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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O CANTO DA ACAUÃ, A SECA NO SERTÃO

Por: Jair Eloi de Souza

No sertão antigo, quando se ouvia o canto triste e sinistro da acauã, empoleirada num velho angico desfolhado,  no baixio de Joaquim de Anália, caminho da Cachoeirinha, a um passo de ema do fechado da  honrada Tia Baé, batia o desespero. Grassava a década de l950, e já se vivia as tardes em que setembro tinha recebido a primavera, onde decenários ipês amarelos faziam o destaque com sua floração.

Acauã - http://www.piracuruca.com

O Juazeiro, naquele sequidão e mundaréu esquisito, buscava as últimas reservas d`água que recebera na quadra chuvosa passada, e num esforço incontido dava início a rebrota e sua estação das flores.

Padre Cícero Romão Batista

 O sertanejo temente a Deus, e mais ainda, ao Padre Cícero Romão, punha as mãos para o céu, e começava seu rogatório. Esperava alguma notícia das terras do Piauí. Mas, apenas Chuvas de manga, escassas, de trecho minguado, eram os informes dos tangerinos, que se penitenciavam conduzindo gado comprado, pelos fazendeiros do Seridó poente, uma prática comercial e aquisitiva em razão do baixo preço, e da necessidade de repor os rebanhos desfalcados pelas vendas para o mercado do Recife, destacando-se nesse ofício o serranegrense Artéfio Bezerra da Cunha. 
                                   
Naquela estação, finzinho do ano de l957, a gadaria consumia o pasto seco, e tinha um baita refrigério nas capoeiras de algodão, colhendo a crueira, a catemba e a própria rama, quando situadas nas terras de baixio massapesadas. Chegam as festas de fim de ano, raros são os casamentos, pois, não havia certeza de inverno na próxima quadra. Rompe dezembro, mas as chuvas não aparecem no semi-árido nordestino. No Piauí, apenas chove no sul, beiral com o Estado de Goiás então, hoje Tocantins, região do Vale do Gurguéia, um dos maiores lençóis freáticos (subterrâneos) do mundo.

Convém ilustrar que a configuração do inverno nas terras do sertão em todo o semi-árido nordestino, obedece a uma simetria cronológica. Primeiro, as pancadas de chuvas no Piauí, com início na última lua do mês de  outubro, se consolidando a estação do plantio por todo período novembrino, para atingir os Cariris novos e o Araripe no Ceará, por ocasião das festas de fim de ano. Daí seguindo janeiro com chuvas já em solo potiguar quando bate as portas com ventanias chuvosas no auto-oeste, depois médio oeste, Seridó, trairy-agreste e por fim atinge a pancada do mar na silhueta canavieira. Em síntese esse é o caminho das chuvas no solo nordestino.
                                    
No início de l958, um velho manco, gangorrando em seu andar arrastado, trajando uma lordeza inimitável, roupa de linho “S”-120, branca, sapato em verniz marrom, chapéu de massa marca prado,  contrastava com as notícias que trazia na sua almanaque para aquele ano. Não havia mistério, o canto sutil, compassado, da velha acauã, vaticinava seca recrudescida nos sertões do Seridó. Era esse escriba, ainda um infante, seis primaveras completadas no abril, que não foi chuvoso. A estação da oralidade se concentrava na casa de Chico Lixeiro, canzenza legítimo, com direito a café coado na hora pela generosa Nazinha, um primor de bondade. Os habituês daquela rica estação de conversas eram: Themístocles Cavalcanti, meu padrinho, o mais jocoso, também pudera, tinha como mestre seu parceiro da faina pastoril o dono da casa, pois, eram unha e carne, inseparáveis. Artur Ambrósio, viúvo, paleador de primeira, lordeza sobrava. Sabino de Chico Raimundo, e o mais irreverente e de tutano reflexivo, Chico Eloi, uma enciclopédia ambulante, o tutor intelectual desse signatário, resina do mais puro sabor da sabedoria popular, meu avô paterno.
                                     
Naqueles tempos, a iluminação era gerada por motor a diesel, oito e meia da noite, dava o sinal, nove horas apagava. As noites eram escuras, uma negritude de quixaba madura. O céu um santuário de estrelas candentes, onde se destacava o planeta mercúrio, voraz no seu reinado, para com o Nordeste. Segundo a crendice popular, proibia São Pedro de mandar chuva para o cinzento e não deixava que a mãe de Deus baixasse a mão, trazendo chuvas para o sertanejo.

São Pedro - infoescola.com

Estamos na hora vesperal da nossa quadra chuvosa, no semi-árido nordestino. Os sinais são de possibilidade mediana. O fenômeno la nina (baixa temperatura nas águas do Pacífico), permanece. Inibe o nosso maior inimigo o El ninõ, (temperaturas altas no Pacífico) que não permite a formação de chuvas (nimbos: cúmulos-nimbos – nuvens densas e cinzentas), que ofertam chuvas a qualquer hora. É uma mazela a menos para o criador. No entanto, esperemos que a água do Oceano atlântico, saia da sua friagem, se aqueça, e passe a consolidar a formação de nuvens carregadas, ajude na manifestação da Zona de Convergência, acima da Linha do equador, para que tenhamos um refrigério de inverno.

Graúna - otempovida.blogspot.com

Tiro notícia da Chã da Graúna, o meu feudo na Borborema potiguar, que a Acauã está silente, seu canto sutil, compassado não está sendo ouvido.

Para uns, isso significa uma mudez em melancolia, a estiagem longa, a faz refém de dissipar o tempo limpando sua penugem empoeirada. Para outros, ante à rebrota e floração exuberante dos juazeiros, o que é uma evidência nas terras do Sertão, cria nesta ave e no seu caráter de maior expectador da cena sertaneja, uma leitura instintiva de que sua penugem gasta será lavada em breve, com as chuvas redentoras, para amenizar o longo penar das gentes e dos inocentes animais neste torrão nordestino.

A lua está em crescente, quem sabe se não temos novidade na lua cheia que se avizinha, com chuvas nas festas natalinas?

*É Professor de Direito da UFRN.

Jair Eloi de Souza

Do blog: Jarles Cavalcanti

http://www.jarlescavalcanti.com

De João para Luiz, O Rei do Baião

Por: João de Sousa Lima

Cem anos se passaram, chegou o dia 13 de dezembro de 2012, nesse dia, se vivo, o cantor Luiz Gonzaga completaria cem anos de idade. Durante todo o ano de 2012 o Brasil se mobilizou em torno da figura e da grandiosidade do Rei do Baião. Trabalhos escolares, grupos teatrais, culturais e musicais, cantores repentistas, xilógrafos, escritores e radialistas homenagearam o cantor. Em universidades, teses, trabalhos de graduação e trabalhos de conclusão de cursos, tiveram por tema o artista e sua arte. Vários projetos foram finalizados enaltecendo Luiz Gonzaga. O Rei do Baião representa para o nordeste brasileiro a valorização dos nossos costumes, das nossas tradições, das nossas raízes culturais, artísticas e históricas.  A cidade de Paulo Afonso teve o privilégio de sediar vários shows de Luiz Gonzaga; Aqui ele cantou, encantou, fez amigos, foi querido e amado, recebeu titulo de cidadão Pauloafonsino, cantou em troca de alimentos para ajudar os sertanejos que enfrentavam a terrível seca de 1983. Aqui ele foi fotografado, cortejado, adorado, acolhido, venerado. 

A música Paulo Afonso foi a maior prova de amor entre a cidade e o artista. Quando em 1989 o cantor faleceu, a cidade em peso chorou, hastearam a meio mastro suas bandeiras em luto; Referencias e comoções tomaram conta da cidade.  Agora, em seu centenário, realizamos algumas homenagens ao Rei do Baião. Eu escrevi um livro narrando a passagem de Luiz em nossa cidade, resgatando imagens e histórias acontecidas com nosso povo. Sebastião Carvalho que foi a pessoa encarregada pela loja Maçônica São Francisco para fazer o contato convidando Luis Gonzaga para fazer o show beneficente em 1983 prestou sua homenagem ao velho amigo e em seu Haras Estrada da Vida, colocou dezessete sanfoneiros tocando músicas do Rei do Baião. O evento que comportou cento e trinta convidados foi embalado pelo autêntico forró, regado a emoção e a lembrança do inesquecível cantor.

João de Sousa Lima, Waldonys e Sebastião

No dia 13 de dezembro, nesse dia, Eu, Sebastião e Carlos Galindo acordamos com o raiar do sol e seguimos para os festejos em Exú, Pernambuco, lugar onde nasceu Luiz Gonzaga. Cruzamos Petrolândia, Floresta, Salgueiro, Bodocó e chegamos à terra do Rei do Baião. Uma multidão aglomerava-se no Parque Aza Branca e no centro da cidade. Na entrada do parque o cantor Alcimar Monteiro gravava programa para um canal de televisão. Mais na frente encontramos o comediante e maior imitador de Luiz Gonzaga, João Cláudio Moreno. Fizemos algumas fotografias com João e com ele nos dirigimos ao mausoléu do Rei do Baião. Dentro do mausoléu João Cláudio entrou em profundo silêncio, encostou a cabeça no mármore frio da lápide e em oração se emocionou e chorou. Eu e Sebastião ficamos de longe olhando a cena e depois deixamos João Cláudio em seu momento intimo. À tarde, várias autoridades civis e militares chegaram ao parque onde aguardavam o governador Eduardo Campos. Uma orquestra militar tocava músicas do Gonzagão. Entre as autoridades destacava-se Joquinha Gonzaga, sanfoneiro e sobrinho de Luiz Gonzaga. Quando começou o protocolo Joquinha Gonzaga foi agraciado com a comenda de Cidadão Pernambucano, recebendo o Titulo das mãos do governador Eduardo Campos. Depois o governador inaugurou uma estátua dourada de Luiz Gonzaga em frente ao Museu.

Com o cair da noite, lateral ao palco principal surgiu um cinema ao ar livre. Nas cadeiras lotadas ouvimos um discurso emocionado e emocionante do governador que tão justo falou da importância de Luiz Gonzaga para a cultura do Brasil. A casa da moeda do Brasil lançou a medalha em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga nas versões ouro, para e bronze. Consegui para meu acervo a versão em bronze e Sebastião Carvalho adquiriu as versões em prata e bronze. Em público o governador quebrou as cunhas das moedas. Os correios lançaram um selo em homenagem aos cem anos de Luiz Gonzaga. Mesa das autoridades desfeita começou a obra de arte do cineasta Breno Silveira: Gonzaga, de pai para filho. O filme traça um perfil das turbulências afetivas entre Gonzagão e Gonzaguinha, sem perder a ternura jamais. A película é de uma emoção pouco vista nas telas brasileiras, um verdadeiro retrato do que se passa no mais profundo sertão, sentido nos corações de dois grandiosos artistas ligados por uma áurea divina.

Depois do filme ouvimos o show de João Silva, um dos parceiros de Luiz Gonzaga. Algumas músicas mais e fomos procurar um local para descansarmos do dia estafante. Percorremos os quilômetros que separam Exú do Crato, pois em Exú os hotéis e pousadas estavam lotados. No Crato ficamos no hotel pasárgada, de onde saímos cedo, depois de um fato café matinal. Visitamos o Horto e o Museu do Padre Cícero Romão Batista. Muito próximo a estátua do padre Cícero cruzava em vôos rasantes um avião azul, depois ficamos sabendo pelo próprio piloto, o sanfoneiro Waldonys, que ele tinha ido lá, em suas acrobacias, tomar benção ao famoso Padre.

João de Sousa Lima e Joquinha Gonzaga

Retornamos a Exú e ainda cedo, na antiga residência de Luiz Gonzaga, vimos uma aglomeração e seguimos até lá; Na entrada da casa estava exposto um veraneio verde que pertenceu a Luiz Gonzaga. Dentro da casa pessoas fechavam um circulo ao redor de uma pessoa. Entrei com Sebastião e descobrimos que no meio daquela gente toda estava o Mestre Dominguinhos. Velhos e crianças cercavam o herdeiro musical do Velho “Lua”. Dominguinhos sorridente e ao mesmo tempo visivelmente abatido atendia todos com a simpatia que sempre dedicou a seus fãs e que fez parte de sua carreira artística. Com Dominguinhos estava Paulo Wanderley, um amigo que fiz em Fortaleza quando realizava palestra sobre o cangaço para o festival de Cinema daquela capital. Tiramos algumas fotos ao lado de Dominguinhos e seguimos a casa de Joquinha Gonzaga. Na casa de Joquinha deixamos alguns presentes com ele e seguimos para o lugar onde nasceu Luiz Gonzaga. Na antiga residência onde morou Januário, pai do rei do Baião, podemos degustar um carneiro na brasa e conhecermos o dono do restaurante, o senhor Junior. Junior nos levou para vermos o local do nascimento de Luiz Gonzaga. Fotografamos o lugar e seguimos até a  casa  da heroína Bárbara de Alencar. Da casa de Barbara fomos até a outra casa onde Luiz Gonzaga morou e que fica vizinha a casa do Barão de Exú. Na casa do Barão encontramos seu trineto Francisco, que muito educadamente se deixou ser fotografado com sua mãe e nos proporcionou a oportunidade de visitar os cômodos da antiga mansão que ainda mantêm móveis e utensílios de época. No pátio na frente do casarão situa-se a majestosa igreja que também foi construída pelo Barão. Lateral a igreja uma roda de sanfoneiros chamou nossa atenção. O sanfoneiro Amazan gravava o programa “Sala de Reboco” e desfrutamos de uma tarde memorável ouvindo Targino Gondim, Robertinho do Acordeom, Erivaldo de Carira e Joquinha Gonzaga.

Muitas músicas depois e chegou a hora de retornarmos. Carro na estrada e nas lembranças uma Asa Branca clareando os pensamentos; No coração a satisfação de ter ido lá, de ter prestado essa ho0menagem ao inesquecível Luiz Gonzaga e de ter participado desse momento histórico. Nas terras do Rei do Baião vivi emoções, senti pulsar nas veias o sangue nordestino dos homens invencíveis que se quebrantam na musicalidade e no aboio do vaqueiro, na canção que ecoa daquela sanfona branca que eternizou a bandeira em canto que influencia gerações e se torna marco indestrutível nas estradas cravadas com a arte de Luiz Gonzaga. Pela maestria de Luiz o transformamos no “Embaixador do Nordeste”, cujo canto é paz, é vida, alegria e emoção. Na felicidade de ter vivido tudo isso, deixei minhas preces em cada canto desses cantos que passei e que foram motivos de inspirações que saíram em forma de músicas nos acordes das teclas daquela sanfona branca e que hoje vaga no imaginário de uma nação que derrama em prantos a saudade deixada por Luiz Gonzaga do Nascimento, o eterno Rei do Baião.

João de Sousa Lima
Paulo Afonso, Bahia, 
Madrugada do dia 15 de dezembro de 2012.
www.joaodesousalimablogspot.com.br

http://cariricangaco.blogspot.com

Casal de professores de Jardim de Piranhas visita a viúva do cangaceiro Asa Branca

Por: José Mendes Pereira
Maria Inês Lopes de Araújo, Francisca da Silva Tavares e Francisco Borges de Araújo

O casal de professores da cidade de Jardim de Piranhas, Francisco Borges  de Araújo e sua esposa Maria Inês Lopes de Araújo, no dia 24 de Dezembro de 2012, fizeram uma visita à viúva do ex-cangaceiro Asa Branca e visitaram o seu túmulo, e o túmulo  do cangaceiro Jararaca, ambos sepultados no Cemitério São Sebastião - na cidade de Mossoró. O cangaceiro Asa Branca faleceu no ano de 1981, morte natural, e seus restos mortais estão guardados em um túmulo que fica aos fundos do túmulo do Jararaca.

  

A professora Maria Inês Lopes de Araújo, Francisca da Silva Tavares, a viúva do cangaceiro Asa Branca e o professor Francisco Borges de Araújo.


O professor e pesquisador do cangaço Francisco Borges de Araújo  ao lado do túmulo de Antonio Luiz Tavares - o cangaceiro Asa Branca.


Professor Francisco Borges de Araújo no túmulo do cangaceiro Asa Branca.


À esquerda foto de Antonio Luiz Tavares - o cangaceiro Asa Branca. O que está centralizado é Francisco da Silva Tavares, filho do cangaceiro e foi assassinado aos 24 anos, morte feita por seu primo. Mas posteriormente o assassino foi assassinado. O motivo, coisas banais. 

Segundo dona Francisca da Silva Tavares a senhora que aparece ao lado direito é uma parenta do cangaceiro. O cangaceiro Asa Branca era natural do município de Cajazeiras do Rio do Peixe, no Estado da Paraíba.


O professor Francisco Borges de Araújo ao lado do túmulo de José Leite de Santana - o cangaceiro Jararaca. Este cangaceiro foi covardemente assassinado pelos policiais de Mossoró, cinco dias após a tentativa de invasão feita pelo cangaceiro Lampião. Ele era natural de Buíque, no Estado de Pernambuco. 


Professor Francisco Borges de Araújo ao lado do túmulo de José Leite de Santana - o cangaceiro Jararaca. Este nasceu em Buíque - no Estado de Pernambuco. 


Foto do prefeito Rodolfo Fernandes e seus familiares. Apesar de ter sido o idealizador de não se render a Lampião, Rodolfo Fernandes não era Mossoroense. Era filho natural de Porta Alegre-Rn.


O professor Francisco Borges de Araújo encostado ao túmulo do ex-prefeito de Mossoró - Rodolfo Fernandes de Oliveira.


O professor Francisco Borges de Araújo dentro da Capela de São Sebastião - no Cemitério São Sebastião em Mossoró-Rn.


O casal de professores ao lado do túmulo de Antonio Lázaro Fernandes, conhecido por Júnior, fora cunhado da professora Inês. Esta foto foi feita no dia 24 de Dezembro de 2012 - no Cemitério São Sebastião - em Mossoró-Rn.


Maria Inês Lopes de Araújo dentro da Capela de São Sebastião. As duas fotos que aparecem são os padres: Padre Guido e Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, ambos faleceram em 2009. O padre Quido era pároco da Igreja de São José, e o Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti era da Catedral de Santa Luzia, e diretor das três emissoras de rádio: Rádio Rural de Natal, Rádio Rural de Caicó e Rádio Rural de Mossoró.


A professora Maria Inês Lopes de Araújo dentro da Capela de São Sebastião em Mossoró.


O casal de professores Francisco Borges de Araújo e Inês Lopes de Araújo no memorial dos cangaceiros em Mossoró-Rn.


O casal de professores no memorial dos cangaceiros na cidade Mossoró-Rn.

Todas as  fotos foram feitas por Anthony D'Karlos Mendes, no dia 24 de Dezembro de 2012, no Memorial de Lampião - na cidade de Mossoró-Rn.

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Nísia Floresta - Uma homenagem literária à Vila de Papary - REGIÃO AGRESTE


A pesca sempre farta dentro das lagoas e as terras de boa qualidade para o plantio de várias lavouras serviram de impulso para o progresso econômico do povoado, que até hoje se mantém baseado na agricultura, na pecuária, na pesca e também na força turística de suas praias e lagoas.

Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde 1607, foram os índios Tupis. O Nome Papary originou-se de uma lagoa de pesca abundante, existente no território, ao lado das lagoas Guaraíras e Papeba.

No livro “Nomes da Terra”, Luís da Câmara Cascudo escreve: “Selvagens que ali demoravam, ignorantes de meios de armadilhas de pescar, organizavam pequenas balsas de madeira, amarradas em cipós; punham sobre elas ramos de cajueiros e então, aparelhados, vadeavam a lagoa e agitando com as varas, provocavam o salto do peixe ‘pari’ que caía entre os ramos sobre as balsas, fendo desse modo os indígenas as suas pescarias, que quer dizer ‘salto de peixe’. Com a fusão das línguas tupi e portuguesa, o nome modificou para o Papary, com o qual foram denominada a Lagoa e a Vila”.

Em 1703, já com a presença portuguesa, o povoado começou a erguer a igreja de Nossa Senhora do Ó, concluída somente 52 anos depois, em 1755. Foi pela Lei Provincial que o povoado desmembrou-se de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Imperial de Papary. A atual denominação Nísia Floresta foi dada pelo Decreto-lei, em de 23 de dezembro de 1948, em homenagem à sua mais ilustre filha, a escritora Nísia Floresta.

O município de Nísia Floresta está localizado na Região Litoral Agreste do Estado, a 43 quilômetros, onde residem cerca de 20 mil pessoas. Nísia Floresta conta com a beleza da praia de Búzios, Pirangi do Sul, Barra de Tabatinga, Barreta e Camurupim.

Ainda há o encantamento das lagoas Boágua, Carnaúba, Carcará, Redonda, Bomfim e Ferreira. A gastronomia da cidade oferece o famoso camarão da região, prato predileto na culinária potiguar.


O Gigante Baobá - Um dos maiores do Brasil, com um tronco de quatro metros de diâmetros, 13 metros de circunferência e uma copa de aproximadamente 19 metros de altura, plantada em 1877 por Manuel de Moura Júnior e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, no ano de 1965. O baobá, mundialmente conhecido pelo livro “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Saint Exupéry, é uma árvore natural do continente africano e virou um dos ícones de Nísia Floresta.


Estação de Papary -Edificada em 1881 pelos ingleses da companhia Great Western. Feita em estilo neoclássico, com arcos em estilo gótico, ela foi tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual do Meio Ambiente, em dezembro de 1984. Atualmente, abriga o restaurante Marinas Camarões.


Igreja de Nossa Senhora do Ó - Erguida pelos portugueses em estilo barro, a Igreja foi concluída em 1755. Num altar folheado a ouro se destacam duas imagens bem antigas, vindas de Portugal: São Benedito e a padroeira Nossa Senhora do Ó.


Igreja de Nossa Senhora do Ó - Erguida pelos portugueses em estilo barro, a Igreja foi concluída em 1755. Num altar folheado a ouro se destacam duas imagens bem antigas, vindas de Portugal: São Benedito e a padroeira Nossa Senhora do Ó.


Quem foi Nísia Floresta?

Ela nasceu em Papary, mais precisamente no Sítio Floresta em 1810. Filha de uma das mais importantes famílias da região, Dionísia Gonçalves Pinto, seu nome de batismo, entrou para história como uma escritora que teve coragem de pensar e defender suas idéias, consideradas revolucionárias pela sociedade conservadora da época. Ela entrou para o mundo literário com um pseudônimo que se tornou internacionalmente conhecido, o de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A escritora de Papary tornou-se famosa, sendo admirada por muitos e questionada por outros tantos. Era tida como extraordinária, notável, ao mesmo tempo em que era considerada mestiça e indecorosa.


Nísia Floresta no Cinema

A produtora cultural Izabela Camilo, depois de pesquisar durante mais de dez anos sobre a vida e obra de Nísia Floresta, pretende contar essa história através das telas de cinema. A pesquisadora convidou a atriz Lucélia Santos para a direção do filme, que antes seria dirigido por Luiz Carlos Lacerda, o mesmo diretor de “For All, Trampolim da Vitória”. De acordo com Izabela Camilo, parte das tomadas no Rio de Janeiro também servirá para ambientar o período em que Nísia passou em Paris, lugar onde a poetiza potiguar teve um contato estreito com o escritor Auguste Comte, o pai do positivismo. Segundo Izabela, a idéia de lançar o filme, cujo título é “Nísia Floresta, a Brasileira Augusta”, partiu do pressuposto de que poucas pessoas no Brasil, e no próprio Estado do Rio Grande do Norte, conheçam esse ícone feminino da cultura. “Tudo pelo qual ela lutou, ao longo de sua vida, foi e continua sendo atual”, afirmou.


O município é um grande produtor de camarão. Água de boa qualidade garante o cultivo da carcinocultura.


Lagoa do Carcará, uma das várias lagoas de Nízia Floriesta.


Lazer e descanso na Lagoa do Carcará, atraindo turistas de todo o Brasil.


Vista parcial da cidade de Nísia Floresta, guardando uma atmosfera interiorana.


Detalhes da fachada do cemitério público.


Casarão colonial guardando histórias de Nísia Floresta.


Estação de trem Papary transformou-se num restaurante aconchegante, onde serve comidas típicas e o melhor camarão da região.

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Apresento-lhes O Silêncio de Deus em e-book.


Autor: José Carlos Mendes Brandão

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25 de dezembro de 1929, no “Diario Oficial do Estado da Bahia”

Por: Rubens Antonio
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SECRETARIA DA POLICIA

Portaria

O Secretario da Policia e Segurança Publica, no uso de suas attribuições, tendo em vista o art. 11 da Lei n.1897, de 2 de agosto de 1926, resolve designar o bacharel em direito João Mendes da Costa Filho, delegado de policia do termo séde da comarca de Maragogipe, para em commissão proceder o inquerito de referencia aos crimes commetidos na Villa de Queimadas, da comarca do Bomfim, por 

Lampião e o cangaceiro Juriti

Virgolino Ferreira da Silva, vulgo “Lampeão” e outros, para onde deverá se transportar, afim de apurar as responsabilidades dos seus auctores e bem assim, de quantos prestaram auxilios para a practica desses crimes.

Secretaria da Policia e Segurança Publica, em 24 de Dezembro de 1929
Bernardino Madureira de Pinho

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio

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