Por José Mendes Pereira
Roberto Rodrigues de Carvalho era natural de Mossoró e conhecido por Robertão. Nasceu no dia 03 de Outubro de 1961, e faleceu no dia 02 de Janeiro de 2008. Filho do comerciante Francisco Rodrigues de Carvalho e de Antônia Rodrigues de Carvalho. Sobrinho de segundo grau da primeira motorista de Mossoró, Francisca Rodrigues Duarte, conhecida por dona Chiquinha Duarte. Ela era esposa de Francisco Duarte (Chico Duarte), que era pai do médico Francisco Duarte Filho, e posteriormente foi senador da república.
Roberto tinha duas personalidades. Uma delas era ser homem do trabalho, da confiança de todos, respeitava homens e mulheres, andava na linha, bem vestido, cabelo cortado e barba feita. Homem que frequentava a casa dos parentes e dos amigos como qualquer outro, sem decepcionar ninguém. Com estas características, era o Roberto Rodrigues de Carvalho.
A outra personalidade era não querer ser homem de responsabilidade, nem para o trabalho, nem tão pouco da confiança de todos, que não respeitava homens e nem mulheres. Não andava na linha certa, mal vestido, cabelo arrepiado e barbudo. Homem que não podia frequentar as casas dos amigos como qualquer outro. Decepcionando as pessoas pelo seu jeito de ser. E com estas características, quem era Roberto Rodrigues de Carvalho, agora era o Robertão, o grande homem das cavernas.
Andava sujo, sem camisa, bêbado, drogado e sobre os ombros, uma pequena bolsa a tiracolo, como se ali fosse a sua mala, para guardar suas vestes, seus cigarros, seus chinelos, seus trocados, ou mesmo as suas drogas.
Ele não era valente, apenas se defendia com palavras duras e críticas. Poucas pessoas davam-lhe confiança quando era o Robertão; passavam e o via caído nas calçadas, no meio da rua, nas portas de bares, todo imundo, fedorento...
No período em que ele era o Robertão, algumas vezes fora preso, por desrespeito à polícia, por não querer obedecê-la. E por infelicidade, adquiriu fama de estuprador, mas isso nunca ele praticou com mulher nenhuma. Apenas fizera alunas correrem com medo de si próprio, no intuito de fazer graça. E com isso, ele se tornou um homem temido pelas mulheres do grande Alto de São Manoel em Mossoró.
Certa noite, enquanto ele caminhava pelas ruas do conjunto Walfredo Gurgel, no Alto de São Manoel, uma estudante pediu a sua ajuda para chegar até em casa, porque um senhor chamado Robertão, estava atormentando a vida das mulheres e das estudantes. E assim fez. Acompanhou-a até certo ponto, quando um sujeito que o conhecia, vendo-o ao lado daquela bonita jovem, e enciumado porque não tivera a mesma sorte, gritou:
- Que sorte, hein Robertão! Descolou uma linda garota!
A estudante não esperava que ele fosse realmente o tão falado Robertão, fez carreira aos gritos, para que as pessoas a defendessem das garras do supostamente estuprador.
Querendo que a menina entendesse que ele não iria lhe fazer nenhum mal, saiu correndo, tentando alcançá-la. E com isso, a sua fama cresceu mais ainda.
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