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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DOIS LIVROS MOSTRAM QUE POTÊNCIAS OCIDENTAIS LIVRARAM A CARA DOS NAZISTAS...

Por Gilson M. Gondim

Dois livros recentemente lançados no Brasil mostram que americanos, ingleses e franceses, em nome do anticomunismo, da Guerra Fria e da necessidade de ter uma Alemanha capitalista cooperativa, livraram a cara da grande maioria dos criminosos de guerra nazistas. Tirando um punhado de integrantes da cúpula, só se deram mal mesmo os que caíram nas mãos dos soviéticos. Mesmo na cúpula houve quem se safasse, como Albert Speer, ministro da Indústria de Armamentos do Terceiro Reich, que comandou fábricas que usavam trabalho escravo com altos índices de mortalidade. 

O promotor soviético queria a pena de morte para Speer, mas os promotores inglês, francês e americano impuseram uma pena de apenas 20 anos de prisão. Como tinha somente 40 anos de idade quando a Guerra acabou, Speer saiu da cadeia relativamente jovem e ainda pôde curtir 15 ou 16 anos de liberdade, com muito dinheiro, pois se tornara um escritor de sucesso, supostamente contando os segredos do Reich. E ainda ficou conhecido como "o bom nazista"! Adolf Eichmann, o administrador-geral do genocídio, só foi punido, com 15 anos de atraso, porque o Mossad, o serviço secreto israelense, foi buscá-lo na Argentina. Mengele, o mais conhecido dos médicos que faziam experiências pavorosas com prisioneiros, nunca foi pego e morreu tranquilamente no Brasil. Klaus Barbie, o "carniceiro de Lyon", viveu décadas na Bolívia e só foi condenado na França (à prisão perpétua) com mais de 80 anos. Passou apenas quatro anos preso; morreu em seguida. Os exemplos são inúmeros.

Mas mesmo os nazistas que caíram na mira do promotor judeu alemão naturalizado americano Robert Kempner, condenados na Alemanha Ocidental entre 1947 e 1949, terminariam impunes. Diz um dos livros que vou citar a seguir ("O diário do diabo - Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo"): "Em 1951, após uma revisão das sentenças, o alto-comissário americano para a Alemanha libertou um terço dos condenados em Nuremberg e comutou quase todas as sentenças de morte, à exceção de cinco. No final do ano, todos os nazistas que Kempner tinha posto atrás das grades no Caso 11 estavam soltos. Em 1958, quase todos os criminosos de guerra estavam soltos".

Muitos alemães interpretaram isso como uma admissão, por parte dos aliados, de que houvera crimes de guerra dos dois lados. De fato (pesquisa minha na Internet), enquanto morreram 14.000 britânicos em ataques aéreos alemães, morreram 600.000 alemães em ataques aéreos anglo-americanos dirigidos especificamente a populações civis (entre os 600.000, 76.000 crianças, a grande maioria numa fase da guerra em que a Alemanha já estava derrotada). Até animais do Zoológico de Berlim foram mortos (há fotos de um elefante e uma girafa mortos num bombardeio). A cidadezinha de Pforzheim, por exemplo, com apenas 63.000 habitantes e nenhuma importância estratégica, perdeu um terço de sua população numa noite de ataques ferozes em 16 de fevereiro de 1945, com a guerra praticamente terminada. Isto me lembra o "Air Force General" americano que comandou os ataques aéreos de seu país à população civil do Japão (numa única noite em Tóquio, morreram 90.000 civis em ataques com bombas incendiárias; isto sem falar em Hiroshima e Nagasaki). O general, que aqui no Brasil teria o título de brigadeiro, disse: "Nós não vamos ser julgados por crimes de guerra porque ganhamos a guerra". 

Bom, mas voltemos à impunidade dos nazistas. Um dos grandes responsáveis por ela foi uma figura reverenciada pelo sistema de poder ocidental, o democrata-cristão Konrad Adenauer, que se tornou primeiro-ministro da República Federal da Alemanha em 1949, quatro anos após o fim da guerra, e ficou no cargo por catorze anos, até 1963. Adenauer é considerado o grande reconstrutor (com a ajuda do Plano Marshall, é claro; os americanos não pouparam dólares para barrar os soviéticos). Adenauer, conservador e anticomunista ferrenho, foi um grande protetor de nazistas, cuja luta feroz contra os soviéticos ele admirava. 

O primeiro livro, que já li, é "Nazistas entre nós - A trajetória dos oficiais de Hitler depois da guerra", do historiador e jornalista paulista Marcos Guterman. Minha restrição a esse livro é que, como costuma acontecer, ao referir-se às vítimas do nazismo ele fala sempre em "judeus e outras minorias". Estas outras minorias nunca recebem um nome, e assim continuamos sem saber que os ciganos, por exemplo, foram tão perseguidos quanto os judeus. Morreram de cinco a seis milhões de judeus e de 500 a 600 mil ciganos. Só que havia muito menos ciganos na Europa do que judeus, de modo que, proporcionalmente, a matança foi bem semelhante. Há um livro do judeu Ben Abraham ("O massacre de seis milhões") em que ele se livra dos ciganos de um modo tão engenhoso quanto desonesto: um judeu polonês morto não é um polonês, mas um judeu, enquanto um cigano romeno morto não é um cigano, mas um romeno. Os ciganos desaparecem nas nacionalidades, são diluídos e dissolvidos nas nacionalidades, e os judeus ficam com o monopólio da grife Holocausto. Marcos Guterman, apesar dos méritos do seu livro, compactua com isso.
O outro livro é o que já mencionei e já citei, "O diário do diabo", uma espécie de história do nazismo à luz de um de seus três maiores ideólogos, Alfred Rosenberg, que deixou um diário de mais de 500 páginas, cobrindo um período de dez anos, de 1934 (com o nazismo recém-vitorioso em casa) até 1944, com a guerra já perdida. Sempre achei curioso que um ideólogo tão importante do nazismo tivesse um sobrenome (Rosenberg) que normalmente é associado aos judeus ashkenazi. Mas fiz uma pesquisa nesta maravilha que é a Internet e descobri que Rosenberg é um sobrenome comum também entre alemães "arianos", suecos, pessoas oriundas dos países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e entre o povo sinti (zinti), um povo aparentado dos ciganos, mas que fala uma língua germânica. Aliás, os sinti também foram perseguidos no Holocausto. Rosenberg quer dizer montanha de rosas (Berg é monte ou montanha em alemão) ou montanha vermelha. Mas voltando aos três grandes ideólogos do nazismo. Além de Rosenberg, eles foram o próprio Hitler, com sua bíblia "Mein Kampf" ("Minha Luta"), e Joseph Goebbels, ministro da Propaganda, que disse: "Uma mentira dita cem vezes (ou teria sido 'mil vezes', há controvérsias) se torna uma verdade". Goebbels também teria dito: "Esse homem acredita no que diz. Ele é perigoso".

O diário de Rosenberg desapareceu logo depois da guerra e foi encontrado há poucos anos. O livro "O diário do diabo" está atraindo minha atenção e segurando meu interesse. Recomendo, mesmo que, depois de concluída a leitura, eu venha a lhe fazer algumas críticas.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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PEDRO SAMPAIO, SEU LUA E O TROFÉU CENTENÁRIO 2017



Pedro Sampaio e Manoel Severo

Na noite da última sexta-feira, dia 26 de agosto, tivemos a oportunidade de participar da Festa de Entrega da Edição "Troféu Centenário 2017" prestigiado momento capitaneado pelo radialista Pedro Sampaio e o Programa "O Poeta e a Sanfona" que presta homenagens a personalidades identificadas com a obra e o legado do grande Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
O evento aconteceu nos Salões do Náutico Atlético Cearense, em Fortaleza, quando Pedro Sampaio distinguiu com o troféu, 31 personalidades do mundo da musica, da arte e culturas gonzaguianas; entre cantores, compositores, poetas, cordelistas, dentre outros, numa autentica festa da alma do sertão.

 Manoel Severo, Marcelo Leal, Pedro Lucas e Antonio Feitosa
 Marcelo Leal e Manoel Severo
José Alderi Alves, Rafael Lima e Manoel Severo
Vamos recorrer a Descartes Gadelha em texto enviado ao promotor do evento, Pedro Sampaio: "Troféu Centenário - No sofisticado recinto, não senti colunas gregas, mas senti lajedos de Quixadá; Não senti piso de mármore, mas senti pisar no barro esturricado; não senti o luxuoso teto decorado, mas senti o céu cravejadinho de lantejoulas divinas do mês de junho. O luxuoso clube se transformou numa latada com tudo que era cabra cantando, dançando e rezando para o santo Luiz Lua. Assim foi a autêntica festa de entrega do Troféu Centenário - 2017. Sons iluminados por sorrisos felizes, corações flamejantes de baião, coco e xaxado; tudo alegria, pérolas provenientes da alma do nosso santo Luiz Lua Gonzaga, o atual animador dos sertões divinos. Deus, na sua onipotente bondade nomeou o cabra poeta Pedro Sampaio como interlocutor da poesia morna do nosso sertão, sempre mal chovido, porém, nunca desesperado, mas sempre redivivo pelo eco gonzaguiano tinindo na nossa mãe caatinga. Caríssimo amigos Pedro Sampaio, somente Deus e Luiz Gonzaga e o coração dos que já estão no céu e na caatinga sabem e podem lhe agradecer com as lágrimas da nossa alegria. Parabéns, amigo poeta, que Deus continue a lhe inspirar." Descartes Gadelha.

 Ingrid Rebouças, Kauan e Cecilia do Acordeon
 Rafael Lima e Ingrid Rebouças
 Cariri Cangaço presente a Festa do Troféu Centenário 2017
Manoel Severo e Ian Fermon
Para o comunicador Jones Cavalcante ,"meus amigos... a festa mais uma vez foi linda e agradável, pessoas importantes dentro do nosso contexto cultural sendo reconhecidas e homenageadas como merecem, foi uma coisa assim espetacular. A cada ano toma conta nas paginas sociais da nossa gradeza como é feito. Quero deixar os meus parabéns a cada um dos 31 agraciados." 
Cecília do Acordeon recebe das mãos de Manoel Severo o Troféu Centenário 2017
Pedro Lucas recebe seu troféu das mãos de Rafael Lima
Dalinha Catunda recebe seu troféu das mãos de Pedro Sampaio
Cecília do Acordeon, Nonato Araujo e Dalinha Catunda

Dentre os agraciados, dois queridos e ilustre personagens de nosso Cariri Cangaço; os pequenos e talentosos: Nossa amada Cecília do Acordeon que do alto de seus 10 anos de idade já chama sua sanfona de "minha vermelhinha" encantando os palcos por onde passa e Pedro Lucas Feitosa o desbravador dos sertões do cariri cearense com seu "Museu de Luiz Gonzaga" em Dom Quintino, zona rural do Crato. Para nós que fazemos o Cariri Cangaço é uma grande honra sermos representados por essas duas crianças que nos dão a certeza da perpetuação da cultura e memoria de nosso nordeste.

 Rafael Lima, Cecília do Acordeon, Manoel Severo e Pedro Lucas
 Pedro Lucas, Manoel Severo, Kauan e Gilvan Sales
Dalinha Catunda e Manoel Severo
 Nonato Araujo e Manoel Severo
 Seu Antonio Feitosa, Pedro Sampaio, Paulo Vanderley, Cecília do Acordeon, Suzana Bats, Silvanar e Pedro Lucas
 Ingrid Rebouças, Manoel Severo e Kauan
 Apresentação de José do Egito e Cecília do Acordeon

Festa de Entrega do Troféu Centenário 2017
Clube Náutico Atlético Cearense
26 de Agosto de 2017, Fortaleza-Ceará

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LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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POR QUE OS CANGACEIROS SEMPRE GANHAVAM APELIDOS, ASSIM QUE ENTRAVAM NO BANDO?

Por Charles Garrido

Prezados amigos, bom dia!

Ontem, um dos leitores da página, fez uma pergunta bem interessante:
Por que os cangaceiros sempre ganhavam apelidos, assim que entravam no bando?

Permitam-me trazer a vocês, um breve relato, referente ao Sr. José Alves de Matos, mais conhecido como "Vinte e Cinco" (marcado pela seta vermelha). Ele entrara, inicialmente, para o grupo de Corisco, exatamente no dia de natal, em 1933.

Divido com vocês, as palavras que ele me passou, no memorável encontro que tivemos, em sua residência, na cidade de Maceió, no ano de 2006.

- Quando eu entrei pro grupo de Corisco, não sabia de nada daquilo que ia ter que enfrentar dali por diante. Foi quando ele chegou até mim, e disse:

"Preste bem atenção no que vou lhe falar: esqueça seus pais, irmãos e primos, sua família ficou pra trás. E como hoje é 25 de Dezembro, a partir de agora, seu nome é Vinte e Cinco".

Um grande abraço, meus caros!

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CAMINHOS

*Rangel Alves da Costa

Estou desconhecendo a mim mesmo. Nunca mais caminhei pelas estradas e ruas, de pés descalços, pelo prazer de pisar na terra, sentir o calor do chão e estar mais aproximado do mais puro ventre.
Estou entristecido comigo mesmo. Nunca mais abri a janela para esperar borboletas, para a chegada de colibris nem pássaros do amanhecer. E sei que agora me falta aquele sorriso da flor e o beijo da brisa do amanhecer.
Estou me sentindo desumanizado demais. Chego a me perguntar se não perdi a sensibilidade, se não desacalantei o amor pelas coisas simples, se não reneguei o prazer pela jabuticaba e a sapoti de quintal.  E tão doce era beijar a boca do araçá.
Estou me distanciando de mim mesmo. Temo ter deixado ir embora a criança que sempre esteve em mim, o menino traquina que sempre gostou de brincar e de sorrir. Temo que até a memória e as doces lembranças e nostalgias tenham se distanciado de mim.
Estou me tornando cada vez mais insensível, e eis o medo maior que dá. Não desejo a lágrima petrificada nem o soluço preso, não quero olhos sem brilho nem coração que não pulse mais perante as situações de vida. E tudo parece simplesmente acontecer.
Estou sem tempo para as coisas boas da vida, estou sem encorajamento para reencontrar as coisas boas da vida. Nunca mais sentei na pedra, nunca mais conversei com a pedra, nunca mais deitei no colo da pedra e sonhei com um jardim florido e perfumado.
Estou envelhecendo demais sem ainda ter alcançado os portais da velhice. Imagino que os espelhos vão me negar o sorriso, penso que os espelhos vão acrescentar minhas rugas, imagino que de repente já serei outro, triste e alquebrado, num corpo apenas cansado.
Estou sem tempo de fazer o que sempre fiz mesmo sem ter tempo. Sempre encontrei um instante para subir à montanha, para sentar à beira das águas, para me aquecer com as brasas do pôr do sol. E sequer tenho tido tempo de olhar o horizonte e imaginar o que está além e mais além.
Estou sem tempo de pensar nas coisas boas da vida, de trazer ao pensamento o que sempre me confortou, ainda que com saudades. É como se o sabor do café torrado já não mais esteja na minha boca, é como se o perfume do café na chaleira já não estivesse ao meu alcance.
Estou sem auroras e entardeceres que realmente sejam auroras e entardeceres. Não adianta apenas acordar, levantar e caminhar pelo quarto, sem que pule a janela e vá logo beijar a primeira luz e o primeiro sol. Não adianta chegar ao fim da tarde e perante o pôr do sol apenas fingir que o avista.
Estou sem tempo para mim, sem tempo para ser eu mesmo, sem tempo para fazer o que gosto e o que me faz bem. Preciso conversar com o vizinho, falar com as pessoas que passem adiante, sentar na calçada e conversar sozinho. Preciso jogar pedrinhas no meio do nada e riscar o chão com uma varinha qualquer.
Preciso chupar picolé de graviola, de coco e mangaba. Preciso pedir um algodão doce e uma maçã do amor. Preciso de pipoca colorida e de cocada de rua. Preciso piscar o olho pra menina bonita que passa de flor vermelha no cabelo. Preciso beijar a palma da mão e depois lançar o beijar em qualquer direção.
Preciso riscar o tronco da madeira e nele desenhar coração. Preciso escrever versos rimando amor e bilhetinhos com letras miúdas e implorando ao menos um olhar. Preciso ler um livro do começo ao fim e depois reescrever o mesmo livro do fim ao começo. Preciso abrir a janela. Preciso abrir a porta.
Preciso também de um sorriso e de um espelho que não negue as verdades, mas que não doa tanto nas suas verdades.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O CANGACEIRO PANCADA

Por Noádia Costa

Se chamava Lino José de Souza, filho de José Teixeira de Souza e de dona Delfina Maria da Conceição. Natural de Santo Antônio da Glória, Bahia. Se tornou cangaceiro com 20 anos, segundo depoimento que forneceu ao Jornal carioca A Noite. No Cangaço ficou conhecido pela alcunha de Pancada.


Permaneceu na vida bandoleira durante 7 anos, seu pai foi coiteiro de Lampião. Segundo Pancada entrou para o Cangaço para não ser perseguido pelas volantes, devido seu pai ser coiteiro do rei vesgo.

Existe outra versão de que o mesmo assassinou um soldado e foi pedir a Lampião para fazer parte de seu bando, sendo atendido. Posteriormente se tornou chefe de seu próprio subgrupo. Porém não obteve grande destaque no como líder de subgrupo.

Teve um conturbado relacionamento com a jovem Maria Adelaide de Jesus , que era chamada de Maria Jovina e no Cangaço ficou conhecida como Maria de Pancada, eles se conheceram antes de Pancada se tornar cangaceiro, e ele já nutria afeição por ela.


O relacionamento desse casal foi marcado por traições cometidas por Maria Jovina, e pelo ciúme por parte desse cangaceiro, que às vezes, a tratava de forma violenta. 

Outra curiosidade em relação a tal casal, é que apesar das traições Maria Jovina não foi morta, tornando-se uma exceção. Pois a traição no Cangaço era paga com sangue. O que nos faz observar que nem tudo no Cangaço é perene.

Após a morte de Lampião Pancada se entregou em Outubro de 1938 com seu subgrupo na cidade sergipana de Poço Redondo, ao sargento Juvêncio. De lá foram encaminhados para Santana do Ipanema.

Na ocasião das entregas Maria Jovina se encontrava grávida e comentou sobre o desejo de se casar com seu companheiro e de ter uma vida digna. Pancada e seu subgrupo causaram grande curiosidade aos populares, que se aglomeravam para conhecer e conversar com os bandoleiros.


Após as entregas o cangaceiro Pancada ocupou novo lugar, ajudar as volantes na captura de outros cangaceiros e a convencê- los a se entregar a polícia. Vale ressaltar que ele não se tornou um volante.

Após cumprir sua pena, não se teve mais notícias de tal cangaceiro e sua companheira Maria Jovina.

Foto 1: Pancada e sua companheira Maria Jovina, registro de Benjamim Abrahão.
Foto 2: Pancada preso e cercado de volantes.
Foto 3: Pancada após sua entrega, quando passou a colaborar com a polícia.
Fonte de Pesquisa: Jornal A Noite do dia 14 de Novembro de 1938.

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/

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BACAMARTE

Por Lúcia Gaspar

BACAMARTE é uma arma de fogo, também conhecida como granadeira, reiuna, reuna ou riuna, principalmente, no Nordeste brasileiro. 

As granadeiras ou bacamartes que serviram na Guerra do Para
guai, em 1865, foram modificadas para que as armas se adaptassem ao uso dos bacamarteiros nas festas do interior de Pernambuco. Desde os fins do século XIX, grupos de bacamarteiros se exibem em Caruaru durante as festas juninas.

De um modo geral, o folguedo se constitui de homens portando bacamarte, que são disparados com cargas de pólvora seca, em homenagem aos santos padroeiros ou em cerimônias cívicas e políticas.
Em Caruaru, os bacamarteiros reúnem-se em grupos, troças ou batalhões, sob a chefia de um sargento e o controle geral de um comandante, que responde, perante às autoridades, pelos atiradores durante as apresentações.

A forma como os bacamarteiros se agrupam é bastante primitiva. Não há formalidades ou regulamentos. Só é necessário possuir um bacamarte, obedecer ao sargento e saber manejar a arma. A sanfona de 8 baixos, o triângulo, o zabumba de couro curtido e a banda de pífanos, acompanham os bacamarteiros de Caruaru, ao som de uma melodia de xaxado, que é acelerada nos desfiles ou lenta nas evoluções, na apresentação das armas, na frente das Igrejas e antes do início das salvas. O vestuário compõe-se de roupa de zuarte (algodão azul), lenço no pescoço, chapéu de couro, alpargatas e cartucheiras de flandre. Os bacamarteiros oriundos dos brejos, usam chapéus de abas largas, quebrado na frente, enfeitados com flores silvestres. Eles também colocam flores nos canos das armas.

Os comandantes exibem estrelas nos ombros e nos chapéus e usam bengalas ou guarda-chuvas como símbolo de comando. Apesar de Caruaru ser o maior pólo de bacamarteiros no Estado, existem também grupos em outros municípios pernambucanos como Cabo, Limoeiro, Belo Jardim.

Recife, 15 de julho de 2003.
...
TEXTO:
Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
FONTES CONSULTADAS:
BONALD NETO, Olímpio. Bacamarte, pólvora & povo. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições, [19--?].
LIMA, Claudia. História junina. Recife: PCR, Secretaria de Turismo, 1997. p. 27. Edição especial.
Adquiri no acervo do pesquisador Voltaseca

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SINHÔ PEREIRA COM NETOS

Resultado de imagem para Fotos do sinhô pereira e suas netas

Imagem do google

Sinhô Pereira era um home de coragem. Deixou o cangaço por problemas de saúde e a pedido do padre Cícero Romão Batista

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