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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

MAIS UM LIVRO NA PRAÇA SOBRE O CANGAÇO...!


Mais uma vez compartilho com vocês o lançamento do meu 17º livro: LAMPEÃO EM 1926 é o 11º do tema cangaço.


Obs: O livro já está a venda e, pode ser adquirido diretamente com o autor, através deste e-mail: 

luiz.ruben54@gmail.com
franpelima@bol.com.br

O valor é R$ 60,00 incluindo o frete.

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LIVROS "PEREIRAS" DO PAJEÚ E "FEITOSAS" DOS INHAMUNS - HISTÓRIA GENEALOGIA. BREVE LANÇAMENTO.


Outra grande obra com a assinatura do Professor Venicio Feitosa Neves que se avizinha, trazendo a história das famílias "Pereira" do Pajeú e "Feitosa" da região dos Inhamuns no Ceará.

Recentemente o Professor Venicio Feitosa Neves lançou o Livro "O PATRIARCA - CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO (IOIÔ MAROTO", um estudo com 712 páginas, focado na saga dos colonizadores, origens das famílias Feitosa dos Inhamuns e Pereiras do Pajeú, coronelismo, biografia e história do patriarca Crispim Pereira de Araújo e narrativas do cangaço.

Adquira-o através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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CHURRASCO DA HORA.

Org.: Nilson Churrasqueiro

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O PARQUE NACIONAL DOS VEADEIROS

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.772

Nesses tempos em que se fala tanto na Mídia sobre o incêndio acontecido na Chapada dos Veadeiros, vem à mente o velho mestre Alberto Nepomuceno Agra, meu saudoso e querido professor de Geografia. A chapada hoje é um parque chamado Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com proteção integral à natureza. Está localizado na região centro-oeste do estado de Goiás. Abrange uma área de cerrado de altitude sendo que 60% ficam em Cavalcante e os demais 40% em Alto Paraíso de Goiás. Este parque foi criado pelo então presidente da república, Juscelino Kubitschek em 11 de janeiro de 1961. Já em 2001 foi incluído na lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO e, atualmente, está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Jardim de Maytréia e Morro da Baleia.  Foto: (Divulgação).

Sua denominação vem de uma fazenda chamada de Fazenda dos Veadeiros, estabelecida ali em torno de 1750, para atividades como a pecuária e o cultivo do trigo e do café. E para recordarmos o que em Geografia e Geologia chamamos “chapada”, é uma forma de relevo montanhoso em que ocorrem extensões de solos elevadas e planas, vales profundos, cachoeiras e rios caudalosos. Geralmente estão a mais de 500 metros de altura e suas extremidades são abruptas. Pela sua forma a chapada também é chamada de mesa ou meseta. A região atrai muitas pessoas dedicadas ao misticismo, pois além de tantas belezas naturais, a abundância de aflorações de quartzo é tida como centro de concentração de energia.
A organização no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros procura também proteger 17 espécies de flora e 32 espécies de fauna ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, a onça-pintada e o pato-mergulhão. Também visa proteger 466 nascentes na região, que é conhecida como “a caixa d’água” do Planalto Central, com influência em bacias hisdrográficas como a Amazônica e a do São Francisco.
Mas se todo esse esforço para preservar a natureza demorou anos e anos a fio, o fogo destrói em poucas horas toda a conquista do homem. E quando o fogo é feito de forma proposital e criminosa, talvez não existam palavras para descrever a covardia.


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O SER HUMANO - DA PEDRA AO PÓ

*Rangel Alves da Costa

Tudo, mas tudo mesmo, pode ser resumido nestes três elementos: pedra, grão e pó. E a ventania levando o pó para dizer que a pedra, por maior rochedo que tivesse sido, de repente pouca valia terá no destino.
A pedra representa a força, o poder, a dureza, a firmeza. A pedra é sólida, segura, forte. Do mesmo modo é o ser humano nas suas normais capacidades de existência. Tão firme que parece inquebrantável.
O grão, ou a pedra que é quebrada ou partida em pedaços menores, representa a fragilidade, a fraqueza, a inconsistência, a desestabilidade. O grão, fruto daquilo que já foi rochedo, demonstra bem a validade daquela famosa frase: Tudo que é sólido se desmancha no ar.
Igualmente a pedra, de repente o ser humano começa a se fragilizar, a perder sua força e potência, a sentir diminuída sua solidez, para se transformar apenas em pedaços dentro de um mesmo ser. Passa a sentir mais de perto o coração, a mente, o organismo.
O pó, a poeira ou a partícula, representa o resto do resto do resto. O grão, com o passar do tempo, vai se consumindo de tal modo que logo começa a se esfacelar, a perder o resto de suas forças, a não ter forças para manter sobre si aquilo que lhe permite existir. E então será apenas pó.
O ser humano caminha pelo mesmo percurso, eis que possui esse mesmo destino da pedra ao pó. A frase bíblica deixa induvidoso: Tu és pó e ao pó há de retornar. O rochedo, a pedra intacta, nada mais é que um acúmulo de pó sedimentado. Bem assim o homem, um acúmulo de grãos que se diluirão.
O homem é pedra, é forte, é impávido, e tudo suporta nesta condição. Mas o tempo vai corroendo o rochedo, a idade vai desabando a rocha, e não demora muito para que uma junção de pedras frágeis tome o seu corpo. E a corrosão da pedra leva ao desgaste de tudo, até que o que resta do corpo se transforme em pó.
O pó, pois, é a metáfora de muito que há na vida: o resto, o nada, o adeus, a fragilidade absoluta, a partida, o voo forçado, a despedida, a morte, a submissão ao querer daquilo que nenhum valor havia sido dado noutros tempos, quando ainda era rochedo: a ventania.
A ventania, neste percurso da pedra ao grão, passa a significar a força oculta, a energia do relegado, o que se manteve em silêncio até o momento do grito. A pedra pouca importância dava à sua existência, mas ela, a ventania, continuava passando e sentindo sua aspereza.
A pedra, certamente por se achar indestrutível, nem percebia que a ventania levava minúsculos grãos toda vez que por ali passava. Ao ser quebrada, repartida, fragilizada, sentiu que a ventania se transformava em poeira depois de cada passagem. E  que o tempo se encarregaria de entregar ao seu sopro aquilo que restou de cada grão.
Urge indagar: quem é mais forte, quem tem mais poder, quem é mais consistente, será o rochedo ou a ventania? Ou de outra forma perguntar: a pedra bruta não é infinitamente mais presente e poderosa que o vento? Alguém poderia dizer que a pedra possui existência, enquanto a ventania é apenas aparentemente percebida.
Neste caso, logicamente que a pedra seria muito mais forte e poderosa que qualquer ventania ou vendaval. Ainda que a força do vento chegue destruidora e vá arrastando a pedra para longe, ainda assim esta terá a mesma força e aparência onde for deixada.
Contudo, ouso afirmar que as forças e as fragilidades são iguais. Nem a pedra supera a ventania nem a ventania se sobrepõe ao rochedo. E é muito simples explicar. A ventania some no horizonte e num caminho que não haverá mais volta, e levando consigo o último pó daquilo que um dia foi rochedo.
E ali também o pó do homem. Não aquele que jaz sob a terra, assim transformado de seu rochedo, mas como metáfora de sua extrema fragilidade, de sua força de pluma em meio a todas as forças. Principalmente as forças do tempo, da idade, dos limites da vida.
E também o frágil peso do ser diante da Criação. Pois tudo infinitamente pó. Tudo eternamente na poeira do que passou. E tudo passa, tudo se transforma, do tudo ao nada.
Eis que és pó e ao pó haverás de tornar. Mas não significa o sumiço na poeira dos tempos, no esquecimento na terra sob a terra. As realizações humanas não passam como o próprio homem.
Um imenso rochedo será avistado do pó juntado ao pó, do grão unido ao grão, pelo que o homem fez na sua passagem terrena. E tal pedra será tão inquebrantável quanto a própria memória.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com 

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MARIA DE MATOS, A FILHA DE LUIZ PEDRO E NENÊ DO OURO, NA "RODA DOS ENJEITADOS"

 Por Sávio Siqueira

                                                             mg-perez.blogspot.com

Existentes em Mosteiros e em conventos, a Roda dos Enjeitados, eram ‘portas’ com grandes cavidades um tanto cilíndricas, não de todo, e giratórias. Para que quem nelas colocasse ‘as crianças’, pelo lado de “fora” não fossem vistas por aqueles que as recebiam do lado de “dentro”, por trás das enormes muradas. Serviam, também, ou para isso foram criadas, para servir de uma inter ligação entre o mundo de fora e o de dentro. Eram feito doações aos que dentro moravam.

Após colocarem os objetos, pacotes ou outras coisas, a pessoa, do lado de fora, tocava uma sineta, normalmente amarrada por uma, ou há uma, corda ou cordão. Escutando o som da sineta a irmã “Rodeira”, espécie de plantonista com função de salva guardar a ‘porta’, fazia a mesma  girar, e a parte que estava do lado de fora, passava para o lado de dentro, deixando assim condições de serem pego as ‘encomendas’.

Depois de certo tempo, não só coisas materiais foram colocadas naquelas portas giratórias, crianças passaram a serem colocadas em seu lugar. Eram filhos de mulheres da rua, de mulheres que não queriam que soubessem da existência de seu filho, filhos de estupros, de ‘moças’ de famílias que os pais tentavam esconder que tiveram filhos, filhos de mães que não tinham como criar um filho... 

                                                            commons.wikimedia.org

As mães daqueles enjeitados, por vezes deixavam alguma coisa, como marcas e/ou fitinhas de determinada cor, na nítida intenção de mais tarde os reencontrarem. Só que, quando as crianças ficavam na idade de aprendizagem eram transferidas para uma outra instituição, a Casa da Pia, que os preparava para vida adulta.
Essa forma, maneira, foi tão utilizada que a partir de 24 de maio de 1783, através de uma Circular, o Intendente do Reino, Pina Manique, em Portugal, a reconhece oficialmente. Depois que foram oficializadas, recebeu o nome de “Roda dos Expostos ou Roda dos Enjeitados”. A “Casa dos Expostos”, “Depósito de Expostos” e “Casa da Roda”, foram designações que ‘correram’ em todo o Brasil, indicando os asilos de menores abandonados.

                                                      depressaoepoesia.ning.com

A vida no cangaço não era fácil para os homens que nele adentraram. Quando, em 1929, Lampião trás para suas fileiras a mulher, na pessoa de Maria de Déa, a Maria Gomes de Oliveira, a conhecida Maria Bonita, outros cangaceiros, nem todos, só aqueles com ‘destaque’, ficam com a liberdade de, também, trazerem as suas companheiras.
Conhecemos muitos casais que pertenceram há vários subgrupos como Lampião e Maria de Déa, Corisco e Dadá, Zé Baiano e Lídia, Zé Sereno e Cila, Gato e Inacinha, Moderno, depois Moreno, e Durvinha, Pancada e Maria, Mariano e Rosinha... e assim, muitos outros casais pertenceram as fileiras cangaceiras.
Dentre os afamados cangaceiros existiu Luiz Pedro da Ingazeira. Este , segundo consta o resultado de uma grande pesquisa, foi pai de uma  menina. 

Como era impossível criar seus filhos naquela maneira de vida, eles, os casais de cangaceiros, os ‘doavam’, entregavam suas crias a pessoas que confiavam e/ou que tinham condições de criá-las.


Certas noites, na roda da casa dos Enjeitados, deixam uma criança e, acompanhando a mesma, um bilhete que dizia chamar-se Maria e que era a mesma, filha do cangaceiro Luiz Pedro. 

                                                                 pt.slideshare.net
O pesquisador/professor Rubens Antonio, através de seu veículo de comunicação em massa, o blog cangaconabahia.blogspot.com, em uma segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012, as 18:05 horas, enriquece nossos conhecimentos, postando a matéria” Maria de Matos, filha de Luiz Pedro e Nenê”, fruto de pesquisa do historiador/pesquisador Orlins Santana de Oliveira, Membro do Instituto Histórico da Bahia.

A matéria nos relata que em março do ano de 1934, na localidade Jurema, distrito de Juazeiro, no Estado baiano, o chefe da estação recebe uma criança para ser ‘enviada’ para Capital do citado Estado. Quando, em  28 de maio do mesmo ano, chegam diante da “Roda dos Enjeitados”,  são colocadas na mesma, duas crianças, e que as mesmas eram crias de cangaceiros. Trazia junto a seu corpo, uma das crianças, uma menina, um bilhete que dizia tratar-se de “Maria” filha do cangaceiro Luiz Pedro.


 Transcrição do registro de entrada:
"Livro n.28 do Asylo dos Expostos
De 10 de Maio de 1934 á 21 de Novembro de 1935
1934
Maio – 28
Pelas 14 horas 1/2 foi posta na roda do Asylo de N.S. da Misericordia uma menina parda, com 3 mêses de edade, em bom estado de saúde.
Trouxe os seguintes objectos:
1 – Vestido com renda de bilro
2 – Fralda de morim velha;
3 – Touca branca com renda de bilro
e a seguinte declaração:
Maria – com 3 mêses de edade, filha do bandido.
Pae – Luiz Pedro
Mãe – desconhecida, vinda do Nordeste"

                                         cangaconabahia.blogspot.com

 Infelizmente, menos de dois meses depois de serem recebidas na “Roda dos Expostos”, “Maria”, vítima de uma pneumonia, falece.

"Transcrição das anotações do batismo e do falecimento:
Maria de Mattos
Baptisou no dia 29 de Maio de 1934
Falleceu de pneumonia, em 8 de Julho de 1934".

                                cangaconabahia.blogspot.com

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TENENTE CLETO CAMPELO, UM HERÓI DESAFORADO

Material do acervo do pesquisador José João Souza

Ele liderou uma centena de pernambucanos que queriam se juntar à Coluna Prestes, mas não teve sorte na empreitada.

Em janeiro de 1926, o jovem oficial Cleto Campelo, que estava exilado na Argentina, voltou ao seu Recife natal viajando clandestinamente, como foguista de navio. E chegou incumbido de uma importante missão. Quando a 1ª Divisão Revolucionária — uma tropa adiante chamada de Coluna Prestes, que cruzava o País protestando contra o governo do presidente Artur Bernardes —, entrasse em Pernambuco, ele deveria a promover um levante popular em seu apoio. Mas não teve sucesso: sua trama foi denunciada ao comando da 7ª Região Militar, que a sufocou, fazendo muitas prisões.

Cleto, porém, que escapou de ser pego, buscou uma alternativa. No dia 18 de fevereiro, com o sargento Waldemar de Paula, o marinheiro Severino Cavalcanti e mais treze civis, ele tomou de assalto a estação ferroviária de Jaboatão, onde recebeu a adesão de quarenta ferroviários. Montou, então, um trem de combate com quatro vagões e partiu com ele para Buique, onde pretendia se integrar à 1ª Divisão que, àquela altura, cruzava o sertão pernambucano.

O comboio parou em Tapera e em Vitória de Santo Antão, onde o tenente requisitou dinheiro, armas e munições na Prefeitura e na Coletoria Estadual, e mais cem ferroviários de Caruaru juntaram-se ao grupo. Em Gravatá, porém, seu plano foi por água abaixo…

TEMPOS MODERNOS

Cleto da Costa Campelo Filho nasceu no Recife, em 1898. Seu pai era contador, sua mãe dona de casa e ele, aos quatorze anos, alistou-se no 4º Batalhão de Infantaria, de onde seguiu para a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. E de lá voltou, em 1916, para servir como aspirante a oficial no 21º Batalhão de Caçadores. Já sua vida política começou em 1922, o ano do Centenário da Independência, que foi muito festivo — no Rio de Janeiro, por exemplo, montou-se uma grande feira internacional — mas também de muita agitação.

O fato é que a República, proclamada em 1889, mudara a forma de governo do Brasil, mas as mazelas sociais continuavam as mesmas do tempo do Império. A Inglaterra ainda tratava este país como sua colônia. Havia poucas indústrias. Os grandes proprietários rurais — em especial, os cafeicultores paulistas — seguiam mandando e desmandando. O sistema eleitoral era totalmente fraudulento. E os trabalhadores e a classe média protestavam contra tudo isso.

Em São Paulo, por exemplo, no mês de fevereiro, artistas e intelectuais de vanguarda afirmaram o valor da cultura nacional na Semana de Arte Moderna. No Rio de Janeiro, em março, sob a inspiração da Revolução Russa de 1917, foi fundado o Partido Comunista. E no historicamente rebelde Pernambuco, o segundo tenente Cleto Campelo agitava os quartéis, criticando o excessivo poder da família Pessoa de Queiroz na região.

Como castigo ele foi transferido, em maio, para o 6º Batalhão de Caçadores, sediado em Goiás. E na viagem, passando pelo Rio de Janeiro, concedeu uma explosiva entrevista ao jornal Correio da Manhã que lhe rendeu um mês de prisão na Fortaleza de Santa Cruz. Aí, o Brasil pegou fogo.

A GRANDE MARCHA

No segundo semestre de 1922, muitos militares se levantaram em armas em vários estados, pedindo voto secreto, ensino público, industrialização, direitos trabalhistas, liberdade de imprensa e o fim da corrupção, entre outras reformas. Esse movimento — chamado de “tenentismo”, embora nele também houvesse oficiais de outras patentes, inclusive um marechal — teve seu auge no Rio de Janeiro, em julho, quando dezoito rebeldes cercados no Forte de Copacabana saíram às calçadas para enfrentar as tropas do governo. Deles, a metade desertou, e dos restantes sobreviveram os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos e o soldado Manoel Ananias. Feridos, mas cobertos de glória.Então, uma violenta repressão se abateu sobre os “tenentes”, nas forças armadas. Mesmo assim, dois anos depois se ergueu uma nova onda de protestos. E em julho de 1924 algumas guarnições do exército baseadas na capital paulista e parte da polícia de lá, com apoio da população civil, assumiram o controle da cidade, que foi severamente bombardeada pelo governo federal.

“Destrua-se São Paulo”, ordenou o presidente Bernardes, “mas preserve-se o império da lei”. Sem meios de resistir, o marechal Isodoro Dias Lopes, que comandava o levante, liderou, então, uma retirada de três mil homens em direção a Mato Grosso, onde sua coluna juntou-se a outra, vinda do Rio Grande do Sul sob a chefia dos capitães Luis Carlos Prestes, Siqueira Campos e Juarez Távora. Juntas, elas formaram a 1ª Divisão Revolucionária, que percorreu o Brasil nos dois anos seguintes.

Uma grande aventura que terminou em tragédia

Enquanto isso, o agora primeiro-tenente Cleto Campelo, de volta à Pernambuco, tentava fazer a tropa local também se rebelar, sem sucesso. E ao ser destacado para combater 1ª Divisão, em Mato Grosso, em 1925, ele desertou e foi para a Argentina. Lá se encontrou com outros revolucionários exilados e voltou, no início de 1926, para revolucionar sua terra natal.

Impedido, porém, pela ação repressiva do Comando do Exército local, Cleto apoderou-se do trem e foi se juntar à coluna que vagava pelo sertão, espalhando uma mensagem revolucionária pelo caminho. Mas a sua empreitada findou em Gravatá, a 80 km do Recife.

Liderando um bando homens sem treinamento militar, o tenente foi morto com um tiro no peito, disparado acidentalmente por um deles, ao tentar tomar de assalto a cadeia local. Então, a maioria do grupo desertou. E os trinta que prosseguiram, chefiados pelo sargento Waldemar de Paula, foram emboscados por jagunços do fazendeiro Chico Heráclito, rendidos e depois degolados.

Os 1.500 homens da 1ª Divisão, por sua vez, passaram quinze dias terríveis no alto sertão pernambucano, aguardando Cleto. “Combatendo diariamente, não nos sobrava tempo sequer para comer”, conforme registrou o coronel João Alberto, “aí atravessamos o São Francisco e invadimos a Bahia”.

Em 21 meses, essa tropa percorreu cerca de 25.000 km (para alguns, 36.000), cruzando doze estados, tomando mais de quinhentas cidades ou povoações, e combatida por tropas do exército, polícias estaduais, jagunços e cangaceiros. Lampião, inclusive, recebeu armas, dinheiro e a patente de capitão para enfrentá-la, mas não chegou a fazê-lo.

Ao se dissolver, porém, em fevereiro de 1927, a coluna permanecia invicta, com muito prestígio popular, e inspirou uma nova mobilização nacional em 1929, com a candidatura de Getúlio Vargas à presidência. A qual, por sua vez, deflagrou a Revolução de 1930 que, de fato, promoveu grandes reformas no País.

Nesse entretempo, numa estratégia de marketing político, 1ª Divisão Revolucionária passou a ser chamada de “Coluna Prestes”, e o gaúcho Luís Carlos Prestes de “Cavaleiro da Esperança”, sintetizando numa única figura o heroísmo de centenas de brasileiros. Entre eles, o pernambucano Cleto Campelo, que hoje dá nome a ruas de várias cidades nordestinas.

Os “Doze da Rua Velha”

As tentativas de levante foram muitas em Pernambuco, na década de vinte. Em abril de 1925, por exemplo, houve uma da qual Cleto Campelo também fez parte. Um grupo de militares e de militantes comunistas, liderados pelo advogado Sílvio Cravo, pretendia apoderar-se do Recife, mas a operação foi delatada por um traidor, o tenente Luis Gonzaga, da Força Pública (Polícia). Presos no seu local de reunião, a casa do jornalista José Toscano, os conspiradores, que ganharam o apelido de “Os Doze da Rua Velha”, findaram libertados por falta de provas. E pouco tempo depois já estavam metidos em novas conjuras, também mal sucedidas.

Corpo fechado e Princesa Isabel

A invencibilidade da Coluna Prestes gerou muitas lendas no meio do povo humilde do interior. Os revolucionários, por exemplo, possuiriam um “aparelho de mangaba” para cruzar os rios e uma “rede de pegar homens e cavalos” da qual ninguém escapava. Não eram batidos em combate porque Prestes “adivinhava” e devido aos poderes de uma negra feiticeira, a “Tia Maria”, que dançava nua diante das metralhadoras para “fechar o corpo” dos homens. E porque destruíam os instrumentos de tortura do tempo da escravidão que ainda havia nas cadeias, bem como as palmatórias nas escolas, dizia-se que a Princesa Isabel marchava com eles.

Fonte: Diário de Pernambuco

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“CHURRASCO DA HORA”.

Por Ana Morais

Há dias quem circula pela BR 110 se depara com uma humilde estrutura instalada às suas margens chamada de “Churrasco da Hora”. 


O que muita gente ainda não sabe é que nessa simples estrutura encontra-se um excelente churrasco com diversas opções. Simplesmente maravilhoso!


Agora, os moradores do Vingt Rosado, Pintos, Ninho Residencial, Condomínio Ecoville e Alto das Brisas e quem trafega no sentido Mossoró – Areia Branca têm a oportunidade de comprar um excelente churrasco e garantir o seu almoço ou tira-gosto para os encontros de amigos e familiares. Super recomendo.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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A ALMA DE ZÉ VALENTE E A SEXTA FEIRA 13

Por Léo Manuel, de Maranguape/CE
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A alma de Zé Valente e a Sexta Feira 13, cordel escrito pelo jovem poeta Léo Manuel, de Maranguape/CE, com capa de Anilton Freire foi editado pela Cordelaria Flor da Serra. Pela capa e pelo título, de antemão o leitor já imagina sobre o que versa a história. Afinal, a sexta feira 13 é um dia de azar, em "as bruxas andam soltas" ou é somente superstição? E conversa de pescador e, no nosso caso, de caçador, é só lorota ou tem um fundo de verdade? Ditado famoso é aquele que diz que quem "conta um conto aumenta um ponto" e, o que todo mundo sabe é que os profissionais da caça e da pesca gostam, e como adoram aumentar uns pontinhos. No entanto, o Zé Valente, personagem central desse enredo poético é diferente. O homem não mentia. Contava somente a verdade. Mas... Tem sempre um "mas" nessas histórias, ele chegou com uma conversa danada de esquisita sobre o que viu e passou em uma noite de sexta feira 13, em que teimou com a mulher e foi caçar. Bem, como eu não tenho muito jeito para mentir e nem quero duvidar da história aqui narrada, é melhor que vocês leiam esse belo texto do poeta Léo Manoel e tirem suas conclusões, se é verdade ou mentira. Para dar um gostinho, publicaremos a seguir os versos iniciais do cordel. Para ler a obra toda, faça seu pedido para Cordelaria Flor da Serra pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp 085-999569091.

Pras bandas do interior
Nas quebradas do sertão
Aconteceu essa história
Causo de superstição
Com um sujeito valente
Lá daquela região.

Seu nome, José Lourenço;
Alcunhado, Zé Valente
Não tinha medo de nada
Fosse bicho, fosse gente
Se metia em grandes brigas
Quando tomava aguardente.

José Lourenço gostava
De sair para caçar
Saindo a boca da noite
Sem ter hora pra voltar
Só retornava pra casa
Se achasse algo pra matar.

O caçador sempre mente
Como foi sua caçada
Ao matar um, conta dois
Tem sempre a caça aumentada
Porém com o Zé Valente
Era verdade e mais nada.

José Lourenço falava:
— A minha maior riqueza
É ser sempre verdadeiro
Mentir é uma fraqueza
Só podemos dizer algo
Quando se tem a certeza.

Dessa forma o caçador
Seguia com sua vida
Caçando para trazer
O sustento da guarida
Alimento pros seus filos
E pra esposa Margarida.

Margarida fiel esposa
Ao marido aconselhava
Porém em muitos dos casos
O seu esposo teimava
Se arrependendo depois
Em sua mulher pensava.

Numa certa ocasião
Um caso se sucedeu
Ao conselho da mulher
José desobedeceu
Depois dum grande vexame
Bastante se arrependeu.

Era sexta feira treze
E corria o mês de agosto
Chegando a boca da noite
Depois do sol ter se posto
O Valente se preparou
Pra caçar com muito gosto.

A mulher aconselhando
O seu teimoso marido
Falou naquele momento:
— Não vá caçar meu querido
Fique com sua família
Que estará bem protegido.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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142 ANOS DO NASCIMENTO DE ANTÔNIO SILVINO

Por Junior Almeida
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Manoel Baptista de Morais nasceu na Serra da Colônia, município de Afogados da Ingazeira, Pernambuco, em 2 de novembro de 1875. Na mocidade era chamado de Batistinha ou Nezinho. Ao entrar no cangaço em 1896, juntamente ao irmão Zeferino, após o assassinato do seu pai, Pedro Baptista de Morais, o Batistão do Pajeú, adotou nome de guerra "Antônio Silvino", em homenagem ao tio, Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque.

Considerado o primeiro rei do cangaço, Silvino era conhecido como "Rifle de Ouro". Antônio Silvino foi preso em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, pelo então alferes Theophánes Torres, cumprindo pena na Casa de Detenção em Recife, sendo solto em 1937 pelo perdão do presidente Getúlio Vargas.

O ex-cangaceiro faleceu em Campina Grande, Paraíba em 30 de julho de 1944, e está sepultado em um cemitério na cidade "Rainha da Borborema.

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