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terça-feira, 22 de outubro de 2019

COISAS DO SERTÃO: CARNE DE SOL

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de outubro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.201

(FOTO: PILÃO BAR E RESTAURANTE).
Carne de sol é um alimento saboroso, típico e tradicional do sertão nordestino. A carne é ligeiramente salgada e posta ao Sol em jiraus ou em varais por certo tempo. A parte externa é desidratada e a parte interior permanece úmida e macia. Algumas pessoas usam apenas a ventilação e outras o sereno (carne de vento ou carne serenada). Não confundir a carne de sol com a carne-seca e o charque. Esses processos usam mais o sal e outros procedimentos. Aliás, o charque também é nordestino, mas no Sul do Brasil encontrou melhores condições para o fabrico. Muitos fabricantes, por comodismo, dispensam o Sol e curtem a carne na geladeira, manha aprendida também pela dona de casa. A maciez, o sabor e o cheiro são inigualáveis, cativando turistas do Brasil inteiro.
Em tempos passados a carne de sol recebia esse processo em lugares chamados “salgadeiras”. Mas o consumidor ao chegar a casa, colocava a carne no jirau ou varal sob o Sol, com muito cuidado diante da aproximação de urubus, gaviões e carcarás. Em Santana do Ipanema mesmo, havia a conhecida Salgadeira de Otávio Magro, na Rua Antônio Tavares, cujas mantas de carne eram acomodadas em cochos enormes de madeira. Outras eram expostas penduradas em ganchos de ferro. Uma vez em casa, manta colocada no varal, cabo de vassoura à mão e olhar constante na amplidão azul. A marcha do tempo sempre favoreceu a carne de sol, servida atualmente do sertão ao litoral dos estados nordestinos. Naturalmente a verdadeira carne de sol tem valor esticado para cima.
E se a carne de sol perdeu seus hifens com a Nova Ortografia, mas não perdeu o sabor e a procura. Lembramo-nos da insuperável carne de sol da antiga pousada e restaurante “O Califa”, na progressista cidade de Arapiraca. Em Maceió era o Restaurante Carne Assada – localizado por trás do Teatro Deodoro – que fazia sucesso com esse prato sertanejo.
Feijão de corda com carne de sol e manteiga de garrafa, hummm...
Pedacitos de carne de sol em cima do cuscuz com leite... Amém, amém.
Orgulho sertanejo nordestino, VEI.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2019/10/coisas-do-sertao-carne-de-sol.html

FLORES EM VIDA


*Rangel Alves da Costa


As flores têm o poder de encantar, de aproximar os relacionamentos, de dizer além da palavra. Não há olhar que não se encante nem sentimento que não se enobreça ante um buquê florido.
Mas as flores precisam ser ofertadas em vida. As flores precisam ser recebidas por aqueles que as merecem. Rosas, jasmins, violetas, gerânios, girassóis, hortênsias, alecrins, todas as flores, mas sempre em vida.
Não torne o amor sentido em guirlanda de último adeus. Não transforme a afeição sentida num buquê de saudades. As flores são para a vida, para o instante, para o brilho no olhar e o perfume da alma.
Contudo, não apenas as flores dos jardins, das floricultoras, dos caqueiros, das praças ou dos campos floridos devem servir como buquês de reconhecimento e veneração. Nem sempre as flores exóticas ou raras possuem mais valor sentimental que uma florzinha nascida miúda debaixo de uma janela.
O perfume da flor precisa ser sentido com outro olfato. Igualmente perfumam, aromatizam e encantam as flores das palavras, dos gestos, das atitudes. Há um arco-íris florido em cada gesto que provoca uma sensação de beleza e contentamento no outro ser.
Flores da amizade sincera, flores da palavra amiga, flores do aconselhamento bom, flores do abraço, flores do conforto, flores do carinho e da presença em momentos difíceis. Tais são as flores que merecem ser cultivadas e doadas em vida. Em teu lábio há um jardim, então diga uma bela palavra.
Em teus braços há um abraço tão florido quanto uma rosa vermelha e perfumada. Em teu afeto, em teu dengo e cafuné, há um jardim inteiro de pétalas vivas. Estenda a mão e doe flores.
Aja como se no teu gesto estivesse um belo buquê. Não precisa dizer quais as flores que leva. O perfume é sentido e absorvido por aquele que reconhece o valor de um lírio do campo chegado na simples presença.
E uma primavera inteira se abrirá em mil cores de amor, de respeito, de amizade. Em vida, na vida e para a vida, as flores permanecem sempre belas e perfumadas bem dentro do coração.

Eis que do jardim
chegou-me uma fragrância
e em tão belo florido
que logo imaginei
ser a mais bela flor
brotada na primavera
mas não
era apenas ela
ela que chegava bela
e num abraço
deu-me um buquê de amor.

As flores do amor. As flores do amar, da presença, do carinho e do afeto. E tudo tão perfumado como uma primavera chegada no olhar, na voz, no abraço e no coração.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

AUGUSTO SANTA CRUZ UM CANGACEIRO DOUTOR

Por: Pedro Nunes Filho


Pedro Nunes Filho
Um dia, Antônio Silvino, vendo sua fama declinar, queixou-se enciumado: ”De uns tempos desses para cá, só se quer saber de cangaceiro-doutor!

Referia-se ao Dr. Augusto de Santa Cruz Oliveira, graduado pela Faculdade de Direito do Recife, em 1895. Moço, esquentado e imbuído dos ideais libertários da Casa de Tobias, foi nomeado promotor público em Alagoa do Monteiro, sua terra natal. Naquele tempo, existia a politicagem togada. Juízes e promotores podiam envolver-se em política e até disputar eleições majoritárias. Numa dessas disputas calorosas, Augusto se indispõe com seu opositor, juiz José Neves, de quem descende a clã dos Neves, que até hoje matém tradição de honradez e dignidade na vida privada e no mundo jurídico do Recife.


Fonte: Tok de historia "Rostand"
Augusto (foto a esquerda) não demora também a discordar da oligarquia que dominava a Paraíba do Norte, rompendo com o presidente da província, João Lopes Machado. Sentindo-se com suas prerrogativas políticas abolidas e com o direito de defesa cerceado, recruta 120 cabras dos porões do cangaço e, no dia 6 de maio de 1911, invade a cidade de Monteiro, quebra a cadeia pública, solta um protegido seu e os demais presos que se incorporam ao grupo armado. Em seguida, encarcera o destacamento de polícia local, pego de surpresa ainda dormindo, numa madrugada-manhã invernosa e fria.

Depois, os revoltosos avançam contra a cidade, vencem a resistência armada que lhe fizeram as autoridades auxiliadas por alguns cidadãos desafetos do chefe. No final da tarde, a cidade resta dominada e presos o prefeito Pedro Bezerra, o promotor público José Inojosa Varejão, capitão Albino, major Basílio e capitão Victor Antunes, pai do ilustre professor internacionalista da Faculdade de Direito do Recife, Mário Pessoa. No tiroteio, morreram algumas pessoas e, em pavorosa, a população da cidade evade-se, deixando suas casas comerciais e residências abandonadas.Sem condições de resgatar os reféns, o governador João Machado pede ajuda ao governador de Pernambuco, Herculano Bandeira.

Corria o ano de 1911 e confrontavam-se em acirrada disputa pelo governo de Pernambuco, o prestigiado político, comendador Rosa e Silva, e o general Dantas Barreto, herói da Guerra do Paraguai. Em sua mocidade, antes de ir para a guerra, Dantas Barreto havia morado em Monteiro, onde exercia a profissão de relojoeiro e fez amizade com a família Santa Cruz. Por esta razão, o general resolve dar apoio ao bacharel revoltoso. Temendo que durante a disputa política Dantas Barreto pudesse se socorrer do braço armado das hostes guerreiras do paraibano rebelado, o governador de Pernambuco, que era rosista, autorizou um batalhão de 240 praças e 10 oficiais, sob o comando do Major Alfredo Duarte, invadir a Paraíba, munidos de 40 mil cartuchos mauser para guerrear o bacharel-cangaceiro, como o chamavam seus inimigos.


Ao contingente de Pernambuco, somaram-se 120 homens da polícia paraibana. No dia 27 de maio de 1911, um século atrás, atacam a Fazenda Areal, onde o bacharel estava aquartelado e mantinha os reféns prisioneiros. O combate dura uma manhã inteira. Não conseguindo resistir, Dr. Augusto bate em retirada e vai se refugiar no Juazeiro, levando consigo os prisioneiros. Ao longo da fatigante trajetória de muitos dias, vai libertando os reféns um por um, pois não ficaria bem chegar com prisioneiros no reduto sagrado. Na condição de perseguido político, entra no Juazeiro e é recebido pelo padre Cícero que o acolhe, desarma seus homens e arranja-lhes trabalho digno. Naquele mês de junho, o Juazeiro estava em pé de guerra com o Crato, lutando por sua independência e o padre precisava mostrar-se forte.

Homens do Cangaceiro Doutor
O patriarca tenta pacificar a Paraíba e não consegue. O conflito se estende até o ano seguinte e é chamado Guerra de 12. Frustrada em seu intento de resgatar os reféns, antes de deixar o palco da luta, a polícia destrói e queima a fazenda Areal e mais algumas propriedades de familiares do bacharel Santa Cruz.Em 1912, o Dr. Augusto retorna à Paraíba e se junta com o médico-fazendeiro Franklin Dantas, pai de João Dantas. Igualmente insatisfeitos com o desprestígio político que suas famílias estavam sofrendo, os dois doutores formam um exército de 500 homens e saem invadindo as principais cidades do sertão paraibano, com o propósito de depor o governador João Machado. Não conseguindo o intento desejado, Augusto refugia-se em Pernambuco, sob a proteção de Dantas Barreto que havia assumido o governo do Estado. Alguns anos depois, é nomeado Juiz de |Direito de Afogados da Ingazeira. Correto, exemplar e temido por sua história de vida, fez justiça e impôs respeito nas comarcas por onde passou. Morreu na comarca de Limoeiro em 1944. Esse fato histórico está minuciosamente descrito no livro Gurreiro Togado, do autor desta coluna.
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Pedro Nunes Filho é advogado tributarista e escritor, sendo o livro Guerreiro Togado a sua obra de mais destaque.
Contato: pnunesfilho@yahoo.com.br
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MEMÓRIAS SANGRADAS POR:RICARDO BELIEL




"...Corisco era pássaro livre. Não tinha nascido para viver na gaiola. Via com desconfiança a oferta de anistia aos cangaceiros desertores, anunciada pelo bonachão Vargas lá do distante Rio de Janeiro. Na companhia de Dadá e seu grupo de cerca de dez bandoleiros seguiu se acoitando por meses nas caatingas inóspitas do interior baiano. Em um tiroteio na Lagoa do Mel o Diabo Louro teve os dois braços destroçados por balaços, perdendo-os para a serventia na luta, e só conseguiu sobreviver com o apoio de Dadá, que apanhou seu fuzil e lhe deu cobertura atirando contra os macacos. Quando acabaram as balas atacou-os com pedras e fúria.

Certa vez, Dadá preocupada com as "persigas" constantes, as duras condições de sobrevivência no isolamento do sertão e a redução do bando perguntou a Corisco se ele andava pensando em se entregar. O destemido guerrilheiro matutou, demorou a responder e quando tentou justificar a demora no aparte, Dadá, revoltada, fuzilou o marido: "então, tome aqui minha roupa e me dê a sua, que isso não é proceder de homem!" 

Trecho de Memórias Sangradas
Por:Ricardo Beliel e com a parceria de Luciana Nabuco


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A CANGACEIRA LÍDIA, O TEMPO E JULIANA POR MANOEL BELARMINO

Manoel Severo, João de Sousa Lima e Manoel Belarmino

Postei, recentemente, no Facebook um texto intitulado "Cangaceira Lídia: Amor, Traição, Valentia e Morte". O texto era sobre Lídia, a cangaceira companheira de Zé Baiano, que foi morta e enterrada pelo seu companheiro, acusada de traição, no riacho do Quartavo, na Fazenda Paus Pretos, em Poço Redondo.

Lídia, segundo os pesquisadores e seus familiares, era uma mulher muito bonita, de uma beleza admirável. A mais linda cangaceira do bando de Lampião.

Francelina, irmã de Lídia
Lídia nunca foi fotografada, mas foi encontrada uma fotografia de sua irmã Francelina que, segundo seus familiares, é muito parecida com a cangaceira.
Depois de minha postagem ser publicada a senhora Luciana Lima, moradora da comunidade Salgadinho, em Paulo Afonso (BA), onde Lídia nasceu e morou, fez comentários e postou uma foto da jovem Juliana, neta da Francelina da foto, irmã de Lídia, que eu havia postado junto ao texto. Juliana, a bela moça da foto, é sobrinha-neta de Lídia.
Juliana, sobrinha neta de Lídia...
Se a Francelina da foto, irmã de Lídia, parece com a cangaceira, a bela jovem Juliana, sobrinha-neta de Lídia, também é parecida demais. O tempo passa, mas a herança histórica e fisionômica permanece entre Lídia e Juliana.
Manoel Belarmino, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-SE


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JOÃO DE SOUSA LIMA



Já percorri, tanto chão,
Nas correntes do vento seco, nas correntes de brisas frescas...
Já abracei forte, seres fracos,
já tive em meus braços, gente simples e Gentil,
Nos mais humildes dos abraços...
Não esqueci, nem o tempo que se foi...
Tenho recordações profundas, das conversas bem juntinha, nos casebres da história...
Humilde feito a reza
Dos anjos que nos protegem...
Te carregarei por toda vida, minhas eternas saudades...


Paulo Afonso
22/10/2019


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80 ANOS ANGICO PARTE 3



A prisão dos coiteiros e a cachaça. Terceira parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico.

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REALIZADA A PRIMEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DO GECAPE


A primeira reunião ordinária do GECAPE - Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco, e sua 1a. Diretoria.

A foto oficial da reunião do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco -, realizada hoje de manhã na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, no Centro do Recife.Foi um produtivo e feliz encontro onde discutimos e decidimos vários assuntos referentes ao bom andamento de nosso grupo de estudo. 

  

Imagens do Presidente do GECAPE, Wasterland Ferreira e os demais membros do Grupo

Verluce Ferraz, Paulo Britto e Dantas Suassuna

GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco. "Traçando metas e seguindo em frente, estudando, difundindo e preservando nossa História"! A atual diretoria é composta por Wasterland Ferreira-Presidente; Itamar Baracho-Vice; Andrea Hunka-Secretária Geral e  Verluce Ferraz-Adjunta e Paulo Britto-Tesoureiro.

Wasterland Ferreira Leite.
Membro-efetivo da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, e eleito Presidente do GECAPE- Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco.



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COMO SE DISTORCE UMA HISTÓRIA


Por Sálvio Siqueira

Infelizmente vimos, mais uma vez, ter que trazer a público o que estão fazendo com a nossa história sobre o cangaço no discorrer do ciclo lampiônico.

Não basta mudar lugares, criar personagens, inverter fatos, colocar personagens onde não estavam e criar objetos para determinada personagem... Por aí seguem alguns, mas, têm que fazer, sempre, algo para chamar atenção sem importar que destrua, modifique ou distorça a veracidade dos fatos, tão somente por uma vaidade doentia ou um abuso que lhes facilitem uma arrecadação monetária.

Para a história é péssimo, pois nada ‘daquilo’ ou ‘disso’ fazem parte dela. No entanto ela continua lá, em seu pedestal simples, porém, alicerçado sobre três pilastras fortes e eternas. Não adianta querer modificá-la. Ela sempre se imporá as inverdades criadas em sua volta, principalmente enquanto existirem aqueles que compõem a Frente de Combate a Picaretagem no Estudo do Cangaço – FCPEC.

Não bastando vários autores, deliberadamente, contarem a sua ‘estória’, agora me saem com modificações sobre sua rica e intocável iconografia.

O registro fotográfico é um dos fatores mais importantes sobre qualquer uma das vias históricas que se pretenda estudar. Não importa o assunto ou tema, ela está ali, senhora de si e com a certeza de que parou o tempo e transporto-o para o futuro.

Usando-se de qualquer meio para que sua veracidade, idoneidade, fique comprometida, modificará sua realidade e o seu conteúdo histórico cai por terra. Fato.

Estão, erroneamente, fazendo um ‘tratamento’ em algumas imagens que registraram personagens em sua época, utilizando-se de um banco de imagem em determinado aplicativo. Para melhor entender-se, a polícia investigadora usa desse tipo de banco de imagens para que, ao receber as informações de algum depoente, o perito ir colocando um nariz aqui, olhos diferentes ali, queixo, maçãs do rosto, cabelo, lábios, glabela... E assim por diante. Depois disso tudo, o depoente, muito das vezes a vítima de um assalto ou uma testemunha ocular, poder identificar o criminoso através de um ‘RETRATO FALADO’ montado pelo perito.

Fazer esse tipo de montagem em um registro fotográfico histórico é, com toda certeza desse mundo, um tremendo crime com a história. Infelizmente os detentores dos direitos autorais aqui no Brasil não tomam de conta daquilo que lhes pertence. No entanto, nada nos impede de vir a público fazer as devidas denúncias para que o público dos veículos de comunicação em massa em geral, veja o tipo de malandragem que estão usando contra sua credulidade, passando ‘gato por lebre’, numa tremenda mentira, pois, a versão dos que fazem as montagens seria que as imagens, as fotografias, seriam de alta resolução. Ou seja, teriam uma alta resolução de imagem. Quando na verdade não são. Trata-se apenas de uma simples montagem. Usam, tão somente, um programa chinês que intensifica a resolução das fotos modificando a fisionomia. Picaretagem da grossa sobre os registros originais da história.

Esperamos que os familiares do saudoso Ricardo Albuquerque, herdeiro da Aba Filmes, detentores autorais das imagens ‘distorcidas’, ‘montadas’ e levadas ao público como sendo legítimas e de alta resolução, tomem as devidas providências judiciais quanto ao tipo de abusos que estão fazendo ao seu acervo cultural que é um grande patrimônio historiográfico.

Ou mesmo a amiga Vera Ferreira neta de Vigolino Ferreira e Maria Gomes de Oliveira, Lampião e Maria Bonita respectivamente, filha de Expedita, também se manifeste diante de tão triste abuso. Pois, acreditamos que ela e sua família também são detentores de direitos autorais sobre várias imagens de seus familiares.

Mais uma vez a Frente de Combate a Picaretagem ao Estudo do Cangaço – FCPEC, composto por diversos estudiosos, pesquisadores e curiosos sobre o tema, veio cumprir com sua finalidade que é combater os abusos sobre fatos, personagens, locais e registros fotográficos sobre a História. Ou, no mínimo, mostrar para as pessoas como lhes enganam.
Abaixo mostraremos como dizem tratar-se de três personagens distintas do cangaço lampiônico estar em imagens em alta resolução acompanhadas, ao lado, de imagens das personagens verdadeiras.





Veremos como criaram uma imagem qualquer dizendo tratar-se do grande combatente ao banditismo rural José Osório de Farias, o conhecido Zé Rufino.

A segunda imagem, diz tratar-se da cangaceira Sila, companheira do chefe cangaceiro Zé Sereno e, por último, uma imagem do “Rei dos Cangaceiros”, totalmente fora dos padrões legítimos do que é a imagem verdadeira.


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LAMPIÃO - AS MULHERES E O CANGAÇO


Por Noádia Costa

Escrito pelo pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo e lançado pela editora Traço, em 1985, o livro versa sobre a presença feminina no cangaço. Traz importantes informações sobre as principais cangaceiras, além de outras não muito conhecidas.
Trata de temáticas como: entrada das mulheres nos bandos; indumentária feminina; sexo; gravidez; traição e violência contra a mulher.


Fruto de intensa pesquisa e de muitos depoimentos coletados de entrevistas feitas com diversos personagens atinentes ao assunto. Enfim, uma obra que presta grande contribuição para a historigrafia do cangaço. Imprescindível para quem deseja aprofundar seus conhecimentos sobre o tema.



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