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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

VERDADE OU APENAS SUPOSIÇÃO?


Existe uma informação de que todo material de filmagem de Lampião, antes de ser apreendido pelo órgão de censura de Getúlio Vargas, foi COPIADO pelo Sr. Ademar Albuquerque (Dono da Aba Filmes). PROCEDE??? ONDE ESTÁ A CÓPIA???

O pesquisador do cangaço Antônio Corrêa Sobrinho disse:

Umas duas horas de gravação. Quanto à cópia, li a mais recente biografia de Benjamim Abraão Boto, o excelente trabalho de Frederico Pernambucano - "Entre Anjos e Demônios", e nenhuma menção foi feita neste sentido, de que o dono da Aba Filmes tivera copiado o material cinematográfico produzido pelo turco.

Fonte: facebook
Página: Eduardo Campbell

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Que bom que isto tivesse acontecido que o proprietário da  Aba Film, o senhor Ademar Bezerra Albuquerque, tivesse copiado o filme de Lampião feito pelo Benjamin Abraão Botto. Mas é muito difícil. Quem arriscaria desrespeitar a ditadura?

Clique no link para você acompanhar a Aba film:

http://www.fortalezaemfotos.com.br/2010/04/aba-film.html

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Essa juro que não conhecia! Obrigado meu querido amigo Sousa Neto !

Material do acervo José Romero Araújo Cardoso

Essa juro que não conhecia! Obrigado meu querido amigo Sousa Neto!

Nessa foto estão Cajueiro (Zé Terto), Gavião (Tiburtino Inácio), Baliza (José Dedé) e outro desconhecido por mim. A foto também foi feita por Genésio no mesmo lugar e hora da outra do bando. Existe outra de Lampião, Antônio Ferreira e outros também na mesma ocasião. De Ulisses Liberato não existe registro fotográfico. 

Um abraço! (Sousa Neto )

Fonte: facebook
Página: José Romero De Araújo Cardoso

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JÁ SAIU A 2ª EDIÇÃO DO LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"

Por José Mendes Pereira

O livro "Lampião a Raposa das Caatingas" do escritor José Bezerra Lima Irmão já está na 2ª. edição, e veja que a 1ª. edição foi impresso uma enorme quantidade de livros.

Quem adquiriu este livro fala o quanto ele é importante para todos que gostam de estudar "Cangaço". As pesquisas que o autor fez duraram 11 anos, provam que foi feito um trabalho de alto nível e com muita responsabilidade.

Adquira este livro para você ser uma autoridade sobre "cangaço", quando o assunto for ele em rodas de amigos.

Algumas pessoas conversam sobre este tema, mas não têm segurança no que diz, porque apenas ouviram falar, e não leram nada sobre o assunto. Eu já fui uma dessas pessoas que não lia nada sobre "cangaço", apenas eu ouvia e me envolvia na conversa, sem saber o que estava dizendo.

A 2ª edição continua sendo vendida através dos endereços abaixo:

josebezerra@terra.com.br
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799
Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br


O CANGACEIRO LUIZ PEDRO

O casal de cangaceiros Nenê e Luiz Pedro

Luiz Pedro o Catitu - Apelidado de Catitu por Maria Bonita, que apelidava todos os componentes do Grupo de Cangaceiros, Luis Pedro ficou comprometido em morrer ao lado de Lampião após o acidente de tiro que vitimou Antonio Ferreira, irmão desse. Era estimado e respeitado por todos os cangaceiros e tido como um homem de coragem. 

Ex-cangaceira Sila esposa do Zé Sereno - http://cariricangaco.blogspot.com

Segundo Sila, a sua mulher Nenê morrera logo após apanha-la e ao pular uma cerca foi alvejada, sendo escudado o baque do seu corpo de encontro ao solo por aqueles que iam a sua frente. Luis Pedro foge da luta, mas depois tenta resgatar o corpo dela, sendo impedido a força pelos demais companheiros.

Fonte: facebook

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FREDERICO BEZERRA MACIEL


Pronto, amigo, Geraldo Júnior! Os seis volumes de "Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado", que li em 1988, como vocês já sabem, foi escrito pelo Padre Frederico Bezerra Maciel, onde às vezes eu o confundia com Frederico Pernambucano de Melo.

FREDERICO BEZERRA MACIEL

Faço minha as palavras extraídas do “Anuário Cultural Humanus VII – edição Lampião”. O padre Maciel escreveu o livro “Lampião Seu Tempo e Seu Reinado”, em 6  volumes, obra de fato impressionante. Frederico Bezerra  Maciel nasceu em Pernambuco em 1912. Grande estudioso, principalmente de temas regionais. Sacerdote, com estudos especializados na Europa: Itália, França, Suíça; sociologia, parapsicologia, psicoterapia, arte, estudos bíblicos e, por último Técnico Agrícola em Pernambuco. Além disso, poeta, compositor musical, desenhista arquitetônico e homem de ação e atuação social.Sobre Lampião compulsou mais de 30.000 exemplares de jornais da época, publicados desde o Ceará até São Paulo; esquadrinhou 78 cartas geográficas e 44 plantas de localidades, a fim de traçar mapas-roteiros dos assucedidos lampeônicos. Buscou novos depoimentos em entrevistas, volveu por várias vezes, aos sertões do Reinado de Lampião.O padre Maciel foi autor da tese do envenenamento na morte de Lampião, coisas que hoje outros autores, os adoradores de cangaceiros rejeitam. Mesmo além-túmulo, o padre Maciel afirma categoricamente o envenenamento, testemunhado pelas próprias palavras de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

Fonte: facebook

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CARIRI CANGAÇO PRINCESA 2015


Cariri Cangaço Princesa 2015
Programação Completa

19 de Março de 2015
Quinta-Feira
19:00h
Abertura Oficial – Acqua Clube Hotel
Solenidade de Homenagem do Cariri Cangaço
Às Personalidades e a Canhoto da Paraíba
Apresentação do Grupo Cultural Abolição
Palavras das Autoridades
Manoel Severo – Cariri Cangaço
Benedito Vasconcelos – Presidente da SBEC
Narciso Dias – Presidente do GPEC
Prefeito Domingos Sávio

19:40h
Conferência: Território Livre de Princesa
Conferencista: José Romero Cardoso
Moderador: Wescley Rodrigues
Debatedores: Paulo Mariano e Juliana Pereira

23:00h
Seresta Homenagem Canhoto da Paraíba
Praça Nathália do Espírito Santo


20 de Março de 2015
Sexta-Feira

08:30h - Saída para São José de Princesa
9:00h - Visita ao Casarão de Patos de Irerê
9:50h - Visita a Casa de Marcolino Diniz
10:30h - Visita a Capela de Patos de Irerê
Conferencia: "Marcolino e Virgulino –
Elos de um Passado Presente”
João Antas
Moderador: Ângelo Osmiro
Debatedores: Jorge Remígio e José Cícero Silva

15:00h - Retorno a Princesa Isabel
15:30h - Visita ao Palacete do coronel José Pereira

19:30h - Grito Rock Princesa
Praça Nathália do Espírito Santo


21 de Março de 2015
Sábado
9:00h – Local – Espaço Nordeste
Apresentação da Cia de Teatro Sound Clash
Conferencia: Maria de Lampião e
as Mulheres no Cangaço
João de Sousa Lima
Conferência: 100 anos da Prisão de Antônio Silvino
Geraldo Ferraz
Debatedores:
Aderbal Nogueira
Archimedes Marques
Narciso Dias
Emmanuel Arruda

14:30h - Saída para Nazaré do Pico em Floresta

15:30h - Visita à Vila de Nazaré do Pico,
Visita ao Monumento em homenagens aos Nazarenos,
Visita ao Monumento a João Gomes de Lira,
Visita ao Cemitério onde repousam os Nazarenos,
Visita à fazenda Poço do Negro
Hildebrando Ferraz Neto (Netinho)
Euclides Ferraz Neto e Ulisses Ferraz

18:00h – Retorno a Princesa Isabel

Noite de Encerramento com Show
Seu Pereira
Coletivo 40
Sansaruê


Atenção...
Veja onde ficar em Princesa Isabel...


Imagens do Hotel Oficial do Cariri Cangaço Princesa 2015 - Acqua Clube

1)    Acqua Clube Hotel (Tel: 83 – 9861-9056)
HOTEL OFICIAL DO CARIRI CANGAÇO PRINCESA 2015
Endereço: Rodovia Estadual – Entrada principal de Princesa, via Paraíba.
Quarto completo com Ar, Tv, Frigobar
R$ 35,00 (trinta e cinco) por pessoa
R$ 60,00 (sessenta reais) o casal.

OBS: A pousada possui Restaurante, Academia, Parque aquático, Estacionamento, Internet Wi-Fi, Campo de Futebol.

2)    Pousada Ideal (valores por pessoa) – (Tel: 83 – 9604-0393)
Endereço: Rua São Roque – Entrada principal de Princesa, por Pernambuco, via Flores. Localizada no Posto Ideal.
Quarto com Ar – R$ 40,00 (quarenta reais)
Quarto com Ventilador – R$ 30,00 (trinta reais)
Quarto Completo, com Ar, TV, Frigobar – R$ 50,00 (cinquenta reais)

Obs.: Existe abatimento para grande quantidade de pessoas; está incluído café da manhã, para todas as categorias; todos os quartos possuem banheiros; A pousada tem restaurante e serve, além do café, almoço e jantar.

3)    Pousada São Miguel (valores por pessoa) – (Tel: 83 – 9906-7657)
Endereço: Bairro Maia
Quarto com Ventilador –R$ 20,00 (vinte reais), com café da manhã.
Quarto com Ar – R$ 25,00 (vinte e cinco reais), com café da manhã.

4)    Pousada São Roque (valores por pessoa) (Tel: 83 – 9971.1151)
Endereço: Rua São Roque, próximo aos Correios.

Quarto com Ar – R$ 30,00 (trinta reais), com café da manhã.
Quarto com Ventilador – R$ 25,00 (vinte e cinco) com café da manhã.

5)    Pousada São José (valores por pessoa) (Tel: 83 – 9901-5824)
Endereço: Praça Coronel José Pereira, Centro.
Em Frente à Igreja Matriz.
Quarto com Ar – R$ 25,00 (vinte e cinco reais), com café da manhã.
Quarto com Ventilador – 20,00 (vinte reais), com café da manhã.

Faça já sua reserva e seja
bem vindo ao Cariri Cangaço Princesa 2015.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/02/cariri-cangaco-princesa-2015.html

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GUARANI - A FIDELIDADE DE UM CÃO "CANGACEIRO"

Por Geraldo Júnior

Muito se fala sobre a amizade e fidelidade entre homens e cães, uma relação de companheirismo que remonta desde os primórdios da humanidade e que se mantém até os dias atuais.

Os cães do cangaço não foram diferentes, pois tiveram papel fundamental dentro da história cangaceira, principalmente auxiliando nas caçadas e, apesar de não ter relatos sobre esse fato, servindo como sentinelas, dando proteção aos bandos.

Porém entre todas as qualidades desses animais, sem dúvidas alguma, destaca-se a fidelidade, o carinho e afeto que esses animais mantém por seus tutores vão além do nosso simples entendimento.

Lampião, o maior de todos os cangaceiros possuía dois cães, sendo eles o GUARANI e o LIGEIRO, e, apesar de ser um homem de atitudes desumanas e improváveis, mantinha extrema simpatia por esses animais. Entre seus cães, um teria destaque importante no momento de sua morte, autenticando e fazendo jus a sua lealdade.

Leiam o que relatam os escritores José Sabino Bassetti e Carlos Megale em seu Livro "LAMPIÃO - SUA MORTE PASSADA A LIMPO, sobre o momento do degolamento de Lampião pelo Soldado "Santo".

" SEU FIEL CACHORRO GUARANI, NÃO ABANDONOU O COITO E, AVANÇOU SOBRE O SOLDADO "SANTO" QUANDO ESTE FOI CORTAR-LHE A CABEÇA (LAMPIÃO). PRECISOU SER MORTO PELO POLICIAL." (José Sabino Bassetti e Carlos Megale)

Guarani demonstrou por seu dono o maior dos sentimentos... o amor... sendo capaz de dar a sua própria vida em nome de uma verdadeira e pura amizade. Entrando para a história como um dos heróis de Angico... tendo seu nome (apelido) escrito para sempre nas páginas sangrentas do cangaço.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior

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“O GLOBO” – 01/02 DE SETEMBRO DE 1971 - CAPÍTULO II

(Texto de Maura Estáquia de Oliveira) - Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho
O único cangaceiro que comandou Lampião

BELO HORIZONTE – Apesar de sua excelente memória, Sebastião Pereira não sabe precisar a data em que os três irmãos Ferreira – Virgulino, Livino e Antônio – entraram para o seu grupo. “Deve ter sido lá pro fim de 1919. Em outubro, talvez. Mas lembro bem que todos três eram cabras valentes”.

Também foi a perseguição política que fez com que os Ferreira se resolvessem pelo cangaço. É Sebastião quem conta:

- Segundo meus companheiros, o mais bravo era Antônio. Mas Virgulino fez-se logo meu amigo, compadre e meu braço direito. Ia para todo canto comigo. Nunca achei falta nele. Livino era um doido: matava com fúria e crueldade. Todos o temiam. Era um cabra perigoso.

Chico Maranhão conta que uma vez foram cercados por uma volante, em Tabuleiro. Junto com ele estava o cangaceiro Dé, que hoje é major reformado da Força Pública de São Paulo.

- O negócio estava feio. No meio do tiroteio um dos meus homens ficou com medo e queria que nos entregássemos. Antônio Ferreira pulou de trás de uma pedra e gritou: “Cabra macho morre lutando. Estouro os miolos do primeiro que se render”. A luta foi dura mas acabamos conseguindo fugir.

Sebastião Pereira lembra-se bem das conversas que tinha com Lampião: “Virgulino não gostava do cangaço”. Mas dizia que não estava ali “por vontade”. Achava que havia sido a sua sina. Jurara vingar seu pai e as perseguições que sua família havia sofrido e não descansaria antes de matar José Saturnino e o tenente José Lucena.

- O velho Ferreira podia morrer não. “Tava” descascando milho “assossegado” – dizia Lampião -. Nem se defendeu. A mãe morreu de desgosto e “aperreação”. Me queixo estar nessa vida que agradeço ao peste do Lucena.

ÚLTIMOS TEMPOS

A audácia faz parte do jogo de morte entre volantes e cangaceiros. Sebastião Pereira era dos cabras mais valentes do sertão pernambucano. Uma vez, depois de escapulir de um cerco em Bom Nome, foi para o Pajeú e lá juntou-se com outros de seus homens, entre os quais estavam os irmãos Ferreira. Mandou, então, um convite ao capitão José Caetano: “Se quiser brigar eu te espero na Carnaúba”. O oficial aceitou o desafio e marchou com sua tropa. Sebastião esperou mesmo. Os cangaceiros, entrincheirados na casa-grande da fazenda Carnaúba, atiravam pelas “torneiras” (buracos abertos nos cantos das paredes) e sustentaram, por longo tempo, cerrado tiroteio. O boticário Chico Maranhão guarda uma triste lembrança dessa batalha:

- Na luta, Luiz Macário, cabra de toda confiança, foi morto pelos volantes. Era um caboclo forte, raçudo, bom de pontaria e no corpo-a-corpo. Ele às vezes me dizia: “Cumpade”, por aqui tem jeito não. Ou a gente é cangaceiro ou é “macaco”. “Macaco” ganha 90 mil réis por mês. É melhor ser cangaceiro. Sertanejo só ganha “sufrimento” e “aperreação”.

Em 1919, Sebastião Pereira e Luiz Padre fizeram a primeira tentativa de abandonar o cangaço. A conselho do padre Cícero Romão decidiram pendurar as armas e começar vida nova em outras terras. O padim Ciço, como era conhecido no sertão, tinha grande influência sobre os cangaceiros. Todos o respeitavam e ouviam seus conselhos. Até mesmo Lampião.

- Estive com ele, pela primeira vez, antes de entrar para o cangaço – conta Sebastião Pereira -.  Em Juazeiro, os peregrinos dormiam em taperas, depois de abandonar casa e propriedades, para ouvi-lo. Ele falava de esperança e dias melhores. E isto era tudo que o sertanejo desejava. Morriam por ele se fosse preciso. Ele só queria o bem, mas nem sempre sabia o melhor caminho. E o povo acabou mergulhado naquele fanatismo doido.

Quando padre Cícero aconselhou Sinhô Pereira a deixar o cangaço, ele decidiu ouvi-lo. Combinou com Luiz Padre seguirem por caminhos diferentes até São José Duro, em Goiás. Alguns companheiros decidiram segui-los.

- Quando eu estava em Caracol, no Piauí – lembra Sebastião - fui cercado por uma volante, à qual se juntaram os jagunços do fazendeiro João Mão de Bola. Na luta morreram o fazendeiro e o cangaceiro Deodado. Enfurecido resolvi voltar a Pernambuco e reassumir o comando de meus homens.

RECOMEÇA TUDO

Sebastião Pereira continuava com os volantes em seu rastro. Andava sobre cercas e pedregulhos, para despistar. Dormia em grutas e ocos de árvores. Quando encontrava gente amiga, descansava, matava a fome e a sede.

Ao chegar a Pernambuco, logo reuniu seu grupo e aumentou o bando. Mas já não queria continuar no cangaço. Em 1923 decidiu, novamente, deixar a caatinga. Nesta época, do grupo de 33 homens, muitos o seguiram. Doze, porém, ficaram sob a chefia de Lampião.

Conseguiu encontrar-se com Luiz Padre em São José do Duro, onde ele trabalhava como vaqueiro. A tratar do gado e a cuidar da terra pensava que suas lutas tivessem acabado. Mas ainda não foi desta vez:

- Um cabra mau caráter, chamado Abílio Volinei, seria mais um instrumento de ódio dos Carvalho na sua sede de sangue e de violência.
Peitaram Abílio para liquidar Sebastião e todos os seus amigos. Volinei matou José Inácio da Silva, fazendeiro amigo de Sinhô Pereira, e liquidou Antão e Clarindo, dois de seus ex-companheiros. Um dia, com um grupo de jagunços bem armados, cercaram a casa de Sebastião e Luiz Padre.

Os dois conseguiram fugir e juntaram-se a força do tenente Peri Alves Brito, que caçava os bandidos da região. Volinei e seus homens foram cercados. Muita gente morreu e os que se entregaram foram imediatamente fuzilados.

Sebastião lembra-se muito bem:

- No cangaço e no sertão era assim: não havia lugar para prisioneiros. Tive sorte com meu bando. Do meu povo os volantes nunca conseguiram prender ninguém. Quanto a coisa ficava preta, íamos para as aguadas e esperávamos a fúria passar.

AFINAL, VIDA NOVA

Fugindo sempre, ele o Luiz Padre conseguiram chegar a Patos de Minas. Trabalharam longos anos a campear o gado e a leva-lo para os locais de embarque e de corte. Com o tempo juntaram dinheiro e compraram uma pequena propriedade, onde passaram a criar porcos e galinhas e a plantar milho.

Estabelecido na vida, Sebastião mandou chamar Virgulino. “Mas ele não quis vir. Preferiu combater a coluna prestes, a pedido do padre Cícero. Ele não podia deixar o cangaço”.

Luiz Padre e Chico Maranhão (apelido que ganhou em Patos de Minas) casaram-se, tiveram filhos e netos. Hoje Chico Maranhão – o ex-terror das caatingas, Sinhô Pereira – está bem de vida. Tem uma boa propriedade e uma farmácia. E vive para o carinho que dá aos netos. Em Janeiro último voltou a Pernambuco, para ver a família:

- Estão todos bem de vida e controlando a política do Pajeú. Insistiram para eu ficar. Não quis. Minha presença pode reacender velhos ressentimentos. Estive na Serra Talhada, onde ainda mora João de Lucas, o João Piranha, para quem armei a minha primeira cilada. Achei o homem mais mole do que eu. Quase não pode mais andar. Ouvi dizer que ele queria falar comigo. Quis não. É melhor deixar como está.

Sebastião Pereira levantou a curiosidade da cidade toda: “Todos queriam me ver. Achei engraçado;  pra todo lado que eu fosse tinha uns 40 olhos em cima de mim.” A rivalidade entre as famílias continua. Quando Sebastião esteve em Pernambuco, chegou a haver um tiroteio. “Mas foi longe de onde eu estava.”

- Prefiro ficar aqui com meus netos, com minha farmácia. Aqui enterrei meu passado. Aqui recebi, sem surpresa, a notícia da morte do compadre Virgulino. Mas duvido que aquela cabeça fosse dele. Quero morrer aqui com meus parentes e meus amigos. Não quero recordar o tempo do cangaço. Dele só poderia dizer como Virgulino: Só trouxe fome, sede e nudez.

FIM

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho O cangaço

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