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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

..."O ENCONTRO COM A MULATA DA 'TERRA DO CONDOR’!"

Por Sálvio Siqueira

A vida, podendo-se chamar de ‘vida’, de um ‘cabra’ quando entrava no cangaço estava perdida. Perdida por saber que seu fim estava próximo e de maneira trágica. A partir daquele momento o que mais surgia em sua frente era vingança, depredações, torturas, saques, assaltos, fugas, emboscadas, traições... em fim...mortes. Total violência.

Até o início de 1929, não há registro que alguma mulher tenha feito parte dos bandos de cangaceiros nos sertões nordestinos. Mas, como diz o grande pesquisador/historiador Antônio Amaury, em seu livro ‘De Virgolino a Lampião, 2ª edição revisada, pg 224,”(...) todo homem carrega, dentro de si, a necessidade de afeto e carinho, por mais rude e violento que seja(...)”. Surgiu diante do intrépido bandoleiro a doçura, beleza e o fascinante corpo da pequenina grande mulata, Maria Gomes de Oliveira, encantando por deveras o malvado cangaceiro.

Filha de José Gomes de Oliveira e de Dona Maria Joaquina Conceição Oliveira, residentes na Fazenda Malhada de Caiçara, município de Santa Brígida- BA, hoje fazendo parte do município de Paulo Afonso- BA. O senhor José Gomes era conhecido na região por Zé Felipe e por Dona Déa, sua mãe, Maria Joaquina.


Maria Gomes de Oliveira, conhecida nas redondezas por Maria de Déa,”(...)Era uma jovem de dezoito anos, morena, de cabelos pretos e olhos azuis e de estatura mediana(...)”, (pg 225,Ob. Ct.). Na ocasião encontrava-se em casa de seus pais por estar separada, temporariamente, do seu esposo José Miguel da Silva, conhecido por Zé de Nenê. Várias ‘separações’ já haviam acontecido anteriormente por ciúmes, maus tratos,... etc..

Sendo a segunda vez que Lampião visita a fazenda, é exatamente nesta que lhe apresentam Maria. Aconteceu algo diferente dentro do coração de pedra do ‘Rei Vesgo’. Dando sequência a uma prosa, notou que o coração dela também estava balançado, pois era bom observador, e, eram estes os sinais que seus olhos, os dela, transmitiam. Para ter o ‘pé’ de voltar a vê-la, Lampião encomenda quinze lenços para Maria bordar. Chegando após o trato feito, para pegar os lenços, Virgolino e Maria, notaram estarem apaixonados. Estes encontros entre os dois foram relatados por suas irmãs,”(...)relacionamento entre os dois foi contada e confirmada pelas irmãs de Maria, chamadas Antônia Oliveira, Olindina Oliveira Santos, conhecida como Dorzinha, e Amália Oliveira Silva, a Dondon(...)”.(Pg 226 da ob. Ct.).

As visitas ficaram constantes. Há isso, trouxeram vários aborrecimentos a família de Maria, pois quase sempre passavam por algum ‘arrocho’ de volantes em perseguição ao bandoleiro. Não conseguindo pedir que Lampião deixasse de visitar sua casa, nem tinha como, foi necessário os pais de Maria mudarem de lugar.

Então... Maria toma a decisão de deixar todos e seguir seu ‘amor’. Virgolino manda um bilhete contando a decisão de sua amada ao seu marido. Percebendo a decisão dela, sua ex- cunhada Mariquinha, corre para junto de Ângelo Roque, o cangaceiro Labareda, e seguem o mesmo caminho. Foram viver sua paixão ardente, nas acidentadas veredas dos vales sertanejos.

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira – O cangaço

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NAS TRILHAS DO CANGAÇO


Desde 1995 quando comecei as pesquisas e entrevistas realizei muitas horas de gravações em áudio e vídeo, além de centenas de fotografias.

Em Janeiro lanço mais um trabalho sobre o cangaço, e assim finalizo meu tempo com a história de Lampião e seus inúmeros subgrupos.

Não deixarei de pesquisar, mas a parte literária finda aí. Agora vou cuidar de expor o material que foi adquirido com o tempo e disponibilizar em um museu esse acervo, para que os amigos, estudiosos, pesquisadores e interessados possam conhecer as peças que nos remetem a esse período.

Entrevista para o esporte espetacular - Rede Globo

Seminário em Piranhas - Alagoas
Pesquisando em Alagoas
Em Brasília com os cangaceiros Moreno e Durvinha
Gravando documentário  no Museu Casa de Maria Bonita
Com a cangaceira Aristéia
Com o cangaceiro Moreno - Fortaleza-Ce
João de Sousa Lima e Kydelmir Dantas com Durvinha
Reportagem do SBT

http://www.joaodesousalima.com/2014/10/nas-trilhas-do-cangaco.html

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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

Autor José Bezerra Lima Irmão

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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A Cadeia de Pombal

Por:Verneck Abrantes de Sousa

A referência mais antiga a uma Cadeia em Pombal, em construção, é de 1816, para ser concluída em julho de 1859. Um fato curioso. Jesuíno Brilhante, cangaceiro inteligente, com certa instrução educacional, foi protagonista da história, que assim, aconteceu: Lucas, irmão de Jesuíno, acusado de ter cometido um crime foi preso na cadeia de Pombal, onde estavam mais de 50 presos da cidade e de outras vizinhanças. Como o julgamento estava demorando, Jesuíno tomou a decisão de libertar o irmão.

Conforme os autos: “As duas horas da manhã de 19 de fevereiro de 1874, numa quinta feira, chovendo bastante, não havendo ronda noturna, Jesuíno Brilhante, seu irmão João Alves Filho, o cunhado Joaquim Monteiro e outros, perfazendo um total de oito cangaceiros, todos montados a cavalos, atacaram de surpresa a Velha Cadeia, que na época era guarnecida por um cabo, onze soldados da Guarda Nacional e um da polícia. Despertando-os a tiros, dizendo em voz alta os nomes dos primeiros atacantes, destacados como os mais importantes do bando dando viva a Nossa Senhora, os oitos cangaceiros conseguiram dominar todos os soldados. Enquanto isso, os presos acendiam velas e lamparinas para iluminar as celas.



Os cangaceiros se apoderaram das armas e munições, distribuiriam com presos que, aos poucos, iam ganhando liberdade e ajudando no ataque. Arrebentaram cadeados, fechaduras, dobradiças, grades e saleiras com pedras, machados e outros instrumentos. Foi um verdadeiro levante, na maior algazarra. Depois se retiraram montados a cavalos, gritando pelas ruas, quando já se tinham evadido 42 presos de justiça, ficando 12 que não quiseram fugir. “Os fugitivos tomaram rumos diversos, não constando nos autos a capturas de um só criminoso”. 

Verneck Abrantes de Sousa
Compartilhada por Narciso Dias

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UM RETRATO DE FAMÍLIA


Coronel João Bezerra e família... uma foto para a história.

Sentado no sofá ao centro vemos o agora Coronel João Bezerra, ao lado Dona Emiliana (conhecida como Dona Mili, esposa de Sinhozinho Correia do Jerimum, mãe de Dona Cyra Bezerra), Dona Cyra Bezerra (Esposa de João Bezerra), à esquerda junto ao Coronel estão: Rosângela, Alípio Júnior e Rosinete, filhos de Dona Valdeci Brito que se encontra em pé na extrema direita na imagem.

E ao fundo na imagem (em pé) está o nosso amigo Paulo Brito, que dispensa apresentações, um grande guardião da história de sua família e do cangaço.

Pessoas que fazem parte de nossa história e que merecem toda a nossa admiração e respeito.

Meus agradecimentos ao amigo Paulo Brito que nos forneceu várias imagens de sua família para publicarmos em nossas páginas 

Fonte: facebook
Página: O CANGAÇO.
Geraldo Antônio de Souza Júnior

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MEU PAI E LAMPIÃO

Por Rangel Alves da Costa*

Meu pai era, a um só tempo, coiteiro e amigo de Lampião, confidente e conselheiro do Rei do Cangaço, fornecedor de armas e mantimentos para o maior dos cangaceiros que já trilharam os carrascais nordestinos. Mas também seu perseguidor, seu crítico maior e até inimigo de muitas ocasiões. Porém sem jamais ter sido volante ou delator.

Meu pai era isso tudo, mesmo só tendo nascido quase dois anos após a morte de Virgulino Lampião. O episódio de Angico, com a morte do líder, sua Maria tão Bonita e mais nove cangaceiros, se deu a 28 de julho de 38. E meu pai nasceu a 17 de junho de 1940 em Poço Redondo, ali pertinho da beirada do São Francisco onde dizem que o famoso casal tombou cravado de balas da volante de João Bezerra.

Mas nada implica que meu pai tenha tido tanta proximidade com o titã das caatingas. Ter nascido quase dois após a morte do outro não interfere no relacionamento tão cordial e amigueiro, tão intriguento e inimizado. E nada de espiritismo ou coisa do outro mundo, mas apenas as linhas que o destino traça ou aquilo que a história acaba unindo.

Verdade que enquanto viveu, pois falecido aos 72 anos a 1º de novembro de 2012, meu pai Alcino Alves Costa praticamente não fez outra coisa senão desencavar, remover, lapidar e preservar os feitos e as andanças, a história e a memória, a saga nua e crua do Capitão Lampião. Este mesmo que até hoje é tido como o maior estrategista das lutas sertanejas e o mais valente de todos aqueles que sob a lua e o sol desafiaram as forças de opressão.

De tanto ir ao seu encontro, procurar conhecer sua vida, suas bandeiras de luta, seu pensamento e objetivos, acabou encontrando um amigo inseparável. De tanto rebuscar seu passo e sua estrada, sua força e seu poder, sua mística e indiscutível liderança, acabou na mesma senda de cangaceiro ou coiteiro que se comprazia de sua encantadora companhia. Entrou no seu mundo e lá permaneceu. Ora no coito, ora no meio da mataria, onde o Capitão estivesse.

Mas também acabou com conhecimento tamanho de sua vida que tinha vontade de dizer, e bem na cara do próprio Lampião, algumas verdades que ele certamente não gostaria de ouvir. Mas tinha de ouvir. Baixar mosquetão e punhal e ouvir. Não fez assim, o tempo não permitiu que agisse como gostaria, chamando o cabra debaixo da umburana para dizer umas duas. Mas registrou suas indignações nos seus escritos lampiônicos.

O Capitão precisava saber do erro em acreditar que sabia demais, de pensar que os conchavos coronelistas eram garantia de segurança, de infantilmente pensar que tinha o corpo fechado. Virgulino tinha de ouvir muita coisa e ficar calado. Apenas pensar nos erros. Ora, e se fosse mesmo verdade aquela história de amizade com seu algoz, o Tenente João Bezerra, merecia mesmo uma surra. Quem já viu dizer que o caçador se aproximasse da presa com boas intenções?

Era por conhecer e procurar desvendar ainda mais a saga cangaceira e o seu líder maior, que Alcino viveu aquele tempo mesmo estando noutro. Por isso escreveu a história daqueles homens e suas lutas como se tivesse testemunhado os acontecimentos. Pesquisando nos livros e nos campos de lutas, ouvindo personagens daqueles idos, indo atrás onde houvesse um segredo cangaceirista a ser revelado, eis que juntou retalhos e costurou a história no seu realismo maior.

E por adentrar na história com a sede dos sertanejos, por revisitar cada passo e cada ação do grande do cangaço e suas afluências, é que Alcino se tornou tão amigo e tão inimigo de Lampião. Amigo leal e sincero inimigo. Basta ler nos seus livros o quanto venera quando tem de reconhecer méritos, e o quanto desancava ao apontar ações dignas de um bandido comum, cruel e desumano.

Para se ter uma ideia, no seu livro “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico”, Alcino logo separa o joio do trigo ao afirmar: A maioria de meus leitores irá fazer um julgamento que considero injusto. Irá asseverar que também sou tendencioso, por vezes colocando lá nos píncaros Lampião e alguns lendários cangaceiros. Se o leitor ficar atento aos fatos e narrativas irá perceber que procuro mostrar com isenção e imparcialidade todos os acontecimentos, por mais bárbaros que porventura tenham ocorrido naquela quadra da vida sertaneja, nos conflitos que duraram décadas, no meio da família nordestina.

Sua imparcialidade com os fatos impediu que tomasse partido contra ou favor de Lampião. Em todos os livros que escreveu sobre o cangaço, ele sempre procurou ser fiel aos episódios. Tal modo de historiar, desencavando os acontecimentos para encontrar a verdade, fez com que chegasse a algumas conclusões não aceitas por muitos. Ao tempo que reconhecia a valentia daqueles homens na sua luta inglória, também distinguia a face cruel do banditismo.

Daí que separa o Lampião do outro Lampião. Aquele de quem se tornou amigo pelo destemor e liderança e aquele de quem se tornou inimigo pelo terror espalhado. Mas uma coisa admirava demais no Capitão: a maestria estratégica digna de Sun Tzu. E também o seu poder de iludir a tudo e a todos. Passo a passo, os reais acontecimentos desmentem que tenha sido emboscado no Angico. Mas todo mundo acredita que lá está sua cruz.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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LUIZ PEDRO DO RETIRO (LUIZ PEDRO CORDEIRO )

Por Sálvio Siqueira

Natural do município de Triunfo – PE. Logo cedo pegou nas armas, aproximadamente dos quatorze aos quinze anos de idade. Fugindo da casa de seus pais, junta-se ao grupo de Lampião, o que causou grande desgosto aos familiares. Luiz Pedro não criou nenhuma alcunha, usava seu nome próprio e assumia seus atos. Sabia do seu futuro obscuro, por razões óbvias. 

Antonio Ferreira

Assumiu o lugar-tenente junto ao Rei Vesgo. Um acidente com uma arma de fogo, entre ele e o irmão mais velho de Virgulino, Antônio Ferreira, resultando na morte deste. Jurou ao seu chefe morrer junto dele por ter-lhe poupado a vida quando do acontecido. 

Apesar de ser calmo, era valente e homem de confiança de Lampião. Nenhum cangaceiro foi tão fiel a Lampião quanto Luiz Pedro. Era compadre e irmão do Rei do Cangaço e também da Rainha .


Talvez pelo seu jeito de ser alguns cangaceiros o chamavam de ‘Príncipe do cangaço’. Grande amizade formou-se entre o chefe e ele. 

Certa vez, após uma briga entre os cachorros de Lampião e Luiz Pedro, vendo o de Luiz sair vencedor, Lampião saca da pistola para matar o cão de Luiz Pedro, este, colocando uma bala na agulha do fuzil, falou para o Capitão que se matasse seu cachorro morreria. cachorros, cachorros, amizades a parte. O cão de Luiz Pedro não foi morto. 

Dizem que sua tez era clara, tinha os olhos azuis e foi dono de uma boa educação. Apaixonou-se pela baiana Eleonor, a qual, mais tarde, passou a chamar-se Neném do Ouro, e foi assassinada em 1936 na fazenda Mocambo. 

Luiz Pedro foi assassinado juntamente com Lampião, Maria e mais nove companheiros no dia 28 de julho de 1938, na grota do Angico. Possuidor de grande fortuna, deixou um dos policiais da campanha de Angico, Mané Véio, bem de vida com seu despojo, além de ter decepado suas mãos, para em casa, retirar seus anéis, enterrando-as próximo à sua casa.

Fotos dos casais, creio que capturadas por Benjamim Abrahão, a de Antônio Ferreira não sei.

Fonte: facebook

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