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segunda-feira, 15 de maio de 2017

LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

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MONTE SANTO E O EPISÓDIO DE CANUDOS

 Por José Gonçalves do Nascimento
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A cidade de Monte Santo, situada no semiárido baiano, à sombra da Serra do Piquaraçá, foi, no passado, palco do episódio de Canudos. Tornado vila em 1837, o lugarejo detinha uma área territorial que abarcava grande parte do sertão baiano, incluindo Canudos, povoação fundada às margens do rio Vazabarris pelo peregrino cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, ou Antônio Conselheiro.

Em 1888, o coronel Durval Vieira de Aguiar, no seu livro "Descrições Práticas da Província da Bahia", informava ter visto Antônio Conselheiro em terras de Monte Santo, mais precisamente no povoado do Cumbe, atual Euclides da Cunha (BA). Escreveu Durval Vieira de Aguiar: “Quando por ali passamos achava-se na povoação um célebre Conselheiro, sujeito baixo, moreno acaboclado, de barbas e cabelos pretos e crescidos, vestido de camisolão azul, morando sozinho em uma desmobiliada casa, onde se apinhavam as beatas e afluíam os presentes, com os quais se alimentava (...) O povo costuma fluir em massa, aos atos religiosos do Conselheiro, cujo aceno cegamente obedece (...) Nessa ocasião havia o Conselheiro concluído a edificação de uma elegante igreja no Mucambo, e estava construindo uma excelente igreja no Cumbe, onde a par do movimento do povo, mantinha ele admirável paz”.

Em 1892, o Conselheiro encontrava-se de novo em Monte Santo, agora na sede da vila, onde, juntamente com seu numeroso séquito, realizara alguns reparos no caminho da Santa Cruz.

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Em outubro daquele ano, o jornal “Diário de Noticias” publicava correspondência de um morador da vila: “Acha-se aqui de passagem o conhecido Antônio Conselheiro, o qual como verdadeiro penitente tem feito com o auxilio do povo, obras de grande utilidade nos lugares onde faz passagem. Ouvi uma das suas prédicas as quais são por ele enxertadas com referência política, manifestando-se contra o casamento civil e outros atos do governo republicano. Isto, porém, nada influi no ânimo público, que só aproveita delas o que é útil”.

No dia 7 de junho de 1893, informava de novo o correspondente local do "Diário de Notícias": “fui testemunha ocular de que quando aqui esteve [o Conselheiro] ano passado, enviou meios de fazer-se alguns reparos nas capelinhas e na estrada do Monte, daqui, a fim de não continuar na decadência em que se achava a instituição da irmandade dos Santos Passos do Senhor do Calvário, pedindo e aplicando o resultado das esmolas que recebeu para esse fim.”

Euclides da Cunha também faz referência à presença do beato em Monte Santo, de modo particular no santuário fundado por frei Apolônio de Todi: "ao chegar à Santa Cruz, no alto, Antônio Conselheiro, ofegante, senta-se no primeiro degrau da tosca escada de pedra, e queda-se estático, contemplando os céus, o olhar imerso nas estrelas".

Segundo a tradição, os muros que ladeiam trecho considerável do caminho da Santa Cruz, a partir da primeira capela, no início da subida, teriam sido construídos por Antônio Conselheiro e sua gente, quando da passagem do peregrino pela cidade sertaneja.

No período da guerra (1896-1897), a partir da segunda expedição, a cidade serviu de base de operação das tropas legais em demanda de Canudos. Ali se instalou o quartel general do ministro da guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt, o qual comandou o serviço de intendência e cuja presença no palco da luta foi determinante para o triunfo das forças expedicionárias.

Em Monte Santo, Bittencourt adotaria uma série de medidas com vistas a aperfeiçoar a atuação das forças em operação e, consequentemente, assegurar a vitória sobre os seguidores de Antônio Conselheiro. Uma das medidas, talvez a mais importante, foi a reestruturação do serviço de transporte, até então precário, garantindo o abastecimento das tropas e diminuindo a escassez de água e alimentação. Por sua atuação no episódio, o militar foi elevado, alguns anos após a guerra, à condição de patrono da Intendência do exército brasileiro.

Para facilitar a comunicação com o restante do país, uma linha telegráfica foi construída entre Monte Santo e Queimadas, as duas principais bases de operação militar. Era a primeira vez, na história do Brasil, que se utilizavam os serviços telegráficos para noticiar um conflito armado. Outros eventos ocorridos poucos anos antes, como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, não dispuseram da mesma cobertura.

Do teatro da guerra, as notícias eram despachadas para Monte Santo e dali expedidas via telégrafo para outras cidades do país, em especial Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, onde eram publicadas pelos órgãos de imprensa. Dos jornais que se ocuparam do caso, destaca-se "O Estado de São Paulo", o qual teve como enviado especial o escritor Euclides da Cunha, autor de "Os sertões".

Aliás, dentre os cronistas que cobriram a guerra, Euclides foi o que mais tratou de Monte Santo, levando a elegante urbe para as páginas consagradoras da sua obra imortal. Na correspondência do dia 6 de setembro de 1897 (a primeira ali redigida), o escritor não esconde sua fascinação diante da povoação que vê pela primeira vez: “Ninguém pode imaginar o que é Monte Santo a três quilômetros de distância (...) Não conheço nenhum de aspecto mais pitoresco que o deste arraial humilde perdido no seio dos sertões. O viajante exausto, esmagado pelo cansaço e pelas saudades, sente um desafogo imenso ao avistá-lo, depois de galgar a última ondulação do solo, com as suas casas brancas e pequenas, caindo por um plano de inclinação insensível até à planície vastíssima”.

Em crônica do dia 8 do mesmo mês (sempre para o citado jornal paulista), volta Euclides a ocupar-se da antiga vila, agora exaltando a beleza natural e arquitetônica do monte da Santa Cruz: “Com o extraordinário luar destas últimas noites o seu aspecto é verdadeiramente fantástico, destacam-se nitidamente as capelinhas brancas e à luz reflexa e dúbia da lua as vertentes, que se interrompem em paredões a prumo em virtude da própria estratificação da rocha, dão a ideia de muralhas imensas (...)".

Não demorou muito, e a cidade veio a figurar também nas páginas vibrantes de "Os sertões", a obra prima da literatura nacional: “Monte Santo é um lugar lendário (...) Amparada por muros capeados; calçada, em certos trechos; tendo, noutros, como leito, a rocha viva talhada em degraus ou rampeada, aquela estrada branca, de quartzito, onde ressoam, há cem anos, as litanias das procissões da quaresma e têm passado legiões de penitentes, é um prodígio de engenharia rude e audaciosa”.

A relação de Monte Santo com Canudos está presente também na ficção.
No romance “Acidentes da guerra”, de Dantas Barreto, Alberto é um jovem de Monte Santo. Ele deixa sua terra natal por ordem dos pais que querem separá-lo da bela e também montessantense Germana, moça pobre por quem é enamorado. Após morar em Salvador, Alberto muda-se para o Rio, onde senta praça no exército. Durante a guerra, como integrante das forças expedicionárias, ele retorna a Monte Santo, mas não encontra Germana. Vai encontrá-la em Canudos para onde migrou com família e tudo. Alberto a resgata, prometendo com ela se casar, mas uma emboscada de “salteadores”, no caminho entre Canudos e Monte Santo, tolhe a vida dos dois.

Em a “A guerra do fim do mundo”, de Mario Vargas Llosa, Maria Quadrado aporta em Monte Santo, após longa e penosa caminhada que tem início na cidade de Salvador. Recolhida em uma gruta, onde vive de esmolas e penitência, ali permanece por algum tempo até encontrar o Conselheiro, que a convida a segui-lo em suas incansáveis peregrinações.

Nomes de peso da economia e da política de Monte Santo tiveram participação ativa ao lado das forças da repressão. Um deles foi o farmacêutico Caldas, que atuou como fornecedor das forças governamentais. Outro, foi João Cordeiro de Andrade, primeiro intendente (ou prefeito) de Monte Santo. Em relatório encaminhado ao Conselho Municipal (ou Câmara de vereadores), em 1894, aquele chefe do executivo local acusava o arraial de Canudos de promover a desestabilização da ordem e da economia da região: “Com a chegada deste chefe sedicioso [Antônio Conselheiro] novas e sérias perturbações aparecem geralmente em todo o município (...)”. Em “Uauá onde muito podia render [continua o político] houve um levantamento do povo contra o primeiro Agente Joaquim José Rodrigues, obrigando este a exonerar-se pelo que levou alguns meses sem cobrança”. Em carta para o barão de Jeremoabo, escrita em janeiro de 1895, escreve o velho caudilho: “A concorrência do povo para os Canudos é constante; (...) Prepara-se ali um grande exército de reserva, e quando chegar o desespero pela fome ficarão estas paragens aniquiladas. Infeliz sertão entregue aos destinos da sorte e ao abandono do governo (...)”.

Em 1973, no auge da ditadura militar, o exército foi de novo a Monte Santo, dessa feita para treinar tropas, com vista ao combate a eventuais ações guerrilheiras. Ali permaneceu por cerca de uma semana, realizando manobras militares e sobrevoando a região. Na ocasião, um busto do marechal Bittencourt foi fixado em frente ao edifício da antiga prefeitura municipal, o mesmo que outrora servira de sede ao quartel-general das forças expedicionárias.

O retorno do exército à área do conflito levou pânico e medo à população sertaneja, a qual ainda guardava na memória as marcas da tragédia de 1897. A presença das aeronaves, com seus voos rasantes e ensurdecedores, cobriu de susto os moradores de Monte Santo, que, apreensivos, se questionavam sobre o porquê de tão agitada operação. Operação que poderia ter transcorrido sem maiores incidentes, se não fosse o histórico de violência praticada pelo exército contra a brava gente sertaneja.

No inicio dos anos 1980, foi removido para Monte Santo, sob patrocínio de autoridades locais, o famigerado canhão "Withowort 32", conhecido pelos sertanejos como “a matadeira”. Postado na praça central da cidade, ali divide espaço com a estátua do Conselheiro e com o busto do marechal Bittencourt.

Na mesma década, também em Monte Santo, despontava o "Movimento Histórico de Canudos", tendo como objetivos, entre outras coisas, o resgate da memória sertaneja e a revalorização da missão do Conselheiro.

Não há dúvida de que a localização geográfica e a condição de cidade santuário contribuíram para que Monte Santo, desde o início, assumisse o protagonismo no que diz respeito aos fatos de Canudos. Mas o protagonismo de Monte Santo se deveu, acima de tudo, à presença de sua gente na comunidade canudense, onde, ao lado do Conselheiro, empenhou-se até o fim na luta por uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Foto: Flávio de Barros

Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A CHACINA DE ANGICO

Por Francisco Carlos Jorge de Oliveira

Na ocasião em que ocorreu o assassinato dos cangaceiros na grota de angico na manhã do dia 28 de julho de 1938, em que morreu onze bandidos o qual foram surpreendidos e metralhados impiedosamente sem chance de defesa pela volante alagoana comandada pelo bravo oficial de polícia o Tenente João Bezerra, eu Francisco Carlos Jorge de Oliveira, vou dar o meu parecer sobre o fato acima supracitado “A chacina de Angico”.


Naquela noite havia chovido e fazia muito frio, ao amanhecer pouco antes do início do prélio, logo que começou a clarear; ainda havia muita cerração sobre a grota onde estava acampado o bando de Lampião. Nas tropas paramilitares é comum que as sentinelas deixem os seus postos de vigília ao alvorecer e se desloquem para o local onde esta se preparando o café para o desjejum, e isto foi o que provavelmente aconteceu com os cangaceiros de guarda, e os cães guarani e ligeiro que como todos sabem que eram guardiões pervígil mas com toda certeza acompanharam os cangaceiros que se dirigiram para o local onde estavam preparando o café, pois os animais se alimentavam das sobras de alimentos que os membros do bando lhes davam. E nesse ínterim os soldados volantes que já se encontravam mais próximos do acampamento tiveram algum tempo para se posicionar, escolher e visarem melhor seus alvos, pois a vegetação e solo molhado lhes permitiam uma locomoção mais segura. 

Quanto aos asseclas, de estarem ou não envenenados pela bebida ou comida, isto pouco influenciou ao serem surpreendidos pelos volantes, pois vários cangaceiros fugiram ao cerco, e isto mostra que se realmente tivessem ingerido algum tipo de veneno todos morreriam no local sem esboçar qualquer tipo de reação. 

Amigos do grupo, sou “macaco” Cabo da Polícia Militar do Paraná, eu adquiri um vasto conhecimento da fauna, flora e lida com animais, desde minha infância que foi vivendo no sertão trabalhando na lida junto a agricultores, pecuaristas, pescadores, caçadores, madeireiros e outros extrativistas do norte Paranaense no Vale do Rio Paranapanema, e foi assim que cheguei a esta conclusão. Vamos dar sugestões, ideias, opiniões enfim vamos tentar desvendar este mistério. Abraços a todos do grupo!

Fonte: facebook
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?multi_permalinks=1565118920167887&notif_t=like&notif_id=1494845032582383

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GINÁSIO PRESERVADO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 13 de maior de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.670

Semana passada estive no antigo Ginásio Santana, numa visita de cortesia. Prédio bem construído com uma arquitetura imponente, esse edifício teve origem entre 1937-38 no governo municipal de Joaquim Ferreira da Silva. Ali foi utilizada muita mão de obra indígena Fulni-ô. A dificuldade para adquirir equipamentos e material humano, fez com que o prédio ficasse ocioso até ser ocupado pelo 20. Batalhão de Polícia que chegou a Santana em 1936. Para combater cangaceiros, a Unidade ficou na Cadeia Velha, até que fez o deslocamento. Eliminado o bandido Lampião, pouco tempo após o ano de 1938, o Batalhão partiu deixando novamente ocioso o prédio.
Ginásio Santana. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas) extraída do livro "230"

   
Governava Santana do Ipanema o coronel Lucena, homem que comandou o Batalhão trazido por ele.  No dia 11.02.1950, foi fundado o Ginásio Santana, escola esta que prestou e presta relevantes serviços a Santana.
Não tendo para onde crescer, pois o espaço limita-se com ruas, praça e o Tênis Clube Santanense (outro casarão histórico), o Ginásio optou pelo crescimento vertical, preservando toda a arquitetura frontal e partes importantes do seu interior. De fato o edifício e de encher os olhos dos passantes. Sua fundação como escola veio da ideia do comerciante João Yoyô Filho (depois juiz) com o vigor do empreendimento através do pré-pároco Fernando Medeiros, o cônego Teófanes de Barros, o padre Bulhões e o coronel Lucena.
Nas proximidades do lançamento do livro “230”, a história contada através dos seus prédios públicos e mesmo particulares; a visita ao Ginásio Santana veio confirmar a necessidade de se preservar. Infelizmente, não se tem verba para a Cultura e quando tem é limitada ou some. A ignorância toma conta em administrações de analfabetos ou letrados, onde a Cultura é carro pequeno rebocado pela caçamba.
Bem defronte ao Ginásio Santana existe uma praça primeiramente chamada Praça da Bandeira. Como a febre de mudanças é grande, outras denominações já deram a esse logradouro. Logo à frente, guardando o espaço, acha-se a igrejinha/monumento de Nossa Senhora Assunção que deu nome ao bairro e foi construída para marcar a passagem do Século XIX para o Século XX. Tênis Clube, Ginásio Santana, igrejinha da Assunção, Escola Padre Francisco Correia, tudo num conjunto só, formam um quarteto histórico de peso em Santana do Ipanema. 


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A FORÇA DAS ARMAS

*Rangel Alves da Costa

Além de ser humano dotado de razão, inteligência e poder de liderança, o homem possui atributos outros que lhes servem ora como escudo ora como meio de ataque perante as diversas situações de vida. Possibilidades estas que tanto servem para o bem como para a prática do mal. Eis que cada um sempre se utilizando da arma que dispuser no momento. Ou buscando se impor a partir daquilo que esteja ao seu alcance.
A arma se torna, assim, elemento essencial tanto na vida própria como nas relações humanas, políticas e sociais. Sem arma o homem estará desprovido até mesmo da tomada de qualquer decisão. A arma da vontade, por exemplo, impulsiona a fazer ou não fazer, a agir de um modo ou de outro. Neste sentido, o simples ato de encorajar-se diante do mundo é a utilização da arma da perseverança.
Pretendo ir além dos aspectos conceituais, mas primeiro se diga que arma é qualquer instrumento ou ferramenta que sirva para atacar, ameaçar ou se defender. É ainda o objeto passível da prática de crime como revólver, faca, punhal, etc. No sentido figurado, arma pode ser vista como tudo aquilo que uma pessoa dispõe ou utiliza segundo seus intentos e objetivos. Armas que ferem, que matam, que fazem sangrar. Armas que intimidam e procuram a todo superar inimigos. Mas também a arma da concórdia, do perdão, da indiferença.
Contudo, outras armas existem que desafiam o próximo a todo instante, até mesmo populações inteiras. O poder é arma poderosíssima para quem o detém. Não menos poderosas são as armas do dinheiro, da riqueza, do mando, do exercício e da governança. O poder de tais armas, porém, dependem do uso e da intencionalidade de quem as usa. Ora, armas servem também para a prática do bem.
E tanto servem para a prática do bem como para cativar pessoas. As armas do amor, da amizade, do companheirismo, do respeito, da união, da fidelidade e da fé, dentre tantas outras, possuem usos de consequências sempre positivas e verdadeiras. E assim por que as discórdias são apaziguadas perante o amor ou o afeto, as inimizades são absorvidas pelas amizades verdadeiras e pela fidelidade, as falsidades são submetidas ao respeito.


Diferentemente, outras armas tentam impor, submeter a todo custo. As armas do poder também se inserem neste contexto. Quanto Maquiavel discorreu sobre os atributos do príncipe e afirmou que os fins justificam os meios para o alcance de objetivos, nada mais faz do que afirmar que o poder deve utilizar de todos os meios e todas as armas para manter-se no pedestal do império de mando. Não importa quem se torne vítima, não importa se justo ou injusto, não importa se contra a própria natureza humana. Importa mesmo é a manutenção do poder, custe o que custar.
Mas também tão conhecidas foram as armas dos senhores da escravidão, as armas dos senhores da Inquisição, as armas dos senhores da guerra e da tirania, as armas dos senhores da bestialidade e do ódio. Cruéis armas das confissões sob tortura, terríveis armas da submissão do fragilizado econômica e socialmente. Armas bestiais utilizadas por verdadeiros insanos. Hitler, por exemplo, usou de diversas armas para expressar seu ódio, seu preconceito e sua loucura. Stálin usou, dentre outras armas, a dizimação de milhares como demonstração de força e poder.
Também a palavra é poderosa arma, mas tanto para o bem como para o mal. Há a palavra que ordena um massacre, há a palavra que pede concórdia. Há a palavra espalhando humanismo e há a palavra pregando o ódio e a perseguição. Há a palavra surgida no alto do monte e pregando as bem-aventuranças e há também a palavra seca e execrável nos discursos das tiranias e das ditaduras. A palavra que fere mais o punhal, que queima mais que o fogo, que contamina e envergonha pela sua carga de falsidade, de aleivosia, de desavergonhadas mentiras. Mesmo consideradas abomináveis em todos os sentidos, o que mais se observa são as armas das palavras vis e maléficas.
A verdade é que as armas são bem menos utilizadas para o bem do que para o mal. Veja-se no exemplo dado pelos governantes. Enquanto pessoa comum, o governante jamais teria como acertadas diversas medidas que o poder lhe dá o direito de levar adiante. Utiliza a arma do governante por que necessita muito mais se impor do que trazer reais benefícios com determinadas medidas tomadas. Assim porque o exercício de poder não é racional, comedido, mas egoísta e arrogante, impositivo e até mesmo cego.
E a flor, o que se diria da flor como arma? Apenas uma flor para causar verdadeiras e profundas transformações. Flor que alimenta o amor, flor que torna a paixão mais apaixonada, flor que simboliza a beleza do mundo. E certamente torna menos amargos e mais esperançados os corações já desiludidos de tudo.

Escritor
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CARDÁPIO DO ZÉ DIA. 27 DE MAIO ÀS. 19:30 Horas. CINE TEATRO MURARTE POMBAL PB


O "Cardápio do Zé", vai muito além de uma aula. É um apanhado de coisas vividas por José Ronaldo Leite (Zé Ronaldo) em rodas de conversas, em círculos de amigos e alunos onde são contadas piadas leves, fatos de sua infância humilde no bairro dos pereiros. Zé Ronaldo, narra numa linguagem simples e bem humorada fatos verídicos que se passaram na cidade de Pombal tendo como cenários as festas populares do Rosário e São Pedro, piadas construídas com figuras folclóricas do nosso cotidiano, faz um pouco de arte no palco, resgate   e  de cantigas folclóricas com a interação  do público presente.


Cardápio  do Zé é um projeto cênico que vai de encontro a todos os públicos, sem apelação, Zé Ronaldo nos dar uma aula de artes sempre reocupado  em despertar nos jovens um gosto acentuado pela arte, criar um espirito de preservação das nossas raízes, e não se deixar ser tragado por um sistema que tem manipulado o jovem por meio de uma cultura descartável.

Enfim, Cardápio do Zé nos traz para o palco do Cine Teatro Murarte uma aula de conteúdos simples e de fácil entendimento que irá deixar além do riso uma reflexão diante do mundo em que vivemos, e a nostalgia de tempos que já vivemos e não voltam mais.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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TRECHO DA ENTREVISTA DA CANGACEIRA ADÍLIA AO PROFESSOR GILVAN MELO

Por Noádia Costa
Foto 1: Cangaceiras Adília e Sila
ENTREVISTADOR: E como eram Lampião e Maria Bonita?

ADÍLIA: Lampião era boa pessoa. Ele não era brabo, só quem fizesse brabeza com ele, quem tivesse a língua grande, mas quem era bom com ele, que via ele e não conversava pra ninguém, aí era amigo dele. Agora conversou... não era amigo dele não.

Maria Bonita era boa pessoa, boa, boa pessoa também. Eu não tenho queixa de Maria Bonita. ENTREVISTADOR: E era bonita mesmo?

ADÍLIA: Era bonita, mas não era...

ENTREVISTADOR: Por onde a senhora andou no tempo do cangaço?

ADÍLIA: Isso aí tudo era mato, era caatinga, sempre eu andava pro todo canto, Raso da Catarina, pra Bahia, Santa Brígida. Eu saí ...eu tava pra ganhar neném, num lugar chamado Saco Grande, aí mataram ele. Um primo-irmão meu que matou ele. Aí eu fui e me entreguei. Passei três meses pro lado de Propriá e aí vim me embora pra aqui. Aí eu ganhei o menino e no dia que o menino inteirou um ano eu me casei. Aí casei de verdade, fui casada mesmo, na igreja. Foi quando mataram Canário, e já tinham matado Lampião. Todo mundo foi se entregando, aí eu fui e me entreguei logo em Propriá. Não vou caminhar na frente de soldado, Deus me livre!!

Fonte: facebook
Página: Noádia Costa
Grupo: Historiografia do Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=650140478517670&set=pcb.1770990616546775&type=3&theater

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RIFLE CURTO WINCHESTER

https://www.youtube.com/watch?v=WMVVO48kLp0

A arma que conquistou o OESTE... Foi usada por Búfalo Bill; Billy The Kid;No Brasil recebeu o nome de " PAPO AMARELO ".

Sensacional vídeo sobre essa famosa arma. Nele, você vê as partes da arma; seu mecanismo de funcionamento e.muito mais. VALE A PENA 

ASSISTIR ESSE VÍDEO...! Veja aí Fabio CarvalhoAdriano Pinheiro e, demais membros especialistas em armas.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste
Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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POMBAL DÉCADA DE 1970 O BARRACO PADRE CÍCERO.

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo.

Duas formas de irritar Zé de Lau, o proprietário.

1. O nome Do fiteiro era "Barraco Padre Cícero". Abreviado para "Pe. Cícero" eu perguntava pra ele por que o nome do Barraco era "Pé Cicero".


2.Devoto do Padre Cícero, Zé de Lau ele tinha exposto na prateleira uma estátua do padre, em gesso.


Eu dizia:

- Zé, abre essa Coca Cola pra gente beber.



Jerdivan Nóbrega de Araújo


 Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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VISITE O MUSEU DE SUA CIDADE


VISITE O MUSEU de sua CIDADE. 

De 16 a 18/05/2017, O Museu Histórico LAURO DA ESCÓSSIA (Museu Municipal de Mossoró) estará comemorando o DIA internacional dos Museus, com apresentação da ESCOLA DE ARTES e EXPOSIÇÃO de fotografias (Horário das apresentações de 8:00 as 11:00hs). 




Acesso também a todo acervo Histórico da Cidade de Mossoró. Venham nos Visitar de TERÇA a SEXTA de 07 as 13hs e aos SÁBADOS de 07 as 11hs. Fone para contato (84) 3315-4778.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A TRÁGICA POPULARIDADE

Imagem ilustrativa da matéria.

Milhares de olhos curiosos receberam, na Bahia, dois terríveis facínoras do bando de “Lampião”

“Volta Seca” faz declarações de verdadeiro fanático.

BAHIA, 24 (A. B.) – A chegada dos bandoleiros, entre eles “Volta Seca", célebre matador de gente, aprisionado nas caatingas, estava sendo ansiosamente esperado em todas as estações da E. F. Norte Baiano.

De Alagoinhas para o sul um grande número de curiosos se apinhavam nas gares para conhecer os famigerados companheiros de “Lampião". Em Periperi, estação próxima a esta capital, quando o comboio parou uma onda popular calculada em mais de 2.000 pessoas se precipitou sobre os carros de 2ª classe, onde vinha a escolta com os bandidos. O tenente Azevedo conseguiu a custo romper a massa de curiosos. Fez desembarcar os presos que saltaram, amarrados ombro a ombro, debaixo de uma formidável vaia das mocinhas e crianças. Em seguida, foram metidos no carro-forte da polícia e conduzidos à Casa de Detenção desta capital.

BAHIA, 24 (A. B.) – Um vespertino publica uma entrevista com o jovem bandoleiro Antônio dos Santos, vulgo “Volta Seca”, que chegou anteontem, no “comboio dos bandidos”, a esta capital.

“Volta Seca” declarou não ter mais de 16 anos. Entrou para o grupo de “Lampião" aos 12 anos. Vivia em Sergipe, como vendedor de doces, quando “Lampião” o convidou para trabalhar em sua companhia. Ordenou-lhe que mudasse de nome. E agora ia se chamar “Volta Seca”. Deu-lhe um fuzil para matar macaco (gente de polícia). E desde isso começou vida nova.

“Volta Seca” declarou que “Lampião” é muito respeitador de mulheres. Essa história de mandar a noiva tirar o vestido é mentira. A seguir prosseguiu:

- “Lampião” é um chefe muito direito. Não nos paga ordenado, mas quando a gente precisa de dinheiro ele dá sem a menor reclamação. O que ele exige é que se mate macacos nos combates.

Alguém perguntou a “Volta Seca” por que ele gostava de Sergipe.

- Ah! – Respondeu ele sorrindo. Ali ninguém faz mal a “Lampião”. Ali ninguém nos faz mal. Nem a polícia. Somos camaradas. Muita gente boa é amiga de “Lampião”. Mandam-lhe dinheiro e até munição.

Jornal O GLOBO – 24/03/1932

Fonte: facebook

O VOLTA SECA QUE JORGE AMADO NÃO CONHECIA

Por Nataly Mendonça, estudante de direito.

“Vou guardar, no dia que eu saí daqui desse xilindró vô atráis desse tar iscritô mintiroso e vô fazê ele inguli todin, tô com a pinimpa no côro agora.” (Volta Seca ao descobrir que Jorge Amado usou sua identidade para criar um personagem.)
Escritor Jorge Amado

Nos meus tempos de Ensino Médio, ao ler Capitães da Areia, senti certa empatia em relação ao personagem da trama cujo padrinho era Lampião. Ao término da leitura, acabei esquecendo o assunto. Tempos depois, lá para meados de 2015, descubro que o menino cangaceiro realmente existiu e que ainda por cima tinha sangue sergipano. Foi o suficiente para atiçar minha curiosidade. Na época, o autor Robério Santos (ele quem me apresentou ao Volta Seca real) me contou superficialmente a história do cangaceirinho e disse que em breve lançaria um livro sobre ele. Desde então, vinha aguardando ansiosamente para ter este tal livro em mãos, que, apesar de ter guardada uma cópia em PDF, esperei para poder folheá-lo e sentir aquele cheirinho típico de livro novo.

As quatro vidas de Volta Seca é uma leitura extremamente deliciosa. Sua narrativa é diferenciada, montada de forma “romanceada”, incluindo falas e descrições de cenários, as quais possibilitam que o leitor imagine toda a situação. Se não fosse a árdua pesquisa por trás da construção desta biografia, o livro poderia facilmente ser considerado uma obra de ficção. No entanto, cada fato narrado ali aconteceu e, enquanto lia, ficava imaginando o minucioso trabalho de coletar, filtrar, selecionar e organizar todas as informações sobre Antônio dos Santos, o menino cangaceiro. Um verdadeiro quebra cabeças. Vale ressaltar que o livro possui uma iconografia superinteressante, que ajuda a ilustrar a trama e enriquece ainda mais a experiência de leitura.

O livro está dividido em quatro “encarnações”; a primeira, narrando sua infância, que não foi muito diferente das demais crianças nordestinas que viveram no sertão. Particularmente, foi minha parte preferida do livro, talvez por reconhecer nas narrativas situações que meus avós e pais vivenciaram em certo momento da vida. É emocionante, além de ser uma boa fonte antropológica. A segunda encarnação se dá início quando Antônio dos Santos entra para o bando de Lampião e se transforma em Volta Seca. Vemos, nessa parte, como era o dia-a-dia nômade da vida dos cangaceiros e alguns dos eventos mais chocantes envolvendo estes, como a chacina em Queimadas, na Bahia, em 1929. A fase do cangaço é a mais chocante, nela vemos uma criança que, ao ser exposta ao determinismo do meio, perde sua inocência e se vê fazendo parte do banditismo. 

A terceira parte do livro enfoca a longa passagem de Volta Seca pela cadeia, o qual foi preso aos treze anos de idade e condenado injustamente a 145 anos de prisão. Nesta encarnação vemos o menino amadurecer físico e mentalmente atrás das grades, suas fugas e também a exploração midiática intensa sofrida por ele enquanto preso. Um detalhe enriquecedor do livro nesta parte são as entrevistas de diversos jornais que foram incluídas. Nelas, fica bem claro o quanto a mídia distorcia, aumentava fatos e inventava mentiras, as quais, na maioria das vezes, denegriam a imagem do menino cangaceiro. A quarta e última parte narra a vida de Volta Seca a partir de quando ele consegue sua tão sonhada liberdade, após cumprir vinte anos de cárcere e ter sua pena reduzida. Ele abandona seu apelido de cangaceiro e volta a ser Antônio dos Santos, um homem que compôs música, se envolveu com cinema, teve muitos filhos, trabalhou honestamente e terminou sua vida de forma simples e pacata.

Em suma, as quatro vidas de Volta Seca é um livro que desperta o interesse de vários públicos. Um adolescente terá uma boa história para ler, um historiador, uma bela fonte sobre o fenômeno do cangaço, um antropólogo com certeza poderá fazer uma análise da vida nordestina, um jurista terá em mãos um caso em que o direito foi mal aplicado, um sociólogo analisará o determinismo. Enfim, uma obra de qualidade, perfeita para presentear inúmeros públicos, que, após terminarem a leitura, provavelmente ficarão tão encantados pelo tema quanto eu.

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

Grupo: Ofício das Espingardas

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MÃES.

Por Arimathea Barbosa

Extensão do amor divino
Oráculo de luz e saber
As mãos sempre estendidas
Coração que ama e crê
Mulheres guerreiras e corajosas
Pelo Filhos tem o poder

São únicas em sua essência
Na criação na há igual
Delas advém a vida
De maneira divinal
O amor se fecundou nelas
Num espírito maternal

Missão nobre e Santa
As mães foi outorgada
Oferecem tudo de si
Mesmo que não recebam nada
O carinho de seus filhos
Pra elas já é grande paga

O Deus sábio e amoroso
Se utilizou dessas criaturas
Para cuidar de seus filhos
Com mais casta ternura
Missão que nem aos anjos confiou
Somente as filhas da candura

Cristo teve sua mãezinha
E nos deu uma também
Graças aos Céus por essa graça
Que traduz amor e bem
Posso não possuir nada
Mas Jesus e mamãe me querem bem.

Feliz dia das Mães❤💛💚💙💜

Arimathea Barbosa

Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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