O Restaurante Caravelle, em Fortaleza, acolheu o lançamento da mais nova obra do escritor e pesquisador; Conselheiro Cariri Cangaço; João Tavares Calixto Junior, "Vida e Morte de Isaías Arruda - Sangue dos Paulinos, abrigo de Lampião". O evento, uma promoção do Cariri Cangaço, aconteceu na noite do último sábado, dia 25 de janeiro de 2020 e reuniu grande público de apaixonados pela historia e memoria do sertão, notadamente do ciclo coronelístico e do cangaço dos anos 20.
O livro já havia sido lançado em vários municípios do cariri cearense e chega a Fortaleza, como um dos mais aguardados lançamentos sobre a temáticas cangaço e coronelismo. Após mais de seis anos de intensa e zelosa pesquisa o escritor João Tavares Calixto Junior, nos traz em seu mais novo livro,"Vida e Morte de Isaías Arruda - Sangue dos Paulinos, abrigo de Lampião", a saga desse que sem dúvidas é um dos personagens mais emblemáticos e marcantes do universo do coronelismo sertanejo. A partir de um trabalho espetacular; minucioso, dedicado e responsável; Calixto nos apresenta não só os acontecimentos da época, mas e principalmente o perfil, a personalidade, as relações perigosas e principais fatos que tornariam Isaias Arruda quase uma unanimidade: Um homem a frente de seu tempo.
Calixto Júnior e família em noite de lançamento
Calixto Junior, João de Lemos, Linda Lemos, Manoel Severo e Fatima Lemos
Calixto Junior e Manoel Severo
"Isaías Arruda de Figueiredo nasceu aos 6 de julho de 1899 na Vila d'Aurora. Era filho de Manoel Antônio de Figueiredo de Arruda e Maria Josefa da Conceição (naturais de Aurora, casados aos 30 de junho de 1896). Convolou núpcias no primeiro dia de setembro de 1920 na Igreja Paroquial da Vila d’Aurora com Estelita Silva, natural de Fortaleza. Em perfeita consonância com a práxis vigente de sua época de existência, inseriu-se Isaías Arruda na prepotente atuação sociopolítica regional, marcada pela incursão do poder privado dos coronéis. Eram estes os senhores supremos dos feudos nordestinos, detentores do voto do cabresto e responsáveis pelas famosas eleições a bico de pena, onde até defuntos votavam...
Trapaças e moléstias sociais que hoje ainda remanescem, apesar de diminuídas as proporções, são oriundas deste famigerado tempo da República dos Coronéis ou Coronelismo, a chamada República Velha. Bosquejando sobre as passagens deste notável personagem do cenário coronelístico nordestino, delegado de polícia em Aurora, assim como Prefeito municipal de Missão Velha, transcrevemos o que exara Joaryvar Macêdo em Império do Bacamarte (Fortaleza, 1990, p. 225): "Improvisado o coronel Isaías Arruda em poderoso chefe político de Missão Velha, se o juiz não se submetesse às suas ordens, ele o escorraçava, e ao oficial de polícia, intolerante com os desregramentos, mandava assassinar"...Calixto Junior.
Manoel Severo e Paulo de Tarso
Cristina Couto e Calixto Junior
Arlindo Moreira, Manoel Severo e Ângelo Osmiro
Manoel Severo, Vicente Ferrer e Aderbal Nogueira
Calixto Junior e Iderval Teixeira ; filho de "seu" Antonio da Piçarra
Linda Lemos, Manoel Severo e João de Lemos
"Desde que iniciei minhas andanças pelos carrascais da caatinga deste nosso maravilhoso sertão; notadamente de meu cariri cearense; que um personagem em particular me saltava aos olhos... Num cenário e ambientes explosivos como os do inicio do século XX, por esses lados do Brasil esquecido por Deus; onde a força do bacamarte decidia destinos e estabelecia quem devesse viver, ou morrer; na época dos coronéis de barranco e que o poder era disputado “a bala” nos feudos nordestinos, despontava da pequena Vila d'Aurora; no vale do Salgado; Isaias Arruda de Figueiredo. Sem dúvidas um homem incomum; inteligente, sagaz, destemido, determinado, de uma coragem incomparável e uma sina: Tornar-se o mais jovem e temido coronel das terras cearenses dos anos vinte. Isaias teve seu destino palmilhado à bala, tanto em suas conquistas como na definição de seu ato final, e fatal em agosto de 1928. Com uma personalidade arrebatadora, líder inconteste e acima de tudo um predestinado, Isaias Arruda escreveria sua saga no livro de historia do sertão... Às vezes fico pensando o que esse “Coronel Menino” assassinado aos 29 anos poderia ainda ter feito... Mas para responder essa pergunta nada melhor que adentrarmos no universo do “Vida e morte de Isaías Arruda- Sangue dos Paulinos, abrigo de Lampião”, capitaneado pelo brilhante pesquisador e escritor João Tavares Calixto Júnior; uma das mais gratas surpresas no campo da pesquisa do coronelismo sertanejo.
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço em texto "Orelha" do Livro Vida e Morte de Isaias Arruda - Sangue dos Paulinos, Abrigo de Lampião, autoria de João Tavares Calixto Junior, Conselheiro Cariri Cangaço.
Manoel Severo apresenta a Obra de Calixto Junior
Em sua fala Manoel Severo ressaltou "Calixto Júnior ; também Conselheiro do Cariri Cangaço; a partir de um trabalho de fôlego, espetacular; minucioso, dedicado e extremamente responsável; de muitos anos, nos apresenta não só os acontecimentos da época, anos 20 do seculo passado em nosso cariri cearense, mas e principalmente o perfil, a personalidade, as relações perigosas e principais fatos que tornariam Isaias Arruda, o conhecido "coronel menino", quase uma unanimidade: Um homem a frente de seu tempo."
Calixto Junior apresenta seu mais novo livro
Calixto Junior e as boas vindas ao convidados
Célia Figueiredo; neta de Isaias Arruda; fala em nome da família de Isaias Arruda
"Algo depois de funestos episódios que lhe marcaram a curta vida, polêmica e tumultuada, ocorreu-lhe o assassinato aos 4 de agosto de 1928, na pedra da Estação de Trem de Aurora, vindo a falecer 4 dias depois. No Livro de Registros de Óbitos da Paróquia de São José de Missão Velha (1926-1930, p.136), deparamo-nos com o assento referente ao seu falecimento:"Aos oito dias do mês de agosto de mil novecentos e vinte e oito, na sede da Freguesia de Aurora, foi assassinado Isaias Arruda com vinte e oito anos de idade, casado com Estelita Arruda. Seu corpo foi sepultado nesta Villa. Para constar mandei lavrar este assento que assino. O Vigário Horácio Teixeira".
Da calçada, onde caíra baleado, Isaías foi transportado para a residência de Augusto Jucá. No dia seguinte foi assistido pelos médicos Antenor Cavalcante e Sérgio Banhos, mas estes pouco puderam fazer no sentido de salvar a vida de Isaías, que terminou falecendo no dia 8 de agosto, pelas 6 horas da manhã"...
Francisca, Herton Cabral e Manoel Severo
Noite de Festa para o Cariri Cangaço no lançamento do livro de João Tavares Calixto Junior
"Salienta-se que no dia 12 de agosto do mesmo ano, regressava de Aurora a Fortaleza, o Delegado Virgílio Gomes, que havia sido incumbido de instaurar inquérito sobre o assassinato de Isaías. A respeito, foi provocado por vingança à morte de João Paulino, o chefe dos irmãos Paulinos, família de espírito de luta aguerrido, que, por anos consecutivos, fizeram do município de Aurora, assim como de suas cercanias, aterrorizado. Era estrondosa a rixa entre os seus integrantes e os "Arrudas", de Isaías Arruda de Figueiredo."
Antônio Teixeira Leite Neto, Eusébio Rocha, Manoel Severo e Iderval Teixeira;
Filho e netos de Antônio da Piçarra
Manoel Severo e Aderbal Nogueira
Calixto Junior e o lançamento em Fortaleza
Francisco Brasil e Manoel Severo
Afranio Gomes, Manoel Severo e Malvinier Macedo
Forró de Pé Serra no lançamento da noite
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