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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A PATENTE "CAPITÃO" DADA A LAMPIÃO NÃO FOI RESPEITADA PELOS MILITARES DE PERNAMBUCO.

 Por José Mendes Pereira


Chegando Lampião e seus cabras em Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, no dia 04 de março de 1926, hospedaram-se no sobrado do poeta popular João Mendes Oliveira, localizado à Rua Boa Vista. Acredita-se que Lampião tenha sido um hóspede como qualquer figura importante, já que para ali, foi chamado para receber a patente de capitão do exército brasileiro. 


É certo que nem todos os cangaceiros se hospedaram nele, porque o futuro capitão precisava de ser protegido pelos seus comandados, vez que ele não iria aceitar ser vigiado por pessoas do lugar, e não tinha certeza que aquela convocação para receber a patente de capitão, era de verdade. O futuro capitão tinha razão. Homem perseguido tem que ter guarda-costas, do contrário, será morto.


Também não há dúvida que Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião temia que poderia ser uma espécie de covardia, e as autoridades vencê-lo juntamente com os seus homens, assim como posteriormente tentou envenená-lo o coronel de Aurora Isaías Arruda de Figueiredo, no ano de 1927, quando ele mesmo ofereceu um almoço para o bandoleiro e para toda a sua cabroeira. Mas o capitão Lampião não era nada de besta, e findou descobrindo a covardia feita pelo o coronel Isaías Arruda.

Sobrado que Lampião se hospedou no Juazeiro do Norte em março de 1926

Lampião entrou pela rua principal de Barbalha em direção a Juazeiro do Norte, há 12,5 km que separavam as duas cidades; convocado para participar do “Batalhão Patriótico”, milícia criada pelo deputado federal Floro Bartolomeu para combater a Coluna Prestes, combate que nunca houve entre os cangaceiros e os revoltosos.

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Ao lado do Padre Cícero, está o baiano Floro Bartolomeu, nascido em Salvador e formado pela Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1908, Floro foi atraído pela mina de cobre de Coaxá, no município de Aurora, e posteriormente fez morada em Juazeiro do Norte, onde adquiriu uma farmácia e atendia a população como médico. Fez amizade com o  padre Cícero Romão Batista e passou a incentivá-lo a ingressar na política, porque o Vaticano havia suspendido  as ordens religiosas do padre. Nesse período, Floro Batolomeu não conseguiu falar com Lampião no Juazeiro, porque ele estava internado no Rio de Janeiro, e veio a óbito no dia 8 de março deste mesmo ano, em consequência de uma doença chamada angina. Floro Bartolomeu faleceu solteiro, e mesmo sendo uma grande figura no meio político, estava bastante paupérrimo. 

Rua principal de Barbalha, pode onde Lampião e seu bando passaram em 1926, em direção a Juazeiro do Norte, onde ele receberia a patente de capitão.

Alguns historiadores não acreditam que o Padre Cícero sabia deste engodo organizado pelo deputado Floro Bartolomeu, para que fosse entregue a Lampião e seus cabras, armas, projéteis e fardamentos. Lampião foi a Juazeiro levando em sua companhia aproximadamente 50 homens confiante na promessa de receber a patente e ser anistiado seus crimes, em uma condição: combater a coluna dos tenentes. Mas a sua patente era sem valor.

O convite para ser entregue a Lampião, chegou em Juazeiro do Norte, vindo de Campos Sales, em mãos do José Ferreira de Menezes. Lampião era muito sagaz e se, além da assinatura de Floro Bartolomeu, o bilhete não tivesse a assinatura do Padre Cícero, ele jamais atenderia ao convite.


Como foi que Lampião tomou conhecimento deste bilhete: 

Um dos empregados de João Ferreira dos Santos (irmão de Lampião) que trabalhava em seus afazeres por nome Zé Dandão que na foto aparece sendo o número 9, e que este é do conhecimento de todos que estudam o cangaço, era como se fosse da família dos Ferreiras; assim que foi recebido o convite, foi até à Fazenda Piçarra do seu Antônio Teixeira Leite em Macapá, hoje Jati, onde morava Sebastião Paulo, este aparece na foto sendo o número 3 que era primo legítimo de Lampião, e juntos, com o convite em mãos, seguiram viagem para o Pernambuco, ver se localizavam o futuro capitão, e no dia 2 de março de 1926, Lampião entrou no Ceará. 

Há quem diga (não tenho a fonte para comprovar no momento, mas tenho certeza que o leitor não irá pensar que eu estou criando informação sem credibilidade); que alguém presenciou, que quando soube que Lampião estava para chegar a Juazeiro do Norte, o padre Cícero Romão Batista teria dito em tom de repúdio: 

"- Agora vem este homem novamente para cá!". 

Com estas palavras ditas pelo o padre, protestando a visita do cangaceiro e seus aliados, eu entendo que ele segurava aquela amizade com o Floro Bartolomeu, mesmo o congressista querendo dar cobertura a Lampião, porque ele era deputado federal, e sem a sua pessoa, seria difícil o padre adquirir verbas para continuar trabalhando em prol da cidade Juazeiro do Norte e do seu povo. 

Billy Jaynes Chandler é um dos mais importantes escritores acerca do cangaço e coronelismo, fenômenos ligados entre si e característicos de uma certa época da história recente do Brasil. Suas obras Lampião, o Rei dos Cangaceiros, e Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns, são canônicas, seminais, inigualáveis.

Mas o historiador Billy Jaynes Chandler diz que o convite para Lampião ir até a Juazeiro, teria sido feito pelo próprio sacerdote. Mas outros afirmam que não. O Padre Cícero somente ficou sabendo do acordo alguns dias antes da chegada do bando a Juazeiro. 

De Barbalha a Juazeiro do Norte são 12,5 km. aproximadamente 19 minutos

Tem gente que não pensa nas consequências que poderão surgir após querer fazer os outros de bestas, malucos..., e se o perigo aparecer contra si, diz que é porque o sujeito é valente, perverso e desumano. Nada disso! Depois que o bicho está criado, é muito difícil vencê-lo ou matá-lo.

Quando o capitão Lampião chegou em Pernambuco e tomou conhecimento do que fizeram com ele sobre a patente sem nenhuma filiação com o exército brasileiro, e tivesse se revoltado, em seguida, voltado ao Ceará para cobrar daqueles que em Juazeiro do Norte (a cidade não tinha nada a ver com isso), no meio da covardia das pessoas importantes de lá, mesmo sabendo que a patente de capitão do exército dada a Lampião não tinha nenhum valor, a surra e o seu punhal teriam trabalhados bastantes, obrigando "falsos nêgos" dançarem na peia mesmo sem saberem dançar.

Quem sabe, os pensamentos do compadre Lampião talvez confiante que, ao chegar à sua terra natal Pernambuco com a patente de capitão, que nem todos têm esse privilégio, receberia uma espécie de perdão pelos seus crimes e desordens, poderia até ser homenageado diante das autoridades militares como capitão. Mas  foi o contrário. O comandante da polícia civil daquele Estado não o reconheceu como capitão, e o que fez contra Lampião que já estava patenteado, foi severamente atacá-lo sem compaixão pelas forças volantes do governo de Pernambuco.

Eu que estudo cangaço e principalmente a era "lampiônica", não acredito que Lampião seria tão fácil para se mudar os seus ideais, porque ele mesmo patenteado, jamais abriria mão da sua vida cangaceira, que há alguns anos vivia dela, mas quem sabe, se tivessem tentado reformar o capitão Lampião e o tratado como um cidadão, e ainda o respeitado a partir dali como capitão,  e como um novo homem da sociedade, seria possível que nascesse um ser humano honesto e até mesmo mais compreensivo. E quantas vidas teriam sido salvas, já que a raposa do sertão tinha deixado a vida de crimes? Mas o que fizeram? Prepararam uma patente sem filiação a nada. Novamente traíram o jovem rapaz que tinha apenas 28 anos de idade na época.

Para que o leitor entenda que esta foi uma grande invenção e humilhante contra Lampião, é que para ser capitão do exército brasileiro, o sujeito primeiro tem que passar por estas "11" graduações: 

1 - soldado de 2ª. classe.
2 - soldado de 1ª. classe. 
3 - Cabo.
4 - 3º. sargento,
5 -  2º. Sargento. 
6 - 1º. Sargento.
7 - Suboficial.
8 -  Cadete.
9 -  Aspirante a oficial.
10 - 2°. Tenente 
11 - 1°. Tenente. 
12 - Capitão.

Todas estas 11 primeiras graduações no exército brasileiro, são para poder o militar chegar a ser Capitão do Exército. Lampião foi direto para capitão.

Eu não entendo porque Lampião não percebeu que a esmola era grande para ele. Nunca foi nem soldado, e pulou 11 patentes, passou logo para capitão do exército! Incrível!

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. Calma! Calma!

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" siga o nosso blog. 

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O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica. 

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SERÁ VERDADE QUE LAMPIÃO DE BURITIS ERA LAMPIÃO VERDADEIRO DE PERNAMBUCO DO NORDESTE BRASILEIRO? MENTIRA PURA!

  Por José Mendes Pereira

Se já tivesse sido feito o exame de "DNA", na ossada do Lampião de Buritis, indivíduo nenhum faria esta pergunta a ninguém.

É de se estranhar e nem acreditar que tem gente que confirma  que este senhor à direita era Virgulino Ferreira da Silva, o afamado e perverso capitão Lampião do nordeste. O certo é que, os cangaceiros que estavam lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938, no Estado de Sergipe, em Porto da Folha, terras atualmente pertencentes à cidade de Poço Redondo, afirmam com convicção, que Lampião e Maria Bonita foram ali mesmos assassinados pelas armas comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva.

Foto feita na Grota de Angico 28-07-1938 após à chacina aos cangaceiros

Mas esta dúvida já deveria ter sido esclarecida, pois a Secretaria de Cultura de Serra Talhada, tem obrigação de provar sim ou não, através de  exame de “DNA”, feito com a ossada do fazendeiro Lampião de Buritis, e depois de tudo pronto, entregar aos brasileiros e ao mundo, a verdade sobre a  morte do rei Lampião no Estado de Sergipe ou no Estado de Minas Gerais.

O radialista Cid Charles neste vídeo abaixo sobre exame que identificou suposto Lampião do nordeste em Minas Gerais, através de três fotografias, as quais, foram feitas comparações, diz que foi comprovado que era realmente o Lampião do nordeste.

https://www.youtube.com/watch?v=42igCz16Rv0&ab_channel=%23TVJACOBINA

Será que este suposto exame de comparações com fotografias é real, ou é apenas uma maneira de afirmar que Lampião não morreu em Sergipe? Segundo o radialista, o nome do exame é "prosoprométrico". 

A foto anterior mostra que o olho direito do verdadeiro Lampião tem glaucoma, emquanto que o outro Lampião de Buritis não apresenta nenhuma cegueira no seu olho, apenas a pálpebra superior está um pouco arriada. 

Ver-se também que o queixo do Lampião verdadeiro era fino, e o queiro do Lampião de Buritis era bastante largo, e mesmo envelhecendo, se não diminuir, não há como aumentar a largura de mandíbula de animal nenhum, muito menos de ser humano.

O livro do fotógrafo e escritor José Geraldo Aguiar (já falecido), comprova a fuga do rei Lampião naquela madrugada, e foi residir no Norte de Minas Gerais. O livro ainda indica o cemitério onde o suposto cangaceiro foi sepultado, dia, mês e ano. Então, para isto, não há mais dúvidas de uma possível comprovação (sim ou não), é só a Secretaria de Cultura de Serra Talhada querer fazer o exame de "DNA" com a ossada do Lampião de Buritis.

Sinhô Pereira e seu primo Luiz Padre

Veja bem! Quando o Sinhô Pereira tentou fugir do nordeste pela primeira vez, com intenções de desistir da vida que levava, isto é, "o cangaço", esta tentativa não deu certo, só em 1922 que conseguiu, acompanhado do primo Luiz Padre, e foi muito difícil sair do nordeste, rumo ao Estado de Goiás, porque as perseguições das volantes policiais eram tantas que não lhes davam meios de fugas.

Clique no link abaixo, - http://www.piracuruca.com/index.php/historia/169-chefe-de-lampiao-foi-expulso-do-piaui.

E naquela época leitor,  o sertão nordestino era quase sem estradas, imagina 16 anos depois, como foi que o rei Lampião, um bandido afamado e perseguido por 7 Estados do nordeste brasileiro, conseguiu sair dessas terras, sem ser visto pelos seus perseguidores, quando os Estados já estavam quase totalmente traçados e bem traçados por estradas, construídas pelos governos Estaduais e Federal? Não tinha como da noite pro dia o rei Lampião caminhar em busca de Minas Gerais, sem que nenhuma autoridade militar do nordeste brasileiro o incomodasse. 

Para que o capitão Lampião tivesse fugido do nordeste em busca de Minas Gerais, teria ele se preparado pelo menos 2 meses, usando toda a sua estratégia para a fuga. E isso não aconteceu antes, já que os seus remanescente não confirmaram em suas entrevistas que o facínora vinha planejando uma possível desistência do cangaço. Só na noite anterior à chacina, foi que ele comunicou aos bandidos que estava querendo ir para Minas Gerias. "Quem quisesse ir com ele que o acompanhasse, e quem não quisesse ir, ele não ficaria chateado com nenhum deles". Interessante é que o capitão Lampião conhecia bem o nordeste, e não o Sudeste, região que nunca tinha posto os seus pés por lá. 

https://infonet.com.br/blogs/grota-do-angico-se-ecoturismo-cangaco-e-velho-chico-3/

Eu, mesmo sendo apenas um estudante do cangaço e com pouca bagagem na minha pasta mental, porque não sou um pesquisador de campo, não tenho dúvida, Lampião e sua rainha Maria Bonita foram assassinados lá na Grota do Angico, na madrugada de 28 de julho de 1938. Eu não estava lá, mas foram mortos ali mesmos.

Manoel Dantas Loyola o cangaceiro Candeeiro

Manoel Dantas Loyola que no mundo do crime era conhecido como sendo o cangaceiro Candeeiro, e que era um homem sem mentiras e bastante firme nas suas respostas, quando entrevistado pelo cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira, ele afirmou que o rei do cangaço Lampião e sua rainha Maria Bonita morreram lá na Grota do Angico, naquela madrugada triste, do dia 28 de julho de 1938.

E por que nós que não estávamos lá, queremos duvidar de quem lá estava? É apenas questão  de querermos contrariar a história sobre "Cangaço", ou aceitarmos para fugirmos do assunto e não opinarmos. 

Aqueles que são funcionários e estudiosos da Secretaria de Cultura de Serra Talhada, deveriam solicitar da Secretaria o apoio para este fim, desvendar a morte ou não dos cangaceiros Lampião e Maria Bonita, rumando à Minas Gerais para retirarem materiais da ossada do Lampião de Buritis, ou da sua filha que vive por lá, para serem usados no exame de "DNA", e confirmar, sim ou não o Lampião verdadeiro. A Secretaria tem tempo para isso, antes que o túmulo do fazendeiro de Buritis seja deteriorado pelo tempo no cemitério. O certo é que, quando se fala gastar com cultura, parece que o dinheiro tem vergonha e se esconde. 

Informação ao leitor: Não sou sábio no que se refere a cangaço, apenas me divirto, e o que escrevi, não prejudica o que os escritores, pesquisadores e cineastas já registraram. 


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MAIS UMA HISTÓRIA QUE NÃO CONDIZ COM A VERDADE..

   Por José Mendes Pereira


As histórias sobre  "cangaço" algumas são criadas facilmente e cabeludas, e rodam o Brasil inteiro como se fossem verdades; enquanto que outras que foram escritas pelos escritores e pesquisadores de responsabilidades, e que são reais, poucas pessoas acreditam, desejam mais as que não têm nenhum fundamento, como é o caso do surgimento da mentira que Lampião não morreu em Angico, e sim, no Norte do Estado de Minas Gerais. - https://josemendeshistoriador.blogspot.com/2021/05/sera-mentira-ou-verdade-que-lampiao-de.html

Vejam o que encontrou o professor e pesquisador do cangaço Ruy Lima escrito pela Editora Saraiva, com o título "Por Dentro da História". 

Professor Ruy Lima

Diz Ruy Lima:

Será mesmo?

A famosa Editora Saraiva publicou uma coleção denominada "Por Dentro da História", formada por vários autores, a qual, como diz o coordenador da coleção, "reconta a História empregando o recurso literário, ou seja, traz histórias sobre a História, Com grau de aprofundamento compatível com o público leitor, os livros abordam de forma crítica e analítica temas históricos presentes no currículo escolar."

Assim escreveu o coordenador da coleção.

Mas, o que tem o cangaço a ver com isso?

Há um livro dessa coleção que me chamou muito a atenção. intitulado "CANGAÇO - A guerra no sertão da Republica."

Oxente! Nunca eu tinha imaginado que existisse um livro didático, de "História", sobre o Cangaço e, em especial, sobre Lampião.

Achei o livro interessante, com páginas ilustradas, parecendo um folheto, Mas, fiquei triste, muito triste mesmo, quando li o seguinte trecho na página 25 do livro, sobre o motivo pelo qual Lampião entrou para a vida de cangaço: 

"Quando seu pai foi assassinado a mando da família Carvalho, de Serra Talhada, ele entrou para o bando de Sinhô Pereira com a intenção de dar o troco. Isso aconteceu em 1917." (Não bate com os estudos do cangaço. - blogdomendesemendes).

Já na página 61 (o livro tem 72 páginas e um questionário (?). o autor escreveu, referindo-se a Corisco, ao saber da morte do seu compadre Lampião: "Cheio de ódio e inconformado com a morte do Rei do Cangaço, matou outro acusado chamado Pedro de Cândido, e se pôs a perseguir todos aqueles que tivessem o sobrenome Bezerra, simplesmente imaginando que fossem aparentados do tenente João Bezerra," Meu Deus! Já ouvi histórias de trancoso, contadas por minha avó, de Belo Jardim, mais verídicas do que essas. (Menos verdade. (Menos verdades. - Pedro de Cândido foi morto no ano de 1941. (Não bate com os estudos do cangaço -

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2018/04/a-morte-de-pedro-de-candido.html

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LAMPIÃO FUGIU BALEADO DA GROTA DO ANGICO?

   Por José Mendes Pereira


Mas um querendo aparecer no mundo cangaceiro com sua história cheia de fantasia. Muito difícil o volante cabo José Panta de Godoy, ter dito isso a este senhor que aparece no vídeo, inventando conversa. Uma das razões que a sua história não tem fundamento, é afirmar que Lampião fugiu do combate da Grota do Angico baleado. E de quem é esta cabeça que aparece na foto abaixo no meio dos 11 cangaceiros chacinados, seu Nivaldo Vieira? Seria uma montagem?

A cabeça de baixo da foto é de Lampião.

O senhor Nivaldo Vieira quer reservar um cantinho famoso para ele, no meio daqueles famosos que fizeram partes do cangaço. E também, ficar no meio dos escritores, pesquisadores e cineastas, como sendo uma peça de muito valor no estudo cangaceiro. 

O senhor Nivaldo deve parar com esta conversa sem fundamento, porque, nenhum dos remanescentes que foram salvos das balas vomitadas pelas metralhadoras das volantes policiais, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, em terras de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, falou sobre esta possibilidade, do capitão Lampião ter ludibriado as volantes, e sair de lá apenas baleado. 

imagine meus amigos de pesquisas, seu Nivaldo ter ouvido da boca do próprio cabo Panta de Godoy, uma aberração dessa, que jamais ele diria a nenhum pesquisador, escritor... 
 
https://www.youtube.com/watch?v=LlRUVNBD4-E&t=0s&ab_channel=TVMARIABONITA

Em entrevista feita no dia 8 de março do ano de  2020, pelos pesquisadores Raul Meneleu Mascarenhas e Osvaldo Abreu, o Sr. Nivaldo Vieira relatou que, o volante militar da polícia que perseguiu o bando de Lampião até a morte, cabo José Panta de Godoy, teria lhe dito pessoalmente, que Lampião tinha fugido baleado do combate do Angico. 

Raul Meneleu Mascarenhas

Mas como é que um homem tem essa coragem de criar esta conversa, que o Panta de Godoy teria afirmado isso sem fundamento? O senhor Nivaldo Vieira que me desculpe, só diz isso, porque o cabo já faleceu. Se ele estivesse vivo, jamais diria isso para nenhum pesquisador, porque, o Panta poderia tomar conhecimento desta invenção, e com certeza, não o perdoaria, sujeito a cobrar dele a sua criação.

E a cabeça que aparece na foto, é de quem, seu Nivaldo Vieira? Seria uma montagem, que na época desta chacina, ainda não existia esta possibilidade de criar, e nem tão pouco internet? 

O senhor está conversando coisa com coisa. Tenho real certeza que o cabo José Panta de Godoy nunca lhe disse isso, e nem diria a ninguém. Panta de Godoy tinha modos para conversar, sem inventar mentiras para se promover na cultura cangaceira. 

Quem acreditar nesta história contada por seu Nivaldo Vieira, nunca estudou nem só um pouquinho sobre o movimento social de cangaceiro, principalmente sobre a Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia., do afamado e sanguinário capitão Lampião.

Que seu Nivaldo Vieira que me desculpe, por favor, as minhas dúvidas!

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

MARIA BONITA E ESTAS DUAS MULHERES QUE APARECEM NA VOTO, VIERAM COM OS CANGACEIROS PARA MOSSORÓ, NO ANO DE 1927, QUANDO LAMPIÃO TENTOU INVADIR A CIDADE?

   Por José Mendes Pereira


Assim como eu, que quando comecei a estudar cangaço, acreditava que Lampião tinha morrido aqui em Angico, no Estado do Rio Grande do Morte. Alguns estudiosos do cangaço que estão começando a gostar do tema, também pensam coisas que na verdade, elas não têm procedências, e fazem perguntas da seguinte maneira: 

- Maria Bonita e estas duas mulheres que aparecem na foto, também estavam no bando de Lampião, quando do ataque à Mossoró?

- Não. Não estavam. 

- E o que justifica a presença delas no Memorial da Resistência de Mossoró, se elas não estiveram no ataque da cidade feito pelo capitão Lampião e seu temido e honrado bando de cangaceiros?


É simples, creio eu. A presença destas cangaceiras no Memorial, é que elas fizeram partes do cangaço, e não do ataque à cidade de Mossoró. Então, alguns pesquisadores e escritores de Mossoró, que estudam "cangaço" e participaram da criação do Memorial, talvez, acredito eu, acharam por bem colocá-las, como participantes do cangaço, e não como cangaceiras vindas à Mossoró em companhia do bando de facínoras. Acredito que está mais ou menos explicada a pergunta.

Memorial da Resistência de Mossoró

A rainha do cangaço Maria Bonita, Neném do Ouro e a suçuarana Dadá, nunca pisaram em terras mossoroenses, e nem no Rio Grande do Norte, porque, quando entraram para o cangaço, principalmente Maria Bonita que foi a primeira cangaceira a fazer parte do movimento social de cangaceiros, da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.", já faziam mais de dois anos que houve a invasão  à Mossoró, feita por Lampião e seu grupo. Mossoró teve o desprazer de receber o facínora na tarde do dia 13 de junho de 1927, mais ou menos ás 4:00 horas da tarde.


Observe grande leitor, que na foto acima do Memorial da Resistência de Mossoró aparecem três mulheres, as quais são as cangaceiras: Neném do Ouro, Maria Bonita e Dadá.

Neném do Ouro sentada, Luiz e Maria Bonita

"Neném do Ouro", era companheira do cangaceiro Luiz Pedro. E a outra cangaceira que aparece à frente, ao lado direito da foto, é "Dadá" esposa do cangaceiro Corisco, conhecida como a verdadeira suçuarana do cangaço do capitão Lampião. 

Cangaceiros Corisco e Dadá

Ao lado direito aparece Maria Bonita, companheira do afamado cangaceiro e sanguinário capitão Lampião. É considerada a rainha do cangaço do nordeste brasileiro. Ela só esteve em 4 Estados do Nordeste, foram eles: Bahia, sua terra natal, sendo lá de Paulo Afonso. Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Neste, ela foi assassinada juntamente com o seu companheiro. Dos 9 Estados do nosso sofrido Nordeste, o compadre e capitão Lampião só não visitou os Estados do Maranhão e do Piauí. 

https://www.youtube.com/watch?v=rlo0A2bMKZU&ab_channel=CEEC-CentrodeEstudosEuclydesdaCunha

Então, para conhecimento dos que estão começando a estudar cangaço, no tempo do cangaço, nenhuma cangaceira esteve em Mossoró. 

Ex-cangaceira Sila - esposa do cangaceiro Zé Sereno.

Somente a ex-cangaceira Sila veio aqui como palestrante do cangaço em 1994, e recebeu da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC, o título de Sócia-Honorária, das mãos do sócio fundador Raimundo Soares de Brito, o Raibrito.

Escritor e pesquisador do cangaço Raimundo Soares de Brito.

Não tenho o dia e mês da sua visita à Mossoró. mais estão arquivados nos anais da SBEC em Mossoró - no Rio Grande do Norte.,. 

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MORTE DO PAI DE LAMPIÃO NOS JORNAIS DA ÉPOCA.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=oZrQ9PyLC5E

Terceiro vídeo da série com os pesquisadores Jairo Luiz e Wescley Dutra, sobre vários assuntos ligados ao cangaço, entre os quais Angico. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @cangacoaderbalnogueira   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA - DUAS VIDAS, DUAS MORTES. (FARSA).

   Por José Mendes Pereira

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Todos aqueles que me conhecem nesse mundo de pesquisas sobre o cangaço sabem muito bem que eu não sou nenhuma autoridade no assunto, e tenho a dizer aos amigos, as minhas inquietações são somente sobre depoentes e mais ninguém. Se caso eu discordar de um escritor, pesquisador ou mesmo sobre os trabalhos de cineastas do cangaço, estou querendo aparecer, vez que eu não tenho profundos conhecimentos sobre o tema para guerrear contra qualquer um desses que organiza a literatura lampiônica. Sou um estudante que conheço o meu lugar no estudo cangaceiro, e o meu pouco conhecimento que tenho adquirido, vem dos pesquisadores, escritores e cineastas. E para que eu ir contra eles?

Antiga Villa Bella - Pernambuco terra de Lampião

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984, chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para pesquisadores que são famosos, nada verdadeira, tudo mentira.

Capitão Lampião e seu irmão mais novo Ezequiel Ferreira da Silva

Alguns que conheceram o Ezequiel  irmão de Lampião, em Serra Talhada, acharam que o homem tinha muito a ver com o Ezequiel verdadeiro, principalmente amigos de infância e outros mais, como por exemplo, o Genésio Ferreira primo de Lampião, que o acoitou por mais de 20 dias em sua residência, acreditando nas palavras do velho.

Mas você leitor, poderá até me perguntar o porquê da minha discórdia, quando ele detalhou tim por tim a alguns antigos amigos e familiares de Serra Talhada.

Primeiro, quando o Ezequiel verdadeiro saiu de Villa Bella ainda era muito pequeno, com aproximadamente 9 anos de idade, porque ele nasceu em 1908, e toda encrenca de Zé Saturnino com os Ferreiras ou os Ferreiras com Zé Saturnino, foi mais ou menos a partir 1916. Então nenhum de seu tempo de criança que viu ele nascer tinha condições de reconhecer o menino de ontem que hoje já era velho e muito velho.

Outra, segundo informações, quando perguntado os nomes dos seus pais, ele não soube responder, principalmente de alguns irmãos. Ora, é muito difícil esquecer os nomes dos seus pais e muito menos de irmãos.

E há quem diga que, isso de não saber os seus nomes, foi simplesmente devido a avançada idade que já tinha o feito esquecer os nomes dos pais e de alguns irmãos. Mas mesmo sendo bem velho, ele soube muito bem procurar o seu direito de se aposentar.

Pais e irmãos de Lampião, inclusive ele está na foto. As duas irmãs que morreram ainda pequeninas não estão na fotografia. (Desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos)

Disse que tivera 6 irmãos. Mas nós sabemos que a prole do casal era um total de 11 filhos, incluindo ele, caso fosse o Ezequiel verdadeiro. Ele foi irmão de 09 filhos de José Ferreira com dona Maria Sulena da Purificação, e 10 contando com Antonio Ferreira da Silva, que era só filho de dona Maria, com um senhor chamado Venâncio, porque quando seu José casou-se com dona Maria, segundo pesquisadores, ela já o levava no seu ventre. 

Mas, de acordo com documentos nas mãos do escritor José Bezerra Lima Irmão, pela contagem do dia do casamento dos seus pais, o Antonio Ferreira  também era filho legítimo do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva, ou dos Santos.

Escritor José Bezerra Lima Irmão

Sem ordem de nascimento todos seus irmãos eram: Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, Virgulino Ferreira da Silva, Virtuosa Ferreira da Silva, João Ferreira dos Santos (este era dos Santos, Angélica Ferreira da Silva, Ezequiel Ferreira da Silva, Maria Ferreira da Silva (dona Mocinha), e Anália Ferreira da Silva.

Saudoso Escritor José Sabino Bassetti

Além dos seus irmãos que nós todos já os conhecemos através dos nossos estudos cangaceiros, o casal teve mais duas filhas, as quais nasceram mais ou menos nos anos de 1913 e 1914 do século XX, e, segundo o pesquisador do cangaço e escritor José Sabino Bassetti, as crianças faleceram ainda pequeninas, e uma delas foi tristemente queimada numa língua de fogo de uma lamparina, ao clarear de certo dia. 

A criancinha levantou-se da sua redinha e caminhou para uma mesa onde estava a lamparina acesa, e acredita-se que ela tenha puxado a toalha da mesa, fazendo com que o querosene derramasse sobre a sua camisolinha, e a partir daí, o fogo tomou de conta das suas vestes. Ela teria durado alguns dias vivas, mas não resistiu às queimadura e veio a óbito. O escritor não revela o ano de seu falecimento.

Ainda segundo José Bezerra Lima Irmão, o suposto Ezequiel Ferreira foi entrevistado pelos escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, os quais são autores do livro “Lampião e o Estado-Maior do Cangaço”, e fizeram várias perguntas ao forasteiro, homem sem rédeas, mas ficaram abismados com tantas contrariedades ditas pelo depoente.

Escritor e pesquisador do cangaço Hilário Lucetti

Mas o homem  impostor descaradamente estava querendo adivinhar o que lhe era solicitado pelos mestres da cultura, e, escorregava constantemente, porque não  tinha  firmeza do passado da família "Ferreira", a qual ele se dizia fazer parte. O certo é que, aquelas alturas, ele queria apoio de alguém para permanecer por alguns dias na cidade de Serra Talhada, enquanto resolvia o que tinha ido fazer lá.

Escritor e pesquisador do cangaço Magérbio de Lucena

Com tudo em mãos, caneta, papel e outros materiais necessários para os seus trabalhos, os pesquisador Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena resolveram iniciar as suas perguntam ao suposto Ezequiel:

- O senhor é mesmo irmão do Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião?

E ele desavergonhadamente, mas talvez um pouco nervoso, que nessa hora, aparece a quem está mentindo, assegurou dizendo:

- Sou sim, o irmão mais novo de Lampião.

- E como são os nomes dos seus pais...?

O dono da farsa literalmente não soube responder.

Os autores perguntaram-lhe:

- Por que é que todo mundo diz que o senhor foi assassinado e testemunhado por pessoas que lá estavam, no Estado da Bahia, no ano de 1931, no mais ferrenho combate feito pelo capitão Lampião e a polícia, que aconteceu nas terras da cidade de Paulo Afonso, no povoado chamado Baixa do Boi, e agora o senhor aparece vivo em Serra Talhada?

Cova do cangaceiro Ezequiel Ferreira irmão de Lampião

E ele:

- Tudo era mentira, senhores.  O meu irmão Lampião inventou a história para eu sair do cangaço.

- Quantos irmãos o senhor teve?

E ele respondeu:

- Tive 3 irmãos e 3 irmãs.

O que não é verdade a resposta do suposto Ezequiel...

Mas veja leitor, que ele não tinha segurança no que dizia. Fantasiava a descrição dos combates e citava cangaceiros que não foram do seu tempo.

Depois de tantas mentiras, os escritores perderam o gosto e desistiram de continuar a entrevista com o suporto Ezequiel Ferreira da Silva.

Apesar de admitirem que o homem tinha mais ou menos a mesma idade e aparentando fisicamente, que teria Ezequiel se fosse vivo, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena consideraram que na verdade era um verdadeiro embusteiro. Os estudiosos do cangaço ficaram sem saber a finalidade de tanta mentira, porque, na história não havia valores e nem promessas.  

Dr. Antonio Amaury, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Dr. Leandro Cardoso

Mas aí não termina a farsa. O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro, residente na capital  de Fortaleza-CE, em um dos seus trabalhos com o título “A morte de Ezequiel Ferreira (Ponto Fino) irmão de Lampião”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  

O cangaceiro Luiz Pedro

E fugiram disfarçados: o próprio Ezequiel; o capitão Lampião, Luiz Pedro e mais Félix da Mata Redonda, tendo ele permanecido no Estado do Piauí, enquanto Luiz Pedro e Lampião tomaram o destino de Goiás, onde esse teria morrido no ano de 1981. Mais uma vez o homem mentiu, mentiu e mentiu muito. Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938 indiscutivelmente.

O cangaceiro Félix da Mata

Veja leitor, fugiu do bando de Lampião em 1931, quando, segundo ele, Lampião teria forjado a sua morte, e 7 anos depois, ele aparece na "Empresa de cangaceiros Lampiônica & Cia" do irmão, em 1938, na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente antes da chacina.

O JUIZ DE DIREITO DEIXOU DE SER DIREITO, MANDOU REGISTRAR HOMEM QUE SE DIZIA SER IRMÃO DE LAMPIÃO. 

QUAL ERA A PROVA? SOMENTE A SUA PALAVRA E A DOS QUE DIZIAM SER ELE MESMO?

Não dá para entender por ter  sido lavrado o registro de Ezequiel novamente, porque se era ele ou não, no período que ele nasceu, seu pai José Ferreira dos Santos estava gozando a liberdade e vivendo a paz, e tenho quase certeza que ele não deixou nenhum dos seus filhos sem registrá-lo. Tod da Silva registrado duas vezes em Pernambuco.

Mas quem foi o culpado? 

Foi "Clodoaldo Bezerra de Souza e Silva", juiz de direito da comarca de Serra Talhada, que segundo informações, admirado (ficou de queixo caído, coisa que um juiz de direito tem que ir pela lei e a razão, e não pelo o coração); com o que afirmava o suposto Ezequiel. Mandou chamar alguns antigos moradores da cidade, e a eles fez perguntas se confirmavam ou não, que aquele sujeito era Ezequiel Ferreira da Silva, irmão de Lampião. Os entrevistados afirmaram que sim. Que coisa, hein!

Mas as pessoas não podiam testemunhar nada, vez que o rapaz estava longe dali, e já haviam se passados muitos anos se fosse ele mesmo, e assim, a garantia daquele sujeito ser Ezequiel, irmão do rei do cangaço capitão Lampião, era uma verdadeira incógnita.

Como juiz de direito da cidade de Serra Talhada, ele tinha que mandar fazer uma busca nos cartórios da cidade, e até mesmo em outros municípios adjacentes, para saber se existia ou não, registro em algum livro oficial do Ezequiel Ferreira da Silva, tendo como pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. 

José Ferreira dos Santos e dona Maria Sulena da Purificação -  pais de Lampião.

Mas é quase certo que não mandou fazer este levantamento nos cartórios, pois o procedimento legalmente seria este, e não ir em conversas de pessoas que queriam que o homem fosse reconhecido e registrado como irmão de Lampião, e sendo assim, desnecessariamente, autorizou que o homem fosse registrado no cartório que ele procurou, como sendo irmão dos Ferreiras, e sem outra providência.

Sobre Ezequiel ter relembrado muitas coisas quando morava em Villa Bella, isso não é difícil para ninguém, e muito menos para quem quer se passar por outra pessoa. Eu moro na região Leste de Mossoró e sei quase tudo dos tempos passados em bairros que já morei, que se eu andar em alguns deles, mesmo sem conhecer quase mais ninguém, porque muitos já se foram, contarei com perfeitos detalhes o passado dali, como se eu estivesse ainda vivendo por lá. 

O suposto Ezequiel Ferreira com certeza era um antigo morador da região, e como tinha uma certa semelhança com o Ezequiel verdadeiro, fez muita gente de besta em Serra Talhada. Muito bem merecidas as pessoas que se diziam que aquele sujeito era mesmo o Ezequiel Ferreira da Silva.

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