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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

JOEL SILVEIRA ENTREVISTA NA PRISÃO OS CANGACEIROS VOLTA SECA, ÂNGELO ROQUE (LABAREDA), SARACURA, CACHEADO, DEUS TE GUIE E CARACOL

http://www.famososquepartiram.com/2011/08/joel-silveira.html

Em março de 1944 o jornalista Joel Silveira desembarcou em Salvador para entrevistar os cangaceiros Volta Seca, Ângelo Roque,Saracura, Cacheado, Deus Te Guie e Caracol, todos presos na Penitenciária da Bahia. Essa entrevista foi publicada mais tarde no seu livro Tempo de Contar. E vai aqui reproduzida em razão do seu valor histórico:

https://tokdehistoria.com.br/2015/04/02/cangaceiros-cangaceirismos/

“Em meio à conversa, fiz a pergunta inesperada: os antigos companheiros e comandados de Lampião se entreolharam, silenciosos. Ângelo Roque (Labareda) baixou a cabeça e Saracura, a fisionomia carregada, pôs-se a olhar pela janela aberta. Segundos depois, CACHEADO me encara com seu rosto de criança, ilumina-se num sorriso cândido e me diz:

– A gente matava como uns danados. – E acrescenta: – Mas a culpa não era da gente.

ÂNGELO ROQUE, o ” velho Ângelo”, aprovou com a cabeça. E, Cacheado continuou:

– Se os homens educados não auxiliassem a gente com MUNIÇÃO, a história seria outra. Não teria se dado nada do que se deu. Pensando bem, os criminosos são eles. Uma pessoa de bem não ajuda bandido.

É uma tarde de quinta-feira, e estamos aqui, num dos mais amplos salões da Penitenciária da cidade de Salvador, diante dos seis famosos ex-cangaceiros: Volta Seca, Ângelo Roque (Labareda), Saracura, Cacheado, Deus Te Guie e Caracol.

DEUS TE GUIE é quase um menino, mas Ângelo Roque já vai se aproximando dos cincoenta anos: tem um rosto grave, de uma tristeza séria. O sertão deixou nele profundas marcas – as faces cortadas por rugas como talhos e nos olhos um brilho de sol inclemente. Antes de começar a tomar os meus apontamentos, o diretor da penitenciária fizera um pequeno discurso aos seis antigos bandoleiros. Aquilo seria, disse ele, uma espécie de mesa-redonda, na qual o jornalista e os prisioneiros debateriam assuntos ligados ao cangaço.

Que cada um contasse a sua história, as razões que o haviam levado a deixar a Lei, suas roças e seus empregos para a tremenda aventura do banditismo sertanejo. E que falassem, com toda a sinceridade.

ÂNGELO ROQUE fez um aparte, numa voz rouca:

-Eu sempre falei com sinceridade.

E me conta, dando início à conversa, que entrou para o cangaço para desafrontar a sua honra. ” Sempre fui um homem de ordem. Sempre vivi honestamente do meu trabalho “.

Sua história é simples, e escuto do próprio “velho Ângelo”, na sua linguagem seca e típica. Ângelo Roque da Costa nasceu em Jatobá, Tacaratu, em Pernambuco. Entrou para o banditismo em 1928, quando conheceu LAMPIÃO. Seu primeiro encontro com VIRGULINO foi na Fazenda Arrasta-Pé, na margem baiana do São Francisco.

-Não me esqueço da primeira impressão que LAMPIÃO me deu: a de um homem tão sujo que dava nojo.

Pouco antes de 1928, em Jatobá, um soldado da força local DEFLOROU uma irmã de Ângelo, é o que me diz. O caso foi para a Justiça, mas o soldado era protegido da política “de cima” – as queixas de Ângelo de nada valeram.

– “Então resolvi fazer justiça com as minhas próprias mãos. Fui na casa do soldado, mas só estava lá a mulher dele. Esperei na porta até que ele chegasse. De noitinha ele apareceu, e então eu lhe disse que ia morrer. Atirei duas vezes. O “praça” caiu de bruços, mas não morreu. Me disseram depois que andou muito tempo à beira da morte, mas não morreu”.

O medo da prisão jogou Ângelo Roque na caatinga: durante vários meses, andou como um sem pouso pelos áridos caminhos do sertão. Pouco aparecia nas cidades. Trabalhou em roças, dormia no mato. Conheceu, depois, os cangaceiros CORISCO e ARVOREDO, e os dois lhe explicaram que a única maneira de viver tranquilo, longe da polícia, era entrar para o cangaço. Em 1928, quando conheceu LAMPIÃO, se decidiu. Mas demorou pouco tempo ao lado de VIRGULINO.

– Lampião não podia ficar parado num canto, e eu nunca fui homem viajeiro. Além disso, de vez em quando, a gente se encrencava. Um dia tive uma briga mais séria com ele, por causa de uma coisa sem importância. A gente estava de emboscada, na caatinga, à espera de um caminhão. Mas depois aconteceu a disgraceira.

O culpado da “disgraceira”, me explica Ângelo Roque, foi o promotor de Coité que, em 1941, requereu na Justiça estadual a prisão do velho e dos seus companheiros.

– Este homem sempre me quis o mal, não sei por quê. Nunca fiz nada com ele.

A Justiça foi implacável para com os antigos reis do cangaço: Ângelo e seus amigos foram condenados, cada um, a trinta anos de prisão.

Há meses atrás, o antigo bandoleiro trabalhou numa Horta da Vitória da Legião Brasileira de Assistência e, diariamente, sem qualquer vigilância, tomava o bonde e ia para o bairro de Brotas, como um passageiro comum.

De todos os seis cangaceiros presentes, o único que tentou fugir da cadeia foi “VOLTA-SECA”.

Pergunto ao famoso cabra de LAMPIÃO, seu lugar-tenente, o que pretende fazer ao recuperar a liberdade. VOLTA SECA – é o mais vivo, o mais alegre e o mais inteligente de todos – me responde num sorriso:

– “VOU CUIDAR DA MINHA VIDA”.

– E depois ?

– “Me meto num lugar bem longe, tão longe que ninguém vai ouvir falar de mim. Mudo o nome, e vou viver tranquilo. O que passou, passou”.

Sua FUGA, há pouco mais de um ano, foi um prodígio de habilidade e sangue-frio: com uma lima rústica, VOLTA SECA conseguiu serrar uma das grades da prisão, e seu corpo fino e elástico, corpo de menino, deslizou pela pequena abertura e, em seguida, por um reduzido espaço entre fios elétricos do muro da penitenciária.

– ” Em pouco mais de vinte dias, fui a pé daqui da Bahia até Santa Luzia, em Sergipe. Não fui em menor tempo, porque um companheiro meu, que também havia conseguido escapar, adoeceu no caminho “.

Converso com esse rapaz de 26 anos de idade (parece ter apenas vinte), e às vezes me esqueço que foi ele próprio, há uns dez anos, quem comandou uma série de horrores numa fazenda de uns parentes meus, no Sul de Sergipe. Seu bom humor é contagiante, e é impossível deixar de rir quando VOLTA SECA nos revela, na sua maneira dialogada, ecos de sua fuga recente:

-” Uma tarde cheguei numa roça e pedi emprego. A dona da roça me olhou, perguntou depois: ” VOCÊ NÃO É O VOLTA SECA ?”. Dei um pulo para trás, gritei: “DEUS ME LIVRE, MINHA SENHORA ! ISSO É COISA QUE SE DIGA ! “.

Então a moça continuou: “POIS JA VI O RETRATO DE VOLTA SECA E O SENHOR SE PARECE MUITO COM ELE. ”

Respondi:

“POIS ENTÃO, DONA, ME PAREÇO COM O DIABO ! “.

Peço a VOLTA SECA sua opinião sobre LAMPIÃO, e ele me responde:

-LAMPIÃO sempre foi um homem difícil de explicar.

– Mas era valente ? Perguntei-lhe .

– ” Homem, não sei. Rodeado de amigos  bem armados e dispostos, todo mundo é valente….Nunca vi ele brigar sozinho. LAMPIÃO só andava rodeado, e assim qualquer trabalho fica fácil ”

Aponta para ÂNGELO ROQUE, afogado na sua gravidade:

– Valente era aquele ali. Isto sim. Já vi várias vezes o velho Ângelo enfrentar sozinho vários “macacos” (soldados das volantes).

Também VOLTA SECA brigou, certa vez, com LAMPIÃO. Foi uma briga muito séria, me diz ele, e DEUS TE GUIE conforma.

-Naquele dia, eu tinha certeza que um dos dois ia deixar de viver: ou VOLTA SECA ou LAMPIÃO.

O mal-entendido entre o Chefe do bando e o seu cabra mais famoso teve lugar em 1931, após um duro combate com a força policial. Um dos bandoleiros, “BANANEIRA”, havia sido ferido pelos soldados, e, ficara estendido na estrada. VOLTA SECA procurou LAMPIÃO e pediu-lhe autorização para ir buscar o amigo ferido. VIRGULINO achou que a empresa era perigosa e que a ida de VOLTA poderia facilitar aos soldados a pista do bando.

Mas VOLTA SECA não podia deixar o companheiro morrer, explica DEUS TE GUIE. Então, surgiu o primeiro atrito entre os dois. Em companhia de CARACOL (também presente à entrevista, com seu rosto parado), VOLTA SECA conseguiu arrastar BANANEIRA até um lugar seguro. Mas BANANEIRA estava muito ferido e teve que ser transportado numa rede.

-BANANEIRA pesava como o diabo – me diz VOLTA SECA.

Quando os dois chegaram com o companheiro ferido, LAMPIÃO e o resto do bando já haviam ido embora. Voltaram depois, e VIRGULINO procurou VOLTA SECA:

– “Menino, a gente tem que andar depressa. Os “macacos” estão por perto. Solte o ferido aí, e monte no seu cavalo.”

VOLTA SECA respondeu que não podia fazer aquilo. BANANEIRA iria com ele – e montou o ferido no seu próprio cavalo. VIRGULINO, enfurecido, ordenou a VOLTA SECA que desmontasse BANANEIRA.

– ” Então, o sangue me subiu à cabeça. Disse que não desmontava. LAMPIÃO pegou a carabina, mas fui mais ligeiro do que ele. Apontei bem no peito dele e lhe disse: ” Se o senhor bulir com as pestanas, atiro. “LAMPIÃO estava verde de raiva. Ficamos assim um tempo grande, um olhando para o outro. Depois os companheiros serenaram a coisa. De noite no meu rancho, fui avisado por QUIXABEIRA e GAVIÃO que LAMPIÃO ia me matar no dia seguinte. Então dei o fora ”

VOLTA SECA tinha apenas 14 anos quando entrou para o bando de VIRGULINO. Nascera em Itabaiana, no centro de Sergipe, fugiu de casa menino e andou sozinho pelo sertão. Encontrou-se com LAMPIÃO, em Goroso, no município de Bom Conselho, na Bahia. Ele me diz agora que no princípio apanhava quase que diariamente de LAMPIÃO. De Virgulino e dos outros:

– “Todo mundo gostava de enxugar a mão em mim. Até o velho ANGELO ROQUE.

Mas depois endureci o cangote, e o primeiro que me apareceu com ares de pai, recebi com a mão no rifle “.

VOLTA SECA me garante que quase todas as histórias que contam a seu respeito não são verdadeiras.

– “Gostavam de contar, por exemplo, que eu só matava à traição. Uma calúnia. Eu posso ser tudo, meu senhor, posso ser ruim de doer, uma coisa , no entanto, não sou: covarde e traidor. Nunca matei ninguém pelas costas, mas sempre em defesa própria. E sempre fui amigo dos meus amigos. Eu podia ter matado LAMPIÃO, naquele dia da briga, matar pelas costas, friamente. Mas não matei, porque era feio “.

Pergunto a VOLTA SECA os nomes de alguns dos coiteiros mais importantes e mais chegados ao bando. Ele sorri e responde:

-” O QUE PASSOU, PASSOU “.

Mas, o cangaceiro CACHEADO toma a palavra:

– ” Quase todo dono de fazenda era coiteiro. Os coiteiros sempre foram a nossa perdição. Eles nos davam dinheiro, comida e munição.E eram sempre eles que nos entregavam aos macacos (policiais). ”

VOLTA SECA tenta inocentar os coiteiros:

– ” Eles tinham que ajudar a gente. Senão a gente queimava as fazendas deles e matava o gado”.

O CANGACEIRO “SARACURA”, de pele esverdeada pelo impaludismo, tem o olhar distante, perdido no mundo lá fora que a janela aberta deixa ver: o telhado comprido da estação de Calçada, as casas equilibradas no morro ao lado, a chaminé comprida da fábrica. É um rapaz calado que de vez em quando morde os lábios. Suas respostas são quase monossilábicas.

PERGUNTO:

-Como você SARACURA começou essa vida de bandoleiro ?

Ele responde:

– A gente nunca sabe.

Ângelo Roque é da mesma opinião.

– ” Nunca se sabe. Uma coisa digo ao senhor: “NINGUÉM NASCE BANDIDO”. Vamos dizer que aquele soldado casado não tivesse feito mal à minha irmã: tudo seria diferente. Eu continuaria na minha rocinha, talvez tivesse hoje umas economias, talvez até fosse dono do sítio. Nunca fui um homem da maldade. Depois que a gente vai pelo caminho, é que é o diabo.
O medo da prisão transforma o indivíduo NUMA FERA “.

O cangaceiro CARACOL, tão calado, parece despertar, e começa a falar numa espécie de explosão:

– Por aí só se fala nas crueldades dos bandidos. Mas o senhor ande pelo sertão, converse com o povo pobre de lá: todo mundo dirá ao senhor que muito mais barbaridades do que nós, praticavam os soldados da força volante. E os coronéis, também. Eu poderia citar casos e mais casos de coisas horrorosas que eles fizeram por estes sertões. Bandidos como a gente. Por isto é que, em muitas cidades e povoados, nós, os “cabras”, éramos recebidos como salvadores. Em certos lugares, meu senhor, o povo tinha mais confiança na gente do que nos “macacos” das volantes.

VOLTA SECA aparteia:

– ” É isso mesmo: os crimes dos “macacos” foram iguais aos nossos. Mas nada aconteceu com eles. E com os coiteiros ? Os homens importantes e ricos do sertão, que nos ajudavam, nos davam armas, dinheiro e comida, continuam ricos e importantes. ”

CACHEADO volta com seu riso de menino:

-” A gente matava muito, a gente matava como uns danados. Mas a polícia e os coronéis, matavam muito mais. ”

Ângelo Roque faz um gesto com a mão, e o silêncio volta à sala. Agora só se ouve a voz grossa do ” velho Ângelo”, que diz, o rosto fechado:

-“Mas não vamos falar mais nisso. O que passou, passou, já disse. O que adianta agora é que nos deem a liberdade prometida. Sou ainda um homem moço, quero ficar livre, trabalhar e cuidar de minha vida.”

VOLTA SECA se volta para mim:

-“Veja o que o senhor pode fazer por nós. Até agora ninguém nos ajudou. Chegam aqui os doutores, pedem para ver a gente e saem prometendo mundos e fundos. Mas a verdade é que continuamos aqui. Já passei um tempo medonho na prisão, mais de dez anos, quero a liberdade. Fugi, há pouco tempo, porque não aguentava mais. Se eu não fugisse ficava maluco ”

O cangaceiro ” DEUS TE GUIE ” acrescenta:

-” Seu Ângelo não gosta que a gente fale, mas é preciso que se diga que houve muita injustiça por esses sertões. Por que foi que “ARVOREDO” ficou criminoso ? Por causa das barbaridades que os “macacos” fizeram com a sua família. ”

E é VOLTA SECA quem me conta a história:

– “O pai de ARVOREDO vivia em Santo Antônio da Glória. Numas eleições, o velho deixou de votar no chefe político do lugar. O chefe mandou uma volante no seu sítio e eles fizeram horrores: estupraram as duas filhas e mataram os quatro filhos do velho, inclusive duas criancinhas de berço. Só escapou ARVOREDO. Acabou bandido. E o velho se tornou coiteiro. Foi preso, morrendo aqui nesta penitenciária, há dois anos atrás, quase com oitenta anos. ”

O próprio SARACURA parece, agora, sair do seu sono triste. Pede a palavra e conta:

-” Posso falar do meu caso. Peguei na espingarda quase obrigado, para me vingar das misérias que fizeram com meu pai. Um dia, no Coité, uma volante invadiu o nosso sítio. Queriam à força que meu pai desse notícia dos cangaceiros, como se ele fosse um coiteiro. O velho não sabia de nada, e então os “macacos” começaram a supliciar o pobre: arrancaram as barbas dele, fio a fio, arrancaram suas unhas com alicate; se o senhor pensar que estou mentindo, vá lá no Coité e procure André Paulo Nascimento, que mora nas redondezas. É o meu pai. Ele dirá ao senhor se estou ou não falando a verdade. Ele mostrará ao senhor o estado em que ficaram seus dedos. E eu próprio, antes de pegar na espingarda, fui um dia violentamente espancado na Fazenda Curral, perto do Coité. Os “macacos” haviam dito que eu era coiteiro, mas na verdade é que, até então, eu nunca vira um bandido na minha vida “.

SARACURA me revela mais que é casado e tem três filhos, que de vez em quando o visitam.

A conversa chega ao fim, e peço aos antigos companheiros de Lampião que permitam ao meu fotógrafo uma série de instantâneos, coletivos e individuais.

Instintivamente, “DEUS TE GUIE” abotoa a blusa e passa a mão nos cabelos lisos. “VOLTA SECA” diz, num sorriso:

– “Só deixo tirar meu retrato se o senhor mandar uma cópia para mim”.

E quando o violento magnésio da câmara fotográfica do meu amigo Brito rebenta na sala, como um tiro de canhão, o ex-lugar-tenente do Capitão VIRGULINO dá um pulo da cadeira:

-” Um tiro desgraçado ! Parece pólvora seca”.

E ao lhe pedir uma pose especial, “VOLTA SECA” chega até a janela aberta e diz:

– “Quero tirar um retrato olhando para fora, com a cara triste. Para mostrar aos doutores que estou doidinho para sair daqui.”

Há uma larga distribuição de charutos e, ao se despedir, o velho “Ângelo”, aperta minha mão com força:

-” Disponha aqui de um criado às ordens. Desminta as calúnias que dizem a nosso respeito e veja o que o senhor pode fazer por nós..”

PENITENCIÁRIA DE SALVADOR/BAHIA, MARÇO DE 1944

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A PRISÃO DO CANGACEIRO VOLTA SECA CABRA DE LAMPIÃO

 Por No Rastro do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=iGauCiEptB0&ab_channel=NoRastroDoCanga%C3%A7o

Lampião, o Rei do Cangaço e Maria Bonita, gostavam muito do menino cangaceiro Volta Seca, mas depois de pouco tempo como integrante do Bando, o cabra já começou a aprontar com o chefe, vindo a desertar, fugir logo após o Combate de Maranduba, e posteriormente preso por dois coiteiros que lhe entregaram à Polícia. Assistam até o final e conheça os detalhes da prisão do Cangaceiro Volta Seca. Temas relacionados: Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota do Angico, Contos do cangaço no sertão, Cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, Lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. #NoRastroDoCangaço Vejam também: https://youtu.be/oSd5GoNaY9k https://youtu.be/g5Hs5GD9PNA https://youtu.be/QkC1Niq_FHU https://youtu.be/6ZFjOgOOowc https://youtu.be/HMVGHYKCYVE https://youtu.be/GX799_ssT1c https://youtu.be/PzjijNsAhj4 https://youtu.be/wAD7DqNy8vw https://youtu.be/uvA9fZS-fvU https://youtu.be/rw0q-QbOqHw UM FORTE ABRAÇO!

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FAZENDA PACHECO - BARRA DO MENDES - BA

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=39Y7AqOWXhc&t=279s&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com Fazenda Pacheco, Barra do Mendes - Bahia. O historiador Liandro Antiques narra o que aconteceu nessas terras em 1940, quando Zé Rufino fez o cerco a Corisco e Dadá. Dona Isabel Ferreira, neta de Seu Pacheco e testemunha ocular dos fatos, também comenta sobre suas lembranças e sua amizade com Zefinha, a menina que acompanhava o casal de cangaceiros. Link desse vídeo: https://youtu.be/39Y7AqOWXhc

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(A CABEÇA DE CORISCO) O FIM DO ÚLTIMO GRANDE CANGACEIRO

Por Sertão Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=akDQDwrtUA4&ab_channel=SERT%C3%83OCANGA%C3%87O

Depois da morte de Lampião o Rei do Cangaço, alguns cabras de Corisco resolveram se entregar a polícia em Bebedouro, já que governo prometia anistia a quem depusesse as armas. O próprio Corisco chegou a conclusão de que teria de se entregar, já que agora era um homem aleijado. #lampião #ocangaço #históriasdocangaço

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OTÁVIO MARIZ.

Principal responsável pelo ataque do bando de Lampião à cidade paraibana de Sousa. Fato ocorrido no dia 27 de julho de 1924.

Ataque que foi provocado após Otávio Mariz (Foto) ter chicoteado (Surrado) um aliado de Chico Pereira de Nazarezinho, que segundo consta nos anais da história, teria um irmão participante do bando de Lampião e que após o episódio, buscando vingança, teria se deslocado até o município de Princesa (Paraíba), onde o bando se encontrava acoitado naquele momento, para pedir auxílio para se vingar da desonra sofrida em meio à feira da cidade de Sousa.

Ao amanhecer do dia 27 de julho de 1924 a cidade de Sousa, Paraíba, foi invadida e saqueada por elementos pertencentes ao bando de Lampião, restando a Otávio Mariz e sua gente fugirem da localidade e ao juiz, Doutor Archimedes Souto Mayor, a humilhação de ter sido retirado em trajes menores de sua residência e servido como "montaria" para o cangaceiro Paizinho que tinha como objetivo matar o magistrado, tendo sido impedido de executar o ato por Chico Pereira de Nazarezinho que viria a se tornar cangaceiro a partir desse momento.

Entre os elementos (Cangaceiros) que participaram do ataque à Sousa destaque para Chico Pereira (Nazarezinho/PB), Sabino das Abóboras, Antônio Ferreira, Livino Ferreira, Meia-Noite (Primeiro), entre outros.

A história é extremamente complexa e repleta de detalhes, porém através desse resumo tento trazer a vocês um pouco de conhecimento sobre esse fato envolvendo o bando de Lampião que marcou para sempre a história da "cidade sorriso" (Sousa) no nosso amado sertão paraibano.

A fotografia anexada a essa matéria é parte integrante do acervo do Memorial Antônio Mariz localizado na cidade de Sousa, Paraíba.

Garranchos: Geraldo Antônio De Souza Júnior

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5

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A BEATA MARIA BÁRBARA BINGA

Por Manoel Belarmino

A Beata Maria Bárbara Binga, nasceu em 1917, na aldeia de Brejo dos Padres, no Território dos Pankararu, que abarca partes dos municípios de Tacaratu, Petrolândia, Itaparica e Jatobá, em Pernambuco. Além do Brejo, há outras comunidades como Tapera, Serrinha, Marreca, Caldeirão, Bem-Querer e Cacheado. Quase 4 mil índios vivem ali atualmente.

Maria Bárbara Binga nasceu e sempre morou no Brejo dos Padres, embora viajasse com frequência para cumprir obrigações religiosas e rituais, chegando a fazer peregrinações a pé ao Juazeiro do Norte, no Ceará.

Segundo Cláudia Mura, doutora em antropologia pelo Museu Nacional e professora da Universidade Federal de Alagoas, a beata Maria Bárbara Binga fundou um grupo de penitentes, na década de 1940, e costumava hospedar o beato Pedro Batista em suas passagens pela aldeia do povo Pankararu.

Embora a irmandade feminina dos Penitentes tivesse por um tempo a oposição dos homens, os romeiros se fortaleceram diante das famílias promotoras dos rituais de tradição indígenas. Os homens penitentes, após a morte de Maria Bárbara, incentivaram a continuação das romeiras.

A beata Maria Bárbara ainda hoje é lembrada pelos seus atos de caridade, humildade e por não ter preconceitos. A beata promovia novenas, rezas, romarias, a festa de Nossa Senhora da Boa Morte e cuidava da Igreja de Santo Antônio, padroeiro dos Pankararu, na aldeia, porém ela nunca descuidou das obrigações e rituais para com os encantados cultuados pelos seus ancestrais.

A relação da beata com o conselheiro e Beato Pedro Batista de Santa Brígida e Madrinha Dodô facilitou a era dos conselheiros; época em que Pedro Batista e a madrinha Dodô atendiam os indígenas, dando orientações sobre como solucionar questões diversas e implantando valores morais para regular a vida naquela sociedade. A presença de Batista estimulou romarias espontâneas em busca de bênçãos e conselhos.

Ainda, nos tempos atuais, os indígenas levam beiju e frutas para distribuir entre os que zelam pela obra dos beatos da Santa Brígida.

No quarto onde o padrinho Pedro Batista passou os últimos anos de vida está uma imagem de um ser encantado Pankararu.

O catolicismo popular, arraigado na cultura Pankararu, através dos santos impostos pelos padres católicos, convive com um universo de encantamentos e os praiás, entes que se manifestam nos rituais e nas festas. Eles encarnam em pessoas vestidas com coberturas feitas com fibras de caroá.

Maria Barbara Binga foi a pé três vezes ao Juazeiro do Norte.

A beata morreu, em 1993, aos 76 anos, na aldeia Brejo dos Padres, Território dos Pankararu.

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