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domingo, 28 de janeiro de 2018

ALBERTO AGRA E A PRAÇA DO TOCO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.832

Tive três bons professores de Geografia em minha vida, mas Alberto Nepomuceno Agra foi o maior deles e o responsável pelo meu amor à profissão. Intelectual, austero, professor, fazendeiro, dono de farmácia e ex-pracinha, Alberto não era de elogiar ninguém e economizava o riso. Este cidadão foi ainda um dos pioneiros dos transportes coletivos Santana – Maceió, fundador de Companhia Telefônica na cidade, um dos fundadores e diretor do Ginásio Santana, da Rede Cenecista. Além disso, prestou inúmeros outros relevantes serviços à sociedade e sempre esteve presente em todos os grandes acontecimentos municipais.

ALBERTO. Foto: (Adriana Marques).

Certa feita nos encontramos no Comércio e eu – todo acanhado diante daquela autoridade – fui surpreendido quando ele me disse: “Já corrigi as provas, coloquei a sua como uma das primeiras”. Quase não dormi à noite, ante aquela inusitada deferência. Vários anos depois, já atuando como professor de Geografia em várias escolas de Santana, novo encontro.   E ele: “Não me chame Seu Alberto, e sim, Alberto”. Fiz ver ao mestre a minha admiração pelo seu trabalho na matéria geográfica e ele me respondeu com a maior naturalidade: “Você me superou”. Atônito, respondi apenas: “Que é isso, Alberto!...”.
Mas a afirmação de Nepomuceno foi como se eu tivesse escutado o espocar de mil foguetes no alcance do meu objetivo: Desde a adolescência que eu queria atingir um dia a intelectualidade dos três homens que eu considerava os mais inteligentes de Santana e ficar na mesma plataforma: Alberto Nepomuceno Agra, Aderval Tenório e Eraldo Bulhões.
O tempo passou e o meu Velho Mestre partiu deixando a Geografia em minhas mãos, em minha cabeça e no meu espírito.

XXX

As autoridades, criminosamente ignorando o valor histórico da única praça original de Santana do Ipanema, construída na década de 1940 para homenagear um deputado federal que muito ajudou a nossa cidade, Emílio de Maia, destruíram quase tudo na fúria de trator. Para serem agradáveis, retiraram o nome do primeiro benfeitor para colocarem o nome do meu mestre que se fosse vivo jamais teria consentido semelhante aberração.
Mais uma vez a ignorância venceu a racionalidade. Atualmente o santanense perdeu as duas homenagens: nem Emílio de Maia e nem Alberto Nepomuceno Agra. A Praça agora estar sendo chamada PRAÇA DO TOCO.
As autoridades atuais precisam corrigir a injustiça transferindo o nome de um dos maiores santanenses da nossa história, para um lugar decente que até poderia ser uma futura ponte sobre o Ipanema, a futura Praça de Eventos ou mesmo um futuro calçadão no centro da cidade, sem cometerem o mesmo erro. 
PRAÇA DO TOCO! QUE AFRONTA A QUEM DEU TUDO POR SANTANA!


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QUEM SOU EU AGORA?

*Rangel Alves da Costa

Apaguei todos os rastros meus. Na minha estrada já não existe por onde caminhei. Olhar atrás já não se avista por onde passei. Quem sou eu agora?
Risquei por cima de todos os escritos meus. Borrei, sujei, estraçalhei todo o começo e todo o fim, todo ponto e toda vírgula, até mesmo o que eu rabisquei. Quem sou eu agora?
Desamei como desama quem amava por erro ou inocência. Num coração que não cabe em si mesmo, não há lugar para o que por ilusão um dia encontrei. Quem sou eu agora?
Rasguei todos os retratos de ontem até o primeiro dia. Não me quero mais avistar naquilo que já fui e que já não sou mais por que desbotei. Quem sou eu agora?
Findei com o sonho que persistia em me fazer sonhar. A cada dia sonhando e a cada dia vendo que com o sonhado jamais cheguei perto do que procurei. Quem sou eu agora?
Pintei de outra cor onde havia uma cor diferente. O arco-íris não precisa de tanta cor assim. No céu todo azul um monte de amarelo joguei. Quem sou eu agora?
Chorei todo rio, todo mar e todo oceano que havia em mim de uma vez só derramei. Fiz-me tempestade e trovoada e todas as minhas dores eu despejei. Quem sou eu agora?
Pranteei, solucei, lamuriei, e depois de refeito da dor eu me enxuguei. Mil lenços levados ao varal pelo que passei, para não mais dilacerar o que dilacerei. Quem sou eu agora?
Lancei na bacia da fé o que tanto acreditei. Só precisava de um Deus e com Deus eu fiquei. O resto de toda crença eu desacreditei. Mas com Deus eu fiquei. Quem sou eu agora?
Perguntei a mim mesmo se é normal viver envolto à solidão como sempre me dei. E como resposta ter a mesma solidão por que assim quis e sempre procurei. Quem sou eu agora?


Indaguei se é do prazer humano amar para o sofrimento, adorar para o padecimento, querer tanto para o exaurimento. E depois chorei pelo que me perguntei. Quem sou eu agora?
Aplaquei sem o furor do ódio, sem a insensatez da ira, quando reconheci todos os meus erros cometidos. E por isso mesmo ajoelhado me perdoei. Quem sou eu agora?
Queimei os velhos álbuns, os velhos baús, as velharias e os imprestáveis amontoados na alma existentes. Em fogueira grande, imensa, a tudo queimei. Quem sou eu agora?
Rabisquei o último verso para depois rasgar. Por que a poesia se já não há flor, se já não há canção, se o amor não existe mais. Do poeta em mim desgostei. Quem sou eu agora?
Inventei um jeito novo de ser feliz sem forçar o sorriso ou abraçar gelado. Ser apenas o que sou sem nada além. E pensar que fui outro e nunca evitei. Quem sou eu agora?
Reneguei o pão da falsa mão e o abraço da traição. Afasto-me de tudo para não querer ser alcançado pela covardia. Oh quanto fui traído quando me doei. Quem sou eu agora?
Amassei e fora joguei mil bilhetes e cartas. Já não me convence corações desenhados nem lábios de beijo em papel. Talvez não tenha aprendido o que ensinei. Quem sou eu agora?
Perdoei a mim mesmo pelo muito que errei. Errei por amor, errei por paixão, errei pela ilusão, errei. Procurei sempre acertar, mas sei que errei. E me perdoei. Quem sou eu agora?
Encontrei enfim uma voz silenciosa que havia escondida dentro de mim. E ontem mesmo eu a escutei. Ela disse: “Ei, goste de você, eu já lhe falei!”. Quem sou eu agora?
Acreditei que somente mudando eu me reencontraria. E caminhando mais firme do que sempre andei. E buscando mais sabedoria do que agora sei. Quem sou eu agora?
Perguntei, perguntei, perguntei: Quem sou eu agora?
Responderei: humano apenas. E tão humano sempre serei que reconheço ser impossível mudar muito do que imaginei. E por fim direi que amo, amei e sempre amarei!

Escritor
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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


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CORDEL CONFÚCIO.

 Por: Medeiros Braga

“Do outro lado do mundo,
Antes de Cristo e Platão,
Habitou um ser humano
De raríssima expressão,
Ele era desses gênios
Que surge um em milênios
No mapa da criação.”

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Eu sempre achei Confúcio um filósofo extraordinário quanto a formação do ser humano. Os seus ensinamentos devem ser conhecidos pelo povo. Senão vejamos.

CORDEL CONFÚCIO

Do outro lado do mundo,
Antes de Cristo e Platão,
Habitou um ser humano
De raríssima expressão,
Ele era desses gênios
Que surge um em milênios
No mapa da criação.
São assim mais de dois mil
E quinhentos anos idos,
Bem antes dos pré-socráticos
Os filósofos inseridos
Nas ciências naturais
Sem compromissos a mais
Às causas dos oprimidos.
Seu nome latinizado
Era Confúcio, por vez,
Do principado de Lu
Em Xandum, solo chinês,
Descendente de um clã
Seria com seu afã
Um mestre justo, cortês.
Era a China nessa época
Uma colcha de retalho
Dividida em principado
Que dava grande trabalho,
Nesse clima rude, crúcio,
Nascera o gênio Confúcio
Para mover o seu malho.
Confúcio não sugeriu
Nem propôs para um poder
Algum regime específico
Para o povo se render,
Via como alternativas
As decisões coletivas
Tendo todos bom saber.
Na educação do povo
Ele foi um peregrino,
Viajou por toda China
Levando o seu bom ensino,
Depois, rompendo barreiras,
Extrapolou as fronteiras
Seu saber puro, divino.
Como Platão que de Sócrates
Seus trabalhos resgatou,
Os discípulos de Confúcio
Salvaram o que se lembrou:
Poesias, seus pensamentos,
As lições, ensinamentos,
Tudo que filosofou.
Foi Confúcio um filósofo
Para a política voltado,
Todo seu ensinamento
Estava sempre afinado
Com moral, com humanismo
E o belo idealismo
Do seu tempo, já sonhado.
Sensibilizou-se ele
Pelo constante contato
Com a miséria do povo
Que vive no anonimato,
Com vontade de lutar
Ele foi pra melhorar
A vida injusta de fato.
Reconhecendo o saber
Como mola do avante,
O ensino, a educação
Posta como relevante,
De tamborete e sacola
Abriu ele uma escola
Por vezes, itinerante.
Outras escolas, Confúcio,
Com estudo absorveu,
Ensinamentos de sábios
Dos quais alguns conheceu,
Muitos que, pensando adentro,
Colocaram lá no centro
O “homem” em seu apogeu.
À época já defendia
Atos da não-violência,
Em uma China guerreira
Teve bastante influência,
Acatava revidar,
Porém, jamais atacar
Mesmo na maior prudência.
Jamais tomar a família
Por seu padrão social
E colocar nos cabides
Do aparelho estatal...
Mesmo sendo, por fineza,
Uma tradição chinesa
Do sistema imperial.
Cargos públicos só seriam
Feitos por prioridade,
Sem que fossem preenchidos
Pela hereditariedade,
E sim, em grande atitude,
Por quem tivesse virtude,
Sobretudo honestidade.
Confúcio já defendia
Também a benevolência,
“o benévolo ama o homem”,
Um amor mútuo em essência,
Combina com a citação:
“Não faça aos outros o que não
Quer que vos faça”, em clemência.
A herança de Confúcio
No saber com tal firmeza
Marcou, e profundamente,
A sociedade chinesa,
Ele foi um professor
Que se foi, porém, deixou
Lições muitas sobre a mesa.
Quanto ao trabalho-prazer
Aconselhava em seguida:
Escolha um que mais ame,
De marca a mais preferida,
E não irá precisar
Como dever, trabalhar
Um único dia da vida.
Também, o grande filósofo
Dizia com precisão:
É muito mais preferível,
É melhor, há mais razão,
Que se acenda uma vela,
Do que antes, com querela,
Maldizer a escuridão.
Da sua perseverança
Um estímulo deixaria:
“Transportai um bom punhado
De terra, então, todo dia
E tereis sem tal façanha
Uma provável montanha
Pela qual se comprazia.
Homens há que a saúde
Perdem pra juntar dinheiro,
Depois o dinheiro perdem
Para tê-la o tempo inteiro,
E assim, logo depois,
Chegam a perder os dois,
Ambos deixam seu celeiro.
O jovem que ama o ouro
Muito mais que a virtude
Perde ambos e até mesmo
Sua própria juventude,
Se afunda entre os ais
Das coisas materiais
Desse mundo louco, rude.
“Nunca faças uma aposta”
Não compensa, é tudo rolo,
Essa mesquinha aventura
Não deixa de ser um dolo,
“Se sabes que vais vencer
És um patife”, a seu ver,
“Se não sabes és um tolo”.
Quem só pensa no futuro,
Esquecer deve o presente,
Acabando por viver
Sem os dois, infelizmente,
Sente o futuro morrido
E morre sem ter vivido
No presente, certamente.
Confúcio sempre mostrava
A lição da humanidade,
Como pode a educação
Vencer a dificuldade;
Que pelo conhecimento
O mundo em congraçamento
Há de ter felicidade:
Os grandes antigos, quando
Queriam, pois, propagar
Suas mais altas virtudes
Punham Estados no lugar,
Porém antes, em vigílias,
Punham em ordem as famílias
Que estavam a inquietar.
Mas, antes punham em ordem
A si próprios, com saber,
Aperfeiçoando as almas
Procurando sempre ser
Sinceros consigo mesmo
E ampliavam, sem esmo,
As fontes do conhecer.
Aperfeiçoando as almas
Sempre por ensinamento
Cada um tinha com que
Ficar em ordem e atento.
Assim, de saber repleto
Se torna o homem completo,
Também em ordem, a contento.
Quando o homem está em ordem
A família vai estar,
Devendo também o Estado
Com ordem se organizar;
Em ordem e organizados
Podem, a paz, os Estados
Com seus povos desfrutar.

Medeiros Braga

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

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TEIXEIRINHA, UM COMPOSITOR E CANTOR QUE VALORIZAVA O MOTORISTA!

Por Israel Lopes

O Teixeirinha, assim como compunha músicas para aquele gaúcho que permanecia no interior, no campo, como exemplo, no xote O COLONO, que é um dos seus grandes clássicos, compôs também para o motorista. É claro que, colono, também tem em outras localidades do Brasil e do mundo. Por isso, ele foi até universal. Mas ele também compôs músicas para os motoristas de todo o Brasil. Pois era um cantor gaúcho e brasileiro. Mas é claro que, também, incluindo aqueles gaúchos, que, devido a situação econômica perderam o cavalo e a terra, vieram para a periferia da cidade e tiveram que pegar no volante do caminhão, para defender o ganha-pão, para o seu sustento e o sustento de sua família. Em outras palavras, é o gaúcho-a-pé, eternizado no romance de Cyro Martins. O Teixeirinha, muitas vezes foi criticado, por isso, mas ele não estava deturpando o gaúcho autêntico. Ele estava sendo realista, dentro de um novo contexto social, mostrando o gaúcho atual, que teve que se embretar na cidade. Assim como, outros brasileiros e outros do mundo inteiro, também tiveram que abraçar a função de motorista. Mais uma vez, ele foi universal.



Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso


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SESSÃO SOLENE DA ALAM - Academia de Letras e Artes de Martins

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Ontem, sábado, dia 27 de janeiro de 2018, no auditório do Hotel Serrano de Martins foi realizada a Sessão Solene da ALAM-Academia de Letras e Artes de Martins, oportunidade em que o Prof. Benedito Vasconcelos Mendes solicitou à  Acadêmica Susana Goretti Lima Leite para entregar a Senhora Francisca Aurineide da Silva Leite, o Diploma e a Plaqueta de Amiga do Museu do Sertão.

Mesa Diretora da Sessão Solene da ALAM. Da direita para a esquerda: Benedito Vasconcelos Mendes, Wellington Barreto, Élder Heronildes, Taniamá Vieira, Prefeita em exercício de Martins, Franci Francisca Dantas e Francisco Gomes Júnior.
Prof. Benedito Vasconcelos Mendes e o Acadêmico Clóvis Vieira entregando o Diploma de Sócia Correspondente da ALAM á Escritora Franci Dantas.
Benedito Vasconcelos Mendes e Susana Goretti Lima Leite entregando o Diploma de Amiga do Museu do Sertão à Senhora Francisca Aurineide da Silva Leite.
O Prof. Benedito Vasconcelos Mendes parabenizando os homenageados da ALAM e do Museu do Sertão.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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A MORTE DO VAQUEIRO - LUIZ GONZAGA [CLIPE OFICIAL]

https://www.youtube.com/watch?v=CCilLM2TF5c


Publicado em 26 de mai de 2017

Siga-me nas redes sociais: Instagram/Facebook: @CirineuFilho INSCREVA-SE no Canal e Ative as notificações. Agradecimentos: AGROQUIMA e Savanna Media Group (Savanna Filmes) Letra da Música: 

Numa tarde bem tristonha 
Gado muge sem parar 
Lamentando seu vaqueiro 
Que não vem mais aboiar 
Não vem mais aboiar 
Tão dolente a cantar 

Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi 

Bom vaqueiro nordestino 
Morre sem deixar tostão 
O seu nome é esquecido 
Nas quebradas do sertão 
Nunca mais ouvirão 
Seu cantar, meu irmão 

Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi 

Sacudido numa cova 
Desprezado do Senhor 
Só lembrado do cachorro 
Que inda chora Sua dor 
É demais tanta dor 
A chorar com amor 

Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi E... Ei...

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"A Morte do Vaqueiro" por Luiz Gonzaga ( • )

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MAJOR OPTATO GUEIROS: O CAÇADOR DE LAMPIÃO (1894-1957)


Material do acervo José João Souza

Optato Gueiros era filho do delegado de polícia e alferes da Guarda Nacional João da Silva Gueiros, e de sua primeira mulher, Rita Cavalero. Nasceu em Garanhuns, no dia 2 de março de 1894. Cumpre talvez lembrar: nasceu dois meses antes da chegada de Henry Jonh McCall, missionário calvinista escocês, que naquele mesmo ano converteu quase toda família Gueiros ao Evangelho.Não se sabe onde Optato Gueiros estudou. Como filho de evangélicos, deve ter começado seus estudos em 1900, aos seis anos de idade, na escolinha paroquial da Igreja Presbiteriana de Garanhuns, fundada e conduzida por Martinho de Oliveira. Provavelmente continuou os estudos em Belém do Pará, para onde seu pai João da Silva Gueiros se mudara, em 1908. Sua educação não deve ter ido além do nível secundário, se tanto. Sem dúvida era um autodidata. Escrevia relativamente bem e era versado em assuntos de história, filosofia e direito, sem falar do seu conhecimento da Bíblia, lida diariamente "em inglês", assim assevera seu velho companheiro de lutas, o tenente Davi Gomes Jurubeba.

Seguindo a profissão do pai, sentou praça na polícia pernambucana, como soldado raso, como se fazia naqueles dias, antes de haver escola para preparação de oficiais. Galgou todos os níveis: de soldado raso a major. Sua carreira militar poderia ser melhor apreciada através dos documentos por ele guardados, se esses ainda existissem. Parte dessa documentação cheguei a examinar, na minha juventude, pois o filho dele, João Gueiros Neto - meu colega no Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns, Pernambuco - levava para a escola relatórios, documentos e fotografias do pai famoso, a fim de mostrá-los aos amigos.

Com a morte do major Optato, toda essa documentação ficara sob a tutela de uma de suas filhas, Zita Souza Gueiros, casada com um primo, o pastor Uziel Furtado Gueiros. Infelizmente esses documentos foram perdidos na grande cheia do Recife, em 1966.

Por falta de subsídios documentais, restou-me pinçar os eventos da vida do major Optato Gueiros através do seu livro de memórias; das poucas informações que seus descendentes ainda guardam de sua vida; e dos eventos guardados em minha própria memória. Foram também de grande auxílio neste trabalho as entrevistas que mantive por dois dias com o tenente Davi Gomes Jurubeba, em dezembro de 1999. Fui levado até Serra Talhada pelo filho dele, Olímpio Jurubeba. Davi Jurubeba, várias vezes citado no livro de Optato, vivia em Serra talhada - tendo completado 97 anos em janeiro de 2000. Na época, já cego de cataratas, no entanto era ainda pessoa de saúde admirável e de memória invejável, especialmente para assuntos do passado longínquo.

Não se sabe em que data Optato Gueiros "sentou praça" na polícia pernambucana. Sabe-se apenas que aos 27 anos de idade, em 1921, ele já era sargento. Em 1930, com 36 anos, casou-se com Maria Estela de Souza "Liquinha", sua parenta, nascida e criada na Fazenda da Barra, perto de Triunfo, Pernambuco. A noiva tinha doze anos de idade. De acordo com os boatos familiares, ela trouxera consigo não apenas a babá, mas também suas bonecas de estimação. Evidentemente, esse não foi um casamento feliz, pois mais tarde vamos encontrar o major Optato Gueiros debatendo-se com grande fervor pelo divórcio no Brasil, através de um livreto de 78 páginas, de sua autoria, intitulado O Divórcio, a Igreja e o Estado (verdades nuas e cruas), publicado em São Paulo, em 1954. Aparentava lutar, em causa própria, em favor da aprovação do divórcio no Brasil.

Como militar, enfrentou cangaceiros do tipo Lampião; os jagunços de José Lourenço e Severino Tavares; os revolucionários da coluna Prestes; os revolucionários liberais de 1930 - aos quais mais tarde ele se irmanaria - e a rebelião paulista de 1932. Mais ainda, muitas vezes foi obrigado a enfrentar os próprios homens da volante pernambucana, a quem chamou de "verdadeiras feras".

Eventualmente converteu-se ao Evangelho, e daí em diante passou a atuar como pregador leigo junto aos seus próprios soldados, bem como aos sertanejos nas caatingas. No entanto, assim nos conta Davi Jurubeba, Optato Gueiros, no começo de sua carreira, fora um grande farrista, não se comportando de acordo com as regras de vida geralmente seguidas pelos evangélicos. Pelos anos de 1928 ou 1930 - Jurubeba não conseguiu precisar a data - Optato converteu-se ao Evangelho, tendo então completamente mudado de vida.

A partir de então, vestindo o "uniforme" de couro das forças volantes pernambucanas, e com cartucheira, pistola e punhal ao cinto, lia a Bíblia e pregava o Evangelho nas ruas de Serra Talhada e outras cidades sertanejas. A razão da mencionada indumentária talvez tenha sido porque, como oficial das forças volantes não podia se desarmar, sem correr o risco de ser morto por algum bandido, razão pela qual mantinha as armas à mão em todos os momentos. Mais ainda, o clima antiprotestante no sertão era tão violento, que os missionários evangélicos às vezes sequer podiam apear-se de seus cavalos, e já eram expulsos das cidades. Ninguém porém, jamais teve coragem ou ousadia de tentar expulsar Optato Gueiros de lugar algum, por pregar o Evangelho. Coisas da época.

Conta ainda Jurubeba que, na caatinga, cada vez que a tropa parava para repousar, Optato sentava-se "debaixo de um pé de pau" e lia a Bíblia em Inglês. Isso mesmo, "em inglês", afirmou Jurubeba. Ao ser inquerido pelo amigo Jurubeba a razão pela qual ele não mais farreava, como nos primeiros tempos, Optato explicava que no começo de sua carreira não fora realmente evangélico, mas apenas um "simpatizante" da causa. "Isso era estranho para mim", afirmou Jurubeba, "porque antigamente, quando Optato bebia, era um homem perigoso. Topava qualquer um. Isso no tempo antigo. Bebia cachaça e comia pimenta malagueta com farinha e um pedaço de carne assada. Morreu de tanta pimenta que comeu, e sabia disso", concluiu o ex-companheiro de Optato.

Relatando maiores detalhes da profunda mudança ocorrida na pessoa de Optato Gueiros, após sua conversão, Jurubeba afirmou: "O que me lembro especialmente de Optato foi a batalha com Lampião, na Fazenda Caraíbas,. Optato recusou matar as pessoas, e atirava para o ar, só para espantar. Mas disse aos meninos nazarenos que matassem se quisessem, mas que ele não ia matar ninguém. Isso foi em 1928, eu creio. Isso era coisa estranha para mim, porque antigamente, quando Optato bebia, era um homem perigoso."

Símile ao seu tio Antônio Gueiros, Optato era um dentista do tipo tira-dentes, e "médico" da população sertaneja. "Uma coisa lembro bem dele", afirmou Davi Jurubeba, "é que ele era também doutor raizeiro. Por onde andava, nos vários postos que teve, sempre levava um montão de garrafas e panelas, nas quais cozinhava e preparava suas garrafadas de cascas de pau e raízes, que apanhava na caatinga. E muita gente comprava as garrafadas dele". Por amar o Sertão, e nele sentir-se "em casa", bem como por também amar as batalhas com o banditismo, seu serviço militar, naquela região, foi todo voluntário. As forças volantes eram todas compostas por voluntários. Por terem escolhido esse tipo de serviço, tanto os oficiais quanto os soldados eram obrigados a pagar pelo seu próprio transporte do Recife até o sertão, e mesmo de um posto de serviço para o outro, um absurdo, evidentemente. Escreveu Optato: "Viajei muitas vezes a pé, de Vila Bela a Rio Branco e vice-versa. Houve tempo em que as nossas próprias passagens pagávamos no trem, sob alegação de que era nosso gosto preferir o sertão à capital; não íamos contra a vontade, então 'pague seu transporte'."

Como não havia meios de transporte no sertão, e o Estado nem sempre provia montarias para os soldados. Frequentemente as volantes locomoviam-se a pé, por dezenas de quilômetros ao dia, às vezes até mesmo os oficiais tinham de caminhar. Quando tinham de correr atrás de bandidos, então requisitavam cavalos ou mulas da redondeza, se os encontrassem. Porém o meio de transporte mais comumente utilizado era mesmo caminhar. Usavam mulas ou cavalos apenas para transportar os apetrechos militares, munição e comida. O acima pessoalmente constatei, em 1937 ou 1938, quando pela primeira vez vi um pelotão de tropas volantes de Pernambuco, comandadas por Optato Gueiros. Vinha a pé, e tinha marchado os 75 km de Águas Belas a Garanhuns. Entrara na então poeirenta cidade de Garanhuns tão garbosamente quanto possível. Os soldados calçavam alpercatas e vestiam roupas de couro, trazendo ainda pistolas à cintura, bandoleiras cruzadas e fuzis aos ombros. Os únicos cavalos que possuíam vinham atrás, carregando a matalotagem da tropa. A poeira levantava pelas alpercatas ia ficando para trás, enquanto o povo nas ruas observava os soldados, silenciosa e, talvez, amedrontadamente. Parecia mesmo um grande grupo de cangaceiros invadindo a cidade.

Contava meu pai ter sido o próprio Optato Gueiros, quando ainda no início de carreira, quem se debatera pela necessidade da volante vestir-se com roupas de couro, como os vaqueiros sertanejos. Argumentava ser uma possibilidade os policiais embrenharem-se pela caatinga, no meio da vegetação xerofílica, do tipo "rasga bode", vestindo fardas de cáqui.

Os soldados da volante, em geral, comiam uma vez por dia apenas. Isso porque as tropas volantes, em consonância com sua denominação, estavam quase sempre se movimentando, e não havia como parar, a fim de comer três refeições por dia. Por essa razão, em geral comiam apenas à tarde, ou tardinha, um "jantar" bem reforçado. Essa refeição reforçada os deveria sustentar por vinte e quatro horas. Isso explicou Jurubeba, quando tinham tempo de parar e comer. O mais das vezes, quando estavam correndo atrás de bandidos, nem sempre tinham tempo de comer, de modo que às vezes passavam dias sem se alimentar regularmente, "chegando até mesmo a enfraquecer de tanta fome".

Contava a professora Noêmi Gueiros Vieira, prima irmã de Optato Gueiros, que quando este se converteu ao Evangelho, fez uma visita ao tio Antônio Gueiros, pastor da Igreja Presbiteriana de Garanhuns, a fim de alegremente comunicar-lhe esse fato auspicioso. Após uma longa visita - e quando o sobrinho já tinha ido embora - o pastor Antônio Gueiros chamou a mulher e disse: "Maroca, estamos muito mal. Optato contou-me que se converteu. Vai sair por aí dizendo que é crente. Que tipo de crente será ele? Espero que não nos envergonhe".

A razão para essa dúvida, explicou Jurubeba, era válida. A princípio, Optato fora "uma pessoa muito violenta e perigosa". Bebia muito. Fazia grandes farras, quando se tornava mais violento ainda. Porém, após ter-se convertido, mudou completamente e transformou-se em pessoa pacífica, a ponto de recusar a atirar nos bandidos quando estava em batalha. Atirava ao esmo, ainda que desse ordens aos soldados para atirar e matar. Ele mesmo, anteriormente, matara o corneteiro de Lampião com um tiro na cabeça, e depois dera um tiro no próprio Lampião, quando este fugia, chegando a traspassá-lo com uma bala de fuzil, ferindo-o pelas costas. Afirma ainda Jurubeba que, quando Lampião morreu foi constatado que ele levara um tiro que o trespassara e ninguém sabia explicar como o cangaceiro sobrevivera àquele tiro.

As atividades de Optato como "doutor raizeiro", e dentista do tipo tiradentes, são as mais folclóricas de sua vida. Sempre o conheci como "raizeiro", como o chamou Davi Jurubeba, pois quando visitava seu tio Antônio Gueiros trazia garrafadas, preparadas por ele mesmo, com aquelas misteriosas raízes e folhas do sertão, as quais receitava para tudo: nevralgia, dor de dentes, dor de barriga, "mal do fígado", fraqueza, "espinhela caída", vermes, e outra enfermidades mais.

Em 1923, quando da passagem da Coluna Prestes por Pernambuco, em um dado momento, no lusco-fusco da tardinha, Optato Gueiros avançou com alguns soldados, buscando prender dois revoltosos. Deu-se então conta ter penetrado no acampamento de um batalhão da coluna, onde já se acendiam fogueiras para preparar a refeição noturna. "Vimos então que estávamos perdidos", escreveu ele. Pulamos dos cavalos e fizemos fogo para todo lado. Houve a maior confusão no meio dos rebeldes e da mesma forma fomos tratados com tiros à queima roupa. Conseguimos sair daquela situação, encontrando pela frente, pela direita e pela esquerda.

Após 25 anos de batalhas e lutas, a carreira de Optato Gueiros terminou da maneira mais prosaica possível. Nos próximos 10 anos, durante a década de 1940, passou algum tempo como delegado em Garanhuns, tendo depois ido para Caruaru, onde, após alguns anos de serviço, foi reformado.

Há várias histórias bem folclóricas sobre sua atuação em Caruaru, inclusive um enfrentamento que teria tido com o famoso Frei Damião. De acordo com as informações obtidas, o frade teria criado um complô e movimento popular, para física e violentamente expulsar os protestantes daquela cidade. A estória, como contada pelos netos de Optato Gueiros, é que o major teria dado até meio dia para o frade sair da cidade, ou seria preso, por perturbar a ordem pública. Frei Damião, afirmaram meus informantes, conhecendo a reputação do major delegado, imediatamente mudara-se para o interior do sertão, onde as autoridades, tando as religiosas quanto as policiais, não interfeririam com ele. Não sei se essa história é verídica.

Após 35 anos de vida militar, foi reformado, em 1950, por ato do governador José de Barbosa Lima Sobrinho, cuja eleição fora duramente contestada por Nehemias e Esdras Gueiros, advogados da UDN. A reforma de Optato não foi uma reforma. Foi uma punição sem dúvida por ser ele primo dos inimigos do governador. Foi reformado no posto de major, e não de tenente-coronel, como deveria ter sido, de acordo com a prática militar. Essa reforma seria questionada, em 1989, pelo jornalista do Jornal do Commercio, de Pernambuco, Hélio Alencar Monteiro. Esse jornalista era filho do oficial da polícia pernambucana Plínio Monteiro, companheiro de Optato Gueiros, em 1938, em Pau de Colher. Perguntava o jornalista por que ocorrera tal ato de reforma, ferindo tão frontalmente a prática militar. Apelava então para o governador Miguel Arraes, pedindo ao mesmo corrigir tal injustiça (Monteiro, 1989).

Morreu Optato Gueiros no Recife, em 1957, com 63 anos de idade. Porém antes de sua morte, esse guerreiro, que fora presbiteriano na juventude, tornara-se pentecostal. Consta ter-se convertido ao pentecostalismo, quando visitava uma irmã pentecostal, Clotilde Gueiros Cativo, residente em Belém do Pará.

Tornou-se então uma espécie de missionário entre os parentes, indo de um por um, tentando convencê-los de que o pentecostalismo era a verdadeira Igreja primitiva de Jesus Cristo. Fez uma viagem ao Rio de Janeiro, unicamente para pregar o pentecostalismo às irmãs - Rina, Sidrônia e Mirob - ali residentes, que aceitaram sua mensagem, tornando-se também pentecostais.

Debilitado pela vida de privações enfrentadas nas caatingas, e depois de longa enfermidade - varado de úlceras estomacais - veio a falecer em três de março de 1957. Sua morte, ocorrida em casa, foi presenciada por sua filha Abzag Souza Gueiros. O valente caçador de cangaceiros e beatos guerreiros exclamou em seus últimos momentos estar vendo, ao lado da sua cama, "dois varões vestidos de branco", chamando-o para uma viagem, tendo então exclamado: "esperem, vou com os senhores, vou com os senhores". Tentou levantar-se, para segui-los, vindo então a falecer. Curiosa morte, de um tão valente caçador de bandidos dos Sertões Nordestinos.

Fonte:
Vieira, David Gueiros, 1929
Trajetória de uma família:
História da Família Gueiros/ David G. Vieira - Brasília, 1ª edição
2008. 622 p.

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ZÉ DE MANU E A SURPRESA DE LUIZ GONZAGA

Por: Giovani Costa
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Há uns seis anos atrás eu assisti um documentário sobre a vida do Rei do Baião na TV Jangadeiro em que Zé de Manu, que tocou com ele durante seis anos, conta um caso de um festival de sanfoneiros que houve em Fortaleza, em que ele participou e 


Luiz Gonzaga foi convidado só para fazer a entrega dos prêmios.

Na hora da premiação, Zé tinha ficado em terceiro lugar, mas quando foi anunciado o primeiro colocado, Seu Luiz partiu para Zé de Manu e disse: 

"Pega, Zé, que este troféu é seu, você foi quem ganhou."

Diante da plateia e de um jurado surpreso, Zé de Manu que pensava fosse uma brincadeira, disse:

"Não, Seu Luiz, eu tirei foi o terceiro lugar!" 

Aí Luiz Gonzaga disse: 

"Porque roubaram, mas este troféu é seu!"

E assim teve que ser... Coisas de Rei.


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VOLMIR MARTINS - O RIO GRANDE ESTÁ DE LUTO!


 Por Israel Lopes

O nosso Rio Grande do Sul está de luto, com a morte do grande comunicador, trovador e cantor regionalista VOLMIR MARTINS, ocorrido em acidente automobilístico, nesta madrugada, de 27 de janeiro. Há pouco tempo, ainda em 2013 eu acompanhava o seu trabalho, quando ele apresentava o "PROGRAMA VOLMIR MARTINS", na TV BANDEIRANTES que era apresentado aos domingos, de manhã. Ali, ele apresentava os seus colegas, com aquela alegria que lhe era contagiante. 


Nunca vi ele falar mal de alguém. Era um artista de bem com a vida, sempre levando a arte do RIO GRANDE DO SUL por onde se apresentava, como fez ainda, nessa última apresentação ao lado do conjunto OS MONARCAS. Descansa em Paz, VOLMIR MARTINS, lá na Querência Eterna. Pois lá, o nosso Patrão Maior te recebeu, onde irá trovar com Gildo de Freitas, Francisco Vargas e outros teus irmãos de artes, Mestres do Verso Repente.


Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso


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