixo dos juazeiros, dos umbuzeiros ou no meio do tempo. E, abandonados, gemem apenas suas mortes lentas.

Escritor
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A EXPRESSÃO MÁXIMA DA AUTÊNTICA CULTURA POPULAR NORDESTINA EM FEIRA DE MANGAIO [1]

Por José Romero Araújo Cardoso

As feiras livres nordestinas caracterizaram-se, em um passado não muito distante, por serem verdadeiros repositórios para a comercialização da produção artesanal, as quais personificam formas perfeitas e acabadas do trabalho coletivo ou individual com pouco ou nenhum uso dos artefatos sofisticados surgidos com a industrialização. 
          
Em épocas pretéritas havia ênfase quase absoluta nas feiras livres nordestinas para a venda do que era produzido na região, ou na própria localidade, estando hoje visivelmente submetidas aos ditames contidos no comportamento da economia globalizada, sendo facilmente encontrados produtos de fora, do exterior, em consonância com a oferta de objetos e demais artes da cultura popular genuinamente regional.
          
Nesses espaços marcantes, a interação entre as pessoas verifica-se notavelmente, fomentando formas variadas de contato, as quais vão da pechincha dos fregueses com comerciantes ao bate-papo descontraído sobre fatos e personagens locais e das redondezas, entre inúmeras outras maneiras de tangência direta da própria sociedade.
          
Momento sublime de referência às feiras livres nordestinas encontra-se em composição musical de autorias de Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca (Itabaiana/PB, 26 de Maio de 1930 – João Pessoa/PB, 14 de Dezembro de 2006) e de Glória Gadelha (Sousa – Paraíba, 19 de Fevereiro de 1947 - ), a qual sintetiza de forma invulgar e extraordinária a importância assumida pelas manifestações da cultura popular enquanto marca indelével dos espaços abertos que integram economicamente os circuitos inferiores do processo de comercialização no Nordeste Brasileiro.
          
O povo sertanejo, com suas criações, invenções, interações e maneiras como se apresenta a culinária regional, integram os refrões marcantes de uma das mais belas canções regionais, pois é notável o apelo à compra do que é ofertado através do destaque dado aos produtos. Fumo de rolo, arreio, cangalha, bolo de milho, broa, cocada, pé-de-moleque, alecrim, canela, cabresto de cavalo, rabichola, pavio de candeeiro, panela de barro, farinha, rapadura e graviola são vendidos há tempos imemoriais em feiras livres nordestinas, razão pela qual a identificação espaço-tempo é realizada sem nenhum empecilho no que tange ao entendimento por aqueles que, nordestinos de fato, escutam Feira de Mangaio, tendo em vista que, invocando conceitos pertinentes a lugar e ao espaço vivido, a tradução precisa acerca de pertencimento está explícita de forma clara e objetiva, pois as representações da geografia humana contidas em uma feira livre nordestina estão definidas com precisão, razão pela qual personagens reais do mundo dos compositores, sobretudo ao que pertence Glorinha Gadelha, estão imortalizados através da arte sublime de dois gênios de sensibilidade extraordinária, aos quais o povo do Nordeste deve agradecer eternamente pelo legado ímpar e autêntico que valoriza exponencialmente toda região. Tudo foi logisticamente invocado em Feira de Mangaio, desde a feira de pássaros à vendinha localizada de forma estratégica, a qual não pode faltar em uma feira livre nordestina, onde um mangaieiro ia se animar, tomando bicada com lambu assado, olhando para Maria do Joá, passando pelo sanfoneiro no canto da rua, fazendo floreio para a gente dançar, com Zefa de Purcina fazendo renda e o ronco do fole sem parar, dando ênfase à necessidade do sertanejo de xaxar o roçado que nem boi de carro para garantir a sobrevivência de si próprio  e da sua família, finalizando com o fomento de que alpargata de arrasto não quer lhe levar para sua labuta, pois o forró inebriante tomava conta da feira em todos os quadrantes.
          
Causa admiração que Feira de Mangaio tenha sido composta na globalizada e cosmopolita Nova York, quando o casal residia nos Estados Unidos. A estrutura começou a se efetivar quando Glorinha Gadelha estava em uma aula de inglês, sendo concluída em um fast food da McDonalds, mas foi a bucólica e sertaneja cidade-sorriso que serviu de inspiração para um dos mais belos símbolos musicais do Nordeste Brasileiro.

[1] Crônica vencedora do II Concurso Lembrança do ídolo, promovido pelo Grupo União São Francisco – Caldeirão Político no ensejo do IX Festival de Músicas Gonzagueanas.

José Romero Araújo Cardoso (Mini Currículo):

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).
Endereço residencial:
Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

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CANGAÇO É TEMA DE EXPOSIÇÃO NO PALACETE DAS ARTES, DIA 11

Arte do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Abertura acontece nesta quinta (11 de agosto), às 14h, na Galeria Mansarda. Com informações da Ascom PA

Pepitas de Fogo: O Cangaço e seu tempo colorizados” é o tema da exposição que será aberta nesta quinta (11 de agosto), às 14h, na Galeria Mansarda do Palacete das Artes, com visitação até 11 de setembro. Do artista, historiador e geólogo Rubens Antonio, a mostra apresenta 30 imagens colorizadas, retificadas e complementadas relacionadas ao momento do cangaço.

De acordo com o artista, o trabalho, inédito no Brasil, foi criado a partir de material fotográfico disponível e de peças preservadas da época, acompanhados de pesquisa em cerca de 5 mil matérias de jornais, relatórios, e testemunhos. Além disto, utilizou-se a técnica informática, com atuação centrada nos programas Adobe Photoshop e Adobe Creative Suite. “As imagens refletem seu tempo de maneira ampla, sendo fruto de uma longa pesquisa de resgate das configurações e cores prováveis. Nelas, será possível conhecer o dia a dia dos cangaceiros, além de outras feições”, explica Rubens.

Durante a exposição, o público irá conhecer alguns aspectos de Salvador na época do Cangaço. “Era uma Bahia diferente. Desde o evento de Lucas da Feira, até o final do Cangaço, trazido por Lampião e Corisco, Salvador atravessou este tempo como capital quase ilhada, à qual o contato com outras capitais se fazia quase exclusivamente por navios de carreira. Ver suas imagens é visitar uma outra noção de espaço e dinâmica humana”, explica o geólogo Rubens Antonio. 

Para o diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, receber uma exposição sobre o Cangaço traduz a diversidade cultural proposta pelo museu. “O trabalho de Rubens Antonio é resultado de uma importante pesquisa artístico-cultural e histórica. Com certeza o público ficará interessado pelo tema, que envolve compromisso e dedicação à arte”.  

Saiba mais: O Cangaço foi um movimento que emergiu no século XIX, ganhando apogeu entre as décadas de 1920 e 1930, com destaque para muitos eventos ocorridos na Bahia. Assumiu a dimensão de um dos fenômenos mais estudados, em trabalhos de foco local até contemplações internacionais. É explorado desde o artesanato regional, as feiras livres, paradas de ônibus, circos, bibliotecas, gabinetes, galerias, institutos histórico-culturais e universidades, até as tradicionais manifestações juninas. 

Na literatura, seja trágica, épica, dramática ou cômica, transitou pelo romance regionalista do século XIX, como no “O Cabeleira”, do autor cearense Franklin Távora, passando por “Viventes de Alagoas”, de Graciliano Ramos, “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, até a “Pedra do Reino” e o “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. O livro “Lampião na Bahia”, de Oleone Coelho Fontes, está em sua oitava edição. Surge nos cordéis populares e nos quadros de pintores renomados como Carybé.

Sobre o artista: Rubens Antonio da Silva Filho, nascido em 1960, filho de baianos, neto de baianos e sergipano, é carioca do bairro de Realengo, e reside na Bahia desde 1984. Cursou Geologia, pela UFRRJ, Artes Plásticas, licenciatura e bacharelado em História pela UFBA. É mestre em Geologia. Trabalha no Museu Geológico da Bahia e lecionou na Uneb. Já percorreu os 417 municípios baianos. É co-autor de mapas e textos do Mapa Metamórfico da Bahia. É autor da peça de teatro “Felipa”, em torno da Inquisição na Bahia. Ministra cursos e profere palestras, em diversas instituições, sobre o Cangaço na Bahia, Epistemologia, Antropologia e as Histórias da Arte, da Ciência, de Salvador e Geológica da Bahia. É sócio efetivo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

O Palacete das Artes é um equipamento vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

http://www.bahiaja.com.br/cultura/noticia/2016/08/08/cangaco-e-tema-de-exposicao-no-palacete-das-artes-dia-11,93950,0.html

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ACADEMIA EM FOCO 29 07 2016 BENEDITO VASCONCELOS MENDES

https://www.youtube.com/watch?v=VDbByXzJjlg

Prezado amigo(a), estou lhe enviando, em anexo, o vídeo(YouTube) da minha participação no Programa "Academia em Foco", da TV Câmara, apresentado pelos Confrades da AMOL-Academia Mossoroense de Letras, Geraldo Maia e Ricardo Alfredo, no dia 29-7-2016.



Publicado em 8 de ago de 2016
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CORONEL JOSÉ ALENCAR DE CARVALHO PIRES (SINHOZINHO ALENCAR)


“No dia 19 de março de 1960, faleceu na cidade de Recife o Coronel José Alencar de Carvalho Pires (Sinhozinho Alencar). O mesmo deixou uma larga folha de bons serviços prestados a Polícia Militar de Pernambuco, comandando por muitos anos o 3º Batalhão. 


Ainda moço, no então povoado de Bom Nome, à paisana, defendeu aquela terra da sanha do bandido Pedro Santa Fé, depois do mesmo quase ter dominado a povoação. Foi este fato que levou o moço Alencar a ingressar em nossa Polícia. 


Em 1922, defendeu heroicamente a cidade de Belmonte contra o bando de Lampião e Ioiô Maroto, quando foi assassinado o comerciante Luiz Gonzaga Ferraz e o soldado Heleno, contando o sargento Alencar com 7 soldados, não consentindo que os bandidos se apoderassem da cidade, abatendo diversos bandoleiros, sendo por esse ato, promovido a tenente. Deixou a viúva e vários filhos.”
Publicação do Jornal “A VOZ DO SERTÃO” de março de 1960. Este jornal circulou por várias décadas no município de Triunfo – PE.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?fref=ts

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PARQUE CULTURAL DIVULGA RESULTADO DO II PRÊMIO A CARTA


O Parque Cultural O Rei do Baião, localizado na Fazenda São Francisco, município de São João do Rio do Peixe-PB, divulga o campeão do II Concurso Prêmio A Carta, que neste ano homenageou Seu Januário, o pai de Luiz Gonzaga.

1º Lugar: José Roberto Celestino Pedrosa – Taquaritinga do Norte-PE
2º Lugar: José Romero Araújo Cardoso – Mossoró-RN
3º Lugar: Emiliano Pordeus Silva – Sousa-PB
4º Lugar: Ruth Hellmann Claudino – Dourados-MS
5º Lugar: Eriberto Henrique – Jaboatão dos Guararapes-PE

Nobre e valoroso Januário, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo:
          
Ouvi dizer que no seu tempo nosso povo era mais alegre e festivo, pois nas quebradas do sertão não existia ainda o modismo que toma conta principalmente de uma mocidade sem compromisso direto com a preservação das tradições que devem singularizar a cultura altaneira e original das veredas da terra do sol.
          
Quando levavas seus filhos para tocarem em bailes, tertúlias e animadas festas juninas pelas quebradas do valoroso Araripe, tanto em solo pernambucano como em cearense, bem como em áreas adjacentes, a exemplo de Taboca, Rancharia, Salgueiro e Bodocó, fazias questão que somente sanfona, triângulo e zabumba fizessem o acompanhamento de sua performance magnífica, cantando primorosamente e dedilhando fole de oito baixos.
          
Seus ensinamentos foram captados de forma impecável pelos seus seguidores, sobretudo Luiz Gonzaga, cuja arte imortalizou extraordinariamente nossa região, enfatizando costumes, cotidiano, perspectivas, fenômenos naturais, como as secas, proteção ambiental, etc.
          
Observamos nos dias de hoje um processo inaceitável de inversão de valores com o apelo indisfarçável do capital forjando normas de conduta, a qual precisa ser denunciada como incompatível com as aspirações e modelos a serem seguidos por nossa gente tão sofrida com a natureza e com os descasos dos homens, cuja boa vontade ainda não se apresentou na forma como exigem-se as buscas por soluções para nossos problemas, incluindo aqueles relativos à nossa permanência enquanto povo dotado de cultura própria.
          
A aculturação galopa a passos largos, pois estão se apropriando e deturpando nossos ritmos ímpares, originais, em prol do lucro imediato e garantido, tendo em vista que o mercenarismo é visualizado quando frequenta-se festas em praça pública, cuja ênfase vem sendo dada aos sofisticados projetos de bandas que importam de fora a estrutura de deturpação do que existe de mais nordestino, qual seja, forró, xaxado, baião, xote e outras pérolas trabalhadas com ardor, imemorialmente, pela grandeza de um povo forte, na qual estás incluído.
          
É ridículo, nobre e valoroso Januário, mesclar a cadência extraordinária de um solo de sanfona com a estridência de uma guitarra, imitando a cultura country que impera em áreas sob influência do ruralismo, como o sul dos Estados Unidos.
          
Defendo com intransigência que devemos preservar nossa cultura, sob pena de não nos reconhecermos em pouco tempo enquanto nordestinos da gema, pois as exigências da era global suscitam que a originalidade de cada povo seja substituída por padrões uniformes a fim de viabilizar interesses contidos na lógica do capital.
          
Temos de ser fortes e lutarmos pela continuidade do que foi produzido por homens de valor, como o senhor, cuja obra contribuiu formidavelmente para traçar as características do nordeste, de modo especial do sertão, impulsionando o significado de nação, com peculiaridades próprias e bem definidas do ponto de vista cultural.
          
Nobre e valoroso Januário, a situação é grave e preocupante, pois autênticos representantes do nosso meio artístico-cultural vem sendo desprezados e humilhados por que não adotam o padrão que vem tendo ênfase. A diferença de cachês é aviltante entre um artista de raiz e uma banda estilizada no modelo ditado pela ordem vigente do capital.
          
O Nordeste e seus verdadeiros defensores precisam reagir à deturpação cultural em voga, sob pena de perdermos em curto espaço de tempo o brilhantismo da originalidade que ainda possuímos em função do advento de verdadeiros lixos culturais.
          
Despeço-me reiterando minhas saudações e referendando que estás em pedestal eterno como reconhecimento pela que fizestes pela autóctone construção cultural de sua terra e de sua gente.

* Missiva classificada em segundo lugar no II Concurso A Carta, promovido pelo Grupo União São Francisco - Caldeirão Político, no ensejo do IX Festival de Músicas Gonzaguenas. 

José Romero Araújo Cardoso (Mini Currículo):
Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação Mossoroense de Escritores (ASCRIM).

Endereço residencial:

Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail:romero.cardoso@gmail.com

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CONHECENDO OS PERSONAGENS DA HISTÓRIA CANGACEIRA.


Jardelina Esmerina Nóbrega “Jarda” esposa do cangaceiro Chico Pereira (Francisco Pereira Dantas). 

Não sei que quem coloriu esta foto, por isso não tenho a fonte

Chico Pereira era natural da Fazenda Jacu localizada no município de Nazarezinho/Pb que na época dos acontecimentos pertencia ao município de Sousa/Pb.

Fotografia gentilmente cedida por José Tavares de Araújo Neto (Pombal/PB).

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo O Cangaceiro)

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=620297961467437&set=gm.1280558648623917&type=3&theater

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TARDE DE MÚSICA, ABOIO E SERTÃO EM ÁGUA BRANCA !

Por Manoel Severo
Maciel Coito e Manoel Severo e a festa do Aboio no encerramento em Água Branca

O auditório da Secretaria de Educação do município recebeu o último momento do Cariri Cangaço em Água Branca. Novamente sob o talento e arte da Filarmônica Santa Cecília os convidados do Cariri Cangaço puderam participar de um recital da mais tradicional e autentica música nordestina, com os meninos e meninas da filarmônica interpretando composições de Luiz Gonzaga, Zé Ramalho, entre outros.

Filarmônica Santa Cecília, de Água Branca, ponto alto em todos os momentos do Cariri Cangaço em Água Branca
  Professores Bruno Mafra e José Silva em tarde de lançamentos no Cariri Cangaço em Água Branca
Amélia Araujo, Manoel Severo e Junior Almeida
Ingrid Rebouças e Juliana Pereira

Na mesma tarde fomos contemplados com os lançamentos de dois autores locais; o professor e pesquisador Bruno Mafra lançou "O Catolicismo Popular Praticado no Alto dos Coelhos "  e o professor José Silva lançou seu livro "O Messianismo no Brasil".

Em seguida pesquisadores de todo o Brasil puderam acompanhar a Conferência do pesquisador potiguar Múcio Procópio sobre a vida e a obra do compositor e interprete alagoano, Augusto Calheiros. "Nada melhor do que ter Múcio Procópio; um dos maiores conhecedores da música brasileira; e trazer o grande Augusto Calheiros a partir dessa conferência em sua terra natal; Alagoas, celebrando a chegada do Cariri Cangaço em Água Branca" afirma Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.

Múcio Procópio e a Conferência sobre Augusto Calheiros
Augusto Calheiros, cantor e compositor alagoano
Múcio Procópio e Edvaldo Feitosa

Por quase uma hora e meia, o talento e o conhecimento do pesquisador Múcio Procópio apresentou a todos os presentes a vida e obra de Augusto Calheiros, desde a origem familiar até o auge da fama do alagoano nascido em Maceió ainda em 1891 e que iniciou sua carreira de sucesso em Recife; em 1927, como integrante do grupo Turunas da Mauriceia, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a estreia do grupo no Teatro Lírico, em espetáculo patrocinado pelo jornal Correio da Manhã, onde Augusto Calheiros fez enorme sucesso por causa de sua voz afinada e estilo peculiar de interpretação.

 Presidente "Aboiador": Maciel Silva e Manoel Severo e as homenagens de Água Branca ao Cariri Cangaço, através de seu curador

Fechando com chave de ouro o Cariri Cangaço em Água Branca, a homenagem do poder legislativo ao evento e seu curador Manoel Severo com a surpreendente apresentação do presidente da Câmara Municipal vereador e "aboiador" , Maciel Silva juntamente com os vaqueiros Zé Pequeno e Pedro, que proporcionaram a todos a emoção genuinamente sertaneja. 

Vídeo por Raul Meneleu, fonte: Youtube

Cariri Cangaço Piranhas
Secretaria de Educação, Água Branca, Alagoas
29 de Julho de 2016

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/08/tarde-de-musica-aboio-e-sertao-em-agua_8.html

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PETRONILO REIS

Foto do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio - https://www.facebook.com/groups/ocangaco/

Segundo o cangaceiro Balão este senhor comprou propriedades juntamente com o rei Lampião, e em vez de fazer escrituras nos nomes dos dois, fez somente no seu. Lampião não gostou. 


Veja o que disse o cangaceiro Balão: 

"-Lampião havia comprado as terras em sociedade com um tal de Petrolino de Alcântara Reis: Tronqueira, Cachoeirinha, Formosa. Mas Petrolino as registrou apenas em seu próprio nome. Lampião zangou-se. Eu mesmo ajudei a matar muito gado a tiro, na Cachoeirinha. Petrolino fugiu para Alagoas". (http://lampiaoaceso.blogspot.com.br)

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GENTE DAS RUAS DE POMBAL CLEMILDO BRUNET DE SÁ

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo
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Nasceu em Pombal­, em 01 de Agosto de 1949, filho de Napoleão Brunet de Sá e Maria Brunet de Sá.

Clemildo Brunet teve o primeiro contato com rádio em uma emissora clandestina instalada no primeiro andar do “Grande Hotel”. Era a “Rádio Difusora de Pombal”, que pertencia a Nélson Guarda e Luiz da Estação Ferroviária. Curioso, de repente se viu diante de uma mesa de som, assumindo a posição de controlista, hoje equivalente a Operador de Áudio.

Em 1961 auxiliou aos propagandistas de porta de loja, cuidando da técnica sonora da difusora das “Lojas Paulistas” . No mesmo ano, com apenas 12 anos de idade, fez locução nos “Serviços de Alto Falante Difusora Maringá” de Raimundo Sacristão (Raimundo Lacerda).

Em 1966, com 12 anos, montou sua própria emissora “A VOZ DA CIDADE”, que teve o seu destaque na formação de muitos profissionais que atuam hoje nos veículos de comunicações como: Rádios, Jornais, TVs e Portais da Web.

Em 1968 instalou o serviço de Alto-falantes "LORD AMPLIFICADOR" que funcionava sob duas modalidades: Fixo e Volante, tendo servindo também de aprendizado para muitos outros profissionais que são destaques hoje, tanto na imprensa paraibana como em outras unidades da Federação.

Versátil, Clemildo Brunet de Sá atuou no rádio em todas as “posições possíveis”. Foi Locutor, redator, comentarista, repórter e noticiarista. Foi correspondente durante dez anos do Jornal Estadual da Rádio Tabajara da Paraíba entre 1980/1990.

Ex-diretor comercial das Rádios Maringá AM e Liberdade 96 FM de Pombal. Passando ainda pela Opção 104 FM de Pombal e Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras exercendo, nesta última, suas atividades jornalísticas nos Programas Rádio Vivo e Trem das Onze.

Pelos relevantes serviços prestados ao longo dos anos a radiofonia da Paraíba, recebeu o prêmio Diploma e Medalha “Epitácio Pessoa” a mais alta honraria da Assembleia Legislativa da Paraíba, no dia 10 de junho de 2010. Em 07 de novembro de 2013, Dia do Radialista, recebeu outra Comenda do Poder Legislativo paraibano, a “Medalha Mérito Jornalístico Assis Chateaubriand” ­ reconhecimento aos valorosos serviços prestados ao rádio jornalismo do Estado da Paraíba. Clemildo Brunet é um dos precursores da Comunicação em Pombal, foi um dos fundadores do Jornal impresso "Alto Sertão", além de colunista de vários sites. É também responsável pelo blog www.c1emildo­ brunet.blogspot.com ( fonte: HISTÓRIA DO RADIO DE POMBAL”

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com